Gonçalo
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
segunda-feira, março 26, 2012
Crónica dos Imigrantes, 10 de Março de 2012
quinta-feira, março 22, 2012
Crónica da Ronda da Areosa - 18.03.2012
terça-feira, março 13, 2012
Crónica das Aldeias – 10.03.2012
Gerações Ancestrais verdadeiramente enriquecedoras, genuínas e
extremamente frutíferas. De igual modo, sinto-me orgulhosa e muito
feliz por poder "acompanhar" e "apoiar" aqueles que, aos poucos,
connosco se vão familiarizando e identificando.
Patrícia Trigo | Bustelo
terça-feira, março 06, 2012
Crónica dos Imigrantes, 19 de Fevereiro de 2012
Valentina
segunda-feira, março 05, 2012
Crónica das Aldeias – 25.02.2012
Mais um sábado no local e na hora do costume, prontas para a visita às nossas aldeias! O dia prometia, estava um sol radiante e uma temperatura amena, muito diferente das primeiras duas visitas que fiz, em que estava muito frio! Mas o dia foi um dia de promessas…
Lá subimos a ingreme colina para fazer a nossa última visita, vale a pena o esforço pelas pessoas que visitamos e pela linda vista! A senhora Dulce está acamada, devido aos seus problemas de saúde, foi uma pena termos tido pouco tempo nesta visita, como disse a Lúcia foi uma visita de médico…
Mas, ficou a promessa, que para a próxima íamos fazer muitas actividades e íamos estar mais tempo! Por fim, com algum custo, por termos deixado as nossas senhoras e com a sensação de que tinha sido pouco tempo, fomos ter com o restante grupo a Bustelo, onde partilhamos as nossas experiências do dia! Foram feitas as despedidas e regressamos ao Porto, todos bem dispostos porque o dia foi bem passado:).
Assim, foi um dia cheio de promessas, que serão para se cumprir !!
Raquel - Basseiros
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
FasFamilias - Crónica de Fevereiro 2012
…Boa!...E agora, por onde começo?!...O que escrevo?!...
Vou dar uma vista de olho nas crónicas do blog, a ver se me inspiro!...
Tudo tão rico! Tudo tão sentido!
Mas…O que hei-de dizer?...
Ao ler a crónica de Julho, do exercício de defesa de permanência de caso que fizemos, relembro o ponto de situação do M. nessa altura. Eu e o Jorge reconhecíamos que o nosso caso se aproximava do fim. O M., ao fim de cerca de 20 anos na droga e de altos e baixos estava numa fase muito boa! Depois de deixar a droga e de uns anos na metadona, deixou metadona por livre iniciativa, sozinho, arranjou emprego sozinho, no qual se estava a dar muito bem, encontrou uma namorada/companheira com quem foi viver ao fim de algum tempo, foi visitar a família, reencontrou-se com os filhos que vieram a Portugal, ao fim de vários anos sem os ver ("matando" os fantasmas que tanto lhe vinham à cabeça nos últimos anos), estava positivo, optimista, confiante, lutador, nada de "lamechices"…Um novo M.! Até nos parecia bom demais para ser verdade! Era uma alegria muito grande, vê-lo assim!
Agora, pouco mais de meio ano depois, custa um pouco ver que tudo voltou atrás…A relação do M. com a namorada deteriorou-se e terminaram, o emprego foi perdido, o M. tem alternado entre a rua e quartos que se vão arranjando, o mundo dele voltou a "desmoronar-se", o pessimismo voltou, veio o medo das doenças, a revolta, a metadona e as drogas voltaram a entrar na vida dele, a vergonha (?) de nos atender os telefonemas apoderou-se dele, foi-se "fechando"…
Mas ser voluntário é isso mesmo, é estarmos lá, é eles saberem que se precisarem nós estamos disponíveis, estamos do lado deles. Não os podemos substituir, não lhes podemos "impingir" as nossas verdades, as nossas "fáceis soluções", pois qualquer mudança, qualquer passo em frente, depende acima de tudo da vontade deles e da abertura deles para dar o passo em frente.
Ser voluntário é estarmos preparados para estes altos e baixos, é aceitarmos que o "mundo deles", a realidade deles, foi construída com bases diferentes da nossa, que as ferramentas deles são diferentes das nossas e que não lhes é fácil utilizarem as nossas, por muito básicas que elas nos pareçam.
