"É só isto que fazemos…", dizia-me a Teresa com um sorriso aberto, que consegui ver, apesar do escuro e da pressa dos seus passos. Terminara a visita à L. e ao T., num agradável café novo na baixa, recomendado pela primeira. L. sentia-se em casa e nós fazíamos parte …
Falou-nos do trabalho novo, como já estava ambientada, dos progressos do seu pequeno T. como qualquer mãe realmente orgulhosa do seu filhote. Colocava muita energia nas suas palavras e os assuntos encadeavam-se sem querer.
Talvez tivessem passado duas horas sem que déssemos conta, entre a troca de ideias, a vivacidade das conversas e as brincadeiras do T. ,típicas de qualquer criança de quatro anos. L. não se deixava perturbar e manifestava ânimo e segurança no seu caminho e os seus olhos transmitiam paz. "Mas nem sempre foi assim", disseram-me, posteriormente, a Teresa e a Sara, voluntárias deste caso. Alegro-me por um presente mais leve e desejo que se mantenha no futuro.
Ás vezes esquecemo-nos da importância do "ouvir", sem preconceitos, nem julgamentos, sem moralismos nem ensinamentos, o simplesmente "Estar para". Na verdade, o nosso só pode valer muito para as pessoas que visitamos.
Obrigada L., T, Teresa e Sara pela aquele fim de tarde de sexta-feira.
Ana Malheiro
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