quinta-feira, dezembro 09, 2010

Crónica da Ronda dos Aliados - 28.11.2010

Mas que frio!!!

No último domingo estava de facto muito frio...havia até quem pensasse que deveria ser proibido fazer rondas ou trabalho voluntário com tamanho frio.
Para tentar fintar o frio, em Cedofeita, houve uma sessão do jogo da macaca para aquecer um pouco, que contou com a participação especial do Sr A..
Com o Sr. M., tivémos a ideia de conversar um pouco num café próximo para despistar um pouco o frio. Ele, sempre no seu ritmo frenético, lá esteve a narrar mais uma das suas já habituais histórias, quase não respirando entre as palavras, como que com receio que algum de nós incorresse na imprudência de dizer que tinhamos de ir indo...
Houve bolo!!! para um menino especial, o Sr. M.
Os cobertores não foram precisos, mas continuam no carro à espera da pessoa certa.
Chegando a casa, estava um banho bem quente à minha espera, enquanto na rua o frio fustigava...

Para a semana teremos a visita do nosso querido Sr. JC. Que saudades... vou ligar-lhe ainda esta semana.
A semana passou e continua frio...penso agora, no Sr. M, no Sr. M, na D. H., na D. M, no M. toxicodependente e seropositivo...talvez para a semana o tempo melhore.

Maria João Pato

domingo, dezembro 05, 2010

Crónica das Aldeias - 27.11.2010

Um Olá quentinho...

Venho hoje falar-vos do quanto é bom, sair de casa numa manhã fria, e saber que a alguns quilómetros de distância, vamos encontrar umas senhoras cheias de esperança e com o coração bem quente para nos receberem... Pois é... já ouviram falar deste sentimento?? é mesmo bom experimentá-lo... ao fim de 3 anos ainda é este o sentimento que me faz querer voltar da próxima vez...

Ser acolhido pela companhia da D. Aurélia, sempre com a força de ter nascido em 1915, estava hoje na companhia do seu filho, que vive no Porto, que via com carinho a força e alegria de sua mãe, e dizia "é aqui que se sente bem, que pode dar as suas caminhadas..." e por falar em caminhadas, lá fomos nós, dar um passeio até onde o sol conseguia chegar, pois à sombra estava um pouco frio...


Entre conversas, esse passeio termina em casa da D. Alda, que bem disposta sempre nos acolhe com o seu sorriso e graça...
Fala-se do magusto na associação "Águia do Marão", contando sempre com um comentário mais crítico da visão da D. Alda, que tem sempre algo a dizer, contam-se anedotas e falam-se de histórias antigas...

Que mais dizer... uma tarde bem passada...

Um abraço fechado...

Diogo Costa | Candemil


sexta-feira, dezembro 03, 2010

Crónica da Ronda da Boavista - 14.11.2010

Estes últimos meses na ronda da Boavista têm sido de alguma mudança.

Para começar, houve alterações na equipa: deixamos de ter o Rui, como voluntário mas ganhamos a Diliana e a sua vivacidade.

Quanto aos sem-abrigo a mudança de estação trouxe algumas novidades. A D. G. vemo-la cada vez mais cansada mas alegramo-nos com a sua determinação em regressar aos estudos e completar o 12º ano. O Sr. A. é cada vez mais raro conseguirmos conversar com ele, muitas vezes já se encontra a dormir e esta não tem sido uma boa fase. O Sr. A. tem andado preocupado com os cortes no RSI mas mantém o sorriso e a boa disposição. O JP já tem sítio para ficar que não seja a rua, continua com o trabalho e tem procurado emprego na sua área de formação. O Sr. G.cada vez que lá vamos aprendemos uma receita nova para as maleitas do corpo e até do espírito. O Sr. Z. mudou de sítio, para uns metros ao lado. Não sabemos o que motivou a mudança mas a minúcia e perícia na montagem do abrigo de papelão mantêm-se. O ZC teve problemas de saúde, ja o vimos pior, parece agora estar empenhado em melhorar um pouco a sua vida. A D. F. assim que chegamos perto ouvimos "quero chá!" vive no sitio mais frio de todos aqueles por onde passamos. é a personagem mais contestatária e mantém uma crença inabalável que a atribuição de casa estará para breve. Ultimamente temo-la encontrado na companhia do filho e da nora. Apesar do seu jeito desajeitado é sempre cuidadosa a perguntar por antigos voluntários.

O Natal esta próximo alguns preferiam passar esta época sem a lembrar outros vivem com intensidade e aguardar a possibilidade de participar em ceias e de reverem alguns dos antigos voluntários. Esperamos poder levar esperança.

Ana Sanches

quarta-feira, novembro 24, 2010

Crónica das Aldeias - 13.11.2010

"Obrigada" às novas voluntárias

Por entre raios de Sol, interrompidos por pingos de chuva, rumámos até às nossas aldeias perdidas no Marão. Com novos voluntários que escolheram acompanhar-nos neste projecto e contribuir, quinzenalmente, para aumentar os sorrisos nesta região.

Em Ansiães, fazemos, desde há cerca de um mês, menos uma visita: a nossa amorosa Dona Rita (“Ando em 90, já!”) foi viver para casa de um filho e, como tal, visitamos agora apenas a Dona Ondina e a Dona Aldina.

“Estou à vossa espera!” diz-me a Dona Ondina quando me aproximo do seu portão e a vejo sentada num banco à porta de casa. O seu largo sorriso deixa espreitar o único dente que ainda tem – uma imagem que não se esquece. “Eu corri o mundo, meninas – de Bragança ao Algarve e até fui a França!” esclarece-nos a Dona Ondina, não fossem as novas voluntárias, Paula e Clarisse, ficar com alguma dúvida.

“Estou à vossa espera!” Curiosamente, a Dona Aldina disse exactamente o mesmo que a Dona Ondina, assim que nos viu a chegar a sua casa. “Eu gostava era que viessem mais vezes!” É um doce, esta senhora, com quem partilhámos um delicioso cházinho e a quem a Paula prometeu iniciar nas lides do crochet.

Esperam por nós, que bom!

Ana Barros - Ansiães

quinta-feira, novembro 11, 2010

Crónica da Ronda da Areosa - 07-11-2010

O clássico e a maratona

O Verão do São Martinho - que ainda não foi - é já uma memória vaga. O frio voltou e saiu à rua para compassar mais uma ronda de domingo à noite. Afina-se a conversa pelo diapasão do clássico Porto x Benfica da noite. Alinham-se o pão, os doces, os salgados. Abrem-se os sacos. Metem-se abraços lá dentro. Os nossos são feitos de géneros.
A caravana parte pelas ruas de sempre. Na primeira paragem a conversa faz-se à mesa. O bolo deitado na mesa não chega para adoçar o desabafo. Cheira a caldo verde. As novidades desfiadas têm rugas cada vez mais carregadas. Ouvimos. O lamento convoca a nossa opinião. Dada. Debatida. Por hora vencida pelo rame-rame dos dias. Tão avessos são à mudança.
Seguimos atrasados para a Loja do Cidadão. Esperam-nos duas visitas. Tolhidas pelo frio. O clássico terminou por ali. Não há bandeiras, nem adeptos. Só os protagonistas de dois campeonatos mais pautados por derrotas e empates. São dos que ainda vão a jogo. Mesmo sem táctica nem técnica, uma mostra-se disposta a jogar para a goleada. O outro mostra-se disposto. Nem que seja para cumprir calendário. Gira a bola…
Já na Areosa, cumprimos a penúltima paragem. Num caixote, onde à vista desarmada não caberia mais do que uma criança de 10 anos, mora mais uma visita. Dorme. Acorda. Bebe uma sopa quente. Fala do RSI que ainda não tratou. Do almoço de domingo que alguém ofereceu. E do casaco. Limpa o líquido que lhe sai dos olhos com os restos de um toalhete de gasolineira. Estendemos um lenço de papel. Gesto macio. Dá conta da falta de um elemento no grupo. Dá conta das horas, como se o tempo se tivesse esgotado. Diz que é o nosso. Será o dela também. Por esta noite. Só por esta noite. Até para a semana.
A ronda chega à última paragem. Dos três, um fica sem dar sinal de vida. O do lado insulta-o. Explica, para quem quiser ouvir e entender, que é um gesto amigo. Como todos os que tem. É honesto, frontal e duro. Como a guerra. E isso basta. Para ele basta. Para os outros devia bastar também. Pede leite e pão. O tom grosso empareda aquele espaço. De repente estamos na sua casa, a ouvir as suas histórias, as suas sentenças, as certezas que tem do mundo onde nada nem ninguém lhe escapa. E ali, naquela casa improvisada, manda quem fala mais alto.
São duas da manhã. Quase a chegar a casa. Muitas horas antes, na manhã desse domingo em que o Verão do São Martinho - que ainda não foi - se tornou uma memória vaga, participei numa corrida. Quando acabou, pensei na próxima, não nos que ficaram para trás. E quantos ficaram? Quem deve marcar o ritmo? Como se faz de lebre no mundo real? Perigosa a distância que nasce para os que se atrasam. Tentador continuar a correr sempre. Até nos perdermos de vista. E coração que não vê…

Filipa Silva

segunda-feira, novembro 08, 2010

Crónica da ronda de Santa Catarina - 31.10.2010

"Quando dar é receber"

"Muito pior do que passar fome é dormir na rua", afirmou a D. W. Esta frase despertou em mim uma tempestade de questões e múltiplas tentativas frustradas de resposta. Pode haver algo pior do que passar fome?? Não parece, pelo menos à primeira vista, haver nada mais limitante física e psicologicamente..!Mas à medida que cada domingo vai passando, cada um mais escuro e frio que o anterior, vou-me apercebendo melhor do quotidiano cruel de quem dorme tendo o céu como tecto..a exposição, a vergonha, a indiferença ou maus tratos de quem passa, o frio, o barulho, o medo constante do minuto que se segue. Será que as pessoas conseguem realmente descansar? Ou estarão com "um olho aberto e outro fechado", assustados a noite toda? E como serão passados os dias, depois de noites destas? Será que fazem algum sentido? Existirá alguma noção de tempo? Ou tudo não passa de um enorme vazio? Continuo sem respostas para muitas destas perguntas..e não sei se algum dia as vou encontrar. Tenho, no entanto, uma certeza: aquilo que sinto! É indescritível a sensação de preencher e partilhar algum do tempo destas pessoas, levando um ombro amigo, alento e principalmente esperança de que um dia o mundo lhes abra uma porta para um futuro melhor...

Maria Natália Costa

domingo, novembro 07, 2010

Crónica da Ronda da Batalha - Outubro

Noite amena de sentimentos… É assim que arrancamos todas as noites, apesar do calor e do frio que possam estar!

