Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
quarta-feira, dezembro 14, 2011
Crónica das Aldeias – 03.12.2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
Crónica dos Imigrantes 10 Dezembro de 2011
Manuel
sexta-feira, dezembro 09, 2011
Crónica das Aldeias – 08.10.2011
Num sábado de Outubro, num dos primeiros deste ano "lectivo" do FAS,
voltámos nós para o Marão ver as nossas senhoras. Nossas, porque
aquilo que elas nos entregam e confiam faz-nos perceber que estamos
responsáveis por uma pequena parte da alegria delas, que por mais
pequena que seja, não deixa de não ter uma grande importância.
Mais uma rotina normal: reunir, viajar, almoçar no parque do costume,
o cafezinho e voilá! here we go! As conversas, sinto eu, são cada vez
mais íntimas. A dona Rita, quero dizer, Tia Rita (veja-se lá a
confiança, que maravilha!) adora receber-nos. Constantemente achamos
que nessa hora, o relógio é uma invenção pouco útil. A dona Aldina, a
avó carinhosa! "Meninas, um frasquinho de mel! Levai!" Não deixa de
insistir que ficamos muito pouco tempo com ela, apesar de
distribuirmos duas horas por duas vistas, o que é óptimo. "Dar sem
procurar receber", um dos lemas deste grupo, mas na verdade, sempre
recebemos em dobro (ou mais) do que aquilo que damos. Estou muito
grata a estas senhoras por se deixarem fazerem parte da minha vida,
penso que poderei dizer, da nossa vida, e de toda a sabedoria que nos
passam com as histórias das suas existências.
Um dia passado, mais uma rotina normal, no entanto, cada momento é
único. Obrigada a todos por tornarem possível uma companhia/amigo na
vida destas pessoas e de todas as que necessitam.
Clarisse - Ansiães
quarta-feira, novembro 30, 2011
Crónica dos Imigrantes 27 Novembro 2011
Marcamos o encontro para S Cirilo às 14h30. Todos foram pontuais (voluntários e utentes). Ainda nos demoramos um pouco a conversar com um utente, acompanhante habitual destas nossas saídas, mas que, por estar doente, não pode, desta vez, estar connosco.
Saímos em direção à Cordoaria, em amena cavaqueira, pois já todos os participantes se conheciam, o que facilitou a comunicação e a interação.
Neste edifício do século XVIII, estão presentemente quatro exposições, duas permanentes e duas temporárias. As duas permanentes, uma de máquinas fotográficas representantes da evolução desta arte, onde se encontram muitas dezenas de marcas e modelos de câmaras e uma outra sobre a Cadeia da Relação, algumas das personalidades que ali estiveram detidas e, também, de detidos anónimos. Nas exposições temporárias, também de fotografia, uma é de divulgação dos Novos Valores da Fotografia Espanhola, em que o tema principal é a obra de Juantxu Rodríguez e as suas fotografias do mundo, principalmente uma visão particular sobre uma importante parte da sociedade norte-americana, e a outra do trabalho de Marín, cuja obra atravessa a primeira metade do século XX. José Miguel Ferreira apresenta-nos as suas fotografias subordinadas ao tema o Douro Vinhateiro.
A visita correu bem e todos os participantes gostaram, não só pelas exposições, mas também pelo edifício que está intimamente ligado à história política do Porto desde o Marquês de Pombal até ao início do Estado Novo.
O regresso foi um pouco mais monótono, dado que alguns dos participantes são utentes externos de S Cirilo e após a visita foram diretamente para as suas residências e não nos acompanharam.
Tudo correu bem, foi uma tarde bem passada.
segunda-feira, novembro 28, 2011
Crónica da Ronda de Santa Catarina – 20.11.2011
A MINHA CASA É(RA) A RUA
Sábado, 8h30. A manhã está fria. A Baixa do Porto está deserta. Os primeiros autocarros circulam nas paragens ainda desertas. Vagueiam alguns noctívagos. Apressam-se os comerciantes para abrir as lojas e ajeitar as promoções nas montras, que o negócio já conheceu melhores dias.
Do outro lado da rua, na Praça D.João I, o senhor J., apoiado na sua bengala, está à nossa espera. É dia de ir ver um "quartinho". "Não quero fazer má figura", desabafou connosco dias antes de marcarmos a visita – que preocupação a de quem dorme na rua há anos.
"Não se preocupe com isso", garantimos. Nada que uma camisa, uma camisola e um bom banho quente não resolvam.
