Mais uma noite de Verão, de calor. Juntamo-nos em frente à Igreja de Nossa Senhora de Fátima para reforçar e preparar sacos. Partimos com o Sr. Z. em direcção a casa da S. Aí, a Marta e eu ficámos a conversar com a D. A., sempre cansada de tanto trabalho e muito preocupada com as obras da cozinha nova. Apareceu o M. e lá fomos brincar, cócegas, gargalhadas, portas a bater e trapalhadas. O M. já nos conhece bem e chama pelo nome para a brincadeira. É tão bom! O Pedro tinha que tinha ido com o Sr. Z. para casa da S. chegou a avisar que estava na hora de trocar de posto. Em casa da S. também estava o Sr. A., bem disposto como sempre. Pintaram-se as unhas à S. e conversou-se sobre a semana que passou. Tentámos convencê-la a ir falar com a D. A., mas ainda não foi desta, diz que está magoada. Queremos muito que passe rápido!
Deixámos o Sr. Z. à porta de casa com o já habitual abraço de grupo e partimos para o prédio. Não estavam tantos como esperávamos, tinham ido arrumar carros para o Dragão. Demos café, conversámos um bocadinho, entregámos sacos e ficámos sozinhos com o Sr. A como na semana anterior. Continuou a contar-nos a sua vida, falta escrever o livro. Tem sido difícil deixá-lo, gosta muito de conversar, só mesmo sabendo que ainda há outras pessoas à nossa espera…
Seguimos em direcção à I., que ainda não cortou o cabelo, prometeu ser esta semana, será que é desta? O Sr. M. tinha acabado de se deitar, tinha ido passar a tarde a Espinho. Em conversa ficámos a saber que viveu lá 7 anos, antes de ir para a rua. Conversámos, brincámos e divertimo-nos com as piadas habituais. Que bom vê-lo bem disposto! Queremos vê-lo sempre assim…
Olhámos para o relógio, era hora de voltar e deixar descansar…
Já só falta uma semana para o nosso próximo encontro. Até lá…
Um beijinho e boa semana,
Maria Manuel
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
terça-feira, agosto 28, 2007
terça-feira, agosto 21, 2007
Crónica de 19 de Agosto (Boavista)
Estávamos bastantes no arranque e a Maria Manuel abriu a nossa partida com um pedaço do Principezinho, no seu diálogo com a raposa e como só cativamos quando damos tempo e atenção ao outro. "Só assim aquele menino deixou de ser igual a 100 mil outros meninos."
Partimos os 3 homens do percurso. O Sr. R não estava pela 2ª semana, apareceu lá uma pessoa tb a querer ajudá-lo e deixar-lhe uma ajuda, falamos um pouco com ela. Felizmente anda por aí muito bem no mundo mas não faz manchete e é escondido. Como o anormal é que vende, estas coisas andam por aí totalmente desapercebidas, como as sementes.
A D. F estava contente, foi à consulta e os diabetes só estavam a 300's. Tem uma nova cadelinha a juntar ao Leão. Falamos do filho, de que vai a Lisboa no próximo mês e no péssimo estado em que está o "estaminé" em todos os sentidos. Sem complacências dissemos-lhe que tem de dar uma volta àquilo ou deverá começar a ter problemas com os vizinhos... Apareceu lá um larápio de antenas de carros e ela acertou-lhe com um paralelo na perna! O V não estava lá.
Em seguida encontramos no Montepio o S. Z, estava a dormir por isso a conversa foi curta, deixamos-lhe ficar um casaco pois tinha frio (e eu que andei meses com roupa no carro), não tinhamos cobertores disponíveis (talvez precisemos de uma chave de fora do Creu?) e mais tarde deixamos-lhe um par de sapatilhas 43. Combinamos com ele que íamos pedir aos Médico do Mundo para passarem por lá, o que já fizemos. No dia 10 ele volta a ir para a pensão.
O sucesso da noite foi o frisumo de ananás do Rui que todos os que visitamos repetiram e gostaram.
O S. G estava muito falador com as "ligações com lá em cima" e "deitar as más energias ao mar", etc. Já foi à Caritas e ele já recebeu comida através deles e vai continuar a lá ir. Conseguimos criar mais um laço de ajuda.
Não encontramos o R e falamos com o S, que estava com bom aspecto, a conversa foi breve.
Estivemos com a P, tem uma consulta no CAT Oriental dia 4, estava animada e com muita esperança, já não "ia lá abaixo", o V estava mais abaixo na rua.
Deixamos saco com o JP e começamos a considerar deixar de o fazer pois o saco não está a ajudá-lo.
Não vimos o nosso barbudo S. A. Na saída do shopping encontramos o Sr. A, deu-nos a boa notícia que deverá arranjar quem pague os problemas com a EDP, de resto estava fino, apesar de pensar demasiado no futuro.
Partilhamos a boa noite e partimos para uma semana de trabalho.
Jorge
PS - Hoje percebi que a nossa P está cada vez mais a perder alento e a oportunidade que teve...
Partimos os 3 homens do percurso. O Sr. R não estava pela 2ª semana, apareceu lá uma pessoa tb a querer ajudá-lo e deixar-lhe uma ajuda, falamos um pouco com ela. Felizmente anda por aí muito bem no mundo mas não faz manchete e é escondido. Como o anormal é que vende, estas coisas andam por aí totalmente desapercebidas, como as sementes.
A D. F estava contente, foi à consulta e os diabetes só estavam a 300's. Tem uma nova cadelinha a juntar ao Leão. Falamos do filho, de que vai a Lisboa no próximo mês e no péssimo estado em que está o "estaminé" em todos os sentidos. Sem complacências dissemos-lhe que tem de dar uma volta àquilo ou deverá começar a ter problemas com os vizinhos... Apareceu lá um larápio de antenas de carros e ela acertou-lhe com um paralelo na perna! O V não estava lá.
Em seguida encontramos no Montepio o S. Z, estava a dormir por isso a conversa foi curta, deixamos-lhe ficar um casaco pois tinha frio (e eu que andei meses com roupa no carro), não tinhamos cobertores disponíveis (talvez precisemos de uma chave de fora do Creu?) e mais tarde deixamos-lhe um par de sapatilhas 43. Combinamos com ele que íamos pedir aos Médico do Mundo para passarem por lá, o que já fizemos. No dia 10 ele volta a ir para a pensão.