O Sr. F estava bem disposto, perguntou por todos e pela nossa menina mais nova que não nos acompanhou por estar doentita… de resto pareceu-nos bem e falamos sobre um casal que o costuma ajudar a guardar as coisas… Não pareceu muito contente com eles, enfim as desilusões de quem pouco tem, e pouco espera!
E claro… partimos em direcção ao N. e C. mas nada… ultimamente tem sido sempre assim – desanimo instaurada!
Seguimos para junto do M., J. e L. e qual a nossa surpresa? N. apareceu para vir buscar o saco e para nos dizer que depois poderíamos passar lá para conversar um pouco. Continuamos a nossa conversa com os 2 irmãos e claro duas de gargalhada com o L. que tem um lado tão real de vida… bem diferente do seu irmão que está sempre tudo bem e que a sociedade tem sempre uma divida para com ele porque ele não tem de fazer nada pela vida. O L. tem consciência de que as pessoas não têm qualquer tipo de obrigação e que eles devem ter consciência disso. Boas conversas que temos com os 2 J

Já o M. estava "cabisbaixo" (como já é habitual), como sempre mas falou-nos dos seus doces preferidos por exemplo a broa de mel. Falamos da sua semana e da rotina em que se está a tornar a sua vida.

Seguimos novamente para junto do N. e C., mas apenas encontramos o N. … Ele é sempre muito atento, tentamos perceber o porquê de não o vermos há quase 2 meses, porque se pelo menos fosse por boas noticias… Não acrescentou muito para além do já habitual. Mostrou saudades e perguntou por todos. Bem seguimos viagem um pouco tristes por perceber que uma pessoa tão nova estar tão perdida… Custa muito ter esta percepção. Deus os acompanhe no seu dia-a-dia.

Seguimos com um coração um pouco mais cheio, mas pensativo!

Sabina Martins

terça-feira, novembro 02, 2010

Crónica das Famílias Julho de 2010

"Stop aos TPC e vamos uma tarde à piscina…"

Chegaram as férias grandes!

As visitas continuam, os meninos estão à nossa espera, à 4ª feira à tarde, mas, nesta altura, as visitas têm outro formato. Com mais descontracção e disponibilidade para as brincadeiras. A D. F. recebe-nos com agrado, pois os meninos gostam muito da nossa companhia.

Todos os meninos passaram de ano, embora tenham que trabalhar um pouco durante as férias para não esquecerem as matérias (recomendações das Sras. Professoras). Como tal, pensamos proporcionar uma tarde diferente a quem dedicamos, com muito gosto, algumas horas das nossas vidas.

Sem sabermos muito bem como iriam reagir as responsáveis pelas crianças, pedimos autorização à matriarca da família para levarmos os meninos a passar uma tarde à piscina. A ideia foi muito bem aceite e a criançada ficou eufórica e a querer combinar tudo logo para o dia seguinte.

Reunidas as condições necessárias, bom tempo, transporte para todos e vigilância suficiente para as quatro crianças, lá se combinou o evento. Então, no dia combinado, à hora marcada, estavam lá cinco meninos (os quatro da casa e uma amiga que convidaram), completamente em estado de euforia, com grande ansiedade pela tarde que finalmente chegava. Seguimos de carro rumo à Maia.

Foi surpreendente observar a alegria de todos. Olhavam para cada sítio onde se passava e iam comentando tudo o que viam. Tudo lhes parecia novo e diferente. Estavam mesmo felizes. A maior admiração surgiu quando chegaram ao local: ficaram completamente em "transe" ao observar todo o espaço: a piscina, o jardim, as espreguiçadeiras, as bóias… enfim, tudo para eles mereceu a sua atenção.

Ansiosos por saltarem para dentro de água, foi necessário "reunir" e definir as regras para que tudo corresse bem e, quem sabe, um outro dia se pudesse repetir. Alguns eram mais corajosos e completamente destemidos com a água, outros, mais medrosos, mas, a pouco e pouco todos se deslocavam da parte mais baixa para a mais funda sem qualquer problema. Foi necessária muita vigilância, mas estiveram todos muito bem, muito felizes, completamente radiantes.

Depois de bastante tempo a nadar, saltar, chapinar, etc, veio a hora do lanche que serviu para retemperar energias e forças.

Foi um dia em cheio. Temos a certeza que estas crianças jamais vão esquecer aquela tarde de férias. Nós pensávamos que eles iriam gostar desta oportunidade, mas nenhuma de nós imaginava o quanto é que elas apreciaram na realidade. Foi de tal forma além das nossas expectativas que ficamos sem palavras a ouvir todos os seus comentários: "isto foi um sonho"; "temos que vir outra vez"; " as pessoas que têm esta piscina têm muita sorte"; …

É por este sonho, fazermos um pouco mais felizes aqueles com quem lidamos, que nos unimos num denominador comum. É assim o FasFamílias.

Um abraço,

Rosinha

Crónica das Aldeias - 16.10.10

Um "Obrigado" às novas voluntárias

Que há gente a precisar de ajuda é do senso comum. Que há ainda mais pessoas com vontade de ajudar, penso que também não será novidade. Que há gente que efectivamente sai do sofá para levar uma palavra amiga, uma sopa quente ou um afecto, ai já estaremos a falar, seguramente, de muito menos casos.

Ainda assim e porque todas as mãos são bem-vindas, a crónica das Aldeias desta semana é dedicada às duas novas voluntárias, de seu nome Patrícia e Anisabel (sim escreve-se tudo junto, perguntámos várias vezes e confirmámos).

Num misto de entusiasmo, curiosidade e, naturalmente, algum receio, as duas novas voluntárias trouxeram sangue novo , alegria, dinamismo, novas ideias ao grupo e, o fundamental, uma palavra amiga aos idosos.

Porque um obrigado e um bem-haja caem sempre bem. Porque voluntários precisam-se. Porque gostamos de vos receber. Porque estamos certos que os idosos das aldeias de Amarante gostam ainda mais, ficamos à espera de mais "Anisabéis "e "Patrícias" (atenção que a vertente das aldeias não é fechada a elementos do sexo masculino que, por sinal, até são vistos com bons olhos. Veja-se o caso do Engenheiro Adriano, um sucesso entre esta faixa etária da população).

Em suma, sejam bem-vindas e esperamos contar convosco por muito e muito tempo.
P.S. Desculpem, não poderia deixar de fazer um reparo: na próxima ida às aldeias não se atrevam a aparecer lá com comidinha que não seja caseira!

Ana Oliveira - Basseiros

quinta-feira, outubro 21, 2010

Crónica das Famílias - 11.07.2010

“Stop aos TPC e vamos uma tarde à piscina…”
Chegaram as férias grandes!
As visitas continuam, os meninos estão à nossa espera, à 4ª feira à tarde, mas, nesta altura, as visitas têm outro formato. Com mais descontracção e disponibilidade para as brincadeiras. A D. F. recebe-nos com agrado, pois os meninos gostam muito da nossa companhia.
Todos os meninos passaram de ano, embora tenham que trabalhar um pouco durante as férias para não esquecerem as matérias (recomendações das Sras. Professoras). Como tal, pensamos proporcionar uma tarde diferente a quem dedicamos, com muito gosto, algumas horas das nossas vidas.
Sem sabermos muito bem como iriam reagir as responsáveis pelas crianças, pedimos autorização à matriarca da família para levarmos os meninos a passar uma tarde à piscina. A ideia foi muito bem aceite e a criançada ficou eufórica e a querer combinar tudo logo para o dia seguinte.
Reunidas as condições necessárias, bom tempo, transporte para todos e vigilância suficiente para as quatro crianças, lá se combinou o evento. Então, no dia combinado, à hora marcada, estavam lá cinco meninos (os quatro da casa e uma amiga que convidaram), completamente em estado de euforia, com grande ansiedade pela tarde que finalmente chegava. Seguimos de carro rumo à Maia.
Foi surpreendente observar a alegria de todos. Olhavam para cada sítio onde se passava e iam comentando tudo o que viam. Tudo lhes parecia novo e diferente. Estavam mesmo felizes. A maior admiração surgiu quando chegaram ao local: ficaram completamente em “transe” ao observar todo o espaço: a piscina, o jardim, as espreguiçadeiras, as bóias… enfim, tudo para eles mereceu a sua atenção.
Ansiosos por saltarem para dentro de água, foi necessário “reunir” e definir as regras para que tudo corresse bem e, quem sabe, um outro dia se pudesse repetir. Alguns eram mais corajosos e completamente destemidos com a água, outros, mais medrosos, mas, a pouco e pouco todos se deslocavam da parte mais baixa para a mais funda sem qualquer problema. Foi necessária muita vigilância, mas estiveram todos muito bem, muito felizes, completamente radiantes.
Depois de bastante tempo a nadar, saltar, chapinar, etc, veio a hora do lanche que serviu para retemperar energias e forças.
Foi um dia em cheio. Temos a certeza que estas crianças jamais vão esquecer aquela tarde de férias. Nós pensávamos que eles iriam gostar desta oportunidade, mas nenhuma de nós imaginava o quanto é que elas apreciaram na realidade. Foi de tal forma além das nossas expectativas que ficamos sem palavras a ouvir todos os seus comentários: “isto foi um sonho”; “temos que vir outra vez”; “ as pessoas que têm esta piscina têm muita sorte”; …
É por este sonho, fazermos um pouco mais felizes aqueles com quem lidamos, que nos unimos num denominador comum. É assim o Fas Famílias.
Um abraço,
Rosinha

segunda-feira, outubro 11, 2010

Crónica Aldeias – 18.09.10

O dia começou com sol.

Partimos do Porto, e pelo caminho fomos vendo as obras a avançar no Marão. Em Candemil já nos esperavam o Marcelo e a Carminda.

Voltamos ao piquenique no relvado da igreja, falamos das férias, das nossas vidas e das saudades que já tínhamos das nossas aldeias.

Agrupamo-nos para as visitas, em Candemil, além de mim, estava a Sara e o Diogo.

Fomos ter com a D. Aurélia, já se estava a aprontar para a nossa chegada. Apesar de estar com algum mal-estar, percebia-se o seu entusiasmo: - “Então hoje para onde vamos?”. Dissemos-lhe para escolher, e lá fomos nós… Com 95 anos poucos são os que se aventuram monte acima, mas nós lá andamos, a tentar não mostrar o nosso receio por ela, cujos os pés já conhecem o caminho incerto. O primeiro ar de Outono, ainda quente, sabe bem! Descansamos um pouco nas escadas, antes de batermos à porta da D. Alda.

Assim que começamos a entrar em casa de D. Alda, ela ia-se alegrando, afinal deixamos o Diogo para o fim, depois de lhe termos dito que naquele dia seriam só as meninas a lá estar. Perguntou-nos pelo resto do grupo. Falou do Verão por lá, das dificuldades que vão aparecendo, intercalando com o assunto dos bordados e das festas.