Rumo ao balneário público do Campo 24 de Agosto. "Bom dia. São 35 cêntimos pelo banho. Se desejar sabonete e toalha são mais 75", responde um rosto fechado e de pouca simpatia do lado de lá do vidro da recepção.
Por aqui passa "todo o tipo de gente", vai comentando Dona F., que à medida que parece confiar em nós deixa cair histórias. "Vêm aqui duas irmãs, que têm uma boa casa, mas preferem tomar banho aqui. Dizem que fica mais barato e não têm que limpar", ri-se.
Fossem todos os clientes como elas, pensa em voz alta. "Deus me perdoe, mas romenos e ucranianos. Deixam tudo sujo e só arranjam problemas", grunhe entre dentes.
"São da Cáritas?", questiona. "Porque tenho lá uns edredons em casa , se quiserem…", continua – mais tarde ainda nos tenta impingir também umas cortinas que estão lá em casa a estorvar . Agradecemos. Toda a ajuda é bem-vinda, mas preferimos o edredon às cortinas, explicamos gentilmente sem querer ferir o espírito solidário.
9h30. Barba feita, cabelo alinhado com risca ao lado, camisa aos quadrados e pólo a condizer. Ganhou anos de vida. Parece outro. Vaidades à parte, é tempo de ir ver o quarto.
É a própria senhoria que abre a porta e faz a visita guiada. Cabelo apanhado, rosto jovem, sorriso rasgado, discurso rápido e fluente. "Bom dia, senhor J., vamos então ver o quartinho? Olhe que são quatro andares!", avisa. "Em Lisboa, subia bem quatro andares", exclamou o senhor J., que conta mais de meio século de vida e alguns anos a dormir nas ruas de Lisboa e Porto. E subiu, sem pestanejar, enquanto a Dona S. foi obrigada a fazer uma paragem forçada, que isto da asma ataca novos e velhos.
O "quartinho" está em remodelação. "Estou a substituir a cama de casal por uma de solteiro para ficar mais confortável", disse despachada. "E, olhe, até tem televisão para se distrair", continua. Corrida rápida ao WC e cozinha partilhados. Num discurso rápido e despachado lá vai explicando as condições do alojamento e as regras da "casa": fumar só na varanda e nada de barulho à noite porque isto "é um local de respeito".
"Então, gosta do quartinho?", pergunta? – seguramente que o senhor J. só ouviu palavras soltas da Dona S. E poucas trocaram. Também não era preciso. O olhar e sorriso expressivos deste senhor de barba e cabelo grisalhos conquistaram a jovem senhoria, que já "aturou de tudo na pensão" e recebe os novos hóspedes de braços abertos, mas de pé atrás.
De palavras parcas e discurso desalinhado senhor J. deixou escapar, em voz embargada, aquilo que nós, voluntários da ronda, e, seguramente de outras rondas, gostaríamos de ouvir mais vezes: "Eu fico com o quarto. Não quero ficar na rua!".
A rua era a casa do senhor J.
PS: E porque as rondas se fazem de histórias como esta, damos as boas-vindas ao novo voluntário, o L. (pode não querer ser identificado). Contamos contigo para escrever os próximos capítulos da ronda de Santa Catarina.
Ana Oliveira
quinta-feira, novembro 24, 2011
Crónica do FasImigrantes 12 de Novembro 2011
Teresa Nunes
terça-feira, novembro 22, 2011
Crónica das Aldeias 19.11.2011
11 horas da manhã, ponto de encontro no Millenium, para fazermos as habituais visitas às nossas "Aldeias", Ansiães, Candemil, Basseiros e Bustelo.
Que maravilha voluntários novos: A mais novinha a Joana, M. Manuel e o Belarmino, sejam bem vindos.
Depois das apresentações e dos cumprimentos, lá nos dividimos pelas viaturas e partimos rumo às Aldeias.
O encontro para o almoço foi na Casa da Catequese, pois como no dia anterior choveu, os nossos locais habituais (parque das merendas ou atrás da igreja) não estavam próprios para o mesmo. Aqui encontramos a Natércia e depois mais tarde a Florbela.
A Carminda foi a que fez a oração de agradecimento e depois, começamos a petiscar as diversas iguarias que cada um levou (não as vou descrever para não vos deixar água na boca).
No final do pic-nic a Carminda deliciou-nos com um belo poema de Mafalda Veiga - "O Velho", que aqui vos deixo para compartilharem connosco:
Velho
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
De seguida lá fomos tomar o nosso café ao local do costume e agora sim partimos às nossas visitas.
