terça-feira, julho 31, 2012

Crónica FAS Imigrantes - 22.07.2012

Domingo à tarde, um dia muito bonito e com muito calor. Encontrámo-nos no lugar habitual, à porta de S Cirilo, para mais um dia de partilha e boa disposição.
Desta vez a atividade era o pic-nic que fazemos antes das férias. Contávamos com mais companheiros do que habitualmente, comparando com as atividades anteriores, temos sempre inscrições, mas à última da hora desiste sempre alguém Desta vez, as inscrições foram ultrapassadas por pessoas que apareceram sem se inscreverem.
Fiquei entusiasmada e ao mesmo tempo preocupada, será que as nossas contribuições para o lanche vão chegar para todos? Mas como sempre, ponho o assunto nas mãos de Deus e Ele saberá como nos ajudar a resolver.
Não acompanhei a caminhada até ao Jardim do Covelo, porque levei todas as coisas que reunimos até lá. Cheguei praticamente ao mesmo tempo que os primeiros que decidiram cortar caminho e andar a um passo mais ligeiro. Encontraram outros companheiros que nos aguardavam, e que eu ainda não conhecia.
Levamos tudo para um banco à sombrinha, esperamos que o grupo se voltasse a reunir. Poucas palavras trocadas entre mim e eles, é natural, já se conheciam mesmo bem, eu estava a acompanhá-los pela primeira vez, mas sempre muito simpáticos e cordiais nas conversas.
Grupo todo reunido, há que encontrar um lugar para nós. Como o domingo convidava, o jardim tinha muita gente.
O Manuel, como sempre, explicou-nos que a Quinta do Covelo foi doada à Câmara do Porto e ao Ministério da Saúde com o propósito de ali se construir um hospital para doentes com tuberculose. Mas o ministério da Saúde não usou este espaço, e a Câmara gere o jardim com o consentimento do Ministério da Saúde.
Escolhemos um poço desativado onde a cobertura nos serviu de mesa. Ainda era cedo, alguns foram conhecer a quinta enquanto outros ficaram a tomar conta. Eu fui explorar o lugar com o David, que já não nos acompanhava há algum tempo. As obrigações de finalista assim o obrigavam, mas os nossos companheiros já sentiam a sua falta.
De volta, o pequeno W. já estava numa mantinha a brincar, com a sua mãe. Para o ano que vem, não nos podemos esquecer de levar mantas para todos nos podermos sentar à vontade
O L. começava a trepar uma árvore e outros a jogar a bola. E o convívio começou a brotar naturalmente. O lanche foi partilhado e suficiente para todos nós. Acho que os nossos companheiros gostaram do que conseguimos arranjar.
Ainda houve tempo para um jogo de vólei e de muita conversa pelo meio. Como sempre fico a pensar que os nossos companheiros são mesmo um exemplo, boa disposição e alegria, apesar de tudo.
A tarde terminou, porque tinham que preparar o jantar em S. Cirilo.
O regresso, foi muito animado. Como sempre, alguns vão ficando pelo caminho, para regressarem a suas casas. A conversa sempre franca e participativa. Foi pena não conversar mais com todos. Chegamos depois da hora habitual a S Cirilo, cansados do jogo de vólei e da caminhada, à mistura com o calor.

Agora, quero agradecer a todos os voluntários que este ano acreditaram nesta vertente, apesar dos altos e baixos, o balanço é positivo. Espero que concordem. OBRIGADA.

Valentina

terça-feira, julho 17, 2012

Crónica dos Imigrantes - Julho

Imigrantes - Visita ao museu de Arte Sacra.
Neste sábado, 7 de Julho, os voluntários disponíveis apareceram em S. Cirilo para a visita ao museu de Arte Sacra. A manhã esteve nublada e havia alguma ameaça de chuva, o que associado a uma alteração de data já depois de feitas as inscrições, deve ter sido a razão para ter aparecido um número baixo, pois havia mais interessados. Ao todo, meia dúzia, dois inscritos e quatro voluntários. Não conseguimos perceber dois nomes na lista e não foi possível saber quem eram, por isso, saímos com um pequeno atraso de tolerância para ver se chegavam.  O nosso percurso para o centro é pela rua de Cedofeita, por onde se vai conversando. O P. vai sempre destacado à frente. Numa analogia ciclística pode dizer-se que vai em fuga uns bons metros à frente do pelotão, acompanhado por um de nós. Desta vez havia uma explicação, estava previsto encontrarmos o L. na Praça dos Leões e a hora de encontro era pelas três. Com o grupo aumentado, descemos os Clérigos e subimos para o largo da Sé. Chegamos à igreja de S. Lourenço, mais conhecida por igreja dos grilos, descendo as escadas graníticas e que nos dão a sensação de chegarmos à igreja pelo telhado. Esta igreja foi construída pelos jesuítas para criarem um colégio no Porto, com as vicissitudes da história foi passando de mãos e passou a ser conhecida por igreja dos grilos por ter pertencido aos frades descalços de S. Agostinho, conhecidos por frades-grilos por terem casa em Lisboa no lugar do Grilo. A visita ao Museu de Arte Sacra, em que predominam imagens de madeira e pedra policromadas, à igreja com um espectacular altar em talha dourada e um órgão ibérico e ao pequeno museu de arqueologia agradou a todos. Fizemos a fotografia de grupo nas escadas da entrada e espreitamos Gaia e o rio Douro do terreiro lateral. Regressamos percorrendo algumas das ruas estreitas da Sé e fazendo o restante percurso em sentido inverso. A S. Cirilo só chegou o Manuel, porque o grupo começou a reduzir-se logo em S. Bento e os voluntários não o acompanharam nos últimos metros.
Francisco