Era hora de ir ter a Bustelo para partilhar e para um pequeno lanche.

Já se percebe que os dias estão mais pequenos…

É bom regressar à nossa aldeia!

Isabel Teixeira Gomes / Candemil

quinta-feira, setembro 30, 2010

Recolha de Dados de Novos Voluntários

O FASRondas, realiza hoje, 30 de Setembro, uma Sessão de Esclarecimento para novos voluntários, às 20h00 no CREU, localizado na Rua Oliveira Monteiro, 562 (Localização).

Convidamos todos os interessados(as) a estarem presentes.

Mais informamos que os interessados(as) em integrarem o grupo têm agora aos dispôr um Formulário Online, para preencherem os seus Dados de Inscrição no FASRondas, este Formulário está disponível através desta ligação - Ficha de Inscrição - ou através do menu do lado direito do Blog, no separador Novo Voluntário.

Contamos com a sua Colaboração.

segunda-feira, setembro 20, 2010

O FASRondas precisa das tuas mãos!

A sessão de esclarecimento será no dia 30 de Setembro no CREU, pelas 20h00.


Olá!

Queres dedicar dois minutos do teu tempo e ganhar algo com a visualização deste vídeo:

Experimenta, clica no link:

from youtube: FASRondas


O FASRondas é um grupo de voluntariado social, que actua em cinco vertentes diferentes Famílias, Aldeias, Sem Abrigo, Imigrantes e Séniores.

Neste momento estamos a precisar de pessoas que tenham vontade de ajudar, dar um pouco de si e cuidar do outro. Todos juntos poderemos fazer mais e melhor e contribuir para uma cidade mais solidária e fraterna.

Se te identificas com esta missão junta-te ao nosso grupo!

Precisamos de:


Vertente Famílias

5 Vagas

Nesta vertente visitamos famílias ou pessoas singulares da cidade do Porto. O apoio pode ser dado a pessoas que vivam em solidão, a doentes, alguém com problemas psico-motores, ou ainda a crianças. Nesta relação que vamos desenvolvendo, vão sendo criados alicerces para a construção de algo maior!


Vertente Aldeias

8 Vagas

Nesta vertente efectuámos visitas a 4 aldeias de Amarante, com uma população idosa maioritariamente feminina, que nos recebe com um grande sorriso, e apenas precisamos de tempo para estar e ouvir. Estas visitas marcam a diferença na vida de todas as pessoas que acompanhámos. São criados laços de amizade, onde está presente a partilha e com o intuito de tornar a solidão menos notória.


Vertente Sem Abrigo

4 vagas (2 elementos sexo masculino, 2 elementos sexo feminino)

Na vertente temos cinco trajectos diferentes, cada um deles composto por cinco elementos.

Aos nossos amigos da rua levamos carinho, amizade, vontade de estar e ouvir!


Vertente Séniores

4 Vagas

Nesta vertente dinamizam-se actividades de animação para as pessoas que frequentam o Centro de Dia do Bairro do Bom Pastor da Cruz Vermelha (CDBBPCV). O objectivo é a realização de diferentes actividades com as pessoas de forma a trazer um pouco de animação ao seu dia.

Aos nossos idosos levamos carinho, animação, companhia, ginástica e muita alegria para que os seus dias sejam mais solarengos!


Vertente Imigrantes

2 Vagas

Centro Comunitário de São Cirilo

Projecto em fase de planificação e arranque. Visitamos os imigrantes que se encontram no Centro Comunitário de São Cirilo, desenvolvendo e provendo actividades que vão de encontro ao seu projecto de vida e sejam facilitadores da sua integração no país.

2 Vagas

Unidade Habitacional de Santo António

Dinamização de actividades para as pessoas detidas na Unidade Habitacional de Santo António (UHSA) que, na maioria dos casos, aguardam repatriamento. Procura-se assim aliviar um pouco o momento difícil por que estão a passar e facilitar uma melhor integração e estadia na UHSA



Se nos quiseres conhecer um pouco melhor espreita o blog:

http://fasrondas.blogspot.com/

Podes enviar um e-mail para fasrondas@gmail.com, no caso de estares interessado(a) especificamente nestas vertentes, ou em qualquer uma das outras, até ao dia 27 de Setembro.

A sessão de esclarecimento será no dia 30 de Setembro no CREU, pelas 20h00.



Esperamos por ti!

Um abraço.

FASRondas

quarta-feira, setembro 01, 2010

Crónica Aldeias-31.07.2010

Mais um Sábado com um tempo fantástico e boa disposição para mais uma visita.

Hoje foi dia de irem os 2 Grupos fazer as visitas. E como de costume, encontramo-nos às 11h perto do Fas e partimos para a nossa visita.

Almoçamos à sombra da igreja de Candemil , tomamos café no local do costume e separamo-nos para realizarmos as visitas.

Hoje foi um dia diferente na nossa aldeia devido a uma partida de quem debulha mais feijões.

Esta partida começou na casa do D. Emília e do Sr. Aurélio, onde a Sónia e o Adriano deram o seu melhor a ver quem ganhava a referida disputa. Os anfitriões estavam muito bem dispostos e acharam piada ao facto de estarem a ajudar na debulha.

Na casa da D. Fernanda terminou a disputa com a vitória clara da Sónia, mesmo com a tentativa feita por parte do Adriano de dar a volta ao Júri.

De seguida fomos visitar a D. Celeste que se encontrava na casa da vizinha. Falamos com ela e com as vizinhas sobres o trabalho que estavam a desenvolver que é coser sapatos, trabalho este que é desempenhado por algumas senhoras da aldeia.


A nossa visita terminou na casa da D. Maria que como sempre correu muito bem. Estava muito bem-disposta e muito bem vestida J.

E assim terminou o nosso última dia de visitas antes das férias.

Até Setembro…
Mónica Azevedo - Bustelo

terça-feira, agosto 10, 2010

Crónica da Coordenação 01.08.2010

Chegados ao fim do ano, cabe à Coordenação uma crónica porque não são só os voluntários que as fazem.
Já se falou sobre o que é ser voluntário, o que é ser fazer rondas mas ser coordenador tem os seus "quês". O Coordenador tem sempre que chegar a horas, certificar-se de que tudo está bem, corre bem, tem que ajudar a "tapar buracos".
Aposto que estão a pensar que ser coordenador é difícil e que é por isso que é tão difícil pensar em ocupar este lugar… confesso que estão enganados! Ser coordenador não é difícil quando há colaboração e ajuda dos outros voluntários… é mais um nome do que um posto porque, na realidade, nunca deixamos de ser voluntários e de estar ao lado da nossa ronda, de estar com as pessoas! Não vou dizer que não existem dias mais difíceis e que não há Domingos em que desejávamos ter apenas que nos preocupar com as coisas da "nossa" ronda mas assumimos este compromisso porque foi necessário. Quem sabe um dia assumirão outras pessoas…
No final de um ano exigente importa agradecer aos voluntários (mesmo aos que já saíram) porque a Coordenação não faz sentido se não houver nada que coordenar, agradecer aos donativos/patrocínios que temos e que fazem a diferença nas rondas, agradecer à Coordenação Geral, sempre disponível.
Em Setembro, depois de um período em que as rondas têm menos voluntários por causa das férias, voltaremos em força e contamos com todos para dar continuidade a este trabalho.
Estamos abertos a receber novos voluntários…precisamos sempre de reforços! Mandem-nos um email para fasrondas@gmail.com e teremos oportunidade de conversar.

Boas férias e boas rondas (porque as pessoas da rua não vão de férias)

João Pedro Varela
Maria Freitas

segunda-feira, agosto 09, 2010

Crónica das Aldeias - 17.07.2010

Um sol maravilhoso, avizinha-se um dia quente nas nossas queridas Aldeias.
De cada vez mais tenho vontade de partilhar convosco o que é ser voluntário nesta vertente, já que a cada visita há sempre algo que me surpreende, me vai enriquecendo, e alargando o meu sorriso.
Somos um grupo de pessoas diferentes, das mais diversas formações, personalidades, formas de estar que se encontra às 11h00 de sábado, de 15 em 15 dias, com uma missão muito clara no coração de cada um: levar alegria, carinho, companhia, sorrisos e a si próprio(a). Esta missão mantém-nos unidos e fiéis ao compromisso.
É surpreendente ver a partilha entre todos e aqueles que visitámos, a disponibilidade para dar e também para receber!
Mais um dia, em que agradeço a companhia os sorrisos, o dar, o receber, a partilha, a compreensão e a alegria que levámos e trazemos!

Sara Gonçalves | Candemil

terça-feira, julho 27, 2010

Crónica das Aldeias 03.07.2010

Envoltos num quase silêncio das montanhas do Marão, já longe do buliço da cidade, é tempo de estender a toalha na relva e preparar a barriguinha para mais uma tarde de missão. Rissóis, pizza, bolinhos… temperam uma amena conversa, desta vez só no feminino, e bem!
Tudo a bom ritmo, pois é preciso visitar a D. Aurélia, que por impedimento dos voluntários de Candemil teve de ser assegurada pelos das restantes aldeias. Sem uma visita, ainda que breve, é que não poderia ficar! Sempre cheia de vida a nossa nonagenária! O passeio da paróquia desta vez não a convenceu... muito calor, a missa por um familiar… razões bastantes para ficar por terra desta vez. Afinal, parece que o maior interesse destes passeios "é mais comer que outra coisa!" Numa breve conversa e apesar da nossa pressa, ainda nos contou como "Deus nos fala por pequeninas coisas".
Separam-se os voluntários, eu e a Cláudia dirigimo-nos para Ansiães. A tia Rita já está à nossa espera! Sempre airosa e com um sorriso acolhedor ou não fosse um dos seus maiores ensinamentos: "não devemos incomodar os outros com o nosso mau humor e além disso não nos serve de nada a má disposição!" Contudo, não deixou de nos partilhar algumas das suas preocupações. Movimentos de dinheiro pouco claros no banco levaram a uma conversa longa ao telefone com a nora, além disso a crise cardíaca que a conduziu há tempos ao hospital ainda necessita de medicação. Como se não bastasse, a bronquite está também a precisar de uma atenção especial! Com tudo isto, como lhe explicar, não podendo ela ler, como tomar seis medicamentos com regimes posológicos completamente diferentes: uns a horas certas, outros à refeição, outro ainda começam com uma dose mais forte que depois vai diminuindo!!! Tentando simplificar o mais possível e repetindo várias vezes lá tentamos ajudar, mas de facto o melhor conselho que podemos dar creio que foi o de pedir ajuda na vizinhança!
Subindo a ladeira, à sombra dos castanheiros e aproveitando cada pequenina brisa para refrescar, encontramos a D. Aldina, sempre com um sorriso meigo, acompanhada de duas vizinhas. Juntamo-nos ao trio e ali estivemos a conversar de temas vários. Apesar de tudo pareceu-nos mais tranquila, talvez por o filho estar mais por perto.
Por fim, e não sem antes nos refrescarmos com a água da fonte, é altura de partir para o lugar do Casal onde vive a D. Ondina. A nossa chegada veio substituir a televisão que ressoava enquanto esperávamos que nos abrisse a porta. Mais uma vez tivemos de fazer uma pequena introdução, a D. Ondina ainda não tinha compreendido bem que não temos nada que ver com a associação para a qual ela contribui e que lhe traz as refeições. "Nós só visitamos pessoas sozinhas e não recebemos nada por isso". Uma lógica difícil de compreender nos nossos dias, é verdade!!! Uma vez convidadas a sentar só precisamos introduzir o tema, sempre muito faladora ela própria conduz a conversa. Os temas de história parecem ser um dos preferidos. "O meu marido lia num livro e contava-me. Sim, porque nós já fomos dos espanhóis. Mas, um dia, estavam os homens no campo de batalha e os espanhóis tinham a nossa bandeira que não nos queriam dar. Até que um português foi lá e zumba retirou-lhes a bandeira e atirou-a para o nosso lado. Claro que ele já sabia que ia morrer, mas às vezes é preciso assim uns homens animosos! E foi assim que Portugal conquistou a independência."
E foi assim mais uma tarde de missão, de combate à solidão, de conversa em conversa, de troca de sorrisos, de simplicidade em simplicidade…

Marta Rego | Ansiães

domingo, julho 18, 2010

Crónica da Ronda da Batalha - Julho

Mais um Domingo, este de Julho depois da vitória de Espanha sobre a Holanda...