A visita que vos descrevo é a Aldeia de Bustelo com a Nanica, Florbela e Augusta.
A primeira casa a visitar foi a do Sr. Lima (que com franqueza estava com receio de o já não encontrar) pois na última visita estava acamado e bastante doente. Mas, graça a Deus, ainda está com vida, continua acamado numa cama articulada de ferro, para ser mais fácil o seu tratamento. A visita foi muito rápida a pedido da sua esposa, claro que foi mesmo para o cumprimentarmos e perguntar se precisava de alguma coisa.
A segunda casa a visitar seria a da D.Fernanda, mas não estava, os vizinhos disseram que talvez não demorasse mas, o certo é que não veio.
Fomos então, a casa da D. Emilia viúva do Sr. Aurélio. Desta vez, recebeu-nos dentro de casa, pois estava à lareira acompanhada pela filha.
D. Emilia pouco fala só escuta, pois teve um AVC e tem dificuldade em falar e andar. Como estamos a chegar ao Natal, falamos das diversas ementas alosivas e de como era festejado o Natal antigamente. O tempo passou rápido e terminou a visita com muita pena nossa.
A próxima visita foi a D.Maria, lá estava ela no cimo da escadaria, na entrada da sua porta, sentadinha como do costume na sua cadeira. Como estava frio, por cima do seu pijama de cor laranja, tinha vestido um casaco de malha, cobertinha com um cobertor fofinho e com luvas, ai ninas toda quentinha. Estava preocupada com dinheiros de terrenos que o filho/nora tinham recebido e as conversas foram á volta desse tema. E sem quase darmos por isso o tempo da visita terminou pois ainda tinhamos que ir ver a irmã da D. Maria a D. Celeste.
Ùltima visita D. Celeste, recebeu-nos na sua cozinha com o fogão de lenha acesso, hum que agradavel que lá se estava com a presença do marido. Bastante debilitada, pois teve recentemente um AVC, mas bem disposta. Falou-nos das peripércias que passou nos diversos hospitais por onde esteve aquando da sua doença. Também o tempo passou rápido e assim terminou a visita.
De regresso ao nosso ponto de encontro, já estava a ficar escuro e a chover, para lanchar o que restou do pic-nic.
Mais uma vez agradecemos a vinda dos novos voluntários e despedimo-nos até à próxima e um muito obrigada a todos.
Agora me despeço com esta simples frase "O tempo escasseia mas a vontade de vir é imensa!"
Maria Lurdes Ferreira – Bustelo
domingo, novembro 20, 2011
Crónica da Ronda da Batalha - 06.11.2011
domingo, novembro 06, 2011
Crónica da Ronda da Batalha - 09.10.2011
Crónica da ronda da Areosa 23.10.2011
terça-feira, novembro 01, 2011
Crónica das Aldeias – 22.10.2011
quarta-feira, outubro 26, 2011
FasFamilias - Crónica de Outubro
Partilhar a minha experiência enquanto voluntária do FASFamílias, foi o que me foi pedido. Fácil, pensei…até que, parei um pouco para reflectir sobre estes últimos três anos, assim mais consciente a tarefa assume outra dimensão.
Durante cerca de três anos acompanhámos uma pessoa que havia vivido na rua e em vários sítios dentro e fora do país. Após a saída da rua, aconteceram várias coisas muito boas, emprego, uma casa para ficar, aproximação da família, restabelecer laços, adquirir hábitos de trabalho, tudo corria maravilhosamente bem.
A perda do emprego despoletou um percurso inverso, mais duro pela perda de esperança que daí adveio, já que na subida se criaram muitas expectativas e sonhos, que se desmoronaram com a perda do trabalho, algo essencial na vida de alguém que está a reconstruir e traçar um novo rumo na sua vida.
Alguns meses depois acaba por arranjar novo trabalho, e com este regressa o ânimo, a alegria, a vontade de estar em sociedade, etc..
Têm sido assim estes três anos, muito cheios, de coisas menos boas mas também coisas muito boas, tantas que não cabem aqui nestas letras mas que cabem no nosso coração. Durante este tempo discordámos algumas vezes, aborrecemo-nos, mas também aconselhámos, apoiámos, rimos, conversámos. Mas, acima de tudo fizemos um esforço por respeitar a liberdade desta pessoa que aos poucos foi fazendo parte da nossa vida, e construindo o seu caminho com as suas escolhas. Felizmente, correu bem, já não fazemos falta como voluntárias, o nosso papel terminou. Agora somos mais duas pessoas na vida dele, a quem recorre quando quer dizer Olá como estás"; partilhar uma novidade…
Nós mantemo-nos deste lado, e ao lado, sempre à distância de um telefonema, esperando que este seu percurso seja mais fácil, menos duro e sobretudo com muito mais alegria.
