sexta-feira, outubro 20, 2006

Crónica da ronda de 15/10/2006 (Batalha)

A ronda da Batalha precisava de um elemento masculino e lá fui convocado. Assim, partimos com a Manela, a São e a Francisca. À semelhança do que Jesus sugeria ao jovem rico, fomos fazer aquilo que por mais que se faça, faz sempre falta: algo de bom.

O primeiro destino era uma zona onde já algum tempo este percurso não passava. Procurávamos o sr. J. A. e outros sem-abrigo que nos tinham indicado. Não obtivemos qualquer resultado. Seguimos para o P.: Não se encontrava... Deixámos um saco, procurámo-lo rua abaixo e, nada. Encaminhámo-nos para o sr. D. e o sr. F.

O sr. D. estava extremamente ensonado. Apesar do empenho das meninas em tentar estabelecer diálogo, com temas como o frio, a roupa e a sua terra, não conseguimos que despertasse. O sr. F. estava bem disposto. Dá-se muito bem com a Manela. Prometemos levar-lhe um boné, da próxima vez. Estava calmo, apesar de, de vez em quando, se virar para um painel num prédio, com notícias que correm como se de um pé-de-página de um qualquer tele-jornal se tratasse. Senti que para uma pessoa com perturbações mentais, aquele painel é tudo menos terapêutico.

Voltámos a passar no P., mas continuava sem estar. Seguimos para o sr. J. O sr. J. tem a sua “cama” montada na entrada da Comissão de Trabalhadores e da Associação C. e D. do Banco, de dia e de noite, sem que ninguém o pressione a sair. Estava de cabelo curto e barba aparada: Rejuvenescido! Falou-nos da sua ex-mulher e da vida que teve em Espanha.

No regresso ao CREU, ainda encontrámos um sem-abrigo novo e, noutros locais, outros a prepararem-se para se instalar para passarem a noite.

O percurso terminou onde começou, com a partilha final dentro do carro e com a chuva lá fora. Sentimos que fizemos algo de bom, mas que muito mais ficou por fazer.

Um abraço.

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi uma noite muito boa, pena não termos encontrado o P - faz-lhe bem por a conversa em dia e aproveitar para desabafar e partilhar as suas aventuras! Esperemos que tenha sido por bom motivo que não estava lá.

Obrigada Nuno pela tua companhia, estivemos muito mais seguras assim :)
E muito obrigada pela crónica

Manela