segunda-feira, maio 14, 2012

Crónica da ronda da Boavista 29.04.2012

Compromisso.
Enquanto voluntários, enquanto cidadãos, enquanto trabalhadores ou estudantes assumimos compromissos, compromissos perante outros e perante nós mesmos, porque de nada adianta assumirmos um compromisso com outros quando não assumimos esse compromisso connosco.
O compromisso e a dedicação a um projecto está proporcionalmente ligado à nossa motivação, motivação essa que podemos trabalhar e devemos informar os que nos rodeiam quando começarmos a sentir a desmotivação para que sejamos ajudados.
Isto porque desistir de algo que gostamos nunca é fácil mas dedicação sem motivação também não resulta e estaríamos a prejudicar mais do que ajudar.
Compromisso, partilha, dedicação, alegria, confiança, diálogo... palavras tão presentes no nosso dia-a-dia e nas nossas rondas. Cada uma delas nos faz pensar no que fazemos e todas elas podem ser resumidas numa só: Voluntário.

Mónica Vieira

quarta-feira, maio 02, 2012

Crónica dos Imigrantes

Neste manhã cinzenta de 24 de Março juntou-se novamente o grupo, desta vez para uma visita ao Porto Antigo – Porto Medieval. Um grupo curioso já que além de mim, do Manel., L., J.,P., e a B., juntou-se a nós o pequeno W., que dormia no seu carrinho de bebé todo-o-terreno.
A nossa viagem começou pelas ruas de S. Bento da Vitória, antiga Judiaria do Porto, que segundo as palavras do Manel, se criou no século XIV, onde o rei invocando motivos de segurança, mandou transferir os judeus,para os concentrar dentro de muros, no topo do Morro do Olival. No mesmo local, encontrava-se uma antiga Sinagoga, que deu lugar ao Mosteiro S. Bento da Vitória. Daqui, prosseguimos, sob a alçada dos olhares curiosos de todos, para um dos mais belos miradouros da cidade do Porto - o Miradouro da Vitória. O P. não deixou escapar a oportunidade, e como nosso fotógrafo de eleição, registou todos os ângulos possíveis da paisagem. Depois de cada um absorver um pouco do magnifico quadro, lá fomos nós pelas escadas (longas e infinitas) da Vitória.
Passamos pela Rua da Bolsa, e pela antiga e histórica Rua do Infante, que começou a ser aberta (mais uma vez pelas palavras sábias do Manel) no século XIV, (antiga Rua Nova), e levou cerca de cem anos a ser concluída. Como ligava a Rua dos Mercadores ao Convento de São Francisco, era um eixo de circulação paralelo à margem ribeirinha e zona de intenso comércio. No entretanto, apesar da viagem sobre vários percalços (o carrinho foi carregado, subiu, desceu, escadas acima e escadas abaixo) o pequeno W. dormia sossegado.
Finalmente chegamos ao eterno cais, confesso que o meu lugar preferido do Porto, e a julgar pelo olhar de quem nos acompanhava, não era o único, ou certamente se tornou o lugar preferido de alguém. Aqui estacionámos (finalmente) um pouco, e tornou-se fácil conversar, por a conversa em dia, ou conhecer um pouco mais de quem pouco se conhece.E finalmente o pequeno W. acordou!
De energias recarregadas, começamos a subida íngreme pelas antigas e históricas ruas, da Ribeira até à Sé, passando pela Rua escura. Chegando à Sé, enquanto alguns visitavam a catedral, o pequeno W., agora desperto, fazia as delícias de todos. Nada melhor do que uma criança para enternecer o coração de todos. Desta feita,fomos à procura da Igreja de Santa Clara (que numa visita anterior não nos foi possível visitar). E valeu bem a pena, pois é uma igreja do século XV, que no seu interior, tem uma das mais bonitas peças em arte de talha dourada que já vi. À saída não esquecemos a foto da praxe, com a igreja como pano defundo.
Terminada a visita, fizemos o percurso inverso (com atalhos pelo meio), com boa disposição, boa conversa, e na brincadeira com o desperto W.
E assim se passou esta manhã de sábado, mais uma visita, mais uma boa conversa que não se esquece. Ate já...
David

CRÓNICA DOS IMIGRANTES 22 ABRIL 2012

Neste dia, na saída estava programada a visita ao Museu dos Transportes. Lá nos encontrámos depois do almoço. Encontrei o D. a apanhar sol cá fora, e perguntei pela sua perna que lhe anda a pregar partidas e a impedi-lo de nos acompanhar. Falámos da Guiné que anda numa situação complicada e da família que lá está e que o preocupa. Partimos, desta vez, todos nos conhecíamos, e a conversa surgiu naturalmente. Tivemos pena do pequeno W e a sua mãe não nos acompanharem, mas o percurso era difícil, com escadas um pouco ingremes para andar com o carrinho. Pé ao caminho que tínhamos a visita marcada, e queríamos chegar a horas, sempre a perguntarmos qual era o caminho mais rápido, e o que gosto sempre, conhecemos "ruas novas", que vão dar ao rio. A visita não era guiada, mas tínhamos alguém à nossa espera que não se importou de nos fazer uma introdução sobre o que iríamos visitar. E percorremos o acervo da Alfândega do Porto, e ficamos a saber a sua história contada nos vários mapas e objetos expostos. Depois a outra exposição, a dos transportes, a sua maioria automóveis que todos gostaram, e eu, que não percebo nada de carros, fiquei encantada com as lições que recebi de todos, cilindradas, motores, potência, velocidades máximas, … . De volta a S Cirilo, desta vez a subir pela Rua D Pedro V. Com tempo e com calma, e a falarmos do que tínhamos visto, e a escutar quem acompanhamos. E mais uma vez, foi uma tarde bem passada. Valentina

Crónica FasFamilias Março 2012

Na última reunião da vertente Famílias, a Ana pediu-nos para pensarmos na nossa experiência no Fas, por exemplo, em algo que tivesse "sido ainda mais" do que estávamos à espera. E eu realmente apercebi-me que, apesar de não estar a acompanhar o nosso caso há muito tempo, já aprendi muito mais do que estava à espera no início. Tanto a I. como o Z. tiveram uma vida tão diferente das que estou habituada e experienciaram tantas coisas diferentes do meu dia-a-dia! E ambos são um exemplo de luta e de como é possível dar a volta às situações. Só tenho pena que não se consigam ver com os meus olhos, porque, depois de tudo o que passaram, terem conseguido escolher a vida que levam agora é um motivo de orgulho! Margarida Ventura