O sucesso da noite foi o frisumo de ananás do Rui que todos os que visitamos repetiram e gostaram.
O S. G estava muito falador com as "ligações com lá em cima" e "deitar as más energias ao mar", etc. Já foi à Caritas e ele já recebeu comida através deles e vai continuar a lá ir. Conseguimos criar mais um laço de ajuda.
Não encontramos o R e falamos com o S, que estava com bom aspecto, a conversa foi breve.
Estivemos com a P, tem uma consulta no CAT Oriental dia 4, estava animada e com muita esperança, já não "ia lá abaixo", o V estava mais abaixo na rua.
Deixamos saco com o JP e começamos a considerar deixar de o fazer pois o saco não está a ajudá-lo.
Não vimos o nosso barbudo S. A. Na saída do shopping encontramos o Sr. A, deu-nos a boa notícia que deverá arranjar quem pague os problemas com a EDP, de resto estava fino, apesar de pensar demasiado no futuro.
Partilhamos a boa noite e partimos para uma semana de trabalho.
Jorge
PS - Hoje percebi que a nossa P está cada vez mais a perder alento e a oportunidade que teve...
Crónica da ronda de 19/08/2007 (6º trajecto)
A falta de viatura obrigou-nos a abrir a ronda a uma participação especial do namorado da Maria João que simpaticamente nos conduziu pela noite.
Na primeira paragem não estava o Sr. V, apenas uns cobertores. Encontrámos antes o sr. J que desconheciamos. Tinha vindo de Lisboa mas fora assaltado em S. Bento. Perguntei-lhe se um bilhete de volta era o suficiente para sair da rua. Disse que sim, que em Lisboa tem casa e família, e emprego à espera. Marquei com ele um encontro no dia seguinte - ao qual acabou por faltar.
Voltámos a não encontrar ninguém na ponte, apenas cobertores e um gato dormindo em cima...
Junto ao Hospital encontrámos o sr. JA, estava de pé a arrumar roupa. Estava muito bem disposto, "hoje sim não posso dizer que esteja mal!", repetia aliviado. Conversou imenso, contou-nos por exemplo que, apesar de ter já pago uma mensalidade do quarto ainda dorme ali, a sua "casa" dos últimos 2 anos. Sente-se acarinhado pelos vizinhos e acha que eles mesmas vão sentir um vazio se deixar aquele espaço.
O grupo que visitámos a seguir estava animado como é habitual. O E voltou à base depois de uma complicada convivência com a D. B. Contou-nos do início dos seus treinos de boxe, e de uma grande sardinhada que o amigo D lhes ofereceu. Também os outros estavam bem dispostos.
Seguimos, mas já não falámos com mais ninguém. O A dormia profundamente quando lá chegámos e não vimos o JA nos semáforos - o que pode ser sinal de que já não consome.
E assim acabava "a ronda da noite", uma entre tantas, única como todas.
Na primeira paragem não estava o Sr. V, apenas uns cobertores. Encontrámos antes o sr. J que desconheciamos. Tinha vindo de Lisboa mas fora assaltado em S. Bento. Perguntei-lhe se um bilhete de volta era o suficiente para sair da rua. Disse que sim, que em Lisboa tem casa e família, e emprego à espera. Marquei com ele um encontro no dia seguinte - ao qual acabou por faltar.
Voltámos a não encontrar ninguém na ponte, apenas cobertores e um gato dormindo em cima...
Junto ao Hospital encontrámos o sr. JA, estava de pé a arrumar roupa. Estava muito bem disposto, "hoje sim não posso dizer que esteja mal!", repetia aliviado. Conversou imenso, contou-nos por exemplo que, apesar de ter já pago uma mensalidade do quarto ainda dorme ali, a sua "casa" dos últimos 2 anos. Sente-se acarinhado pelos vizinhos e acha que eles mesmas vão sentir um vazio se deixar aquele espaço.
O grupo que visitámos a seguir estava animado como é habitual. O E voltou à base depois de uma complicada convivência com a D. B. Contou-nos do início dos seus treinos de boxe, e de uma grande sardinhada que o amigo D lhes ofereceu. Também os outros estavam bem dispostos.
Seguimos, mas já não falámos com mais ninguém. O A dormia profundamente quando lá chegámos e não vimos o JA nos semáforos - o que pode ser sinal de que já não consome.
E assim acabava "a ronda da noite", uma entre tantas, única como todas.
terça-feira, agosto 14, 2007
Crónica da ronda de 12/08/2007 (Batalha)
Tratava-se de uma noite de Verão... Éramos poucos, mas demorámos muito... No início o desafio da Carla: Confiemos mais em nós mesmos e arrisquemos! Eu arrisquei: Fui ao Aleixo.
Na Ronda da Batalha só estava a Manela. Fui eu com ela. Partimos à procura de um sem-abrigo que ainda não tinham conseguido contactar: Tem estado sempre a dormir. A caminho passámos por outro que também dormia e não acordou. Estava "ruborizadíssimo". Chegámos, então, ao sr. F. Bem disposto, como ultimamente, recebeu-nos com um sorriso. A equipa tinha juntado e comprado roupa e sapatos para ele. O sr. F. passa o ano muito agasalhado. Sempre com, pelo menos, dois casacos. Agradeceu muito, tudo!
Seguiu-se o sr. D. Também bem disposto e no local do costume. Apreciou muito uns almendrados que levávamos. Estava muito sonolento, apesar do constante e ruidoso movimento da rua.
Faltava o sr. J. O sr. J., agora, está instalado numa loja em obras, cujo proprietário faleceu, com a companheira. Prepara-se para erguer umas paredes de tijolo, para dividir o espaço e proteger melhor do frio, no Inverno. Fantástico. O ser humano adapta-se mesmo a tudo.
Dirigimo-nos para o Aleixo. O cenário terrífico de sempre. Esperámos pelos do 6º Trajecto que nos trouxessem os sacos que lhes sobraram e arrancámos sozinhos, já que os d'"A Ronda dos Sem-Abrigo" ainda não tinham chegado. Lá distribuímos os sacos com pastéis e água. E foi com muito critério que fechámos a mala do carro, nos despedimos e nos fomos embora.
