"Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo; Vós mo destes; a Vós, Senhor, o restituo. Tudo é Vosso, disponde de tudo, à Vossa inteira vontade. Dai-me o Vosso amor e graça, que esta me basta."
Foi com a oração de Santo Inácio, na versão cantada, e uma mensagem da Raquel Henriques, enviada de Moçambique, que tudo começou ontem. Desta vez não observámos as 22:10h! A 6ª ronda, denominada "A Experimental", partiu com o João, a Maria Antónia, a Teresa e eu.
Dirigímo-nos para a zona de Cedofeita e da Pç. da República. Das três paragens previstas para aqui, só tivemos verdadeiro contacto com a G. A D. A. continua sem estar por lá. Na esquadra da polícia, lembravam-se de um contacto tido com a linha 144, de urgência da Segurança Social, no sentido da localização da D. A., para resolver o seu problema. Mas, nada mais. No entanto, esta notícia trouxe algo de positivo. Nós nunca imaginámos que a Segurança Social tentasse contactar os sem-abrigo por meios tão expeditos e eficazes, como pedir ajuda na esquadra de polícia mais próxima do local onde a pessoa tem dormido. A ideia que tínhamos era que os sem-abrigo teriam sempre que dar uma morada na Segurança Social para poderem ser contactados.
O senhor que temos tentado abordar na entrada da Repartição das Finanças, desta vez reagiu levantando a cabeça, ao nosso chamamento. Mas continua sem mostrar interesse em estabelecer diálogo, mesmo depois de lhe termos deixado um saco no Domingo anterior. A G. lá estava no mesmo local. A nossa relação com ela tem sido muito instável. Daquela empatia e resultados conseguidos no início, passámos a uma falta de sintonia e alguma impotência para a ajudar. Depois de se ter despedido, já tem uma nova proposta de emprego, há quase uma semana, mas ainda não foi à empresa empregadora. Transmiti-lhe que, em relação ao rendimento mínimo, terá que mostrar mais empenho junto da Segurança Social, pois o caso dela parece desacompanhado. Quer em relação a uma coisa, quer em relação à outra, não revelou estar muito motivada. Indicou-nos, como forma de abreviar a nossa visita, outro sem-abrigo que dormia perto. Junto deste também não tivemos sucesso, além de uma resposta um pouco descabida.
Seguimos para outra zona. O A. J. não se encontrava onde com ele estivemos na última vez. Na V. S. tínhamos visto uma carrinha da Cruz Vermelha. Pelo que passámos novamente. Nessa altura a confusão reinava, com discussão prestes a passar a vias de facto. Não parámos. Cruzámos-nos três vezes com a ronda de Santa Catarina e acabámos a noite com eles no bairro social do costume. A caminho de lá ainda procurámos o sr. J. M., mas não o vimos.
Já na paragem final, a confusão foi como habitualmente, grande. Desta vez tive que me impor, em voz alta e algum desconforto, ao R. que insistia em receber mais comida, mesmo depois de ter recebido o nosso primeiro saco da noite. Procurámos a B. no seu local de pernoita, mas só a encontrámos a contar os trocos, altura em que a barreira entre nós e ela se torna difícil de transpor.
Esta ronda terminou em conjunto com a de Santa Catarina e a da Batalha, já em frente ao Centro, para a oração final, onde o desalento de uma ronda pobre, foi comparado com as noites vazias de Domingo que tínhamos antes de fazermos rondas pelos sem-abrigo do Porto.
Como era cedo ainda fui ter com a ronda da Areosa. Só estavam 4 elementos. Estivemos com o sr. M. e o sr. J. no local preferido nestas noites de maior calor, o jardim habitual e perto do sítio onde dormiam antes. Vieram connosco à procura da D. I. de quem o sr. M. muito gosta. O sr. J. veio com o seu discman novo nos ouvidos. A D. I. não se encontrava no sítio habitual, pelo que, mais uma vez recorri à esquadra da polícia para pedir indicações. Acabámos por a descobrir num local onde tem dormido o primeiro sono da noite. Foi um convívio agradável que se estendeu ao vigilante do prédio perto e a mais uns amigos seus que andavam pela rua, talvez pelo calor que se fazia sentir. Seguimos para a paragem final junto do sr. P. e do sr. A. C., o novo sem-abrigo. O sr. P. não estava, mas o sr. A. C. conversou muito connosco e combinámos nova visita durante a semana, a fim de lhe tentarmos tratar do realojamento numa pensão, pela Segurança Social.
A oração final foi de partilha: Cada um partilhou o que sentiu; Eu enriqueci a minha noite, depois de uma ronda tão "fraca" que tinha tido; E acabámos muito tarde, mas sem preocupações com o tempo, pois nunca há pressa quando estamos a falar e a ouvirmo-nos sinceramente uns aos outros.
Beijos e abraços,
Nuno de Sacadura Botte
3 comentários:
Nunca há pressa...adorei a frase e reflecte bem o espirito do FAS...obrigado por mais uma noite connosco=)**Juzinha
Tenho acompanhado com muito interesse e atenção o vosso empenho junto das PSA. Acho que é essa a forma correcta de as tentar ajudar e apoiar, com espírito cristão.
Tem-me merecido especial atenção o caso da G. relatado há uns tempos atrás.
Na passada quarta-feira, 12, tentámos encontrá-la no local que descrevem mas sem resultado. Tínhamos uma hipótese precária de alojamento imediato, por meio de contribuições individuais, com recurso a uma pensão.
No entanto, pelo que se adivinha, o problema dela deve ser como o de muitos mais: o que percebemos de imediato não é o que de facto existe, o que parece raramente é.
No ar ficam as perguntas: como é que poderemos ajudar a G. se ela não colaborar? Como agir de forma a que a missão junto dela tenha êxito?
Em todo o caso vale sempre a pena tentar tudo...
Um abraço.
What a great site Buy bupropion sustained-release zyban 1987 vw gl camper nike women running shoes still waters health wellness fitness center new hampshire Free poker rules Attorney lawyer personal injuiry family law divorce extreme fitness studios Pay per click affiliate resources Old school muscle & fitness snorting provigil high St. andrews family fitness recreation center Aprilaire humidifier model 700 http://www.audi-a6-4.info/audi-bmw.html day trading in the stock market Fioricet new pills comfo-bite patent mouthpiece silicon affiliate download software marketing business Information about medical malpractice in cancer cases Comparison price levitra
Enviar um comentário