Eu, enquanto voluntária fui aprendendo a calçar os sapatos do outro, é muito fácil dizer e pensar "Mas, como é que ele (a) não sabe calçar os sapatos, é básico?! Quando experimentamos, percebemos e sentimos que há toda uma experiência de vida completamente diferente da nossa que pode tornar tudo tão difícil e complicado. Não nos foram dados os mesmos instrumentos para calçar os sapatos.
Aprendi a respeitar um pouco mais a diferença, a ser mais tolerante, e a colocar-me no lugar do outro, e a percebi que muitas vezes a única coisa que posso fazer é "estar", eu, que às vezes me considero capaz de tudo, perante determinadas situações de vida apenas caminho ao lado, se a pessoa assim o quiser.
Ser voluntário (a) no FASFamílias é procurar alternativas, encontrar soluções, apoiar, aconselhar, mas por vezes, é preciso ter a humildade de perceber que nada podemos fazer, apenas ESTAR. E este "ESTAR" é fundamental na vida das pessoas que acompanhámos, porque muitas vezes é o único que têm.
Sara Gonçalves
FasFamilias - Crónica Setembro
Sara Machado
FasFamilias - Crónica Julho
Na reunião da vertente famílias de Julho tivemos oportunidade de, após a apresentação dos resultados do inquérito que tinha sido previamente preenchido pelos voluntários, propor um desafio a todos os voluntários:
Defender a permanência da ajuda no caso que acompanham, pressupondo existia uma fictícia restrição dos recursos humanos. Assim, teríamos (hipoteticamente) de abandonar todos os casos, excepto um. Após reunirem por equipa, os voluntários tiveram dois minutos para justificar porque é que o seu caso seria o indicado para continuar a ser visitado.
A Inês e o Manel defenderam que nesta fase era essencial apoiar a I. no que diz respeito à procura de trabalho e sobretudo, à recuperação do período depressivo em que tem vivido. Salientaram a importância de manter as visitas ao casal, pois fruto das dificuldades financeiras, corre, eventualmente, risco de ruptura.
O Miguel M e o Miguel C: defenderam que o caso do Z. não poderia ser abandonado devido à sua saúde débil e risco eminente de se refugiar no álcool.
A Teresinha, a Sara e Catarina alegaram convincentemente que nunca poderíamos deixar uma mãe solteira, nesta altura de inquietação e dúvida provocado pelo desemprego. Por outro lado, poderia constituir um problema de imagem para a vertente.
A João e a Sofia crêem que nesta altura é essencial acompanharem a F. na procura de uma oportunidade para levar a sua vida para a frente.
A Catarina, o Nuno, a Rosinha, a Inês S. e a Maria referiram, com toda a determinação, que a família que acompanham envolve 4 crianças, uma avó e uma mãe, o que só por isso conferia prioridade a este caso.
Foi interessante constatar que tanto a Sara a Inês, bem como, o Jorge e a Gabel, reconhecem que os seus casos aproximam-se do fim do acompanhamento, e como tal preferem não defender a permanência dos casos, mas sim reencaminhar os respectivos recursos para casos que mais precisem. A Cecilia e a Sofia, apesar de não terem estado presentes partilharam desta opinião relativamente ao seu caso.
A sorte é que foi apenas um exercício para pensarmos no papel do voluntário junto das pessoas que visita semanalmente, pelo que, desde que nos pareça a melhor opção, manteremos o acompanhamento a estas Famílias
Aproveito para deixar um muito obrigado a todos estes voluntários que muito mais do que exercícios em sede de reuniões de vertente, acompanham semanalmente aqueles que mais precisam, numa luta incansável para mostrar caminhos alternativos que ajudem a quebrar o ciclo vicioso de pobreza (nas suas diversas dimensões), no qual as famílias que acompanhamos estão inseridas.
Ana
Crónica dos imigrantes 23 Outubro 2011
segunda-feira, outubro 24, 2011
Crónica da ronda de Santa Catarina - 16/10/2011
Vanessa Pereira

sexta-feira, outubro 14, 2011
Formação em Voluntariado
Obrigatória para novos voluntários.