Passámos pelo lugar habitual do sr. F, como não havia sinais de ter estado por lá, seguimos viagem e voltámos + tarde.
Encontrámo-lo, então, já a descansar. Contudo tivemos tempo para pôr a conversa em dia, falou-nos das suas caminhadas de quando era + novo,
da importância da higiene e arrumação sendo sem-abrigo. Continua a queixar-se das pernas, da má circulação. Disse-nos ainda que o sr N, a quem começámos a visitar há 3 semanas, não tem dormido no lugar que conhecemos. Fica a pergunta no ar: Será que o voltaremos a encontrar?

Seguimos para a rua do "trio maravilha".
O M. disse-nos que esta semana já estaria de volta à terra dele... mas não foi isso que aconteceu.
O J. vai andando bem disposto esta semana, reparámos que continua com um andar estranho -segundo ele doem-lhe os pés!
Ficámos a saber que por terem sido acusadops de roubar galinhas viram-se obrigados a mudar de tecto. Deizaram a casa abandonada junto ao parque de estacionamento e mudaram-se para a Axa... o problema é que a rega automática começa a funcionar bem cedo... já tendo atingido o J e o M.
O P "continua dentro"... assim nos informaram.

Depois de duas passagens pelo seu lugar do costume, à terceira foi de vez!
Sabíamos que tinha saído de casa há já 3 dias, a tentativa de voltar a casa não tinha sido bem sucedida.
Por tudo isto, foi bom encontrar o N, tivémos tempo para ouvir a sua versão da história e confrontámos diferentes pontos de vista.
Apercebemos um pouco mais da frustação que é sair de casa e sentir que ninguém o procura, do que é a desconfiança natural dos pais que recebem de novo o filho.
Disse-nos que no dia seguinte ligaria para casa para saber como estavam as coisas após a saída repentina de casa... Ficamos à espera de updates.
Do C não há novidades, o N não o viu durante os 3 dias passados - Esperamos que esteja bem!

João Marques

quinta-feira, julho 08, 2010

Crónica das Aldeias 19.06.2010

Eram 10.30 da manhã quando os primeiros voluntários apareceram no local do costume. O sol já brilhava alto, avizinhava-se um belo dia de Verão! Minutos mais tarde, após os inevitáveis e já espectáveis atrasos, dois carros repletos de voluntários partiram alegremente rumo às Aldeias.
O piquenique foi desta vez junto ao rio... Foi lá que, entre a patanisca e o croquete, ao som das pequenas cascatas de água, os voluntários conversaram, riram e partilharam as suas últimas semanas...
Após a sempre reconfortante ida ao café mais próximo, os voluntários despediram-se e partiram rumo à missão que os traz mensalmente às Aldeias de Amarante.
A minha é pois a bonita aldeia de Basseiros, que soalheira e pintada de verde como sempre nos espera. E assim, num grupo puramente feminino (apesar de todas a perguntas e ânsias pelo nosso "Brasileiro") fomos ao encontro das nossas senhoras.
Começamos por visitar a Dª Hermínia, animada como sempre recebeu-nos em sua casa e contou-nos as peripécias da sua família e tão queridos netinhos...
Em seguida seguimos o já habitual caminho pelas apertadas e caricatas ruelas rumo à nossa segunda paragem. À sombra e a saborear a leve brisa da tarde, encontramos a Dª Maria e a Dª Deolinda acompanhadas pela sempre amigável e trabalhadora família. Foi lá que pusemos a conversa em dia, comentámos a actualidade e ficámos a saber dos acontecimentos mais recentes e vindouros da Aldeia.... Esta crónica não ficava pois completa se não referíssemos a presença do conquistador sobrinho que, com a ajuda das casamenteiras senhoras, por pouco alguma das voluntárias já saia casada!... :)
Seguindo caminho.... comprámos pão na carrinha do padeiro .... a grande subida... Upa, Upa!.... E chegamos ao nosso último destino: a casa da Dª Dulce!
Lá encontramos a mesma, a sua irmã Dª Arminda, o marido e a filha, todos no terraço a contemplar a bonita vista.... Bem dispostos conversamos, rimos e relaxamos até chegar a hora da despedida.
Já com os restantes voluntários partilhamos as nossas experiências e sentimentos resultantes da sempre calorosa tarde nas Aldeias, comemos um pequeno lanchinho e de coração cheio e sorriso na cara regressamos ao Porto!

Lúcia Antunes | Basseiros

sábado, julho 03, 2010

Crónica das Famílias - Junho de 2010

10ª Crónica das Famílias Junho de 2010

"- Onde fica o fim?"

Sei-me de abalada, por isso vou tomar a ousadia de fazer desta crónica uma apropriação pessoal do meu momento de despedida. Espero que ninguém fique incomodado com esta pequena excentricidade. Entendam que este é um momento particularmente especial para mim.
A minha presença e desempenho na vertente, e no grupo, terminam no final deste mês de Junho, ano 2010. Por motivos diversos, e após uma consciente reflexão interior, percebi que é momento de preparar-me para novos trilhos, alguns deles desejos adiados pelo compromisso que assumi com o FASrondas. O respeito que tenho pelo grupo e, especialmente, a consideração imensa que sinto por cada Família ajudada, contribuíu para a decisão da minha saída no momento presente. Para que ambos possamos prosseguir integramente, o FAS precisa ficar "disponível sem mim" e eu “disponível sem o FAS”.
Este processo tem sido preparado durante os últimos três meses decorridos. Três meses pareceu um período temporal adequado ao acompanhamento e à integração gradual das pessoas que me substituirão. Por outro lado Junho precede o fim do ano lectivo, altura em que o grupo efectua uma reflexão sobre o voluntariado praticado no ano transacto e pensa sobre o ano futuro – uma sobreposição de fins propícia à “libertação” do meu lugar.
Aproveito para sublinhar um procedimento que reconheço como essencial à saúde do grupo: a importância da promoção de dinâmicas de transversalidade no seu funcionamento interno. Ou seja: a possibilidade de qualquer voluntário poder participar/executar/envolver-se/experimentar/liderar. Acredito no contributo único que cada nova pessoa, nova e diferente pessoa, possui somente em si mesma e que só ela poderá dar a qualquer missão. Todavia é responsabilidade do grupo o estabelecimento de janelas e de espaços que facultem esta possibilidade. O dom único de cada voluntário servirá o FASrondas, neste caso especificamente as Famílias, se dermos a sentir votos permanentes de absoluta crença nas capacidades únicas, maravilhosas e insubstituíveis de todo e qualquer ser humano.
As Boas-Vindas a quem me substituir e abraçar o desafio da coordenação das Famílias! Estou certa que as tuas valências contribuirão para um compromisso social do FASFamilias cada vez mais profundo, assertivo e eficaz junto de todos os seres humanos invisíveis, solitários e sofridos que caminham na cidade do Porto.
O meu sincero obrigada a 5 amigos que foram amparo nesta missão de coordenação: o Jorge, a Sara, a Inês e, mais recentemente, a Ana e a Rosinha.
A todos por quem passei e com quem me cruzei, no grupo e nas ruas, ao longo destes 5 anos … um sorriso imenso, de peito totalmente aberto…
Sou hoje, sinto-o, uma pessoa invariavelmente um pouquinho melhor. Nas rondas e nas Famílias recebi um retorno que nunca aí esperei encontrar: um certo reencontro comigo mesma e com o caminho/missão de Vida. No FAS descobri e aprendi muito sobre as exigências das relações humanas… a imensidão, o mistério e a beleza dos homens… sobre o "Zé" da ronda, a família da “Ritinha”, a timidez do voluntário "João" e o papel do grupo na sociedade... Que consiga manter-vos sempre, sempre num lugar especial no meu coração.
Parto repleta porque só recebi, e recebi, e recebi…

“ - Onde fica o fim?
- Onde residem os inícios.”

Bem-hajam.

Raquel

segunda-feira, junho 28, 2010

Crónica das Aldeias - 05.06.2010


fitas largas amarelas por D.Alda

O passado dia 5 de Junho foi mais uma das nossas aventuras em terras de Amarante. O bom tempo há muito que tem chamado por nós, por isso, fomos mais cedo para aproveitar uns bons momentos à beira do rio no parque da praia fluvial de Larim. A refeição foi repleta de vários tipos de fruta para lembrar que o Verão se aproxima a passos largos. Depois de umas boas gargalhadas e brincadeiras iniciamos as visitas às nossas senhoras.
Nesse dia tivemos uma companhia nova (pelo menos para mim), a Beta, e lá fomos nós “palmilhar” os caminhos de Candemil seguindo fielmente os passos incansáveis da D. Aurélia. No meio de muita conversa e até silêncio para admirar as paisagens, ouvimos atentamente ensinamentos, provérbios e lengalengas, que eu já só ouço num sábado de cada mês.
“- Pedi a Deus a morte e ele disse que não ma dava. Disse-me para pedir antes a vida que a morte certa estava.”
Como é tradição a seguir damos duas ou mais de letra em casa da D. Alda. Ela contou-nos as novidades da terra, dos vizinhos e que ia cantar o salmo na missa naquele dia (Estava ansiosa!). Como ela própria diz: “a voz sai do peito e ecoa na garganta”. Nisto recordamos as gravações que fizemos em visitas passadas de músicas como as “Fitas Longas Amarelas” (música cantada pelos quintanistas de Medicina num teatro que fizeram quando ela estava internada aos 18 anos de idade).
Com muita música e boa disposição vos deixo! Não é só pelo que damos, mas também pelas boas recordações que ganhámos, que se torna difícil deixar de aparecer por uns tempos…

Mariana | Candemil

quinta-feira, junho 17, 2010

9ª Crónica das Famílias - Maio de 2010

“ O indivíduo só sobrevive pela relação.”
Carla Reigada, Formação em “Assistência e Rede Social”, Creu, 13 de Março de 2010

Este mês destacamos na nossa crónica mensal a formação em "Assistência e Redes Sociais", ocorrida no âmbito da vertente das Famílias.

