segunda-feira, agosto 03, 2009

Crónica das Aldeias 18.07.2009

Mais um ano...

Chegou ao fim mais um ano das nossas visitas às Aldeias do sopé do Marão.
Um ano cheio de boas recordações, um ano cheio de saudades … um ano cheio de desafios!
A missão que me propuseram para este ano não foi nada fácil. Ter de "gerir pessoas" é uma tarefa muito árdua, principalmente quando está em causa o bom funcionamento de um grupo e, consequentemente, o perfeito cumprimento de uma missão tão nobre quanto a nossa – levar alegria e amor às pessoas que visitamos. Num ano de novas pessoas, novas metodologias, novas regras tudo parecia, no inicio, um emaranhado de novidades e problemas para testar a nova coordenação.
Tivemos sábados mais complicados, em que o risco de não ter voluntários para as aldeias foi iminente, mas também tivemos outros em que conseguimos encher as casas das pessoas com um número muito elevado de voluntários. Registamos faltas, atrasos, assuntos discordantes! Organizamo-nos, ajustamo-nos, crescemos como grupo.
No final, o mais importante é que correu tudo bem! E, por isso, deixo aqui uma palavra a todos os voluntários das aldeias - aos que entraram, aos que saíram e aos que continuam – "obrigada pela vossa dedicação!".
Este ano ficou marcado por mais uma perda das "nossas senhoras". A nossa querida centenária de Ansiães, a D. Olívia, partiu. E com ela partiu o prazer de vermos uma nobre senhora envolta nas suas vestes negras (não esquecendo o típico chapéu), sentada na sua habitual cadeira a apanhar sol nas tardes quentes e que sempre nos lembrava que era a "pessoa mais velha do concelho". Ficará para sempre nos nossos corações. Obrigada D. Olívia por todo o seu amor.
Fomos, já quase no final do ano, "bater à porta" de mais três senhoras de Ansiães para iniciarmos as visitas. Foram apenas dois sábados, mas saímos com a sensação de que estas visitas pareciam existir desde sempre. "Eles fazem parte da minha família", podemos ouvir de uma das senhoras já com uma lágrima no olho. Será que merecemos todo este carinho? Obrigada "minhas (nossas) senhoras" pelo vosso afecto e ternura!
Não podia terminar esta crónica sem uma menção, e muito honrosa, ao fundador deste grupo. Não sei bem o que escrever, como também não soube o que dizer na nossa última oração partilhada - felizmente tenho uma "afilhada" que disse o que eu gostaria. Não estarás connosco fisicamente, mas em espírito jamais deixarás este grupo. Espero que todos saibamos seguir o teu exemplo.
Obrigada Jorge, por tudo!
Obrigada a todos.

Claudia Gonçalves | Ansiães