domingo, fevereiro 12, 2006

4.ª Crónica de 05.02.06 (Boavista)

A ronda começou por Damião de Góis, onde encontrámos o sr. B******, transmontano que dorme na galeria de um edifício. Demos-lhe uma palavra amiga, uma garrafa de Guaraná light e, em troca, ficámos com a promessa de que ele iria aceitar a ajuda de um amigo que se propôs a albergá-lo.
Em seguida, encontrámos o sr. J*** J******, no seu local habitual junto ao túnel de Faria Guimarães. É, efectivamente, muito simpático e conversador e recebe grande apoio dos moradores do prédio onde dorme pelo “respeito e educação” com que os trata. Levam-no ao café, pagam-lhe refeições, estão a tentar conseguir com que possa dormir dentro de uma loja desocupada no piso térreo e a há mesmo quem venha trazer-lhe (e mudar a água a) uma botija de água quente, por causa do frio...
A paragem seguinte foi na rua do arq.º Marques da Silva – entre o Hotel Fénix Tuela e o Capa Negra II – onde encontrámos vários arrumadores. Primeiro o Z* F*******, pai de dois filhos, quer deixar a droga e entrar para o Porto Feliz. Seguiu-se o J*** P****, animadíssimo e extremamente conversador, ex-jogador do Varzim, ex-operário da construção civil e ex-funcionário do Mercado Abastecedor. Está decidido a sair da droga (já largou e retomou uma série de vezes, mas agora tem uma força interior muito mais forte) e a voltar a trabalhar no M.A., onde levava uma vida responsável e lhe era reconhecido o mérito de um trabalho sério e honesto. O J*** P**** também apareceu mas não quis conversa, irritadíssimo com a escassez das moedas do estacionamento daquela noite. Finalmente, encontrámos o A*****, mais um candidato ao Porto Feliz.
A última deslocação foi curta, até à bomba da rua do Bom Sucesso, onde encontrámos o sr. J*** – o tal do carro – que dormia já, pelo que não quis conversar.

2 comentários:

jb disse...

CURT* B*É A *UA CR*NICA

AB**ÇO
*OÃO

Anónimo disse...

Ó Carlos,tanta estrel*nha na tua crónica... sim, há uma *, ou muitas *****, dentro de cada um de nós, de vós, a quererem gritar para serem ouvidas, de modo que lhes seja concedida DIGNIDADE e a certeza de que NÃO ESTÃO SOZINHAS nesta selva...
Beijinho desenhado com 1 grande *!