terça-feira, julho 10, 2012

FasFamilias - crónica de Abril

Numa época cada vez dominada por um certo comodismo egocêntrico, onde os valores se perdem e as prioridades se invertem, escasseia o espaço para a solidariedade e o altruísmo.
É nesta sociedade desenfreada pelo materialismo e pautada pela indiferença que os problemas sociais se avolumam a um ritmo vertiginoso, fruto de uma conjuntura socioeconómica que se tem vindo a agravar. As assimetrias sociais acentuam-se, as carências aumentam e a capacidade de resposta do estado social vai diminuindo, como vão também diminuindo as expetativas daqueles que se sentem em situação de desespero e que são cada vez em maior número.
Nunca um gesto solidário foi tão preciso e fez tanto sentido. E foi por isso que decidi dar um pequeno contributo e levar até à B. um pouco de carinho, amizade, calor humano e equilíbrio emocional. Em troca e de uma forma tão reconfortante, recebi o seu sorriso e todos nós sabemos como é belo e gratificante o sorriso de uma criança! A B.… uma menina com necessidade de apoio escolar, mas onde o apoio emocional se torna ainda mais urgente.
Nem sempre foi fácil conciliar a minha vida pessoal com esta tarefa a que me propus levar por diante. Contudo, há dias (e devem ser muitos) em que temos de colocar os nossos problemas e as nossas tarefas em segundo ou terceiro plano, porque o mundo não gira à nossa volta. E como este mundo é ingrato para tanta gente!
E é por isso que é tão importante deixar na nossa agenda espaços solidários que nos trazem um retorno altamente positivo. Aqui o tempo é ganho, não perdido…
Em todo este percurso ao lado da B. destaco um dia que se tornou especial pela diferença. Era o dia do seu aniversário! Aos poucos, fui-me apercebendo que, mais do que o "a e i o u", uma boa surpresa no seu aniversário era extremamente importante! Assim, apareci de surpresa na casa da B. com um bolo de aniversário e umas prendinhas… E deste pequeno gesto, um bonito e grande sorriso se rasgou... O seu ar traquina frequente nas sessões de apoio, tornou-se num ar meigo e feliz!
E com a felicidade daqueles que se vão tornando queridos para nós, vamo-nos enriquecendo como pessoas e vamos transformando os nossos dias agitados em dias especiais… Vamos percebendo o quão fácil é, fazer acontecer momentos de felicidade na vida daqueles a quem as adversidades os impede de crescer em harmonia e tranquilidade. Em troca, vivem "paredes meias" com experiências violentas e traumatizantes que deixam marcas irreparáveis.
E como é bom sentirmo-nos orgulhosos, dando um pouco de nós! São os pequenos contributos individuais que formam um todo que poderá fazer toda a diferença na recuperação de muitos sorrisos!
E é esse teu encantador sorriso, B.… que guardo dentro de mim! Não me lembro de te ter dado nada, o que sei … é o quanto recebi. Obrigada!

Cristina

FasFamilias - crónica de Maio

Hoje, na reunião mensal, foi-me pedido que escrevesse a crónica de Junho. Apesar de não ser particularmente dotada para a escrever achei que seria uma boa forma de partilhar a experiência que tenho tido no FAS.
Assim que cheguei a casa comecei a escrever a crónica. Porquê a rapidez? Por esta reunião, à semelhança daquelas que tive oportunidade de ir, são no mínimo inspiradoras. Há um ambiente de motivação que contagia, que anima!
Entrei no Fas há relativamente pouco tempo. Depois de uma breve passagem por um caso complexo, de apoio escolar, foi-me apresentado um novo caso de apoio escolar, em que na companhia do Nuno, iria ajudar a T. e o R. Fiquei contente porque me pareceu que seria um tipo de apoio que poderia prestar com alguma facilidade.
 A T. é uma adolescente encantadora, cheia de vida e muito simpática. Começou motivada, o que associado ao facto de ser inteligente e perspicaz, me fez pensar que seria muito fácil obter bons resultados. Não foi sempre tão fácil. Tivemos momentos muito gratificantes mas outros menos animadores, pela falta de motivação que por vezes manifestava. Apesar de ter evoluído muito, não conseguiu passar de ano. Confesso que o resultado me deixou algo frustrada, pois não correspondia à minha expectativa inicial. Mas também isto foi um motivo de aprendizagem,  para mim e para a T. Eu tive que ajustar expectativas e acredito que o que conquistamos em conjunto, apesar de não ter sido "suficiente", há-de ser útil.  A T. está mais motivada do que nunca para recuperar o tempo perdido no próximo ano.
Devo confessar que não me voluntariei no FAS pelos motivos mais altruístas. Não foi por me sentir particularmente inspirada ou por que tinha a certeza que podia ajudar alguém, porque de facto não sabia. Penso que, na verdade, foi uma tentativa de me ajudar a mim própria. Precisava de relativizar os meus problemas, de entrar em contacto com uma realidade diferente. Aquela de tantas pessoas que ignoramos durante anos ou até durante uma vida inteira. Foi este motivo, que retrospectivamente considero egoísta, que me levou a um caminho que tem sido tão atraente.
Noutro dia dizia a uma amiga, a propósito das visitas, que aqueles eram momentos únicos, em que entrava numa dimensão diferente, em que as "pequenices" da rotina do dia-a-dia não têm qualquer importância, ou qualquer espaço de antena nos meus pensamentos. São momentos de trabalho com eles, em particular com a T., mas também de convívio, de trocas de experiências, de muita observação que resultam numa verdadeira admiração por aquelas pessoas que passaram a fazer parte da minha vida. Por isto, porque a T. o R., o J. e a L. passaram a fazer parte da minha vida, eu sou, sem dúvida, uma pessoa mais feliz.
Até breve,
Teresa