A noção de que o ser humano é um ponto entre constelações e ligações permite-nos interiorizar com maior profundidade o acréscimo na necessidade de um "ponto-humano-isolado": está em estado SOS, alerta vermelho sobre a construção das suas matrizes sociais.
Quanto maior o alargamento da esfera social de cada indivíduo (relações interpessoais) mais integra é a dimensão intrapessoal do próprio ser humano. A existência de um quadro social e comunitário saudável desperta estados de saúde individual.
As pessoas que ajudamos, pessoas desamparadas e extremamente sós, serão sempre mais vulneráveis aos impactos de uma rede social descosida, esburacada ou inexistente.
Os voluntários das Famílias devem procurar desenvolver esta consciência e atender permanentemente ao aprofundamento e à prática desta acção. A ajuda na construção desse suporte social, externo e além do próprio voluntário, tem que ser um dos objectivos principais dos acompanhamentos. Uma Família em relação estritamente solitária com os voluntários é uma Família debilmente dependente, incompleta e aprisionada, e este um voluntariado deficiente e pouco esclarecido. Somos passagem – ou passagens podemos ser. A rede social de cada pessoa, porém, é parte da sua existência concreta, do seu mundo irrepetível, da sua história única. Quanto mais densa, coesa, descentralizada e distribuída maior a probabilidade de, em caso de "anomalias", não surgirem colapsos irredutíveis.
Durante cerca de duas horas de formação a assistente social Carla Reigada expôs procedimentos, direitos e deveres integrados neste tema de extrema relevância. Com exemplos práticos de casos em curso na vertente esclareceram-se dúvidas relativas à assistência médica e à assistência social. Uma formação foi muito importante e útil.

À Carla o nosso sincero agradecimento pela disponibilidade, assertividade, explicação e simpatia.

Raquel Henriques


"Linhas", de Nuno Miguel Rosa, in http://olhares.aeiou.pt/linhas_foto2435711.html

8ª Crónica das Famílias - Abril de 2010

Na crónica deste mês expomos um ponto de situação dos casos de Família acompanhados.

1) D. R. e C.
A dupla tem funcionado de modo mais coeso e dialogante. A Ana tem sido essencial na articulação destas sinergias e autonomias.
A D.R. continua a viver uma fase económica particularmente complicada e difícil. Conseguimos entregar-lhe alguns alimentos advenientes de uma doação feita ao FASrondas. Mas esta é uma solução pontual, um remendo, pelo que as voluntárias deste caso têm estado atentas aos apoios sociais a que a D. R. poderá eventualmente ter direito.
As consultas médicas também têm sido alvo de particular atenção; porém, e para desagradado das voluntárias, a D. R. faltou à última consulta marcada.
As visitas decorrem entre os habituais temas de conversas e muitos queixumes, o discurso natural da nossa querida R.. No seu espaço habitável fizeram-se simples alterações que poderão proporcionar ambientes mais felizes, higiénicos, ventilados e iluminados. A hipótese de arranjar um pequeno animal, como a D.R. revelou ser seu desejo, está a ser ponderada em grupo.
Relativamente ao c., não têm sido feitas visitas dada a fase mais exigente que a D.R. atravessa, a necessidade de consolidação deste acompanhamento e desinteresse manifestado pelo próprio c.

2) D. F.
Alguma perturbação económica derivada de atrasos muito prolongados nos apoios sociais, geradora de ansiedade na F.. A Maria João e a Sofia têm procurado inteirar-se de mais dados relativamente à rede social da D.F. (Que assistências médicas? Que assistências sociais? Que procedimentos, direitos e deveres?). Psicologicamente, e apesar desta instabilidade externa, a D.F. apresenta-se novamente mais firme e bem-disposta. Mantém o tratamento em vigor e as respectivas terapias de apoio. As visitas têm decorrido bem.

3) F. F.
Dois novos voluntários integraram finalmente esta família. A alegria foi imensa! As expectativas da Catarina e do João não foram defraudadas e os miúdos – especialmente os miúdos! –ficara, fascinados com a presença, nos encontros, de gente mais nova e do género masculino. Como tínhamos presente, confirma-se o imenso benefício da diversidade de idades e géneros no acompanhamento à F.F. Que o entusiasmo e o ânimo persistem e possam vir a ser trampolins para a recepção aberta das várias ajudas de que necessitam.
A nível escolar: as notas foram positivas, o que é de enaltecer! Prova superada. Um obrigada especial à Filomena. As explicações continuam a ser uma das principais tarefas dos voluntários.
Recentemente a F.F. mudou de residência, o que trouxe alguma variação na atmosfera familiar e nas rotinas semanais dos voluntários. Porém temos em crer que, com tempo, estas serão totalmente absorvidas e a naturalidade impor-se-á.

4) L.
Nos últimos meses muita agitação tem ocorrido em torno das ajudas neste caso. Uma das acções desenvolvidas foi a recolha de tampinhas de plástico com o propósito de reduzir o custo do equipamento terapêutico. Várias têm sido os contributos. À Rosinha, e seus alunos, um especial obrigada!
Outras iniciativas idênticas têm decorrido paralelamente, algumas ainda em curso. A assistência social da L. alega não dispor de verbas e as indicações médicas, a par do seu estado físico sem melhoras, impõem esta boa agitação. A Carla Reigada e a Sofia Rodrigues têm sido um suporte importantíssimo para a Benedita, a L. e a L.. A elas e a todos os que têm ajudado, inclusive a todos os rostos desconhecidos, o nosso sincero obrigada!
No mês passado a L. teve que ser internada de urgência. Actualmente essa situação já foi, felizmente, ultrapassada.
Entretanto a situação profissional da L. complicou-se um pouco… e agora tudo dependerá das decisões que tomar sobre o seu futuro e papel familiar.
A L. este mês completará mais um lindo aniversário!

5) L. e T.
Continua a trabalhar, feliz e entusiasmada. Os voluntários sublinham que esta situação retribui-lhe uma segurança e tranquilidade insubstituíveis.
Os encontros semanais têm decorrido entre cafés, almoços e boa disposição. A L. é uma lutadora e o T. move a sua persistência, a mudança no seu dia-a-dia e a afinação do seu coração. Desejamos que consigam continuar a percorrer este trilho.

6) M.
Num período um pouco mais incontactável, tem sido menos fácil estar com ele com a regularidade desejável. Nas conversas/desabafos que tem feito a Gabel tem percebido que o M. vive um período algo agitado por "dúvidas existenciais". Pensou-se em integrar novas pessoas neste caso mas percebemos que tal seria prejudicial ao M. Queremos que sinta, e confie, que as pessoas que o ajudam não são trabalhadores e substitutos uns dos outros, que lidam com ele por obrigação… e vão e veêm…
Entretanto retomou a medicação, entre idas a consultas com respectivos técnicos. Conseguimos também ajudá-lo pontualmente com alguns bens alimentares advenientes de uma doação feita ao FASrondas. E repensou a situação da ida para a P. da P. - veremos como decorre a experiência...
A Gabel tem feito um grande esforço para esticar o seu tempo pessoal e poder estar próxima dele nesta fase algo particular.

7) ZM1.
Têm sido meses exigentes neste caso. O Z. vive um período muito depressivo, e é no álcool e na irritação que encontra compensações para esse imenso sentimento de vazio interior. Está desencantado, sente a vida palpitar-lhe sem sentido. Verificamos que as incertezas e atrasos nos apoios sociais têm agravado estados de ansiedade e de tensão. O atraso na medicação também é um problema, psicológico e físico. As consultas médicas, por sua vez, não ocorrem há cerca de 6 meses por ausência da própria médica. As dívidas e as decepções recentemente vividas com alguns ex-companheiros da R.d.S. são os condimentos finais e picantes.
As ajudas do Miguel têm-se concentrado na companhia, na procura de uma eventual ocupação ( pesquisa até ao momento inglória) e no contacto com os técnicos deste caso, com o desejo de tentar perceber se terá direito a um pedido de reforma por invalidez, já que a sua condição física condiciona a sua capacidade laboral.
Com a família mantém a sua postura resistente e orgulhosa. Com o E. o contacto continuo que oscila entre rufias e as partilhas amigáveis.
Durante este mês completará meio século de existência!

8) ZM2.
Também o ZM2. ultrapassa um período complexo e delicado. Temos em crer que terá muito provavelmente retomado os consumos. A distância que subtilmente mostra à Sara e à Inês, o perceptível desejo de afastamento, as conversas com lacunas e contrariedades facilmente detectáveis, as rotinas diárias em ambientes menos adequados, as conversas sobre temas da actualidade que servem de bóias de salvação aos temas pessoais, são para nós indicadores de que algo se passa...
O grupo sente que é hora de deixá-lo autor "autónomo e solitário" do seu próprio caminho. As voluntárias, juntamente com a coordenação, ponderam a alteração dos encontros para uma rotina excepcionalmente quinzenal. A nossa intenção é a clara transferência da responsabilidade e da iniciativa/ poder de decisão para o ZM2., criando uma janela temporal que poderá ajudar a perceber melhor todos os sinais, gerar novas necessidades e dar-lhe o espaço que parece exigir. O estado, esse, será sempre um estado de alerta e uma postura de reflexão de "dentro-para-fora", ou seja, uma postura que permite decidir em função do que verdadeiramente acreditamos ser o melhor para ele.

Por fim assinalamos a eventual solicitação da associação "Vida Norte" para novos apoios e a "transferência" do Sr.JC. das visitas dominicais do FASrondas para o acompanhamento nas famílias. Já tudo está a ser preparado para recebê-lo com o peito plenamente aberto.
Entretanto recebemos duas voluntárias novas, a Maria Lima e a Catarina Castelo-Branco. Às duas as nossas Boas-Vindas!

A todos uma boa semana,

Raquel Henriques

quarta-feira, junho 16, 2010

Crónica das Aldeias - 23.05.2010

Depois de uma semana de trabalho, chegou um fim-de-semana bem soalheiro e mais uma visita às aldeias.