Beijos, abraços e boas semanas,
Nuno de Sacadura Botte
Na Ronda da Batalha só estava a Manela. Fui eu com ela. Partimos à procura de um sem-abrigo que ainda não tinham conseguido contactar: Tem estado sempre a dormir. A caminho passámos por outro que também dormia e não acordou. Estava "ruborizadíssimo". Chegámos, então, ao sr. F. Bem disposto, como ultimamente, recebeu-nos com um sorriso. A equipa tinha juntado e comprado roupa e sapatos para ele. O sr. F. passa o ano muito agasalhado. Sempre com, pelo menos, dois casacos. Agradeceu muito, tudo!
Seguiu-se o sr. D. Também bem disposto e no local do costume. Apreciou muito uns almendrados que levávamos. Estava muito sonolento, apesar do constante e ruidoso movimento da rua.
Faltava o sr. J. O sr. J., agora, está instalado numa loja em obras, cujo proprietário faleceu, com a companheira. Prepara-se para erguer umas paredes de tijolo, para dividir o espaço e proteger melhor do frio, no Inverno. Fantástico. O ser humano adapta-se mesmo a tudo.
Dirigimo-nos para o Aleixo. O cenário terrífico de sempre. Esperámos pelos do 6º Trajecto que nos trouxessem os sacos que lhes sobraram e arrancámos sozinhos, já que os d'"A Ronda dos Sem-Abrigo" ainda não tinham chegado. Lá distribuímos os sacos com pastéis e água. E foi com muito critério que fechámos a mala do carro, nos despedimos e nos fomos embora.
Beijos, abraços e boas semanas,
Nuno de Sacadura Botte
Crónica da ronda de 12/08/2007 (Boavista)
Uma vez que a D. F foi dar um passeio dominical, a ronda começou com uma visita ao Sr. Z. É impressionante a capacidade que este homem tem de nos surpreender. Desta vez ficamos a saber que foi jogador federado de basquetebol no FCP e que teve como treinadores as duas primeiras vedetas americanas a actuar em Portugal.
Devido ao grande número de pessoas que não estavam no lugar do costume (Sr. R, Sr. G e R), parámos apenas no Bom Sucesso onde estivemos a falar um pouco mais do que é habitual com a P. A boa notícia é que ela já trocou a heroína pela metadona há algumas semanas, a má notícia é que ainda não conseguiu largar a coca. De qualquer forma, já foi positivo ela ter aberto um pouco mais o jogo connosco...
Seguimos para o Shopping onde costuma estar o Sr. A e ficámos por lá um bom bocado a pôr a conversa em dia. A última visita da noite foi na Constituição, no abrigo do Sr. R, mas uma vez que ele não estava, limitámo-nos a deixar-lhe o saco que nos restava.
Boa semana
Sérgio Costa
Devido ao grande número de pessoas que não estavam no lugar do costume (Sr. R, Sr. G e R), parámos apenas no Bom Sucesso onde estivemos a falar um pouco mais do que é habitual com a P. A boa notícia é que ela já trocou a heroína pela metadona há algumas semanas, a má notícia é que ainda não conseguiu largar a coca. De qualquer forma, já foi positivo ela ter aberto um pouco mais o jogo connosco...
Seguimos para o Shopping onde costuma estar o Sr. A e ficámos por lá um bom bocado a pôr a conversa em dia. A última visita da noite foi na Constituição, no abrigo do Sr. R, mas uma vez que ele não estava, limitámo-nos a deixar-lhe o saco que nos restava.
Boa semana
Sérgio Costa
Crónica da ronda de 05/08/2007 (Boavista)
Nesta noite, ao contrário do habitual, iniciámos a ronda no Bom Sucesso. A D. F faz anos hoje e por isso queremos deixar essa visita para o fim.
Logo na primeira paragem, abro a boca de espanto quando me dizem que aquela mulher relativamente bem lavada e apresentada é a M. Não a via há mais de um mês e nesse último encontro o cenário não foi agradável. Toda suja e com péssimo aspecto, a M estava de gatas numa paragem de autocarro, a apanhar do chão pontas de cigarro. Hoje, depois de umas semanas de metadona, banhos e roupas lavadas, só com algum esforço a consigo identificar. Aproveitamos a paragem para falar com a P e com o ZC, partindo depois para a Avenida da Boavista. Lá estava o R, cada vez mais magro e mais tristonho, fazendo-nos lembrar as inúmeras vezes em que parecia certa a primeira visita ao CAT, para no final sobrar apenas a frustração. Mais à frente apareceu o Sr. G e um rapaz de Coimbra que nunca tínhamos visto e a quem demos um saco de comida.
Seguiu-se a habitual visita ao Sr. A e terminámos a noite a dar os parabéns à D. F, que adorou as 2 saias que lhe oferecemos e que não conseguia esconder a felicidade por nos termos lembrado do seu dia de aniversário.
Sérgio Costa
Logo na primeira paragem, abro a boca de espanto quando me dizem que aquela mulher relativamente bem lavada e apresentada é a M. Não a via há mais de um mês e nesse último encontro o cenário não foi agradável. Toda suja e com péssimo aspecto, a M estava de gatas numa paragem de autocarro, a apanhar do chão pontas de cigarro. Hoje, depois de umas semanas de metadona, banhos e roupas lavadas, só com algum esforço a consigo identificar. Aproveitamos a paragem para falar com a P e com o ZC, partindo depois para a Avenida da Boavista. Lá estava o R, cada vez mais magro e mais tristonho, fazendo-nos lembrar as inúmeras vezes em que parecia certa a primeira visita ao CAT, para no final sobrar apenas a frustração. Mais à frente apareceu o Sr. G e um rapaz de Coimbra que nunca tínhamos visto e a quem demos um saco de comida.
Seguiu-se a habitual visita ao Sr. A e terminámos a noite a dar os parabéns à D. F, que adorou as 2 saias que lhe oferecemos e que não conseguia esconder a felicidade por nos termos lembrado do seu dia de aniversário.
Sérgio Costa
quinta-feira, agosto 09, 2007
Crónica da ronda de 05/08/2007 (Areosa)
Finalmente de regresso, já livre de trabalhos e exames e findo o campo de férias que fui animar (e que foi lindo!) cheguei à nossa oração um nadinha atrasada! (desculpem!) e, foi grande e bonita a minha surpresa quando percebi que estávamos 5, quase completos! As saudades eram mesmo muitas!