Crónica dos Imigrantes 27 de Maio 2012

Em dia de aniversário da conquista da Taça dos Campeões Europeus pelo F.C.Porto em Viena  contra o Bayern München (27 de Maio), a visita da vertente de imigrantes foi precisamente no estádio do Dragão. Mas tal coincidência de datas foi um puro acaso.
A adesão de utentes do centro de S. Cirilo foi bastante elevada, motivada certamente pelo interesse pelo denominado "desporto rei" que é o futebol. E, como fomos descobrindo ao longo da visita, nem todos os participantes eram portistas (tal como acontece com alguns dos voluntários), mas isso não impediu o interesse pelo estádio.
A saída do centro de S. Cirilo foi por volta das 14:30 e desta vez a viagem não foi a pé, mas sim de metro, devido à grande distância que separavam a origem e o destino. O grupo FAS Rondas contribui para as viagens de metro dos utentes de S. Cirilo, tal como para os bilhetes de entrada para o estádio deles. A visita estava agendada para as 15:30 e com duração prevista de uma hora. Nenhum destes horários foi cumprido. A visita começou com quase uma hora de atraso e durante mais 45 min do que previsto, principalmente pelo facto de a visita ter cerca de uma centena de pessoas, ao contrário do máximo estipulado de 45 pax.
Durante a espera às portas do estádio existiu tempo para confraternizar, atualizar conversas passadas, troca de fraldas do nosso membro mais jovem (que, mais uma vez, portou-se lindamente) e, como é óbvio, falar de futebol. E depois de muita espera (as conversas começavam a cessar) a visita iniciou-se.
No interior do estádio começou por falar-se sobre a inauguração deste, sobre as "regras" de conduta para os adeptos em dia de jogo, passou-se pelo camarote presidencial, no qual estavam expostos dois troféus da época anterior, e explicaram as várias seções no interior (desde os restantes camarotes até às bancadas dos super dragões). Ainda se visitou a sala de imprensa, os balneários destinados às equipas visitantes e a sala de homenagem, na qual estava (excecionalmente) exposta a taça dos campeões europeus de 1987.
Durante esta visita ainda deu tempo para umas pequenas picardias entre utentes de clubes divergentes (nada de anormal no mundo futebolístico). Alguns tiveram que abandonar a visita mais cedo (não se esperava que fosse atrasar tanto) e, por volta das 18, iniciou-se o regresso (de metro) para o centro de S. Cirilo. O cansaço espalhava-se por todos de forma que a viagem foi calma e com uma comunicação bem mais reduzida do que na ida.
Apesar de a organização do lado do F.C.Porto não ter sido a melhor, predominam os pontos positivos: grande adesão do lado dos utentes, interação elevada entre utentes e voluntários e também entre utentes apenas. Esperemos que se mantenha assim!

Andreas

segunda-feira, junho 25, 2012

Crónica das Aldeias – 14.05.2012

No local do costume e à hora do costume lá partimos para as nossas aldeias…rumo ao Marão!
Estávamos com um dilema, aonde almoçar? O dia começou de chuva, mas como a esperança é a última a morrer, achamos que o S. Pedro iria ajudar-nos e dar-nos-ía um dia melhor…Por isso, arriscamos e fomos para o parque das merendas.
Arriscamos bem… sem chuva, uma excelente refeição partilhada e por fim o cafezinho no bar do parque.
De lá, dividimo-nos para as respectivas aldeias, eu fui com a Ana para a nossa aldeia – Basseiros.
Iniciamos a nossa visita na Sra. Hermínia, infelizmente ela não estava…ficamos a saber depois pelo filho que ela tinha ido para Vila Real!
De lá, fomos para a D. Celeste, batemos à porta… chamamos… e nada, nem sinal, deve estar para o campo pensamos nós.
Estávamos com pena….mas, continuamos o nosso caminho e fomos visitar a D. Maria. Será que está cá fora? Não, não estava… Estava deitada! Disse-nos que tinha estado lá fora de manhã. Muito bem, tem que fazer exercício, dissemos-lhe.
Estávamos numa amena cavaqueira, quando de repente, surpresa! Tivemos a visita da D. Celeste, ficamos todas contentes e continuamos na conversa...
A D. Celeste teve que ir embora, tentamos persuadi-la a ficar mais um bocadinho, mas disse que não podia e que tinha que voltar aos seus afazeres.
É uma pessoa muito energética, não consegue estar quieta muito tempo, é muito engraçada =)
A D. Maria continuou a contar-nos as suas peripécias do dia-a-dia e do passado, foi muito agradável.
O tempo passou depressa e estava na hora de partirmos para a nossa última visita, por isso despedimo-nos da D. Maria – até à próxima!
Próximo destino: a casa da D. Dulce, que fica situada numa colina com uma vista espectacular, mas que requere um bom esforço para lá chegar =)
Tivemos a 2ª surpresa do dia, fomos recebidas com cerejas a serem colhidas directamente da cerejeira para nós ….que maravilha! Como sempre, muito acariciadas, são uma simpatia! Conversamos sobre a crise, o tempo, a política…vários temas e sempre a comer cerejas!
Estivemos na conversa com a D. Dulce, que nos contou as suas maleitas, que são muitas, infelizmente =(
Colheram mais cerejas para levarmos e partilharmos com o grupo!
Com pena, despedimo-nos e partimos para Bustelo.
Estava na hora da partida, reunimo-nos, trocamos experiências e partilhamos cerejas… Foi um dia bem passado =)
Obrigada S. Pedro por nos teres dado um bonito dia…
Feitas as despedidas voltamos ao Porto!