Sugeriram um local diferente do habitual para almoçarmos… Fizemos o piquenique num sítio calmo, com uma pequena cascata e uma lagoa. No final do almoço, depois de descansarmos um pouco e da habitual ida ao café partimos para as nossas visitas.

Cada grupo partiu para a sua aldeia e eu fui com o meu padrinho (destas andanças :-) ) até Bustelo. Começamos pela casa da D. Pedra mas mais uma vez ela não se encontrava em casa e ainda não foi desta que a conheci. Depois visitamos o Sr. Aurélio e a D. Emília, que se encontravam com as suas filhas, e lá estivemos na conversa… Até que olhamos para o relógio e era hora de continuarmos as nossas visitas. Fomos à procura da D. Fernanda, mas esta senhora cheia de vida, não se encontrava nem no campo nem em casa. Seguimos caminho e passamos pelo café para tomarmos uma água, porque o calor era muito e a sede também. :-) A D. Celeste estava à nossa espera com outra senhora lá da aldeia. Falamos sobre emigração, saúde mental e quando demos conta já estávamos atrasados para a última visita. A D. Celeste encheu-nos as garrafas com água e seguimos viagem até à D. Maria. A D. Maria lá estava sentada na varanda toda catita com o seu fato de treino verde. A nora desta senhora veste-a sempre com cores alegres e com acessórios a combinar. Recebeu-nos toda bem-disposta mas o tempo que estivemos com ela foi muito pouco. O tempo que passamos com estas senhoras e senhor pode não ser muito, mas vale sempre a pena e aprendemos sempre alguma coisa com as histórias que nos contam.

Regressamos a casa com o coração a transbordar de alegria e aposto que não foi só o nosso coração… o deles também.

Abraço Hospitaleiro,

Sónia Cristina Serra | Bustelo

quinta-feira, junho 10, 2010

7ª Crónica das Famílias - Março de 2010

Por vezes questionamos a importância de reunirmos mensalmente os voluntários da vertente das Famílias, dada a autonomia conferida aos voluntários na organização das visitas e à disparidade dos casos acompanhados.

Lembro-me da reunião da vertente no mês de Abril, na qual a partilha dos casos surgiu quase espontaneamente, suscitando interesse por entre todos os voluntários presentes. Apesar da particularidade de cada caso, é inegável a existência de questões transversais: a carência e dificuldades de gestão financeira, o desconhecimento dos apoios disponíveis e adequados, a solidão, a falta de auto-estima...

Contribuir para o bem-estar das pessoas que acompanhamos, promovendo o seu desenvolvimento integral, pressupõe a tentativa de nos mantermos informados e atentos, em prol das necessidades das pessoas que visitamos, daí realço não só a importância dos momentos de formação, como também da interacção entre os voluntários.

A troca de experiências enriquece. Não há verdades absolutas, nem soluções exactas quando lidamos com pessoas, mas há caminhos paralelos com circunstâncias similares e sobretudo mais pessoas a pensar em conjunto. Acredito no FasFamilias como uma equipa pois, fundamentalmente, creio num objectivo comum, embora direccionado para cada caso em concreto.

Em suma, pergunto-me se seria possível FasFamilias sem os encontros mensais, pois creio que sim... Mas, com certeza, não seria a mesma coisa!!!

(Obrigada a todos os voluntários pelo empenho e envolvimento que têm colocado nas reuniões e, especialmente, à Raquel pelo esforço na preparação das mesmas.)

Ana Malheiro

terça-feira, maio 25, 2010

Crónica das Aldeias 08.05.2010

Sábado, 8 de Maio

Já passava das 11h30 quando os carros deixaram o Porto rumo a mais uma missão nas aldeias. Atrasados como sempre. Cheios de comida também. Até aqui nada de novo. Excepto o sangue novo: Maria João, Ana e Lúcia (Esta é apenas uma de muitas apresentações que vamos ter que fazer ao longo do dia, quem sabe dias, semanas talvez). Também pouco importa o nome. Faz falta é gente com vontade de ajudar. E isso não falta no FAS.

Vamos identificá-los pelas aldeias, talvez seja mais fácil (Ansiães, Basseiros, Bustelo e Candemil). Chega a haver uma espécie de competição saudável: "A minha aldeia é melhor que a tua". Mas não há prémio. Um sorriso do outro lado basta para confortar a viagem de 70 quilómetros até Amarante.

Hoje é dia do Grupo B fazer a habitual visita às aldeias. Hoje é dia de visita no feminino. Hoje é a nossa segunda vez. Se a primeira foi difícil? Não. Fomos recebidas de braços abertos pelo grupo e pelos idosos. "Vinha um pouco receosa, mas fui muito bem recebida. Hoje já me senti em casa", conta Lúcia. "Estava indecisa em ir para os séniores e não fui, porque gostei da experiência", continua Maria João. A jovem enfermeira gosta do convívio, da experiência que os idosos transmitem, das expressões que utilizam.

"Tive a sorte de ter elementos óptimos, bem-dispostos, faladores. São muito bem-vindos. Trazem uma boa energia ao grupo", diz Margarida, outra voluntária, nestas andanças desde o início do ano.
Até agora tudo bem. Ninguém quer desistir. Durante a viagem, até se discutem ideias novas para dinamizar as visitas.
O dia está cinzento. A chuva parece não dar tréguas. A temperatura ronda os 10 graus. Hoje, o habitual almoço de partilha terá que ser na varandinha da Associação de Candemil, que serve para acomodar quiches, rissóis, folhados, pizza e muitas outras iguarias. (Por favor não tragam mais rissóis). Quiches e bolos caseiros aceitam-se. (Maria João, o bolo não estava mau, mas se estivesse um bocadinho menos seco …)

São 14 horas. É tempo de ir levar um pouco de nós aos idosos das aldeias. Em Basseiros, reina o silêncio. Não se vê vivalma nas ruas. Está frio, chove. O tempo não convida a grandes passeios. Foi à porta de casa que encontramos a Dona Celeste. Há duas semanas estava na eira, com a cunhada, as amigas e as vizinhas.
Cantou para nós, contou histórias do tempo em que casou, mostrou a fotografia do vestido de noiva que envergou. Hoje paira-lhe uma tristeza maior. O tempo não ajuda. As pernas e o coração também não. Esta semana passou mal. Falou das maleitas dela e dos outros. Nós ouvimos atentamente. Agradeceu a visita. Sorriu. Missão cumprida.
Próxima paragem: Dona Dulce. "Está a dormir. Está muito cansada", justifica o marido, que tão bem receber sabe. Teve de ir ao hospital. Mais um problema de rins. Deixamo-la descansar, enquanto o marido explica como ela tem passado desde a última visita. Das maleitas, rapidamente a conversa estende-se aos telemóveis da nova geração e às famílias de antigamente.
A dona Dulce é irmã da dona Arminda (visitamos regularmente também). Casaram com dois irmãos. "Naquela altura era mais normal casarmos aos pares", conta a rir o marido da dona Dulce.
A cunhada, que soma mais de 80 anos de vida, faz-lhe companhia. A única coisa que perdeu foi a visão. Tudo o resto o tempo não levou. Espalha boa-disposição, simpatia e muita sabedoria que só o povo conhece:

"Eu pedi a morte a Deus,
Ele disse que não me dava,
Que lhe pedisse antes a vida,
Que a morte certa me estava", conta com boa-disposição.

A visita hoje foi curta (algumas idosas não estavam na aldeia e outras não nos puderam receber). Mas não damos a viagem por perdida. Lembram-se do sorriso da Dona Celeste? E do ditado popular da Dona Arminda? Nós também. E, por isso, vamos voltar.

17 horas. É tempo de fazer o balanço da visita de hoje. No momento de partilha lembramos o Jorge. As idosas também não o esqueceram. Ainda hoje perguntam por ele. Rezamos por ele, que está algures no Quénia. No final, não resisti: "Desculpem, quem é o Jorge"? Todos riram. "O Jorge é um dos fundadores e impulsionadores do projecto". Esclarecida. Um bem-haja ao Jorge por iniciativas como esta.

P.S.Desculpem se exagerei nos pormenores. Tenho vontade de descrever tudo. É tudo novidade. Cada sábado é uma descoberta.

Ana Oliveira | Basseiros

terça-feira, maio 18, 2010

Crónica da Ronda da Batalha - 09.05.2009

Estava uma noite bastante agitada com a victória do Benfica… Apesar de estarmos na cidade do Porto, existem por ai muitos benfiquistas escondidos! Assim, para além de todo o barulho e trânsito devido aos festejos, estavam também algumas ruas cortadas, como a rotunda da boavista e a rua de Júlio Dinis, que fazem parte do percurso habitual da ronda da Batalha.
O primeiro a ser visitado foi o Sr. F, que quando lá chegamos estava quase a adormecer e, por isso, não mostrou grande interesse em conversar e disse que queria dormir. Nem nos chegamos sequer a cumprimentar. Deixamos então o saco e seguimos viagem.
De seguida fomos ter com o N e o C, que dormem no mesmo local, na rua de Júlio Dinis. Como a rua estava cortada, tivemos que andar um pouco a pé… mas, afinal, o que é que nós não fazemos pelos nossos meninos! Quando chegamos demostraram-se um pouco surpresos pois achavam que já não os íamos visitar por causa de toda aquela confusão. Conversamos sobre variados temas, desde futebol, N estava feliz com o resultado e C nem por isso e este último tinha o apoio de todos os elementos do nosso grupo ( somos todos do FC Porto!! ); passando por culinária e também sobre a situação em que ambos se encontram.
C, tem à quase um mês, a oportunidade de regressar a casa da mãe, visto que esta regressou de Andorra para Portugal mas, continua na rua… As justificações que nos deu para este facto foi o medo e também o facto de não querer deixar o seu amigo sozinho. Esta última razão é mais uma fuga para não voltar para casa.
N continua à espera que lhe arranjem um quarto. Já faz algum tempo que se encontra nesta situação, que parece não se resolver…
Na nossa última paragem, das três pessoas que costumámos visitar, apenas encontramos duas:  J e M. São ambos do benfica, por isso, dentro do possível, estavam satizfeitos com o resultado.
J parece ter-se conformado com a sua situação, não tendo nenhuma vontade ou, na opinião dele, motivo para mudar de vida. Assim, torna-se uma tarefa bastante difícil para nós fazer com que ele mude de atitude.
M já tem uma posição diferente da de J. Tem vontade de procurar um trabalho e sair da situação em que se encontra. Mas ainda não conseguiu arranjar nada…Despedimo-nos de M, dando-lhe alguma esperança, motivação e também alguns conselhos para continuar a tentar mudar de vida.
Assim, terminou a nossa ronda…

