Tendo sido o FAS já uma viagem de mais de um ano, fica a certeza de que se construiu uma relação de confiança, suporte e mesmo amizade entre as pessoas que ajudamos. No início não foi fácil perceber a diferença que se fez e o tamanho do que estávamos a dar, foi talvez como um boomerang e o que nos moveu a lançá-lo foi acreditar que passaria e tocaria nos sítios certos. Para mim, o desafio é naquelas horas oferecidas em que nos voluntariamos conseguirmos mover o nosso umbigo e centrá-lo totalmente no outro sem expectativas e sem julgamentos, ter a coragem de aceitar a outra pessoa tal qual ela é, com uma história de vida tão diferente da nossa no que toca às opções tomadas e às adversidades com que vivem diariamente. No início, é um exercício que pode ser algo difícil mas, com o tempo os gestos e os sorrisos retribuídos valem por tudo, indicando que estamos no caminho. Às vezes não é fácil integrarmos essas opções ao nosso mundo e, ser voluntária neste contexto é estar presente aceitando a pessoa ajudada em tudo o que é e fazê-la perceber que nós estaremos lá em qualquer altura e prontos para a apoiar quando dias menos bons surgirem; tentando indicar-lhe a melhor forma de dar sentido ao que vive mas, sem imposições e com muita paciência tentar ser-se proactivo, ora por se ser uma presença certa, regular e segura, ou por se ajudar na procura de emprego, ou por a acompanhar a uma consulta médica, essencialmente por se criar uma oportunidade de partilhar uma história de vida com alguém. O FAS é feito de pequenos passos consentidos no caminho de me tornar uma pessoa inteira e solidária na nossa missão de fraternidade neste pequenino ponto cósmico que é a nossa casa. Pode parecer um faz de conta mas, acredito mesmo que conta o que se FAS!
Sara Machado
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