É estarmos lá para lhes darmos a mão…Quando eles a querem!...E fazê-los sentir que estamos presentes, seja para conversar, seja para dar a mão para um novo passo, seja simplesmente para…estar!
É tentarmos manter viva alguma esperança na vida deles…Tentarmos que essa esperança entre de alguma forma, seja por uma minúscula fenda, seja por uma janela ou uma porta abertas…E que lhes possa dar alguma força para reagir, para poder ver as coisas de outro ângulo…Por muito pequeno que esse ângulo possa ser…
É fazê-los sentir que, por muito mau que o mundo deles possa parecer, ainda há alguém que acredita neles, que acredita que a esperança pode voltar a aparecer-lhes e levá-los a lutar e a andar para a frente, a serem capazes de se levantar cada vez que tropeçam…E as quedas são muitas, porque neste "mundo deles" ou obstáculos são maiores, a luz é mais ténue e as ferramentas para sair deles são mais rudimentares…Mas estamos cá, de lanterna na mão, para lhes tentar iluminar o caminho…Por um bocadinho que seja…
Com altos e baixos, com alegrias e tristezas é bom sentir que por vezes podemos ser uma lanterna que os ilumina…Embora muitas vezes as pilhas não consigam iluminar muito, mas sempre na esperança que a luzinha, por ténue que seja, possa ser vista e possa iluminar um pouco os seus caminhos e fazê-los ver pelo menos o próximo degrau!
E fazer parte do FAS para mim é isto!
Temos a sorte de ter este grupo de voluntários fantásticos, umas "organizadoras" que nos dão todo o apoio e energia necessárias…E nos castigam com umas crónicas para escrever!...
J
O meu muito obrigada a todos os voluntários e a toda a organização por tornaram possível manter uma luz acesa na escuridão da vida de tanta gente!
quinta-feira, fevereiro 16, 2012
Crónica da Ronda de Santa Catarina - 04.02.2012
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
Crónica FasFamilias Janeiro
Crónica FasFamilias Dezembro
segunda-feira, janeiro 30, 2012
Crónica de Imigrantes 28 de Janeiro de 2012
Andreas
sexta-feira, janeiro 27, 2012
Crónica das Aldeias – 21.01.2012
sexta-feira, janeiro 20, 2012
Crónica Aldeias - 07-01-2012
Hoje não foi uma visita igual aos outros sábados.
Hoje num carro coubemos todos. Todas.
Hoje, por diferentes razões, fomos só 5.
Voluntárias cheias de vontade, entusiasmo e boa disposição, assim partimos. Mas não esquecemos que somos muitos mais, e é assim que queremos continuar a ser!
Reta, curva e contracurva e já só estávamos duas de olhos abertos (as semanas estão mais cansativas…), 4 olhos que mesmo assim não chegaram para sairmos no sítio certo. Acabamos por ir à descoberta de um parque de merendas, em Basseiros, que nunca mais aparecia… Estacionámos e "picnicamos" por ali a ver as vistas. O dia estava bonito, de um azul luminoso, com um sol que alenta e dispõe bem.
Lá partimos para três aldeias. Basseiros não foi contemplada com voluntários, que com certeza muita falta fizeram, pela espera certa que nos fizeram por Ansiães, Bustelo e Candemil.
Nesta última estava apenas a D. Aurélia, que terminava o seu almoço e "esperava os seus amigos", assim dizia a vizinha que lá estava. A D. Alda estava para chegar nesse dia, do Porto, onde foi passar o Natal. Fomos as duas "correndo" a estrada de Candemil, numa hora e meia de passeio, sob o olhar atento do Marão. Num Inverno que, por ali, ainda não é despido. E pelas histórias fica uma espécie de saudade do tempo que não se viveu.
Hoje duas frases me ficam, pela boa companhia e sabedoria da minha querida D. Aurélia (que dia 9 fará 97…). Parabéns!!
"O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão."
"Cada um tem a idade do seu coração, da sua experiência, da sua fé."
Isabel Teixeira Gomes - Candemil
segunda-feira, janeiro 09, 2012
Crónica Imigrantes – 7 de Janeiro de 2012
A primeira visita de 2012, organizada pelo grupo dos Imigrantes, foi ao Jardim Botânico. Um sábado cheio de sol permitiu-nos visitar não só as exposições da Casa Andresen, mas também passear pelo Jardim.