Pia

segunda-feira, maio 10, 2010

Crónica das Aldeias - 24.04.2010

Olá outra vez!
Para quem não me conhece sou a Joana, tenho 19 anos e faço parte do FAS-Aldeias há quase 2 anos.
Adoro fazer estas visitas e vou e venho sempre muito entusiasmada, mas desta última vez foi bastante especial. Antes de mais, já não ía há algum tempo, porque tenho estado muito ocupada com projectos da faculdade e, portanto, voltar a ir e estar com as nossas tias foi óptimo – já estava mesmo com saudades – e ainda por cima por se tratar de uma ida dos dois grupos (A+B).
Durante a viagem viemos a conversar sobre aquilo que fazemos (estudar, trabalhar em áreas como jornalismo, enfermagem, transportes, educação) e adoro como temos vidas completamente diferentes, mas todos vimos pelo mesmo motivo!
Éramos muitos e, já em Candemil (uma outra aldeia de Amarante), fizemos um piquenique de alto nível: desde os já habituais folhados e salgados variados às quiches, bolos, fruta, o famoso tomate e a grande estreia: arroz de pato! Com esta grande refeição, a apresentação das novas voluntárias, as piadas do Adriano e as tentativas de organizar um próximo jantar com todos os voluntários, estávamos já carregados de baterias prontos para animar e fazer companhia às nossas tias e tio de Amarante.
Cada um foi para a sua respectiva aldeia e, desta vez, fui só eu e a Maria João (nova voluntária) para Ansiães, porque o resto do grupo aproveitou para ir visitar um casal que antes visitávamos, mas que está agora num lar.
Gostei muito desta ida, pois conseguimos mesmo estar com as "nossas" senhoras, a conversar e a rir, e é obvio que o facto de trazer uma novidade (nova voluntária) ajudou, especialmente por se tratar de uma enfermeira. Claro que o inevitável assunto das doenças foi abordado e foi engraçada a forma como a Tia Rita e a Tia Aldina falavam com a Maria João. Entre doenças, família e os muitos filhos e suas vidas, a experiências passadas e programas de televisão, ficar sem tema de conversa foi impossível! Adoro a forma determinada com que nos expõem os seus pontos de vista e nos contam um pouco da sua madura experiência de vida, sempre cheias de fé em Deus.. É admirável!
Depois de já quase três horas de visitas, juntámo-nos todos e antes de partir para o Porto partilhámos alguns dos momentos do dia: confesso que fascino sempre que um de nós fala nesta parte, pois é espectacular a forma exaltada e inspirada com que o fazemos – realmente ajudamos e aprendemos muito! E desta vez como o grupo estava muito bem representado o impacto e a nossa marca naquelas vidas pareceu maior.. Espero que assim o seja, pelo menos nas nossas foi de certeza!!

Joana Leite de Castro | Ansiães

terça-feira, abril 27, 2010

Crónica das Aldeias 10.04.2010

Hoje escrevo para partilhar o sentimento de pertença ao FASRondas, em particular na vertente das Aldeias.

Para além das paisagens maravilhosas do Marão, e do convívio que se gera pelo facto de fazermos a viagem juntos e partilharmos o almoço, existem as pessoas das aldeias que visitámos que nos unem e nos permitem esta identificação como Aldeões!

Apenas posso dizer que trago sempre muito mais do que aquilo que levo, trago tranquilidade, paz e um enorme sorriso por tudo o que recebo, da natureza, das conversas partilhadas com os meus queridos aldeões e, especialmente das nossas queridas senhoras e senhores, que nos vão contando deliciosas histórias das suas vidas compridas e muito cheias de coisas boas e coisas menos boas, mas preciosas.

Depois da partilha em Bustelo, e no regresso ao Porto, sinto sempre uma enorme gratidão pelo dia e por todas as pequenas e maravilhosas dádivas que o dia me foi ofertando.

Gostaria de deixar, hoje aqui o meu agradecimento aos meus queridos companheiros aldeões, porque tudo isto apenas é possível porque o grupo se empenha em concretizar!

Sara Gonçalves | Candemil

quarta-feira, abril 14, 2010

Crónica Aldeias - 20.03.2010

O dia estava chuvoso, de tal forma, que estivemos uma parte da nossa visita debaixo de um telheiro, a aguardar que passasse um grande aguaceiro. Nesta altura estávamos na companhia da nossa querida D. Fernanda. Enquanto a chuva caía fomos comendo umas tangerinas bebés que eram uma delícia. A D. Fernanda encarregou-se logo de fazer um caminho para a água passar sem alagar o terreno. Acompanhamos a D. Fernanda a casa e ela mostrou-nos a obra que tinha feito na antiga adega - as paredes todas caiadas de branco por ela, e num curto espaço de tempo! Esta senhora tem uma força!... :) Mostrou-nos ainda mais umas vassourinhas que tinha feito com as giestas. Pedimos-lhe para nos arranjar umas tarefas agrícolas para nas próximas visitas pormos as mãos ao trabalho.


Estivemos também com o nosso querido casal - D. Emília e Sr. Aurélio - a D. Emília estava muito bem disposta neste dia, nunca a tinha ouvido a falar tanto, se calhar foi para contrapor o Sr. Aurélio que infelizmente estava muito queixoso da parte digestiva. Ficamos preocupados com ele e esperamos que melhore rapidamente. A D. Emília só dizia para ele não se queixar a nós - "Eles não são médicos", dizia ela.


Quanto à D. Maria continua a contar as suas histórias, pois silêncio não é com ela, tem sempre alguma coisa para dizer... Normalmente começa por se queixar mas depois entra numa amena cavaqueira e não há quem a pare! Desta vez rimo-nos com algumas confusões, contudo a D. Maria é que conduz a conversa e a nós cabe-nos o papel de a ouvir e tentar entender e corrigir quando necessário! Estava a cismar com a mão que não mexe, mas que já apresenta algumas melhorias, graças à ginástica que vai fazendo. Quanto à nora trata-a como se fosse a mãe dela, o que nos dá muito conforto a todos.


Finalmente a D. Celeste - Estivemos com ela dentro de casa, à mesa, e como tal começamos a falar de gastronomia, das massas que ela gosta mais e pelo que consta quando se dedica faz uns ricos petiscos. Queixou-se de cansaço, mas achei-a mais gordinha, sinal de que tem alimentado melhor. Sempre simpática, foi uma visita rápida, mas onde falamos de diversos assuntos, para variar do tempo!

Até à próxima Bustelo!

Saudades,

Sofia Meister

quinta-feira, abril 01, 2010

Crónica dos Séniores

Esta primeira crónica apresenta alguns voluntários e alguns dos nossos “Velhinhos”


D. Conceição Sr António D. Florentina

Começamos a nossa actividade, enviando esta mensagem aos voluntários inscritos na vertente, com os primeiros objectivos:

Olá voluntários/as

Boas vindas pela vossa magnífica disponibilidade de em conjunto colaborarmos na melhoria da qualidade de vida e disposição de um grupo de 15 a 20 idosos que frequentam o “ Centro de Dia Bom Pastor” (Porto).

A nossa alegria faz “ milagres” nestes idosos cujos olhos brilham quando nos vêm chegar e que ficam igualmente alegres quando partimos pois sabem que lá iremos na semana seguinte.

O nosso pedido inicial é que ponderem as vossas disponibilidades efectivas e nos digam quando e quanto podemos contar com vocês – pois que depois do vosso acordo contamos MESMO com vocês.

A Manela e o Raul tem de momento a coordenação desta vertente que se pretende ,nesta fase inicial, seja de uma visita semanal ao centro.
Já iniciamos o projecto há um ano e esta experiência deu-nos algumas rotinas que tem vindo a resultar e que vamos continuar a implementar e melhorar.

Sem grandes formalidades e reuniões propomos que comecem a aparecer no Centro de Dia nos dias de visita e a partir daí em conjunto vamos planeando e melhorando o nosso trabalho.

Dias de visita:
Terça- Feira das 14,30 ás 16 horas
Quinta- Feira das 10,30 ás 12 horas

Ficam os nossos contactos para qualquer esclarecimento:
Manuela – 967096601/938525299
Raul – 939526892
Obrigada por todos eles e um abraço

Depois disto... mãos ao trabalho... e aí vamos nós... !!!

Crónica da Ronda dos Aliados - 28.03.2010

Uma imagem vale mais do que mil palavras…


A partilhar Amor em estado líquido…

Tudo o que não se der, perde-se…” Saint-Exupéry



Maria João, Joana & Guilherme

quarta-feira, março 31, 2010

Crónica das Famílias - Janeiro de 2010

O ano novo chegou com um novo tempo também na nossa vertente: preparamos a integração dos mais recentes voluntários nas primeiras visitas a casos de família já acompanhados, bem como preparamos a captação de novos apoios para a coordenação da vertente

O ano anterior fechou com dinâmicas de alegria, de conquistas e de obstáculos, com a identificação de algumas fragilidades que podemos agora procurar melhorar.

Internamente buscamos encontrar neste novo ano um grau  cada vez maior  de responsabilidade no modo como cada um de nós cumpre os compromissos de voluntariado que abraçou. Não nos cansamos de repetir o quanto é importantíssimo que nos mantenhamos em contacto e em partilha com todo o grupo que constitui a vertente, bem como o quanto é imprescindível a nossa regularidade nas rotinas das visitas semanais às pessoas/famílias que ajudamos.

Este é um ano onde nos desafiamos a todos a dar um passo em frente relativamente a estes dois aspectos da nossa acção.

E esta é a mensagem que pretendo deixar nesta crónica de abertura de 2010.

Só juntos e presentes poderemos dar cada vez mais de nós a quem mais de nós precisa.

Que seja um ano de construção de alegrias!

Raquel Henriques

Crónica das Famílias - Fevereiro de 2010

"É só isto que fazemos…", dizia-me a Teresa com um sorriso aberto, que consegui ver, apesar do escuro e da pressa dos seus passos. Terminara a visita à L. e ao T., num agradável café novo na baixa, recomendado pela primeira. L. sentia-se em casa e nós fazíamos parte …

Falou-nos do trabalho novo, como já estava ambientada, dos progressos do seu pequeno T. como qualquer mãe realmente orgulhosa do seu filhote. Colocava muita energia nas suas palavras e os assuntos encadeavam-se sem querer.

Talvez tivessem passado duas horas sem que déssemos conta, entre a troca de ideias, a vivacidade das conversas e as brincadeiras do T. ,típicas de qualquer criança de quatro anos. L. não se deixava perturbar e manifestava ânimo e segurança no seu caminho e os seus olhos transmitiam paz. "Mas nem sempre foi assim", disseram-me, posteriormente, a Teresa e a Sara, voluntárias deste caso. Alegro-me por um presente mais leve e desejo que se mantenha no futuro.