Raquel

Crónica Imigrantes – 17 de Junho de 2012

A saída da vertente Imigrantes de dia 17 de Junho teve como destino o Museu Militar. À partida de S. Cirilo, o grupo era composto por seis voluntários e quatro participantes (três adultos e o pequeno W., no seu carrinho de bebé). Tínhamos recebido o pedido para que um grupo de sem-abrigo participasse na visita, juntamente com os utentes do Centro. No entanto, talvez pelo céu nublado de Domingo, nenhum elemento deste grupo compareceu em S. Cirilo à hora combinada. No percurso pela Rua de Cedofeita, encontrámos uma utente externa do Centro, que nunca tinha participado nas saídas do FAS e que aceitou o convite para se juntar a nós.
O percurso até ao Museu Militar é longo e fez-se a conversar, sendo já evidente a confiança entre voluntários e participantes habituais. A O., que participava pela primeira vez nas nossas saídas, mostrou-se muito disponível e interessada, integrando-se com facilidade no grupo. No Museu, começámos por visitar a grande colecção de soldadinhos de chumbo. Estes representam Exércitos de todo o mundo e de várias épocas, desde os actuais Exércitos ocidentais, a Exércitos da Antiguidade, tribais, Egípcios… O detalhe das figuras e os seus trajes característicos, bem como os animais representados (dos cavalos aos elefantes e camelos) despertaram o interesse dos participantes. O edifício do Museu, na rua do Heroísmo, data do final do século XIX e está profusamente decorado com estuques, muitos característicos da nossa cidade e que também foram um ponto de interesse da visita. Para além dos soldadinhos de chumbo, o acervo do Museu inclui ainda uniformes militares de várias épocas, assim como uma extensa colecção de armas. A peça que mais gostaríamos de ter visto era a Espada de D. Afonso Henriques, mas esta encontra-se temporariamente emprestada a outra instituição. Ainda assim, no jardim do Museu, pudemos ver a estátua do primeiro Rei, com quem a A. quis tirar uma fotografia.
O regresso a S.Cirilo fez-se por um caminho um pouco diferente, por sugestão do P., passando pela Trindade e Praça da República. Alguns utentes separaram-se do grupo ao longo do percurso, indo directamente para suas casas. Acompanhámos os dois utentes internos a S.Cirilo, desafiando todos a participar na próxima saída.
Margarida

segunda-feira, junho 04, 2012

Crónica das Aldeias – 14.05.2012


De letra a letra consegue-se uma palavra, de palavra a palavra escreve-se um texto na qual a sua ação mágica atinge a sinergia de cada ser. Esta possibilita sensações imaginárias que nos levam ao mais profundo mundo criativo da nossa vivência. Aproveito a palavra "vivência" para começar a minha crónica da visita às aldeias no dia 14 de maio de 2012.
A visita começou com um dia soalheiro e quente. Os 11 voluntariados exalavam alegria que foi transmitida de elemento a elemento e às nossas queridas senhoras. O almoço foi transformado em piquenique, no Parque de Merendas. Este fumegava um espetro de cores desde o vermelho, castanho, amarelo e verde que acompanhava com as diversas conversas que fluíam no ar. A temperatura à hora de almoço indicava que a tarde seria quente e nada de aventuras fora de casa. Após um cafezinho, o grupo separou-se pelas respetivas aldeias de Ansiães, Basseiros, Bustelo e Candemil. Eu e a Sandra Cardoso iniciamos a visita às nossas Senhoras, Tia Aurélia e Tia Alda de Candemil, com grande disposição e dedicação, principalmente a Sandra pois estava com receio de não encontrar a Tia Alda. Na última visita da Sandra, a Tia Alda estava à espera de uma resposta para ser encaminhado para um lar.
A primeira visita foi na casa da Tia Aurélia, estava muito bem disposta e à nossa espera. Durante a visita falamos sobre o S. Gonçalo de Amarante, desde a sua origem até à criação da sua crença, do padre da aldeia, da sua família e amigos. Depois desta conserva fomos dar um passeio pela Aldeia. Fiquei muito admirada com a força e vivacidade da Tia Aurélia! O passeio decorreu com um passo pequeno e firme onde aprendemos, principalmente eu, que os malmequeres tem a designação de "Bons dias" e os jarros "Copos de leite" e apanhamos alecrim e loureiro. :)! Denotei que a Tia Aurélia é uma pessoa muito querida na aldeia. O passeio acabou na casa da Tia Alda, entramos as três para fazer companhia e encontramo-la de pé e um pouco abatida. Estava bastante doente e tinha acabado de chegar da casa de uma prima, a qual a tinha ajudado a curar uma "valente" gripe. Falou um pouco da sua semana, das suas angústias e deambulamos pelas suas recordações e desejos. Despedimos de ambas e a Tia Aurélia, ainda ficou um pouco a fazer companhia à Tia Alda, sendo um apoio nas suas horas de solidão.
Após a visita, encontramos os restantes voluntários na aldeia de Bustelo para o lanche e partilharmos fatos e sensações que decorreram durante a visita deste sábado. Penso e, certamente a Sandra partilhará comigo, que a melhor sensação desta visita foi encontrar a Tia Alda. A todos os voluntários quero expressar o meu obrigado pelo à-vontade que me fizeram sentir nestas três últimas visitas. Uma excelente semana para cada um de vós!
Luísa Castro - Candemil