Partimos, Nuno, Tiago, Pedrocas, Maria e eu, com o sr. Z. (lindo como sempre!) rumo à casa da S.. Estava um amor, de branquinho e rosa, como as princesas e com cheirinho de Verão. Foi tão bonito vê-la! Está tão crescida e tão mais consciente da realidade e da situação dela. Foi mesmo bom ouvi-la dizer que se sentia melhor, menos confusa, mais feliz… que o mundo, para ela voltava aos pouquinhos a ser claro e mais bonito!
Lembramos momentos marcantes da nossa amizade … o inicio, o pic-nic que fizemos, a pintura da casa dela, as idas à Missa em comunidade… e, com clareza foi lembrando cada uma das pessoas que passaram, e, ao seu jeito mudaram um pequeno pormenor na vida dela… a Maria João, a Márcia, a Benedita, a Joaninha, o Daniel… onde quer que estejam: Obrigada!
Foi mesmo especial…
Partimos rumo à Casa Abandonada, e só encontrei caras novas: senhores já com alguma idade, sozinhos, na rua… fazem-me ainda alguma confusão estas histórias … agradeceram o café, as bolachinhas, o café com leite (que acabou logo ali!). Ficou prometido um próximo encontro, que espero que levante mais um pouquinho do véu que esconde um passado que dói e que ainda se faz sentir…
Já na Areosa, encontramos o sr.M.! Pareceu-nos magoado, mas não nos quis mostrar o pezinho L E, por tal, não veio dar o passeio habitual de Verão, mas estava todo engraçado: disse 1.355 mil vezes que as mulheres eram umas chatas e que ninguém as atura, arranjou-nos uns casamentos, deu umas risadas, fez-se feliz e deixou-nos felizes também! É um amor aquele sr.M.!
Entretanto veio ter connosco o sr.R., enquanto fomos ao jardim ter com o J., que estava já a dormir. Entregamos o saquinho a ambos, e, depois de fazermos o sr.M. prometer que ia fazer o penso à Cruz Vermelha e ver como estava o seu pé, fomos ao encontro da I.
Não a encontramos em nenhum dos locais habituais, o que nos deixou preocupados… resta-nos rezar e confiar que esteja bem!
Fica também uma oração especial pela Aninha, que está em Rabo de Peixe a fazer felizes os meninos de lá. Esperamos que estejam todos bem e com Jesus. E, como não podia deixar de ser, um abraço apertado a cada uma das pessoas que a S. lembrou na noite de hoje com tanto amor. Marcaram-nos a todos… continuam nossos!
Xiiiiiiiiiiiiiiiii-coração apertado,
Andreia Gil
Partimos, Nuno, Tiago, Pedrocas, Maria e eu, com o sr. Z. (lindo como sempre!) rumo à casa da S.. Estava um amor, de branquinho e rosa, como as princesas e com cheirinho de Verão. Foi tão bonito vê-la! Está tão crescida e tão mais consciente da realidade e da situação dela. Foi mesmo bom ouvi-la dizer que se sentia melhor, menos confusa, mais feliz… que o mundo, para ela voltava aos pouquinhos a ser claro e mais bonito!
Lembramos momentos marcantes da nossa amizade … o inicio, o pic-nic que fizemos, a pintura da casa dela, as idas à Missa em comunidade… e, com clareza foi lembrando cada uma das pessoas que passaram, e, ao seu jeito mudaram um pequeno pormenor na vida dela… a Maria João, a Márcia, a Benedita, a Joaninha, o Daniel… onde quer que estejam: Obrigada!
Foi mesmo especial…
Partimos rumo à Casa Abandonada, e só encontrei caras novas: senhores já com alguma idade, sozinhos, na rua… fazem-me ainda alguma confusão estas histórias … agradeceram o café, as bolachinhas, o café com leite (que acabou logo ali!). Ficou prometido um próximo encontro, que espero que levante mais um pouquinho do véu que esconde um passado que dói e que ainda se faz sentir…
Já na Areosa, encontramos o sr.M.! Pareceu-nos magoado, mas não nos quis mostrar o pezinho L E, por tal, não veio dar o passeio habitual de Verão, mas estava todo engraçado: disse 1.355 mil vezes que as mulheres eram umas chatas e que ninguém as atura, arranjou-nos uns casamentos, deu umas risadas, fez-se feliz e deixou-nos felizes também! É um amor aquele sr.M.!
Entretanto veio ter connosco o sr.R., enquanto fomos ao jardim ter com o J., que estava já a dormir. Entregamos o saquinho a ambos, e, depois de fazermos o sr.M. prometer que ia fazer o penso à Cruz Vermelha e ver como estava o seu pé, fomos ao encontro da I.
Não a encontramos em nenhum dos locais habituais, o que nos deixou preocupados… resta-nos rezar e confiar que esteja bem!
Fica também uma oração especial pela Aninha, que está em Rabo de Peixe a fazer felizes os meninos de lá. Esperamos que estejam todos bem e com Jesus. E, como não podia deixar de ser, um abraço apertado a cada uma das pessoas que a S. lembrou na noite de hoje com tanto amor. Marcaram-nos a todos… continuam nossos!
Xiiiiiiiiiiiiiiiii-coração apertado,
Andreia Gil
segunda-feira, agosto 06, 2007
Crónica da ronda de 15/07/2007 (Boavista)
Olá a todos!
Apesar de já termos visto entre a equipa os tópicos das várias pessoas que visitamos no passado dia 15 de Julho, não tinha chegado a escrever a crónica desse dia. Sendo assim, aqui vai:
Antes do encontro inicial com oração, passei no restaurante onde a P. trabalha para saber novidades dela. Cheguei lá, estava numa azáfama muito grande porque ia sair dali a nada. Tinha um encontro marcado com um amigo (“ não é nada do que está a pensar, é só uma pessoa com quem eu gosto de conversar!”..) Pediu para passar lá durante a semana, que aí falaríamos com mais calma.
Depois de ela sair, a Inês falou comigo, da situação da P. que está cada vez pior.
Continua a dar dinheiro ao P., não sobrando nada p ela, ficando até sem nenhum para ir ao CAT tomar a metadona. É incrível como ela se prejudica em função dele… chegou mesmo a sair do programa do METAS. Continua tb a chegar tarde ao restaurante… Claro que a paciência e benevolência deles se está a esgotar. Qualquer dia mandam-na embora, já não falta muito. O pior de tu não é isso, mas sim ela, por perder emprego e não ter junto dinheiro nenhum, perder a guarda das filhas…
Esperemos que melhor dias venham…!
