segunda-feira, março 22, 2010

Crónica das Aldeias 06.03.2010

Tanto se aprende e traz destas visitas ao sopé do Marão… Histórias de vida, recordadas a par e passo, em cada visita, por entre um frio gélido e um vento cortante que insistem em não dar tréguas às gentes da serra.
Com a D.ª Ondina, que nos recebe quase sempre na sua cama, porque o frio não dá para muitas aventuras, reaprende-se a geografia do planeta, geografia essa onde apenas contam coordenadas de memórias e afectos. Descobre-se um país onde apenas entram caminhos de Amarante a Portimão (de onde partem os barcos para a Madeira…), de Lisboa (onde vão abrindo bairros e mais bairros) ao Estrangeiro (que parece que começa e acaba em França), até ao fim do Mundo que (acaso ainda não tenham percebido) já foi há uns anos atrás.
Com a nossa querida D.ª Rita, a geografia é outra. A das vivências que ficaram, do amor sempre presente de filhos, netos e bisnetos na vida desta menina-avó, figura frágil, alma e coração de diamante, resistentes aos altos e baixos de uma, já longa, vida. É ela que nos acolhe no calor da sua lareira, fogueira a arder para nos aquecer e aconchegar em cada visita.
A D. Aldina é açúcar, doçura no olhar, sentir intenso nos braços que nos enlaçam a cada chegada e partida, como que a lembrar que somos parte da sua vida, a lembrar a responsabilidade que nos cabe de manter estes sorrisos luminosos e abertos no sopé do Marão.

Vanda José e Hugo Andrade | Ansiães

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