segunda-feira, novembro 27, 2006

Crónica da ronda de 19/11/2006 (6º trajecto)

Na última ronda, na Vivenda Silva, encontrámos o Je que recebeu uma viola do Fernando (por consertar, mas que o deixou enfeitiçado!!) e que lhe falou, com um inesperado à vontade, do seu passado complicado. É difícil entrar no Eu do Je, esconde as emoções atrás de um muro invísivel...

Como sempre, deitado ao seu lado, estava o sr J., estranhamente melancólico e divertido, que fixa a cara na nossa e olha para dentro de nós! Ele gostaria de fazer uma nova desintoxicação, no entanto, pensa que ainda não chegou a hora certa para o fazer e não acredita que a consiga levar a bom termo... Ouvimos um fado de um profundo desencanto perdido numa ilha distante: "Só a morte..."Não!! "Nós acreditamos por si...", e aí, o seu olhar brilhou de contentamento e ternura! Todavia, deixa escapar outra mágoa:"Se tivesse uma mulher à minha espera..." Maldito coração...Sempre à procura de uns braços quentes onde possa descansar!

O sr Fo recebeu roupa, e animado por uma energia súbita decidiu fazer uma arrumação geral às suas "gavetas".
E todos cantaram o mesmo refrão: "Não tem um cigarrito?". Estavam à espera do já famoso mimo da Maria Antónia...("Onde te meteste, malandra?!").

A seguir, fomos ter c o Po que quer fazer uma desintoxicação! Trocou Lisboa pelo Porto porque achou que, aqui, conseguiria uma ajuda mais eficiente (entretanto, viu um colega a ser encaminhado, rapidamente, para bom-porto e decidiu, também, pedir-nos ajuda).

Também o seu colega de poiso, o sr Ml, o famoso contador de anedotas, nos manifestou o desejo de entrar brevemente para o Porto Feliz. E voltou-nos a contar as mesmas histórias (até porque elas só podem manter-se vivas se forem alimentadas por um ouvido que as escute).

Neste lugar, cruzámo-nos, ainda, com alguém que vinha à busca de uma qualquer carrinha de comida! Era muito afável, daquele tipo de pessoas que têm o condão de nos fazer simpatizar com elas mal as conhecemos! E no meio de uma conversa leve, mas de detalhes pesados, lá nos disse onde dormia e que tinha, perto de si, uma jovem que está muito doente....

Terminámos a ronda sendo "atacados" pela destemida, e emprestada cadela, do sr Vr, que conhecemos na semana passada! É de uma surpreendente boa-disposição (o sr vr)!, tem um sorriso imenso de onde se desprendem estrelas! E, ali, ficámos a vê-lo a acariciar aquela "menina", também sem-tecto, com direito a um manto onde se deitar, e que sempre o brinda com a protecção de uma super-mulher de 4 patas...Assim se tecem os jogos dos afectos...

Mónica Claro

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada, mónica!