Formávamos um grupo de dez pessoas e saímos de S. Cirilo às 14h, com alguns participantes já nossos conhecidos e um senhor que nos acompanhou pela primeira vez, utente externo de S.Cirilo há apenas três semanas.
Já no Jardim Botânico, começámos por visitar a exposição de pintura de Armanda Passos, com as suas obras povoadas de mulheres e animais imaginários. Em seguida, subimos ao primeiro andar, para visitar a exposição de fotografia de Harold Edgerton. Este engenheiro electrotécnico desenvolveu uma técnica de fotografia com tempo de exposição muito curto, o que permite "parar o tempo", mostrando em detalhe momentos e sequências de movimento que são demasiado rápidos para serem percebidos pelo olho humano. As suas fotografias criam verdadeiramente uma ponte entre a ciência e a arte. Pudemos ver a bala a atravessar a maçã; a deformação da bola de futebol no instante em que é chutada, ainda antes de começar a voar; as formas que a água cria ao correr da torneira; a sequência de movimentos do mergulhador ao saltar da prancha… Esta exposição, em particular, despertou muito interesse em todo o grupo, participantes e voluntários, que se demoraram pelas salas.
Por fim, o Francisco fez-nos uma visita guiada pelo Jardim. Começou por nos contar a história da casa e do jardim e, ao longo do percurso, foi-nos chamando a atenção para detalhes e aspectos curiosos das plantas. O interesse dos utentes de S.Cirilo manteve-se ao longo deste passeio, durante o qual conversaram e participaram muito.
O regresso fez-se em cerca de 45 minutos, ao longo da Rua do Campo Alegre. Depois da visita, criou-se mais confiança dentro do grupo e participantes e voluntários conversaram todo o caminho!
Margarida
quarta-feira, dezembro 14, 2011
Crónica das Aldeias – 03.12.2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
Crónica dos Imigrantes 10 Dezembro de 2011
Manuel
sexta-feira, dezembro 09, 2011
Crónica das Aldeias – 08.10.2011
Num sábado de Outubro, num dos primeiros deste ano "lectivo" do FAS,
voltámos nós para o Marão ver as nossas senhoras. Nossas, porque
aquilo que elas nos entregam e confiam faz-nos perceber que estamos
responsáveis por uma pequena parte da alegria delas, que por mais
pequena que seja, não deixa de não ter uma grande importância.
Mais uma rotina normal: reunir, viajar, almoçar no parque do costume,
o cafezinho e voilá! here we go! As conversas, sinto eu, são cada vez
mais íntimas. A dona Rita, quero dizer, Tia Rita (veja-se lá a
confiança, que maravilha!) adora receber-nos. Constantemente achamos
que nessa hora, o relógio é uma invenção pouco útil. A dona Aldina, a
avó carinhosa! "Meninas, um frasquinho de mel! Levai!" Não deixa de
insistir que ficamos muito pouco tempo com ela, apesar de
distribuirmos duas horas por duas vistas, o que é óptimo. "Dar sem
procurar receber", um dos lemas deste grupo, mas na verdade, sempre
recebemos em dobro (ou mais) do que aquilo que damos. Estou muito
grata a estas senhoras por se deixarem fazerem parte da minha vida,
penso que poderei dizer, da nossa vida, e de toda a sabedoria que nos
passam com as histórias das suas existências.
Um dia passado, mais uma rotina normal, no entanto, cada momento é
único. Obrigada a todos por tornarem possível uma companhia/amigo na
vida destas pessoas e de todas as que necessitam.
Clarisse - Ansiães
quarta-feira, novembro 30, 2011
Crónica dos Imigrantes 27 Novembro 2011
Marcamos o encontro para S Cirilo às 14h30. Todos foram pontuais (voluntários e utentes). Ainda nos demoramos um pouco a conversar com um utente, acompanhante habitual destas nossas saídas, mas que, por estar doente, não pode, desta vez, estar connosco.
Saímos em direção à Cordoaria, em amena cavaqueira, pois já todos os participantes se conheciam, o que facilitou a comunicação e a interação.