segunda-feira, maio 14, 2012

Crónica da ronda da Boavista 29.04.2012

Compromisso.
Enquanto voluntários, enquanto cidadãos, enquanto trabalhadores ou estudantes assumimos compromissos, compromissos perante outros e perante nós mesmos, porque de nada adianta assumirmos um compromisso com outros quando não assumimos esse compromisso connosco.
O compromisso e a dedicação a um projecto está proporcionalmente ligado à nossa motivação, motivação essa que podemos trabalhar e devemos informar os que nos rodeiam quando começarmos a sentir a desmotivação para que sejamos ajudados.
Isto porque desistir de algo que gostamos nunca é fácil mas dedicação sem motivação também não resulta e estaríamos a prejudicar mais do que ajudar.
Compromisso, partilha, dedicação, alegria, confiança, diálogo... palavras tão presentes no nosso dia-a-dia e nas nossas rondas. Cada uma delas nos faz pensar no que fazemos e todas elas podem ser resumidas numa só: Voluntário.

Mónica Vieira

quarta-feira, maio 02, 2012

Crónica dos Imigrantes

Neste manhã cinzenta de 24 de Março juntou-se novamente o grupo, desta vez para uma visita ao Porto Antigo – Porto Medieval. Um grupo curioso já que além de mim, do Manel., L., J.,P., e a B., juntou-se a nós o pequeno W., que dormia no seu carrinho de bebé todo-o-terreno.
A nossa viagem começou pelas ruas de S. Bento da Vitória, antiga Judiaria do Porto, que segundo as palavras do Manel, se criou no século XIV, onde o rei invocando motivos de segurança, mandou transferir os judeus,para os concentrar dentro de muros, no topo do Morro do Olival. No mesmo local, encontrava-se uma antiga Sinagoga, que deu lugar ao Mosteiro S. Bento da Vitória. Daqui, prosseguimos, sob a alçada dos olhares curiosos de todos, para um dos mais belos miradouros da cidade do Porto - o Miradouro da Vitória. O P. não deixou escapar a oportunidade, e como nosso fotógrafo de eleição, registou todos os ângulos possíveis da paisagem. Depois de cada um absorver um pouco do magnifico quadro, lá fomos nós pelas escadas (longas e infinitas) da Vitória.
Passamos pela Rua da Bolsa, e pela antiga e histórica Rua do Infante, que começou a ser aberta (mais uma vez pelas palavras sábias do Manel) no século XIV, (antiga Rua Nova), e levou cerca de cem anos a ser concluída. Como ligava a Rua dos Mercadores ao Convento de São Francisco, era um eixo de circulação paralelo à margem ribeirinha e zona de intenso comércio. No entretanto, apesar da viagem sobre vários percalços (o carrinho foi carregado, subiu, desceu, escadas acima e escadas abaixo) o pequeno W. dormia sossegado.
Finalmente chegamos ao eterno cais, confesso que o meu lugar preferido do Porto, e a julgar pelo olhar de quem nos acompanhava, não era o único, ou certamente se tornou o lugar preferido de alguém. Aqui estacionámos (finalmente) um pouco, e tornou-se fácil conversar, por a conversa em dia, ou conhecer um pouco mais de quem pouco se conhece.E finalmente o pequeno W. acordou!
De energias recarregadas, começamos a subida íngreme pelas antigas e históricas ruas, da Ribeira até à Sé, passando pela Rua escura. Chegando à Sé, enquanto alguns visitavam a catedral, o pequeno W., agora desperto, fazia as delícias de todos. Nada melhor do que uma criança para enternecer o coração de todos. Desta feita,fomos à procura da Igreja de Santa Clara (que numa visita anterior não nos foi possível visitar). E valeu bem a pena, pois é uma igreja do século XV, que no seu interior, tem uma das mais bonitas peças em arte de talha dourada que já vi. À saída não esquecemos a foto da praxe, com a igreja como pano defundo.
Terminada a visita, fizemos o percurso inverso (com atalhos pelo meio), com boa disposição, boa conversa, e na brincadeira com o desperto W.
E assim se passou esta manhã de sábado, mais uma visita, mais uma boa conversa que não se esquece. Ate já...
David

CRÓNICA DOS IMIGRANTES 22 ABRIL 2012

Neste dia, na saída estava programada a visita ao Museu dos Transportes. Lá nos encontrámos depois do almoço. Encontrei o D. a apanhar sol cá fora, e perguntei pela sua perna que lhe anda a pregar partidas e a impedi-lo de nos acompanhar. Falámos da Guiné que anda numa situação complicada e da família que lá está e que o preocupa. Partimos, desta vez, todos nos conhecíamos, e a conversa surgiu naturalmente. Tivemos pena do pequeno W e a sua mãe não nos acompanharem, mas o percurso era difícil, com escadas um pouco ingremes para andar com o carrinho. Pé ao caminho que tínhamos a visita marcada, e queríamos chegar a horas, sempre a perguntarmos qual era o caminho mais rápido, e o que gosto sempre, conhecemos "ruas novas", que vão dar ao rio. A visita não era guiada, mas tínhamos alguém à nossa espera que não se importou de nos fazer uma introdução sobre o que iríamos visitar. E percorremos o acervo da Alfândega do Porto, e ficamos a saber a sua história contada nos vários mapas e objetos expostos. Depois a outra exposição, a dos transportes, a sua maioria automóveis que todos gostaram, e eu, que não percebo nada de carros, fiquei encantada com as lições que recebi de todos, cilindradas, motores, potência, velocidades máximas, … . De volta a S Cirilo, desta vez a subir pela Rua D Pedro V. Com tempo e com calma, e a falarmos do que tínhamos visto, e a escutar quem acompanhamos. E mais uma vez, foi uma tarde bem passada. Valentina