Seguidamente juntei-me ao grupo no nosso ponto de encontro habitual e, aí, depois de recolhidos todos os sacos, seguimos para a D.F.
Ela não estava, tinha ido a Lisboa, estava apenas o Sr. V., a dormir com o seu fiel amigo, o “leão”, no colchão daquela “casa” improvisada. Tentámos não acordá-la, se bem que abriu os olhos e balbuciou qualquer coisa imperceptível...
Assim, descemos a Rua da Constituição, na esperança de encontrarmos o Sr. Z., mas em vão. Não o vimos por aquelas zonas. Esperamos encontrá-lo em breve!
Seguimos um pouco + à frente, para o Sr. R. Estava cheio de dores de costas, tinha caído de um muro no dia anterior, quase não se mexia. Tem também um problema na próstata, que está a ser seguido. Ficámos de falar com os médicos do mundo para eles lá passarem no dia seguinte.
Saímos daquela zona da cidade, e fomos de encontro ao Sr. G, na Av. B., que lá estava bem-disposto e, como sempre, com a sua conversa de receitas naturais miraculosas…! Despedimo-nos dele com um sorriso e subimos a Av. em busca do R.. Mas ele não estava por ali… Ficámos cheios de pena pois, mais uma vez, íamos tentar levá-lo nessa semana a entrar p metadona.
No Bom Sucesso, avistámos o J.P., mas demos só o saco porque já dormia.
Por ali não estava mais nenhum dos nossos amigos das noites de domingo e então entrámos no shopping à procura do Sr. A. Estava antes cá fora, na rua. Contou-nos cheio de alegria, que o outro filho está prestes a começar a trabalhar! Foi muito bom saber já que este assunto era uma constante preocupação de um pai que, até há muito pouco tempo, tinha 2 filhos de 30 anos em casa, sem nunca terem trabalhado! Agora parece estar tudo encaminhado!
Enquanto ali falávamos, a M. passou por nós. Foi óptimo vê-la. Perguntou logo pela Benedita! Falámos um pouco da sua situação – continua na metadona, mas anda muito por aquela zona e não devia porque é uma tentação. Também nos disse que soube que tinha SIDA, o que a deixou desconsolada…. O que dizer nestas alturas? Que aproveite a vida ao máximo e que divulgue aos outros para que tenham muito cuidado!... Ficámos de tentar arranjar-lhe um quarto.
Com isto, chegámos ao CREU, onde rezámos por cada um deles em particular.
Um bjo a todos de boa semana,
Ana Barbosa de Carvalho.
Apesar de já termos visto entre a equipa os tópicos das várias pessoas que visitamos no passado dia 15 de Julho, não tinha chegado a escrever a crónica desse dia. Sendo assim, aqui vai:
Antes do encontro inicial com oração, passei no restaurante onde a P. trabalha para saber novidades dela. Cheguei lá, estava numa azáfama muito grande porque ia sair dali a nada. Tinha um encontro marcado com um amigo (“ não é nada do que está a pensar, é só uma pessoa com quem eu gosto de conversar!”..) Pediu para passar lá durante a semana, que aí falaríamos com mais calma.
Depois de ela sair, a Inês falou comigo, da situação da P. que está cada vez pior.
Continua a dar dinheiro ao P., não sobrando nada p ela, ficando até sem nenhum para ir ao CAT tomar a metadona. É incrível como ela se prejudica em função dele… chegou mesmo a sair do programa do METAS. Continua tb a chegar tarde ao restaurante… Claro que a paciência e benevolência deles se está a esgotar. Qualquer dia mandam-na embora, já não falta muito. O pior de tu não é isso, mas sim ela, por perder emprego e não ter junto dinheiro nenhum, perder a guarda das filhas…
Esperemos que melhor dias venham…!
Seguidamente juntei-me ao grupo no nosso ponto de encontro habitual e, aí, depois de recolhidos todos os sacos, seguimos para a D.F.
Ela não estava, tinha ido a Lisboa, estava apenas o Sr. V., a dormir com o seu fiel amigo, o “leão”, no colchão daquela “casa” improvisada. Tentámos não acordá-la, se bem que abriu os olhos e balbuciou qualquer coisa imperceptível...
Assim, descemos a Rua da Constituição, na esperança de encontrarmos o Sr. Z., mas em vão. Não o vimos por aquelas zonas. Esperamos encontrá-lo em breve!
Seguimos um pouco + à frente, para o Sr. R. Estava cheio de dores de costas, tinha caído de um muro no dia anterior, quase não se mexia. Tem também um problema na próstata, que está a ser seguido. Ficámos de falar com os médicos do mundo para eles lá passarem no dia seguinte.
Saímos daquela zona da cidade, e fomos de encontro ao Sr. G, na Av. B., que lá estava bem-disposto e, como sempre, com a sua conversa de receitas naturais miraculosas…! Despedimo-nos dele com um sorriso e subimos a Av. em busca do R.. Mas ele não estava por ali… Ficámos cheios de pena pois, mais uma vez, íamos tentar levá-lo nessa semana a entrar p metadona.
No Bom Sucesso, avistámos o J.P., mas demos só o saco porque já dormia.
Por ali não estava mais nenhum dos nossos amigos das noites de domingo e então entrámos no shopping à procura do Sr. A. Estava antes cá fora, na rua. Contou-nos cheio de alegria, que o outro filho está prestes a começar a trabalhar! Foi muito bom saber já que este assunto era uma constante preocupação de um pai que, até há muito pouco tempo, tinha 2 filhos de 30 anos em casa, sem nunca terem trabalhado! Agora parece estar tudo encaminhado!
Enquanto ali falávamos, a M. passou por nós. Foi óptimo vê-la. Perguntou logo pela Benedita! Falámos um pouco da sua situação – continua na metadona, mas anda muito por aquela zona e não devia porque é uma tentação. Também nos disse que soube que tinha SIDA, o que a deixou desconsolada…. O que dizer nestas alturas? Que aproveite a vida ao máximo e que divulgue aos outros para que tenham muito cuidado!... Ficámos de tentar arranjar-lhe um quarto.
