terça-feira, março 15, 2011

Crónica das Aldeias - 26.02.2011

Como é habitual, Sábado às 11h00 no ponto de encontro de sempre, perto do Creu, remamos às nossas Aldeias perto de Amarante.
Como o bom tempo ainda não chegou, partilhámos o nosso almoço na casa onde se celebra a catequese. Após alguns momentos de convívio, partimos para as visitas às nossas senhoras/senhores que, ansiosamente, aguardam a nossa boa disposição e predisposição para ouvir as suas histórias.
A minha aldeia é a de Basseiros.
Ao caminharmos para a 1ª visita encontramos a D. Celeste, que devido a problemas de saúde, estava a ir para o hospital, acompanhada pelos filhos. A D. Celeste normalmente recebe-nos com um grande sorriso e canta para nós, mas desta vez não aconteceu. Tenho a certeza de que, com a força que tem, irá recuperar rapidamente.
De seguida partimos em direcção ao quarto da D. Maria. Como o tempo ainda está frio, acaba por passar o dia na cama. Bem tentamos dar um passeio, mas…. no verão já vai ser diferente.
Ao olharmos em redor, pensamos … e se déssemos um "refresh" ao quarto será que a D. Maria iria gostar? Pintar e torná-lo mais acolhedor…uma vez que passa muito tempo no mesmo. A ideia agradou!!!
Por último, após uma subida acentuada, chegámos a casa da D. Dulce. Normalmente encontra-se deitada e a descansar por isso muitas vezes acabamos por falar com o marido, filha e neto. Mas tentámos e gostámos imenso porque, para além da alegria ao ver-nos, conversou imenso sobre "coisas da vida". Acho que tínhamos conversa para toda a tarde.
A D. Arminda (irmã da D. Dulce) não estava em casa e por esse motivo não tivemos a oportunidade de a visitar, mas sabemos que se encontra bem.
No final das visitas encontrámo-nos em Bustelo, como é habitual, para partilharmos entre todos a experiência, o que levamos e o que recebemos assim como agradecer este dia tão rico.

AM - Basseiros

segunda-feira, março 07, 2011

Crónica da Ronda da Batalha - 06.03.2010

Noite calorosa esta… Num Inverno rigoroso como tem sido este! Hoje vou fugir às habituais crónicas que costumamos fazer, pois alguns pensamentos têm tomado conta de mim. As caras novas que o nosso grupo tem… as ausências que me fazem falta (onde andas Pedro Pardinhas… e outras que com dificuldade conseguiria mencionar uma a uma).

Talvez também esta noite, pela "ausência" da maioria dos nossos amigos, aumentasse a minha capacidade de sonhar e acreditar num mundo melhor, mundo este em que cada um de nós tem uma quota-parte de responsabilidade. Quantas vezes pensamos nisto? Ou melhor, quantas vezes pensamos que "eu, não tenho responsabilidade sobre o que se passa lá fora"… Tenho a certeza que "este egoísmo" muitas vezes se apodera de nós e nos consome parte (mais ou menos) do nosso dia-a-dia. Tal como reflectimos hoje na oração conjunta (obrigada Maria pelo mote!), temos de dar mais valor à vida e até fazer alguns sacrifícios. Vamos todos os Domingos à noite dedicar parte do nosso tempo, mas não esqueçamos que podemos fazer sempre mais. E de coração, o maior exercício que podemos fazer é aprender a Viver e a valorizar a VIDA.

Ontem olhei para o M. e senti algo bastante estranho… Como sempre um pouco distante, mas incrivelmente olho para ele e mesmo nesses momentos só me vem à cabeça um sorriso que de vez em quando lhe sai por debaixo de um chapéu sujo, de um cabelo comprido loiro à noite e ruivo de dia.

Passemos a ver a Vida pelo lado positivo…

Mariana, espero que tenha sido uma boa experiência e que todos os dias possas recordar estes momentos e olhar para as ruas do Porto com um outro Olhar, uma outra Vida.

Boa semana para todos! Obrigada Amigos de Ronda por partilharem todos os momentos, obrigada a todo o Grupo sem excepção.

Sabina Martins

terça-feira, março 01, 2011

Crónica da Ronda de Santa Catarina 13.02.2011

"Muito cabe num saco"
A primeira vez que aqueles sacos eram preparados. Eram uns sacos. Poderiam estar até ligeiramente rotos. Gastos. Não, claro que não. Tinham de ser os melhores sacos com tudo o que era necessário.
Haverá lá saco onde caiba tudo? Muito pouco cabe em sacos.
Era pois a primeira vez que se punha o que se pode em sacos e se sai para o distribuir.
As apresentações são rapidamente feitas e - não sendo o surfista esperado - parecem contentes por ter mais uma pessoa disposta a colaborar e a pertencer ao grupo.
Mais sacos. Sacos com o que se pode e que pode ser útil e fazer uma curta companhia.
Seguimos caminho.
Discorrem as histórias acompanhando as ruas da cidade. As paragens estão marcadas por estes voluntários. De certa forma conhecem as marcas que as histórias deixaram nestas pessoas. São repetidas as histórias, algures já ouvidas. Uma fuga à violência, um copo a mais, uma doença grave demais, o trabalho que se acaba...
Depois aparece o Sr. A. É como eu. Como todos nós, claro. Mas como eu porque é a primeira vez. Está na rua há 8 dias. A empresa fechou, o patrão fugiu e não tem ninguém. Só pode contar com o mundo existente num vão de um prédio. E esse não é muito sorridente. Não sei bem que lhe diga porque não tenho, não existe solução imediata. Já fez 26km a pé para tentar encontrar alguém no escritório do patrão. Sem sucesso. Agora vai tentar a ajuda da Segurança Social.
Apoio-o, dentro do possível, mas que acontecerá se não conseguir nada? Onde estará na semana seguinte? Como estará na semana seguinte. Na cabeça desenha-se-me uma espiral.
Espero estar errado.
De uma forma ou de outra são abandonos sofridos. Apesar de tudo, os sorrisos existem e são verdadeiros. Este grupo faz bem e isso não cabe num saco.

Hugo Ribeiro