Crónica FasFamilias Março 2012

Na última reunião da vertente Famílias, a Ana pediu-nos para pensarmos na nossa experiência no Fas, por exemplo, em algo que tivesse "sido ainda mais" do que estávamos à espera. E eu realmente apercebi-me que, apesar de não estar a acompanhar o nosso caso há muito tempo, já aprendi muito mais do que estava à espera no início. Tanto a I. como o Z. tiveram uma vida tão diferente das que estou habituada e experienciaram tantas coisas diferentes do meu dia-a-dia! E ambos são um exemplo de luta e de como é possível dar a volta às situações. Só tenho pena que não se consigam ver com os meus olhos, porque, depois de tudo o que passaram, terem conseguido escolher a vida que levam agora é um motivo de orgulho! Margarida Ventura

domingo, abril 22, 2012

Crónica da Ronda de Santa Catarina 15.04.2012

«Não somos carrinhas»

Qual é a diferença entre o FAS Rondas e as carrinhas que distribuem comida às pessoas que estão na rua? Até há pouco tempo a resposta parecia-me óbvia. Porque no FAS o «saquinho» do domingo à noite é o isco para ganhar a confiança de quem visitamos. Porque o FAS não quer matar só a fome, quer alimentar relações, quer encaminhar casos, quer ajudar as pessoas que fizeram da sua casa a rua a encontrar um caminho, seja ele qual for.
Em quase dois anos de rondas no FAS tudo isto parecia fazer sentido e sabia bem porque é que minha ronda era diferente das carrinhas. Não temos de facto uma carrinha, não usamos coletes refletores, não temos pontos de paragem para aquecer estômagos vazios em noites frias de inverno.
Somos conhecidos como os meninos dos «saquinhos dos bolinhos». Aqueles do domingo à noite, que vêm num carro preto particular, o do «Senhor Rodrigo». Do FAS nunca ouviram falar. Sabem quem somos, que estamos lá aos domingos, e isso é o que importa. 
Nunca tinha tido dúvidas da nossa missão e papel enquanto associação até ser confrontada com novos casos, de pessoas que ouviram falar da nossa «carrinha». Vêm pedir comida, a conversa até pouco pode importar, muito menos a nossa missão. Tentamos explicar que «não somos carrinhas». Não compreendem. Resistimos. 
Primeiro argumento: «Não temos. Trazemos os saquinhos contados para as pessoas que já acompanhamos». Segundo argumento: « A prioridade são as pessoas que estão na rua». Certo. Bastante lógico. Problema? Quase metade dos casos que acompanhamos corresponde a pessoas que vivem em pensões, ou porque transitaram da rua, ou porque têm tantos ou mais problemas de dependências que precisam de ser encaminhados. 
Dois argumentos e ainda não é suficiente. Reagem com surpresa, alguma revolta e desconfiança. Fingem não ouvir as nossas justificações e despedem-se com um «ok, no próximo domingo estou aqui à espera do saquinho».
Provavelmente, isso não vai acontecer. Temos o «plafond» de casos quase esgotado. Mas como é que se nega o «saquinho» a pessoas que vêm pedir comida? Só porque não somos carrinhas? Só porque o saquinho é para as pessoas referenciadas por nós? Porque não temos capacidade para abraçar novos casos e dar o acompanhamento que era desejável? Será justo este método de triagem? Não sei e isso incomoda-me.

Ana Oliveira

quarta-feira, abril 18, 2012

Crónica das Aldeias - 14.04.2012

Chuva, finalmente! Há meses que era pedida pelas senhoras do Marão.
Uma bênção para os sensatos, mas uma maçada para os que gostam de picnics…
Já todos os voluntários sentiam saudades, desta vez tinham passado mais de 15 dias desde a última visita, havia preocupação em relação ao estado de saúde de algumas senhoras e curiosidade em relação ao desenvolvimento de certas coscuvilhices. E, para nosso deleite, as saudades eram mútuas, as senhoras não se acanharam em reclamar a ausência tão prolongada.
A Páscoa correu muito bem, com saúde – é o que importa, e com a família.
No Marão, não há tanto isolamento como se possa pensar, sente-se a presença, ainda que por vezes distante, de um familiar, na falta deste um vizinho tenta tomar conta do recado. O médico de família e o Sr. Padre são uma referência e estão bastante presentes.
Há algum frio, mas não se passa fome.
Para colmatar a eventual falta de afeto lá estamos nós, que por muito tempo que fiquemos, nunca é considerado suficiente: “ vocês vão tão cedo hoje!”, é o que ouvimos sempre, principalmente quando já estamos atrasados!
Joana Bento Miranda