Com isto, chegámos ao CREU, onde rezámos por cada um deles em particular.
Um bjo a todos de boa semana,
Ana Barbosa de Carvalho.
terça-feira, julho 31, 2007
Crónica da ronda de 29/07/2007 (Batalha)
Acompanhei a Manela na ronda que em tempos percorri, boa oportunidade para rever algumas caras conhecidas e pôr conversas em dia.
E tive sorte, porque o sr. D, habitualmente mal-humorado e pouco falador, abriu-se à conversa e o mais difícil foi deixá-lo. Falámos de países, de viagens, de línguas – em breve, segundo tese própria, todos passarão a falar português. Surpreendentemente deixou-se fotografar e - espante-se, tirou-nos ele mesmo uma fotografia com a sua própria máquina! Só que é muito difícil convencer o sr. D do que for contrário às suas convicções, por isso dizer-lhe que “puxar o rolo atrás” para repetir a fotografia não é boa ideia, ou que se abrir a máquina as fotografias ficam pretas, é tudo trabalho inglório. Não nos surpreendeu, no entanto, quando abertamente nos disse que o que mais gosta de fotografar é mulheres.
A noite continuava com boas surpresas. Pela primeira vez troquei algumas palavras com sr. F sóbrio. O álcool transfigura as pessoas, é incrível como parecia outro! Escondia o rosto atrás do boné, eram nítidas a vergonha e a timidez. Não sei bem sobre o que falámos, apesar de pela primeira vez ter percebido todas as palavras. Espantou-me a sua correcção – de resto nunca me desrespeitou, mas notava agora um cuidado para connosco que o tornava mais digno e a nós mais pequenos à sua beira. Mais tarde passámos de carro, vimo-lo agarrado ao saco comendo avidamente um pão.
No abrigo do sr. J estava, sozinha, a V. Viera fazer-lhe uma visita mas ainda o esperava. Falou-nos da filha, “com quatro anos já me dá por aqui”, apontava para a cintura. “Tem o mau feitio da mãe”, reconhecia num misto de orgulho e impaciência. Contou que trabalha como empregada de mesa num restaurante ao cimo da rua, portanto perto de casa da mãe, para onde vai a pequena depois da creche. Garantiu-nos que na 4ª feira estariam por ali para festejar os anos do sr. J. Quando saímos ele estava a chegar, começava lentamente a subir a rua. Queixou-se de uma queda que lhe maltratara a malfadada perna manca num eterno arrastar de azares – algum dia largará aquela moleta? Despreocupou-nos como sempre faz, “é a vida”, e seguiu rua acima.
Seguimos também nós, para o Aleixo, onde começámos a rondar, há quase dois anos e onde há muito não ia. Encontrámos lá outro grupo que simpaticamente acolheu os nossos sacos. Pude ainda conversar com um rapaz que costumo encontrar na minha ronda habitual. Deu-me a boa notícia de que conseguira um quarto pago pela Segurança Social. E começará brevemente o programa de metadona! Saímos no meio da confusão do costume, por entre boas noites ou insultos, caras tristes, outras contentes. A ronda terminava com a Manela a levar-me para junto dos meus amigos que tinham já terminado o que teria sido a minha ultima ronda antes das férias. Só que há sempre o insondável e imprevisível gesto – o que nos revela o mais puro e renovador encontro entre a memória e o futuro.
E tive sorte, porque o sr. D, habitualmente mal-humorado e pouco falador, abriu-se à conversa e o mais difícil foi deixá-lo. Falámos de países, de viagens, de línguas – em breve, segundo tese própria, todos passarão a falar português. Surpreendentemente deixou-se fotografar e - espante-se, tirou-nos ele mesmo uma fotografia com a sua própria máquina! Só que é muito difícil convencer o sr. D do que for contrário às suas convicções, por isso dizer-lhe que “puxar o rolo atrás” para repetir a fotografia não é boa ideia, ou que se abrir a máquina as fotografias ficam pretas, é tudo trabalho inglório. Não nos surpreendeu, no entanto, quando abertamente nos disse que o que mais gosta de fotografar é mulheres.
A noite continuava com boas surpresas. Pela primeira vez troquei algumas palavras com sr. F sóbrio. O álcool transfigura as pessoas, é incrível como parecia outro! Escondia o rosto atrás do boné, eram nítidas a vergonha e a timidez. Não sei bem sobre o que falámos, apesar de pela primeira vez ter percebido todas as palavras. Espantou-me a sua correcção – de resto nunca me desrespeitou, mas notava agora um cuidado para connosco que o tornava mais digno e a nós mais pequenos à sua beira. Mais tarde passámos de carro, vimo-lo agarrado ao saco comendo avidamente um pão.
No abrigo do sr. J estava, sozinha, a V. Viera fazer-lhe uma visita mas ainda o esperava. Falou-nos da filha, “com quatro anos já me dá por aqui”, apontava para a cintura. “Tem o mau feitio da mãe”, reconhecia num misto de orgulho e impaciência. Contou que trabalha como empregada de mesa num restaurante ao cimo da rua, portanto perto de casa da mãe, para onde vai a pequena depois da creche. Garantiu-nos que na 4ª feira estariam por ali para festejar os anos do sr. J. Quando saímos ele estava a chegar, começava lentamente a subir a rua. Queixou-se de uma queda que lhe maltratara a malfadada perna manca num eterno arrastar de azares – algum dia largará aquela moleta? Despreocupou-nos como sempre faz, “é a vida”, e seguiu rua acima.
Seguimos também nós, para o Aleixo, onde começámos a rondar, há quase dois anos e onde há muito não ia. Encontrámos lá outro grupo que simpaticamente acolheu os nossos sacos. Pude ainda conversar com um rapaz que costumo encontrar na minha ronda habitual. Deu-me a boa notícia de que conseguira um quarto pago pela Segurança Social. E começará brevemente o programa de metadona! Saímos no meio da confusão do costume, por entre boas noites ou insultos, caras tristes, outras contentes. A ronda terminava com a Manela a levar-me para junto dos meus amigos que tinham já terminado o que teria sido a minha ultima ronda antes das férias. Só que há sempre o insondável e imprevisível gesto – o que nos revela o mais puro e renovador encontro entre a memória e o futuro.
segunda-feira, julho 30, 2007
Crónica da ronda de 29/07/2007 (Boavista)
Faz sacos,distribui bolos, enche garrafas com água, recolhe comida, combina ronda e, finalmente para-se dois minutos para uma breve oração e reflexão.