Neste edifício do século XVIII, estão presentemente quatro exposições, duas permanentes e duas temporárias. As duas permanentes, uma de máquinas fotográficas representantes da evolução desta arte, onde se encontram muitas dezenas de marcas e modelos de câmaras e uma outra sobre a Cadeia da Relação, algumas das personalidades que ali estiveram detidas e, também, de detidos anónimos. Nas exposições temporárias, também de fotografia, uma é de divulgação dos Novos Valores da Fotografia Espanhola, em que o tema principal é a obra de Juantxu Rodríguez e as suas fotografias do mundo, principalmente uma visão particular sobre uma importante parte da sociedade norte-americana, e a outra do trabalho de Marín, cuja obra atravessa a primeira metade do século XX. José Miguel Ferreira apresenta-nos as suas fotografias subordinadas ao tema o Douro Vinhateiro.
A visita correu bem e todos os participantes gostaram, não só pelas exposições, mas também pelo edifício que está intimamente ligado à história política do Porto desde o Marquês de Pombal até ao início do Estado Novo.
O regresso foi um pouco mais monótono, dado que alguns dos participantes são utentes externos de S Cirilo e após a visita foram diretamente para as suas residências e não nos acompanharam.
Tudo correu bem, foi uma tarde bem passada.
segunda-feira, novembro 28, 2011
Crónica da Ronda de Santa Catarina – 20.11.2011
A MINHA CASA É(RA) A RUA
Sábado, 8h30. A manhã está fria. A Baixa do Porto está deserta. Os primeiros autocarros circulam nas paragens ainda desertas. Vagueiam alguns noctívagos. Apressam-se os comerciantes para abrir as lojas e ajeitar as promoções nas montras, que o negócio já conheceu melhores dias.
Do outro lado da rua, na Praça D.João I, o senhor J., apoiado na sua bengala, está à nossa espera. É dia de ir ver um "quartinho". "Não quero fazer má figura", desabafou connosco dias antes de marcarmos a visita – que preocupação a de quem dorme na rua há anos.
"Não se preocupe com isso", garantimos. Nada que uma camisa, uma camisola e um bom banho quente não resolvam.
Rumo ao balneário público do Campo 24 de Agosto. "Bom dia. São 35 cêntimos pelo banho. Se desejar sabonete e toalha são mais 75", responde um rosto fechado e de pouca simpatia do lado de lá do vidro da recepção.
Por aqui passa "todo o tipo de gente", vai comentando Dona F., que à medida que parece confiar em nós deixa cair histórias. "Vêm aqui duas irmãs, que têm uma boa casa, mas preferem tomar banho aqui. Dizem que fica mais barato e não têm que limpar", ri-se.
Fossem todos os clientes como elas, pensa em voz alta. "Deus me perdoe, mas romenos e ucranianos. Deixam tudo sujo e só arranjam problemas", grunhe entre dentes.
"São da Cáritas?", questiona. "Porque tenho lá uns edredons em casa , se quiserem…", continua – mais tarde ainda nos tenta impingir também umas cortinas que estão lá em casa a estorvar . Agradecemos. Toda a ajuda é bem-vinda, mas preferimos o edredon às cortinas, explicamos gentilmente sem querer ferir o espírito solidário.
9h30. Barba feita, cabelo alinhado com risca ao lado, camisa aos quadrados e pólo a condizer. Ganhou anos de vida. Parece outro. Vaidades à parte, é tempo de ir ver o quarto.
É a própria senhoria que abre a porta e faz a visita guiada. Cabelo apanhado, rosto jovem, sorriso rasgado, discurso rápido e fluente. "Bom dia, senhor J., vamos então ver o quartinho? Olhe que são quatro andares!", avisa. "Em Lisboa, subia bem quatro andares", exclamou o senhor J., que conta mais de meio século de vida e alguns anos a dormir nas ruas de Lisboa e Porto. E subiu, sem pestanejar, enquanto a Dona S. foi obrigada a fazer uma paragem forçada, que isto da asma ataca novos e velhos.
O "quartinho" está em remodelação. "Estou a substituir a cama de casal por uma de solteiro para ficar mais confortável", disse despachada. "E, olhe, até tem televisão para se distrair", continua. Corrida rápida ao WC e cozinha partilhados. Num discurso rápido e despachado lá vai explicando as condições do alojamento e as regras da "casa": fumar só na varanda e nada de barulho à noite porque isto "é um local de respeito".
"Então, gosta do quartinho?", pergunta? – seguramente que o senhor J. só ouviu palavras soltas da Dona S. E poucas trocaram. Também não era preciso. O olhar e sorriso expressivos deste senhor de barba e cabelo grisalhos conquistaram a jovem senhoria, que já "aturou de tudo na pensão" e recebe os novos hóspedes de braços abertos, mas de pé atrás.