terça-feira, abril 17, 2012

Crónica das Aldeias – 24.03.2012

Existem datas que nunca esquecemos como o dia do aniversário dos
nossos pais ou de um amigo, ou simplesmente o nosso primeiro dia de
Escola. Para mim existe um dia que nunca vou apagar da memória,
24/03/2012, o meu primeiro dia como voluntário no FAS Aldeias.
Lembro-me de, durante essa semana, andar feliz e entusiasmado com o
facto de pela primeira vez ir fazer voluntariado. Mas, de repente,
algo se modificou e tomou-se sobre mim um premente sofrimento porque
não sabia como iria ser capaz de me entregar ao outro se naquele
momento não me encontrava bem comigo mesmo.
No dia das visitas, à medida que íamos caminhando por terras nortenhas
entre montes e vales, religiosamente ia reparando na natureza e
verificava que toda ela é uma montra constante de dádiva e serviço, já
que nela tudo é posto ao serviço do outro numa cadeia de eventos
interligados. Por exemplo, as árvores produzem frutos dos quais não se
alimentam mas que livremente oferecem para sustento do ser humano e
dos animais.
Quando chegámos a Ansiães e eu entrei em contacto com as senhoras,
todo o sofrimento se evaporou pois, só o facto de conseguir arrancar
um sorriso, fez com que eu também sorrisse e brincasse e logo ficasse
mais feliz. Ao partilhar a dor com estas senhoras através de uma
palavra amiga senti-me melhor como pessoa e com maior capacidade de
amar. Aprendi de forma clara e evidente a profunda verdade contida na
célebre frase de John Donne "Nenhum Homem é uma ilha".
Assim, por todas estas razões este dia vai ficar para sempre marcado
no meu coração. Percebi que fazer voluntariado é compreender que a
sorte é diferente para cada um e que o dinheiro e o estatuto social
não são as coisas mais importantes da vida. A felicidade de dar, nem
que seja um sorriso, faz bem ao ego e aquece a alma de quem recebe e
de quem dá.
Saudações
Michel - Ansiães

segunda-feira, março 26, 2012

Crónica dos Imigrantes, 10 de Março de 2012

Esta saída teve como destino o Museu de História Natural da Faculdade de Ciências do Porto.
O encontro aconteceu, como de costume, à porta do Centro de S.Cirilo às 14h onde se juntaram os voluntários e os utentes (salientar a grande adesão que houve neste sábado por parte dos utentes quer externos como internos). Mais uma vez tivemos a felicidade de sermos "acompanhados" por um fantástico dia de Sol, que fez com que a viagem até ao Museu se tivesse passado de uma forma muito agradável. Prosseguimos pela rua de Cedofeita, como já tem sido hábito, e fomos aproveitando para conhecer algumas caras novas que nos acompanharam nesta visita e pondo a conversa em dia com outras que já tinham marcado presença em viagens anteriores.
A caminhada foi feita a um passo rápido o que fez com que chegássemos ao Museu com alguma antecedência, como tal esperámos cerca de meia hora à entrada, o que não custou muito, pois o tempo estava de facto muito bom. Tirámos algumas fotografias e continuámos à conversa até à chegada do Francisco.
Entrando no Museu vimos primeiramente uma exposição de mineralogia (Museu de Mineralogia Montenegro de Andrade), que continha uma vasta colecção de algumas centenas de amostras de minerais oriundas dos mais diversos locais, desde alguns minerais fluorescentes a pedras preciosas.
De seguida visitamos o Museu de Zoologia Augusto Nobre. Este englobava várias colecções que continham desde insectos e aves a mamíferos provenientes tanto de Portugal como do resto do mundo. Foi unânime que esta exposição era merecedora de um espaço maior pois a quantidade e tamanho de espécies era demasiado grande para o tamanho das duas salas em que estavam inseridas. No entanto foi uma exposição muito apreciada por todos aqueles que nos acompanharam.
Tivemos desde inicio a companhia de uma guia que nos deu algumas explicações e alguns factos curiosos sobre as exposições, e de uma visitante que também nos acompanhou ao longo de toda a nossa visita.
Terminada a visita, fizemos o percurso inverso, já com mais algum vento mas nada que atrapalhasse o regresso a S.Cirilo, nem aos utentes nem aos voluntários. Como também é usual a volta foi efectuada a um ritmo mais lento e já sem alguns participantes que foram diretamente para as suas casas, ainda assim foi feita com boa disposição e a conversa esteve sempre presente.
Tudo correu muito bem tendo sido mais uma tarde muito bem passada.

Gonçalo

quinta-feira, março 22, 2012

Crónica da Ronda da Areosa - 18.03.2012

De volta às rondas. Novas caras, os mesmos sorrisos. Senti-me em casa. Com saudade dos que já não estão e com muita vontade de conhecer os de agora. Nunca esquecendo quem já cá passou. A vizinhança, essa não muda. Olha a I., tão linda e menina como de antes, sem papas na língua na hora de recolher aos seus aposentos. A A., agora, tem uma porta. E perdida nas 10 ou 12 campainhas está a S. Pode não querer receber-nos, mas eu vou lá incomodá-la! Um J. castiço e amável, um A. mais reservado. Uma F. peixeira do bolhão, com voz de rádio e vontade de leão. Um Sr. D., porteiro e habitual, que nos liga ao passado, belo e bruto. Um músico chamado E., um escritor com óculos de Pessoa, um empresário de cachecol vermelho e postura de saciado. Sábios da noite escura. Um comediante puro, de nome esquecido para a minha fraca memória, mas que gentilmente chama a Maria de "choquinha". É bom estar. É bom ver e partilhar. Absorver estas novas energias, que o tempo renova sem roubar o essencial...Boa noite amigo Mário, dorme em paz.

Daniel Henriques

terça-feira, março 13, 2012

Crónica das Aldeias – 10.03.2012

O Encanto dos Idosos faz-nos querer cada vez mais permanecer junto de
Gerações Ancestrais verdadeiramente enriquecedoras, genuínas e
extremamente frutíferas. De igual modo, sinto-me orgulhosa e muito
feliz por poder "acompanhar" e "apoiar" aqueles que, aos poucos,
connosco se vão familiarizando e identificando.