E assim começa mais um domingo de ronda! Na primeira paragem pelo mítico restaurante S. paramos com a joana que nos acompanhou nesta primeira paragem para sabermos da P. "Ela não tem remédio... todos os dias pede dinheiro para toda a gente, menos para o que deve... para as filhas..." Lá nos é relatado mais alguns episódios desta telenovela que parece que não quer ter final feliz, não está fácil meter juízo naquela cabecinha que só pensa no P. e em mais nada.
Deixamos a joana e partimos para a segunda paragem, o Sr. R., bem mais animado que no ultimo domingo, no seu hotel Ritz, cheio de malas apanhadas na rua para um belo dum negócio. Bem mais convencido com o que os MD estão a tentar fazer por ele, com algumas exigencias pelo caminho lá nos contou a conversa com os MD.
Entre trocadilhos e mais algumas palavras estrangeiras despedimo-nos do sr R. e partimos para a D. F.
Já não a via-mos à dois domingos, meninas não se podem esquecer dos anos dela no próximo domingo, pois a expectativa dela é muito grande! Diz que vai festejar até às três da manhã. Toda entusiasmada por fazer anos, lá nos foi contando a sua ida a lisboa, entre aquele sorriso que lhe é caracteríistico, envergonhado e timido.
Também vai tirar umas férias, pois os restaurantes e cafés da zona fecham e portanto ela vai dar uns belos duns passeios até à praia e ao rio.
Zangamo-nos mais uma vez com as suas exigencias por causa das receitas médicas, dos medicamentos que deveriam vir e que não veem, da falta de cuidado consigo.
Descemos a constituição e paramos no Sr G. Todo contente, até deu gosto parar ali e ser contagiado com a sua boa disposição. (A ronda está a correr especialmente bem!) Falta-lhe só um papel para entregar na Caritas para ter o apoio de que tanto precisa, justificou-se imenso por ainda não ter ido levar o papel.
É engraçado ver por um lado a "exigência" da D. F. e do sr R. e por outro lado o agradecimento eterno do sr G. e a justificação constante por ainda não ter entregue todos os papeis.
Encontramos uma cara nova o C. Não dormi à quatro dias, com um ar miserável, cansado, metido na droga até às pontas dos cabelos, enfim, mais um para os muitos que infelizmente estão perdidos no mesmo.
Seguimos na esperança de ver o R. mas não o encontramos, continuamos e estivemos com a M. que finalmente quis conversa um pouco connosco. Contou-nos que está no programa de metadona no CAT de Cedofeita mas continua agarrada à heroina, por isso esta semana vai falar com a assistente que a acompanha para a tentar internar e fazer desintoxicação à séria!
Entre alguma pouca à vontade por o companheiro estar por perto e ouvir a conversa lá partimos.
Vimos o J.P. mais à frente, dormia profundamente, ressonava mesmo! deixamos o saco e descemos em direcção ao Z.C.
Acelarado, entre arrumar carros, cravar moedas e cigarros, dar indicações, falar com passa lá parou um bocado para falar connosco. Perguntamos-lhe pela I. porque não tinha aparecido no dia combinado para a levarmos à Metadona. Foi o mote para um churrrilho de palavrões, e o desespero de se abrir com alguem a falar mais alto.
"Não sei o que aquela mulher tem, mas apanhou-me mesmo..." Falou-nos um bocado da atribulada relação que tem com a I., das desconfianças, da falta de respeito dela por ele, da vontade dele em tirá-la da rua esquecendo-se de si próprio.
Falou-nos da M. e do V. de todas as confusões da sua relação, dos mau tratamento que o V. tem com a M. Falou-nos da P. e do P. que eles disse-lhe que estava a trabalhar no restaurante com a P.
Ficamos a conhecer todas as confusões que se vão passando por ali.
Foi dificil despedirmo-nos dele mas tinhamos de partir a conversa já ia longa. Animados com a relação finalmente estabelecida com o V e a M. e o Z.C. corremos ao encontro do sr A. para acabarmos a ronda em grande.
Não o vimos. Que estranho que é acabarmos a ronda sem o encontro com o sr A.
Partimos tristes com esta falta mas animados por a ronda ter corrido tão bem e termos conseguido coisas tão boas.
Acabamos a noite com a partilha que já é costume em mote de plateia quando na realidade estavamos só eu e o rui, ainda nos rimos por estarmos habituados a falar no geral e ontem só estarmos dois. Temos pena de não termos estado os seis na ronda, pois foi uma ronda especial, cheia, só com coisas boas no meio de tanta desgraça e tristeza com que nos deparamos todos os domingos.
Benedita
E assim começa mais um domingo de ronda! Na primeira paragem pelo mítico restaurante S. paramos com a joana que nos acompanhou nesta primeira paragem para sabermos da P. "Ela não tem remédio... todos os dias pede dinheiro para toda a gente, menos para o que deve... para as filhas..." Lá nos é relatado mais alguns episódios desta telenovela que parece que não quer ter final feliz, não está fácil meter juízo naquela cabecinha que só pensa no P. e em mais nada.
Deixamos a joana e partimos para a segunda paragem, o Sr. R., bem mais animado que no ultimo domingo, no seu hotel Ritz, cheio de malas apanhadas na rua para um belo dum negócio. Bem mais convencido com o que os MD estão a tentar fazer por ele, com algumas exigencias pelo caminho lá nos contou a conversa com os MD.
Entre trocadilhos e mais algumas palavras estrangeiras despedimo-nos do sr R. e partimos para a D. F.
Já não a via-mos à dois domingos, meninas não se podem esquecer dos anos dela no próximo domingo, pois a expectativa dela é muito grande! Diz que vai festejar até às três da manhã. Toda entusiasmada por fazer anos, lá nos foi contando a sua ida a lisboa, entre aquele sorriso que lhe é caracteríistico, envergonhado e timido.
Também vai tirar umas férias, pois os restaurantes e cafés da zona fecham e portanto ela vai dar uns belos duns passeios até à praia e ao rio.
Zangamo-nos mais uma vez com as suas exigencias por causa das receitas médicas, dos medicamentos que deveriam vir e que não veem, da falta de cuidado consigo.
