quarta-feira, novembro 08, 2006

Crónica da ronda de 5/11/2006 (Batalha)

A falta de elementos másculos e valentes levou a que me requisitassem para a ronda-mãe Batalha. Protegido, mais que protector, lá fui acompanhado pela São e pela Manela.
O Sr D seria a nossa primeira paragem. Como explicar então que o Sr D não foi a nossa primeira paragem naquela noite… Há necessidades básicas que um homem solitário não pode evitar satisfazer. Coisas que (cada vez mais) nem com a idade acalmam. E coisas às quais ninguém precisa de assistir, mesmo quando o homem as pratica na inocência de um sonho mais apimentado onde o pudor parece desaparecer. Entendidos que estamos, adiante…
A segunda paragem foi uma tentativa de abordagem a um novo sem-abrigo. Um senhor que, depois de dar uns bons goles numa qualquer garrafa alcoolizada, nos disse que não estava para aturar ninguém, que há pouco já tivera que ouvir um bêbado. Soma e segue. Já levávamos 2 a 0.
Passámos ao Sr X. Sentado atrás de uma pilar do edifício sarrabiscava os seus códigos. E quando assim é não há conversa para ninguém. Três secos e ainda não eram 11 da noite. Fomos à Rua dos B. esperar um senhor que não apareceu. 4. Corajosamente voltámos ao Sr. D.. Como o sono dele era muito conseguimos manter a distância para que nos não forçasse o indesejado cumprimento, sem que ele estranhasse. Houve tempo para chá e um boa noite rápido, entre bocejos e murmúrios imperceptíveis. Não se pode dizer que tivesse sido o tento que dera a volta ao resultado, mas, pelo menos ao que parecia na altura, foi o começo.
Encontrámos o P sentado à espera dos cêntimos de um doutor para a viagem de metro. O P está com muito bom aspecto. Teve a sorte de encontrar quem o ajudasse no CAT (e sorte, neste caso, é uma palavra pequena). Tem consciência das suas fraquezas, tem medo de si, de ceder. Vamos incentivando. A solidão não ajuda, tem que ser combatida.
Como a outra ronda já relatou, procurámos o homónimo anglo-saxónico do P algures pela Sé. Conseguimos sair de lá com o corpo completo, os órgãos no sítio e a carteira intacta – meninas do 6º trajecto, buzinar naquela zona àquela hora se calhar não é boa ideia. Fica a sugestão do cagufas do vosso chefe.
Numa ronda em que o índice de fofoca foi altíssimo, e a sorte com as visitas a que se viu fica o apontamento possível. Com estas é que não me apanham mais, livra!

1 comentário:

Anónimo disse...

Devo testemunhar q a tua crónica me fez rir e sorrir...Q noite!!!