segunda-feira, julho 03, 2006

Crónica da Ronda de 25.06.2006 (Areosa)

A seguir à sofrida vitória de Portugal, lá fomos para mais uma ronda. O sr Z já se encontrava à nossa espera, com a calma de sempre. Primeira paragem em casa da S, desta vez sem a alegria da semana passada. A S encontrava-se algo agastada. Contou-nos que se sentiu mal durante a semana, pelo que teve de ir ao hospital, ao que os médicos aconselharam o seu internamento durante o dia. Estava muito triste e algo nervosa, por isso pediu-nos para rezarmos um pouco com ela. Quando saímos parecia estar um pouco mais calma e foi bom conseguirmos arrancar alguns sorrisos no final. A seguir fomos à Blockbuster ver se encontrávamos o P, pois já há algumas semanas que não sabíamos nada dele. Desta vez lá estava. Uma triste figura, demasiado preso ao vício e sem vislumbrar qualquer hipótese de futuro que o arranque daquela vida. É díficil falar com ele, a revolta que sente para com a vida que leva e a falta de auto-estima limitam as aproximações exteriores. Conversa quase monossilábica e lá seguimos para o prédio da Faria Guimarães. Desceram várias caras conhecidas, entre elas a D, o J e o ZM. Foi bom saber que o ZM continua com garra para abandonar o vicío, e embora tenha falhado a consulta da semana passada, assegurou-nos que já tinha nova consulta esta semana e que tudo faria para não a perder. O J mantinha a simpatia habitual, e a D, embora procurássemos conversar um pouco com ela para nos inteirarmos um pouco mais da sua situação, não foi possivel adiantarmos muito. Seguimos para a rotunda da Areosa, onde encontrámos o sr M debaixo de cobertores, novos e limpos por sinal. Verificámos com agrado que após a conversa da semana passada, o sr M pensou seriamente sobre a questão das pulgas e deu uma "limpeza" no local onde passa a noite. Depois da conversa habitual fomos ver a I. Lá estava enfiada na construção de cartão onde passa as noites. Mostrava-se nervosa, ansiosa. Imagino que não tenha conseguido o suficiente para a dose. Embora preocupados, seguimos para ver o J, que agora dorme perto do multibanco. Tem sido difícil de o acordar, e quando acorda não o faz propriamente com boa cara. O olhar para o relógio alerta-nos para a sua preocupação com o sono que interrompemos. Deixámos o saco e seguimos. Terminámos a noite em oração a três.

Abraços apertados

Tiago Cabeçadas

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