Ás vezes esquecemo-nos da importância do "ouvir", sem preconceitos, nem julgamentos, sem moralismos nem ensinamentos, o simplesmente "Estar para". Na verdade, o nosso só pode valer muito para as pessoas que visitamos.
Obrigada L., T, Teresa e Sara pela aquele fim de tarde de sexta-feira.
Ana Malheiro

segunda-feira, março 22, 2010

Crónica das Aldeias 06.03.2010

Tanto se aprende e traz destas visitas ao sopé do Marão… Histórias de vida, recordadas a par e passo, em cada visita, por entre um frio gélido e um vento cortante que insistem em não dar tréguas às gentes da serra.
Com a D.ª Ondina, que nos recebe quase sempre na sua cama, porque o frio não dá para muitas aventuras, reaprende-se a geografia do planeta, geografia essa onde apenas contam coordenadas de memórias e afectos. Descobre-se um país onde apenas entram caminhos de Amarante a Portimão (de onde partem os barcos para a Madeira…), de Lisboa (onde vão abrindo bairros e mais bairros) ao Estrangeiro (que parece que começa e acaba em França), até ao fim do Mundo que (acaso ainda não tenham percebido) já foi há uns anos atrás.
Com a nossa querida D.ª Rita, a geografia é outra. A das vivências que ficaram, do amor sempre presente de filhos, netos e bisnetos na vida desta menina-avó, figura frágil, alma e coração de diamante, resistentes aos altos e baixos de uma, já longa, vida. É ela que nos acolhe no calor da sua lareira, fogueira a arder para nos aquecer e aconchegar em cada visita.
A D. Aldina é açúcar, doçura no olhar, sentir intenso nos braços que nos enlaçam a cada chegada e partida, como que a lembrar que somos parte da sua vida, a lembrar a responsabilidade que nos cabe de manter estes sorrisos luminosos e abertos no sopé do Marão.

Vanda José e Hugo Andrade | Ansiães

terça-feira, março 09, 2010

Sessão de esclarecimento . Novos Voluntários . 16Mar | 20h

Olá!

No dia 16 de Março, às 20h00 realizaremos uma sessão de esclarecimento para potenciais interessados em integrar o grupo. A sessão decorrerá no CREU.

Se estiveres interessado (a) envia por favor um e-mail para fasrondas@gmail.com

Até breve!

P´FASRondas

Sara Gonçalves

segunda-feira, março 08, 2010

Crónica Aldeias 20.02.2010

Cada dois sábados por mês temos uma bela oportunidade de esquecermos os problemas e nos dedicarmos simplesmente a ouvir os outros. Nós usamos uma expressão muito engraçada para referir as pessoas que visitamos, que é "as nossas velhinhas", acho que este termo reflecte o carinho que vai crescendo à medida que passamos mais tempo com elas e as conhecemos melhor.
As minhas senhoras são umas lutadoras e no último sábado até discutiram por causa de política. A D. Alda tem uma força invejável e é difícil parar de rir quando ela está por perto, simplesmente não tem "papas na língua".
A D. Aurélia, ao contrário dos outros dias, neste sábado, não nos levou para o passeio habitual (o frio também não ajudou muito). Mas esta senhora de 95 anos tem cá uma genica que nos leva a passear durante uma hora sem se cansar. Faz pensar que a idade não significa mesmo nada!
Uma coisa engraçada nas visitas são as palavras e conceitos novos que aprendemos como o que é um "guarda-pé" e qual o significado das velas da paz que se acendem no Natal.
Vemo-nos pelas aldeias de Amarante!


Mariana Cunha - Candemil

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Crónica das Aldeias 06.02.2010

Curiosamente começo a escrever esta crónica enquanto subo o Marão em direcção a casa. Olho para a serra pontilhada de luzes e tento localizar Bustelo... Essa aldeia longínqua à qual o nosso caro Adriano ainda não consegue chegar sem GPS (e já lá vão sete meses)!
Penso se estará a D. Fernanda em frente à lareira a imaginar o seu novo portão para não ter que dar mais corridas aos intrometidos que se "penduram" à sua porta...
E o Sr. Aurélio, sempre atento às intrigas políticas e ao futebol, será que hoje conseguiu voltar a admirar a "estrela" D. Emília como quando a conheceu?
E que novidade, a partir da sua varanda com a sua toilette sempre impecável, teria hoje a D. Maria para nos contar?
E será que a D. Celeste teve hoje a visita dos seus filhos e netos dos quais fala com tanto carinho?     
Assim recordo a última visita à aldeia de Bustelo onde tenho sido sempre tão bem recebida por todos os que visitamos e pelos meus companheiros de Rondas…

Teresa Monjardino | Bustelo

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Crónica dos Séniores Janeiro de 2010

As visitas têm decorrido num ambiente muito afável e de uma forma bastante positiva. De facto temos sido muito bem acolhidos pelas nossas queridas amigas que nos recebem com muita alegria e no final de cada visita agradecem-nos sempre muito pelo tempo que passamos com elas. Sentem que durante o tempo que lá estamos as acarinhamos, lhes damos atenção, importância e tentamos proporcionar-lhes alguns momentos de alegria e distracção. Normalmente quando chegamos cumprimentamos todas individualmente com um enorme beijo e abraço, tentando depois perguntar a cada uma como tem passado desde a última visita. Levamos uma lista de músicas tradicionais portuguesas do tempo da nossa infância e com elas cantamos. Numa das visitas estivemos a jogar o jogo das cartas com perguntas sobre diversos temas (provérbios, adivinhas, nomes de cidades, curiosidades, entre outros) que tem por objectivo ir recebendo pontos por cada resposta acertada, ganhando quem reunir maior número de pontos. A maioria participa com bastante agrado e entusiasmo e até mantém um certo espírito de competição, tentando antecipar-se umas às outras nas respostas. Por vezes até "se pegam" por haver respostas ao mesmo tempo ou quando alguma responde fora da sua vez. Há uma, a D. V., que embora seja das mais velhas (86 anos) é a que mais se destaca em todo o grupo, por responder muitas vezes acertadamente denotando uma boa memória e rápido raciocínio (até lhe dizemos que parece uma enciclopédia). É por sinal das que nos preocupa um pouco pois soubemos que vive sozinha e não tem família nenhuma. De qualquer modo estamos a analisar se a poderemos ajudar de alguma forma. Depois do jogo das cartas fizemos o habitual momento de ginástica em que algumas não participam preferindo estar sentadas. Seguimos normalmente um plano com exercícios próprios para séniores que a Manuela arranjou. Na segunda visita, para além das músicas que cantámos, estivemos a jogar o jogo do Uno praticamente todo o tempo, tendo como líder do jogo o Sr. A. (um dos dois elementos masculinos deste grupo de séniores).
Por agora é tudo. Resta-me acrescentar que já temos com elas uma relação de grande carinho e que as levamos no coração sempre que saímos de lá.
Um grande abraço.
Fátima

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Crónica da Ronda da Batalha - 31.01.2010

Noite fria de Inverno… Arrancamos com toda a vontade de "aquecer" a noite aos nossos amigos!

O Sr. F estava para poucas conversas… disse-nos que tinha gostado muito da prenda de Natal, ficou uma camisola e um casaco para se aquecer, mas disse-nos que entretanto queria dormir – desejou-nos uma boa noite e seguimos viagem.

Já o nosso querido Sr. Fr estava todo enroladinho nos cobertores e disse que estava tudo bem, mas pediu delicadamente que fossemos embora.

Rumamos para ir ao encontro do N. mas infelizmente não o encontramos lá… Terá entrado num tratamento? Terá ele fugido de responder às nossas perguntas de ajuda? Vamos aguardar pela próxima semana, uma vez que não temos um contacto para saber dele.

Ora quem encontramos de seguida? O P. que ficou radiante com o saco cama, com o casaco… e o melhor de tudo o BOLO REI - é bom agradar quem menos pode, mas neste caso o P. é exigente, brincalhão e espertalhão! Desta vez até olhou para o João e lhe disse ele tinha estilo de segurança ihih, enfim.. dois dedos de conversa, tentativas para que o P. tente procurar um novo rumo!

Terminamos a noite sem ver o M., mas o J. com pressa para ir para Estarreja… Vamos esperar realmente que o J. ouça um pouco alguns dos nossos conselhos, pois até hoje… Mas pode ser que "água mole em pedra dura tanto bate e talvez fure"… Esperemos ter resultados positivos, pelo menos tentamos trazer um pouco de alento nestas noites!

Até uma próxima crónica

Sabina

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Crónica da Visita às Aldeias - 23.01.2010

Encontrámo-nos no local combinado, em frente à igreja Nossa Senhora de Fátima, por volta das 11 horas para seguirmos para Amarante. Saída por volta das 11:25, com alguns atrasos. Precisamos de melhorar este aspecto…

Estava um bonito dia, chegados a Candemil muito animadas, montamos a "tenda" do almoço, fizemos as respectivas apresentações, "velhas" e novas (não em idade... mas em funções). No durante do repasto e coitada da Cláudia, fomos informados da distribuição dos novos elementos pelas aldeias.

Por volta das 14:00 lá seguimos nós para o objectivo que nos levava a estas bandas tão bonitas. Eu fiquei no melhor grupo, claro o nosso é sempre o melhor, a aldeia de Basseiros, juntamente com o Marcelo, o Diogo e a Ana (elemento residente da aldeia) que foi uma ajuda super importante...que nos indicou o local... apresentou-nos as bonitas senhoras e nos acompanhou o tempo todo.

A primeira casa visitada, foi a Tia Maria e a Tia Deolinda, as senhoras falam pouco, o que torna um pouco difícil o diálogo. Esta casa tem sempre gente, a filha e a neta que cosiam sapatos. De repente aparece um Neto de férias em Portugal que não se calava.

O Diogo mostrou umas fotografias tiradas lá (muito bem apanhadas por sinal) assim como foram tiradas mais umas fotos para ser feito um quadro de cada uma a pedido do neto. Na hora da saída, apareceram mais duas visitas, duas caras bem dispostas.


A seguir visitamos a Tia Hermínia muito presenteira com uma casinha bem bonitinha, cheia de vida e dinamismo... estava lá por acaso, (claro está, para nos receber), pois geralmente vai passar o fim-de-semana a Amarante a casa de um neto.

A terceira senhora a visitar não estava em casa, por isso seguimos caminho, subindo aquela ladeira e... ai Jesus que me ia dando a sofeca... lá chegamos a casa da Tia Dulce. Fomos recebidos, pelo marido e filha. Da última vez que lá estivemos (Janeiras) ela estava de cama, hoje encontrava-se na cozinha, sentada na sua cadeira, um pouco mais faladora... mas desanimada com a vida...

O que mais me marcou nas visitas é a atitude das senhoras, com excepção da tia Hermínia, todas elas falam pouco, estão tristes... desanimadas, parece que esperam a hora de ir...
Bem tudo passou muito rápido, eu gostei muito.

Obrigada meu Deus pelo dia que passei!!

Margarida Macedo | Basseiros