Patrícia Trigo | Bustelo

terça-feira, março 06, 2012

Crónica dos Imigrantes, 19 de Fevereiro de 2012

Mais um domingo soalheiro, este ano temos sido brindados com dias assim.
Já estavam à nossa espera alguns companheiros, utentes externos e internos. Caras novas na sua maioria, aliás estávamos preparados para não irmos todos, se aparecessem poucos.
O início do percurso é sempre o mesmo. Cedofeita fora, com pouca conversa. Perguntamos de onde vêm, há quanto tempo estão em Portugal, e deixamos sempre espaço para nos dizerem o que desejarem.
Conhecemos gente nova, os nossos companheiros mais antigos, andam a faltar, e nós sentimos a falta. Perguntei ao L. por eles. Sem querer ser indelicado, lá me explicou que estavam bem, que deviam ter outras coisas para fazer.
Fiquei a saber que quem nos acompanha está pronto a fazer outros percursos, mesmos que sejam mais demorados. A distância não é um obstáculo, e discutimos se valeria a pena ir a pé até ao Parque da Cidade se o sol continuar a brilhar com até agora
E lá fomos até ao Largo da Sé, depois a Rua de D Hugo, visitar o Museu Guerra Junqueiro.
Abílio Manuel Guerra Junqueiro foi um escritor e poeta que nasceu em freixo de espada à Cinta. Foi coleccionando ao longo da sua vida vários objectos de arte decorativa, que adquiria nas viagens que fazia. Morreu com o sonho de possuir uma casa onde pudesse colocar todo o e as suas colecções de arte sacra, mobiliário, prata, cerâmica, entre outras e o seu espólio literário.
A viúva e a sua filha, adquiriram então esta casa na Rua de D Hugo, que doaram à Câmara do Porto, juntamente com as colecções do poeta. O espólio literário está numa casa em frente, a Fundação Isabel Guerra Junqueiro.
Todas estas explicações, foram-nos dadas pela pessoa do Museu que estava à nossa espera e nos fez uma visita guiada à casa.
Terminada a visita, há que fazer o percurso inverso, agora com mais à vontade, tanto da nossa parte como de quem nos acompanhou até S Cirilo.
Mais uma tarde de Domingo muito bem passada e sempre com a promessa de nos reencontrarmos no próximo passeio.

Valentina

segunda-feira, março 05, 2012

Crónica das Aldeias – 25.02.2012

Mais um sábado no local e na hora do costume, prontas para a visita às nossas aldeias! O dia prometia, estava um sol radiante e uma temperatura amena, muito diferente das primeiras duas visitas que fiz, em que estava muito frio! Mas o dia foi um dia de promessas…

A nossa primeira paragem foi no parque das merendas, uma óptima ideia neste dia maravilhoso, a partilha alimentar como sempre um sucesso, cheia de coisas saborosas! Mas, tenho que referir, a deliciosa sobremesa, uns brigadeiros preparados com muito carinho pela Ana. Todos nos deliciamos tanto, que não conseguimos ceder à tentação de os levar connosco para acompanhar o cafezinho habitual…A primeira promessa começou aqui, ficou decidido que a receita tinha que ser enviada para os mails de todos, visto que ninguém conseguiu resistir-lhes ;). Daqui, partimos para as diferentes aldeias, a minha era a de Basseiros, o nosso grupo para esta aldeia estava com muita gente, por isso a Margarida foi para Ansiães e eu, a Ana, a Lúcia e o Marcelo fomos visitar as nossas senhoras… Ao chegarmos à nossa aldeia deparamo-nos com várias senhoras, nomeadamente a nossa senhora Celeste, numa amena cavaqueira e a aproveitar o excelente tempo, nós está claro rapidamente participamos. Falamos sobre o tempo, sobre a falta de água e os prejuízos no cultivo, sobre as suas vidas familiares… estava tão agradável, que nem nos apercebemos que o tempo passava e muitas visitas ainda tínhamos para realizar! A segunda etapa era ir visitar a senhora Maria, que estava logo ali ao lado, e convencê-la a fazer companhia às outras senhoras e apanhar um bocadinho de ar puro dos pinheiros. Ela como sempre estava bem-disposta, e quando lhe dissemos para vir connosco aproveitar o bom tempo, ela ainda vacilou, mas disse que era tarde e que ficava para a próxima, se o tempo permitisse! Assim, ficou a segunda promessa! A nossa terceira visita foi a senhora Hermínia, que bem que ela estava, na paz do seu bonito quintal, sentada numa cadeira por baixo de um guarda-sol, a aproveitar o dia! Sentamo-nos à sua volta e iniciamos uma agradável conversa, foi com muita pena que nos viemos embora, já era tarde e ainda tínhamos uma última visita. Ficou a promessa de voltarmos com mais tempo :).
Lá subimos a ingreme colina para fazer a nossa última visita, vale a pena o esforço pelas pessoas que visitamos e pela linda vista! A senhora Dulce está acamada, devido aos seus problemas de saúde, foi uma pena termos tido pouco tempo nesta visita, como disse a Lúcia foi uma visita de médico…
Mas, ficou a promessa, que para a próxima íamos fazer muitas actividades e íamos estar mais tempo! Por fim, com algum custo, por termos deixado as nossas senhoras e com a sensação de que tinha sido pouco tempo, fomos ter com o restante grupo a Bustelo, onde partilhamos as nossas experiências do dia! Foram feitas as despedidas e regressamos ao Porto, todos bem dispostos porque o dia foi bem passado:).
Assim, foi um dia cheio de promessas, que serão para se cumprir !!

Raquel - Basseiros