Numa noite já menos fria do que o habitual e depois de fazermos a
“tradicional” oração dirigimo-nos, eu, a Francisca, a Mónica e o Manel,
para a igreja do Bonfim onde se encontrava o Sr. A. já preparado para
dormir.
Não nos deu muita conversa por isso, depois de lhe termos oferecido um café
quentinho, o saco, uns bolinhos e a garrafa de guaraná e depois de ter
recusado a roupa que tínhamos para lhe oferecer: “A roupinha chega”,
seguimos para o Silo Auto. Qual não foi o nosso espanto quando, ao
chegarmos ao “abrigo do P. e do R. não vimos lá nada. Fomos procurá-los aos
Aliados onde por vezes os encontramos a arrumar carros. Felizmente lá
estavam eles, o P. com um novo look, muito melhor aspecto e o R., sempre
pouco falador. O P. contou-nos que vai amanhã procurar emprego no “El Corte
Inglês” em Gaia e que o advogado que lhe tinha prometido emprego disse para
ele passar pelo seu escritório na 4ª feira. Vamos esperar até à próxima
semana rezando para que nos traga boas notícias. Ficámos a saber também que
se mudaram para uma casa e que agora o ponto de encontro passa a ser nos
Aliados porque, segundo o P., “Nunca mais dão com a casa”. O R. não aceitou
casacos, “Já temos muitos”, mas o P. encontrou um mesmo à medida, “Temos
muitos mas nunca são demais”. Deixámos-lhes, por fim, os sacos, o guaraná,
o café quente e os bolos e partimos para a Praça D. João I, mas não estava
lá ninguém.
Desanimados por achamos que a ronda estava a ser pouco produtiva, fomos até
aos Congregados com a ideia de voltarmos lá no fim para ver se os Ms. já
tinham regressado.
Ficámos nos Congregados a falar durante algum tempo mas, como o outro grupo
estava demorado, voltámos a D. João I onde já se encontrava o M. mais novo
que nos brindou com o seu sorriso habitual. Ficou muito agradecido com os
livros de Banda Desenhada que a Manuela lhe mandou e, enquanto tomava o seu
café, foi-nos contando que tinham mexido nas suas coisas nessa noite
levando-lhe uns livros e um casaco. O único suspeito é o seu amigo, o outro
M., mas não percebe porquê uma vez que o tal casaco “só lhe serve nas
orelhas”. Recusou ou bolos que tínhamos para oferecer porque tinha jantado
caldo verde e feijoada que lhe tinham oferecido.
Uma vez que o outro grupo já tinha chegado aos Congregados, tivemos que o
deixar, na certeza de que esta noite já se vai entreter com novas histórias
do Tio Patinhas.
Quando chegámos aos Congregados, visto que o outro grupo tinha histórias
mirabolantes para contar, metemo-nos todos no carro da Manuela, onde não
pudemos deixar de rir com aquilo que mais parecia uma telenovela mexicana.
Acabámos, assim, por não dar muita atenção ao Sr. Olímpio, mas ele também
não precisa muito porque anda sempre dum lado para o outro à procura de
carros para arrumar.
Com o coração mais cheio, demos todos as mãos para rezarmos a oração final
pedindo a Deus para nos dar força e coragem para continuarmos este
trabalho.
Inês
1 comentário:
BONITA CRÓNICA, INÊS!!! BEIJINHO!!
Enviar um comentário