11 horas da manhã, ponto de encontro no Millenium, para fazermos as habituais visitas às nossas "Aldeias", Ansiães, Candemil, Basseiros e Bustelo.
Que maravilha voluntários novos: A mais novinha a Joana, M. Manuel e o Belarmino, sejam bem vindos.
Depois das apresentações e dos cumprimentos, lá nos dividimos pelas viaturas e partimos rumo às Aldeias.
O encontro para o almoço foi na Casa da Catequese, pois como no dia anterior choveu, os nossos locais habituais (parque das merendas ou atrás da igreja) não estavam próprios para o mesmo. Aqui encontramos a Natércia e depois mais tarde a Florbela.
A Carminda foi a que fez a oração de agradecimento e depois, começamos a petiscar as diversas iguarias que cada um levou (não as vou descrever para não vos deixar água na boca).
No final do pic-nic a Carminda deliciou-nos com um belo poema de Mafalda Veiga - "O Velho", que aqui vos deixo para compartilharem connosco:
Velho
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
De seguida lá fomos tomar o nosso café ao local do costume e agora sim partimos às nossas visitas.
A visita que vos descrevo é a Aldeia de Bustelo com a Nanica, Florbela e Augusta.
A primeira casa a visitar foi a do Sr. Lima (que com franqueza estava com receio de o já não encontrar) pois na última visita estava acamado e bastante doente. Mas, graça a Deus, ainda está com vida, continua acamado numa cama articulada de ferro, para ser mais fácil o seu tratamento. A visita foi muito rápida a pedido da sua esposa, claro que foi mesmo para o cumprimentarmos e perguntar se precisava de alguma coisa.
A segunda casa a visitar seria a da D.Fernanda, mas não estava, os vizinhos disseram que talvez não demorasse mas, o certo é que não veio.
Fomos então, a casa da D. Emilia viúva do Sr. Aurélio. Desta vez, recebeu-nos dentro de casa, pois estava à lareira acompanhada pela filha.
D. Emilia pouco fala só escuta, pois teve um AVC e tem dificuldade em falar e andar. Como estamos a chegar ao Natal, falamos das diversas ementas alosivas e de como era festejado o Natal antigamente. O tempo passou rápido e terminou a visita com muita pena nossa.
A próxima visita foi a D.Maria, lá estava ela no cimo da escadaria, na entrada da sua porta, sentadinha como do costume na sua cadeira. Como estava frio, por cima do seu pijama de cor laranja, tinha vestido um casaco de malha, cobertinha com um cobertor fofinho e com luvas, ai ninas toda quentinha. Estava preocupada com dinheiros de terrenos que o filho/nora tinham recebido e as conversas foram á volta desse tema. E sem quase darmos por isso o tempo da visita terminou pois ainda tinhamos que ir ver a irmã da D. Maria a D. Celeste.
Ùltima visita D. Celeste, recebeu-nos na sua cozinha com o fogão de lenha acesso, hum que agradavel que lá se estava com a presença do marido. Bastante debilitada, pois teve recentemente um AVC, mas bem disposta. Falou-nos das peripércias que passou nos diversos hospitais por onde esteve aquando da sua doença. Também o tempo passou rápido e assim terminou a visita.
De regresso ao nosso ponto de encontro, já estava a ficar escuro e a chover, para lanchar o que restou do pic-nic.
Mais uma vez agradecemos a vinda dos novos voluntários e despedimo-nos até à próxima e um muito obrigada a todos.
Agora me despeço com esta simples frase "O tempo escasseia mas a vontade de vir é imensa!"
Maria Lurdes Ferreira – Bustelo
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