Mais uma noite, na noite do Porto!!!
Areosa O relógio já há alguns minutos tinha ultrapassado as 22 e 30, quando chegamos à rotunda da Areosa. Iniciávamos ali mais uma ronda, por sinal a minha primeira. Como habitual dirigimo-nos até junto do refúgio habitual do Sr. M. e do Sr. J. mas, qual o nosso espanto quando, em poucos trajes, estava outra pessoa de todos desconhecida. Enquanto eu me dirigi até ela, as minhas colegas ficaram junto do Sr. M., que parecia já ter entrado no sétimo sono. Descobri que se chamava F. e que naquele momento apenas aguardava que a D. Gabi – que habita paredes-meias – lhe trouxesse um pratinho de sopa, para lhe aquecer o corpo e a alma. Apesar de ter tentado algum diálogo, acabei por deixar o saco e ouvir do Sr. F. um “Obrigado”. Do outro lado, já o Sr. M. dava duas de prosa, sempre com o seu espírito alegre e de piada fina, quando nos disse que outro dos inquilinos, o Sr. J., se tinha ausentado, mas que voltaria…pelo que lhe confiamos o saco para o amigo.
Fernão de Magalhães Três sinais sonoros! De pronto o Sr. J. e esposa reivindicaram do quarto andar a sua presença e, não demorando mais que um instante, o Sr. J. chegou junto de nós, com um sorriso nos lábios e uma satisfação visível pela nossa chegada. Pediu um saquito para a sua esposa e também para um amigo que, ausente por trabalho, havia pedido também guarnição. Não demorou muito chegou a D. D., também ela a necessitar de um cafezito quente e do seu saco de mantimentos. O Sr. JM não se encontrava em casa, esta noite…
St.ª Catarina Coincidência das coincidências, a porta da repartição das finanças é residência habitual do Sr. D.. Ele que, já envolvido pelo sono, lá acordou à nossa chegada. A Raquel e a Ana foram perguntando, o porquê de ele não ter aparecido na sexta-feira, conforme haviam combinado… pelo que a resposta se foi enrolando pelo sono que o afectava. Perante alguma insistência, foi tomando um cafezito quente e visionando algumas roupas que lhe havíamos dado.
Trindade Nesta paragem, tempo apenas para levar um café e o saquito de mantimentos ao Sr. F. e, num tom algo imperceptível, dar dois dedos de conversa…
D. João I Poucos minutos depois de o grupo do nosso colega Fernando ter passado, lá chegamos à Praça D. João I. Neste local, três pessoas dividiam o espaço de uma das entradas do edifício “Millenium”. Iniciada uma pequena prosa com a D. S. e com o Sr. L., lá foi chegando o Sr. M.… que desde logo tomou a nossa atenção, com as duas desventuras e, sem acusar ninguém, com a sua triste sina.
Boavista Ao cimo desta avenida, fizemos uma pequena paragem mas, sem sucesso. O nosso amigo estava envolvido no sono de pés e cabeça. Metros mais à frente paramos novamente, desta feita eram dois, os amigos com os quais íamos falar. A. e S. de seus nomes, que lá nos pediram uns cobertores… pedido que não podemos satisfazer. Mas, tentamos compensar com uns mantimentos e com um cafezito para aquecer o corpo.
Aleixo Neste local de reunião dos diversos grupos, quero apenas falar sobre uma vida que, relatada na primeira pessoa, me deixou bastante consternado. A menina S., na jovialidade dos seus 19 anos, já tem mais histórias para contar, que muitos de nós nunca iremos sequer pensar. Mas aquilo que mais me ficou na memória, foram estas palavras… “O meu sonho era ter uma casa, aonde pudesse viver. Mas preciso de alguém que me ajude, para poder sair deste buraco…”
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