Se não tiveste disponbilidade para estar na sessão de esclarecimento, mas tens interesse em conhecer o grupo, comparece na formação.
Se tiveres alguma dúvida envia por favor um e-mail para:
fasrondas@gmail.com
Até breve!
domingo, outubro 09, 2011
Crónica das Aldeias - 24.09.2011 (Crónica de um emigrante)

Crónica dos imigrantes 25 de Setembro de 2011
Desta vez o destino eram os Clérigos (Torre e Igreja) e a Feira dos Passarinhos (que se realiza todos os domingos, de manhã, no largo fronteiro à Cadeia da Relação, atual museu da fotografia).
Pouco passava das dez horas da manhã quando saímos de S Cirilo em direção ao jardim da Cordoaria. Os primeiros passos foram dados quase em silêncio, havia caras novas. Timidamente foram sendo trocadas as primeiras informações, é preciso ir com algum cuidado, o português não é a língua materna de todo o grupo e, por vezes, aparecem algumas dificuldades de comunicação que vão sendo ultrapassadas com o recurso a alguns elementos do grupo que, servindo de intérpretes de ocasião, desempenham um importante papel.
A primeira visita foi à Torre dos Clérigos, compradas as entradas, lá foi o grupo escalando os 225 degraus da torre. Tivemos uma desistência que por problemas nos joelhos, não conseguiu atingir o cimo desta. A vista é, de facto, impressionante, consegue-se ver uma considerável parte da baixa da Cidade, Câmara, Estação de S Bento, Pavilhão Rosa Mota, várias Igrejas (Sé, Congregados, Stº Ildefonso, Lapa, Carmo, Carmelitas e outras de que não me lembro de momento) e outros patrimónios construídos que fazem parte da história da cidade.
A esta visita, necessariamente curta, fruto da grande afluência de visitantes que se fazia sentir na altura, seguimos para a Feira dos Passarinhos. Deambulamos nos corredores da feira admirando a imensa variedade de animais de estimação que se encontravam à venda. Havia preços para todas as bolsas, desde pequenas aves ou hámsteres a 5 € até uma Arara que atingia a "módica" quantia de 950 €. Dada a diversidade de proveniências dos integrantes do grupo, ficou claro que um pássaro exótico é somente um pássaro que se encontra fora do seu lugar (habitat natural), para alguns as araras, papagaios e outros, são aves que existem nos seus lugares de origem aos milhares e como tal, de exótico pouco têm.
O retorno já foi bastante mais animado, já tinha havido algumas conversas cruzadas e a timidez inicial havia-se dissipado a interação foi mais fluida e natural, já todos estávamos muito mais à vontade e participativos.
Nunca se perde umas horas de domingo, ganhamos um mundo de experiência.
Manuel
Crónica dos imigrantes Julho de 2011
Ficou combinado na nossa troca de mails com o que cada um contribuía, e lá fomos nós, só que desta vez a Sara foi de carro com todas coisa que se reuniram para o almoço.
Como de costume, há sempre caras novas, pessoas que chegaram a S Cirilo há pouco tempo, que estão numa vida transitória até à estabilidade, e aproveitam esta estadia para organizarem as suas vidas.
Gostei de conhecer a P e o seu filho, que aguardavam a passagem para regressarem a Cuba. O A., que também queria regressar ao Brasil. Foi muito fácil começar a conversar, falamos de muito enquanto caminhávamos até ao Palácio.
Depois o D. sempre com calma, porque não é preciso andar tão rápido, que se tem tempo. E ficámos a saber como está a sua saúde, se anda a fazer todos os tratamentos como deve ser. A língua ainda é uma barreira, mas prefere sempre que diga tudo em português, para ir aprendendo.
A N. foi-me contando que só pode visitar o seu filho duas vezes por semana e como ele não está no Porto, anda cerca de três horas para ir e outra três para vir, para estar com ele pouquinho tempo.
Falo aqui das pessoas com quem conversei. O Manuel e o David também iam entretidos a falar com as outras pessoas.
E chegamos, ajudamos a carregar tudo e a fome já dava alguns sinais. Partilhamos o que levamos e devo confessar que as sandes feitas pelo A., estavam magníficas.
Depois do almoço, fomos dar um passeio pelos jardins, aproveitar para conversarmos mais um pouco e partilhar as experiências de cada um. São mundos tão distintos, vidas tão diferentes.
Foi um domingo bem passado, diferente das saídas habituais, recheado de laços, recheado de outras vivências.
Valentina