De palavras parcas e discurso desalinhado senhor J. deixou escapar, em voz embargada, aquilo que nós, voluntários da ronda, e, seguramente de outras rondas, gostaríamos de ouvir mais vezes: "Eu fico com o quarto. Não quero ficar na rua!".
A rua era a casa do senhor J.
PS: E porque as rondas se fazem de histórias como esta, damos as boas-vindas ao novo voluntário, o L. (pode não querer ser identificado). Contamos contigo para escrever os próximos capítulos da ronda de Santa Catarina.
Ana Oliveira
quinta-feira, novembro 24, 2011
Crónica do FasImigrantes 12 de Novembro 2011
Teresa Nunes
terça-feira, novembro 22, 2011
Crónica das Aldeias 19.11.2011
11 horas da manhã, ponto de encontro no Millenium, para fazermos as habituais visitas às nossas "Aldeias", Ansiães, Candemil, Basseiros e Bustelo.
Que maravilha voluntários novos: A mais novinha a Joana, M. Manuel e o Belarmino, sejam bem vindos.
Depois das apresentações e dos cumprimentos, lá nos dividimos pelas viaturas e partimos rumo às Aldeias.
O encontro para o almoço foi na Casa da Catequese, pois como no dia anterior choveu, os nossos locais habituais (parque das merendas ou atrás da igreja) não estavam próprios para o mesmo. Aqui encontramos a Natércia e depois mais tarde a Florbela.
A Carminda foi a que fez a oração de agradecimento e depois, começamos a petiscar as diversas iguarias que cada um levou (não as vou descrever para não vos deixar água na boca).
No final do pic-nic a Carminda deliciou-nos com um belo poema de Mafalda Veiga - "O Velho", que aqui vos deixo para compartilharem connosco:
Velho
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
De seguida lá fomos tomar o nosso café ao local do costume e agora sim partimos às nossas visitas.
A visita que vos descrevo é a Aldeia de Bustelo com a Nanica, Florbela e Augusta.
A primeira casa a visitar foi a do Sr. Lima (que com franqueza estava com receio de o já não encontrar) pois na última visita estava acamado e bastante doente. Mas, graça a Deus, ainda está com vida, continua acamado numa cama articulada de ferro, para ser mais fácil o seu tratamento. A visita foi muito rápida a pedido da sua esposa, claro que foi mesmo para o cumprimentarmos e perguntar se precisava de alguma coisa.
A segunda casa a visitar seria a da D.Fernanda, mas não estava, os vizinhos disseram que talvez não demorasse mas, o certo é que não veio.
Fomos então, a casa da D. Emilia viúva do Sr. Aurélio. Desta vez, recebeu-nos dentro de casa, pois estava à lareira acompanhada pela filha.
D. Emilia pouco fala só escuta, pois teve um AVC e tem dificuldade em falar e andar. Como estamos a chegar ao Natal, falamos das diversas ementas alosivas e de como era festejado o Natal antigamente. O tempo passou rápido e terminou a visita com muita pena nossa.
A próxima visita foi a D.Maria, lá estava ela no cimo da escadaria, na entrada da sua porta, sentadinha como do costume na sua cadeira. Como estava frio, por cima do seu pijama de cor laranja, tinha vestido um casaco de malha, cobertinha com um cobertor fofinho e com luvas, ai ninas toda quentinha. Estava preocupada com dinheiros de terrenos que o filho/nora tinham recebido e as conversas foram á volta desse tema. E sem quase darmos por isso o tempo da visita terminou pois ainda tinhamos que ir ver a irmã da D. Maria a D. Celeste.
Ùltima visita D. Celeste, recebeu-nos na sua cozinha com o fogão de lenha acesso, hum que agradavel que lá se estava com a presença do marido. Bastante debilitada, pois teve recentemente um AVC, mas bem disposta. Falou-nos das peripércias que passou nos diversos hospitais por onde esteve aquando da sua doença. Também o tempo passou rápido e assim terminou a visita.
De regresso ao nosso ponto de encontro, já estava a ficar escuro e a chover, para lanchar o que restou do pic-nic.
Mais uma vez agradecemos a vinda dos novos voluntários e despedimo-nos até à próxima e um muito obrigada a todos.
Agora me despeço com esta simples frase "O tempo escasseia mas a vontade de vir é imensa!"
Maria Lurdes Ferreira – Bustelo