terça-feira, julho 25, 2006

Crónica da Ronda de 23/07/2006 ("ronda experimental")

Começámos a noite a procurar (ainda) a Sr A, mas voltámos a não encontrá-la.
A G. estava ainda acordada, sorridente e conversadora entrou numa troca de ideias interessantíssima sobre a felicidade humana. Acabou por dar a conhecer mais um pouco da sua secreta vida. Espera ir a uma entrevista de emprego. Pediu-nos livros, à minha pergunta se gostava de ler. Pareceu-nos mais confiante em nós e mais animada.
Na “vivenda” o casal estava a pé. Receberam-nos com extrema simpatia. O senhor ainda a recuperar da maleita – o pó da pedreira deu-lhe cabo dos pulmões (irreversivelmente?); a companheira contou a visita à terra natal onde ainda tem família. Tentou acordar o tal rapaz que está sempre a dormir, mas este não cedeu. Deixávamos sacos para todos quando apareceu o J de quem há muito não tínhamos notícias! Marcámos encontro no sítio onde agora dorme.
Seguimos para uma nova paragem. Demorámos a dar com o sítio, um descampado escuro nada convidativo. Ainda conversámos com dois agentes que muito simpatica e heroicamente nos ajudaram no reconhecimento do terreno. Descobrimos a barraca, mas ninguém dentro. Voltar a procurá-lo no Aleixo? Mais dois dedos de conversa e abalámos rumo ao CREU. Oração conjunta com a Batalha, logo depois de deixarmos os dois últimos sacos a 3 pessoas que dormiam ao cimo das escadas.


Não precisamos de muito para nos sabermos no caminho correcto. A tranquilidade de uma noite menos quente que o costume, encontros inesperados, resposta surpreendentes, pequenos avanços na conquista da confiança, o timming certo, as palavras correctas - não muitas palavras, uma certa fluidez nos gestos que nos coloca em harmonia com tudo. E o mundo, de repente, parece melhor, que é como quem diz, mais ordenado. Ironia e presunção: os arrumadores somos nós. Uma réstia de melancolia, uma tristeza, um cansaço (íssimo, por vezes), e uma calma apaziguadora a dar-nos a confiança num descanso profundo. As forças só dependem de uma noite bem dormida, porque o caminho é o correcto. Sem dúvidas sobre isso.