Descemos a constituição e paramos no Sr G. Todo contente, até deu gosto parar ali e ser contagiado com a sua boa disposição. (A ronda está a correr especialmente bem!) Falta-lhe só um papel para entregar na Caritas para ter o apoio de que tanto precisa, justificou-se imenso por ainda não ter ido levar o papel.
É engraçado ver por um lado a "exigência" da D. F. e do sr R. e por outro lado o agradecimento eterno do sr G. e a justificação constante por ainda não ter entregue todos os papeis.
Encontramos uma cara nova o C. Não dormi à quatro dias, com um ar miserável, cansado, metido na droga até às pontas dos cabelos, enfim, mais um para os muitos que infelizmente estão perdidos no mesmo.
Seguimos na esperança de ver o R. mas não o encontramos, continuamos e estivemos com a M. que finalmente quis conversa um pouco connosco. Contou-nos que está no programa de metadona no CAT de Cedofeita mas continua agarrada à heroina, por isso esta semana vai falar com a assistente que a acompanha para a tentar internar e fazer desintoxicação à séria!
Entre alguma pouca à vontade por o companheiro estar por perto e ouvir a conversa lá partimos.
Vimos o J.P. mais à frente, dormia profundamente, ressonava mesmo! deixamos o saco e descemos em direcção ao Z.C.
Acelarado, entre arrumar carros, cravar moedas e cigarros, dar indicações, falar com passa lá parou um bocado para falar connosco. Perguntamos-lhe pela I. porque não tinha aparecido no dia combinado para a levarmos à Metadona. Foi o mote para um churrrilho de palavrões, e o desespero de se abrir com alguem a falar mais alto.
"Não sei o que aquela mulher tem, mas apanhou-me mesmo..." Falou-nos um bocado da atribulada relação que tem com a I., das desconfianças, da falta de respeito dela por ele, da vontade dele em tirá-la da rua esquecendo-se de si próprio.
Falou-nos da M. e do V. de todas as confusões da sua relação, dos mau tratamento que o V. tem com a M. Falou-nos da P. e do P. que eles disse-lhe que estava a trabalhar no restaurante com a P.
Ficamos a conhecer todas as confusões que se vão passando por ali.
Foi dificil despedirmo-nos dele mas tinhamos de partir a conversa já ia longa. Animados com a relação finalmente estabelecida com o V e a M. e o Z.C. corremos ao encontro do sr A. para acabarmos a ronda em grande.
Não o vimos. Que estranho que é acabarmos a ronda sem o encontro com o sr A.
Partimos tristes com esta falta mas animados por a ronda ter corrido tão bem e termos conseguido coisas tão boas.
Acabamos a noite com a partilha que já é costume em mote de plateia quando na realidade estavamos só eu e o rui, ainda nos rimos por estarmos habituados a falar no geral e ontem só estarmos dois. Temos pena de não termos estado os seis na ronda, pois foi uma ronda especial, cheia, só com coisas boas no meio de tanta desgraça e tristeza com que nos deparamos todos os domingos.
Benedita
sábado, julho 28, 2007
Crónica das rondas de 17 e 24 de Junho (Areosa)
É 2-em-1 esta crónica, porque parecidas são sempre as rondas e o narrador é um só:
Das duas vezes fomos três, e em ambas veio o Sr. Z desde a partida como inspiração de simplicidade e energia.
Das duas vezes passámos pela casa da Dona A: na primeira não estava, e fomos à casa do M, que nos espreitou, envergonhado, do alto do colo da mãe; na segunda entrámos num bocado de boa conversa e vimos o M envaricelado, a dormir.
Como sempre, fomos também bater à porta da S: no 1º domingo conversámos, pintámos unhas e prometemos pregos e martelo pra pendurar fotografias; no 2º, em dia de S. João, batemos em vão com o martelo pois a S não estava, tinha ido visitar o filho ao hospital.
A seguir, das duas vezes, levámos o Sr. Z à porta de casa, onde nos ofereceu os habituais Obrigados e o Abraço sincero.
Passámos depois pelo prédio, onde na primeira vez uma tromba d’água nos surpeendeu: abrigados de improviso, o café com leite soube ainda melhor, tanto que até o R gostou. Na segunda semana encontrámos um novo conviva, o falador A: havemos de o conhecer melhor, mas temos que garantir que não monopoliza a conversa; é que nesse dia o R mal se ouviu e os discretos do costume falaram ainda menos.
Das duas vezes seguimos para a Areosa, onde a I nos recebeu duas vezes com simpatia e bom-humor; na 2ª, no S. João, a caneca de caldo verde ajudou à boa disposição.
Das duas vezes terminámos, como agora é habitual, junto do nosso amigo Sr. M, que nos recebeu com o seu sorriso alegre, nos falou do seu S. João e nos gozou ao seu melhor nível.
Vejo agora quão parecidas foram as duas rondas, e sei que as outras que não relatei foram tão iguais a estas, mas semana após semana sabe melhor o bocado dos nossos anfitriões que trazemos connosco. Nós é que agradecemos!
Pedro Pardinhas
Das duas vezes fomos três, e em ambas veio o Sr. Z desde a partida como inspiração de simplicidade e energia.
Das duas vezes passámos pela casa da Dona A: na primeira não estava, e fomos à casa do M, que nos espreitou, envergonhado, do alto do colo da mãe; na segunda entrámos num bocado de boa conversa e vimos o M envaricelado, a dormir.
Como sempre, fomos também bater à porta da S: no 1º domingo conversámos, pintámos unhas e prometemos pregos e martelo pra pendurar fotografias; no 2º, em dia de S. João, batemos em vão com o martelo pois a S não estava, tinha ido visitar o filho ao hospital.
A seguir, das duas vezes, levámos o Sr. Z à porta de casa, onde nos ofereceu os habituais Obrigados e o Abraço sincero.
Passámos depois pelo prédio, onde na primeira vez uma tromba d’água nos surpeendeu: abrigados de improviso, o café com leite soube ainda melhor, tanto que até o R gostou. Na segunda semana encontrámos um novo conviva, o falador A: havemos de o conhecer melhor, mas temos que garantir que não monopoliza a conversa; é que nesse dia o R mal se ouviu e os discretos do costume falaram ainda menos.
Das duas vezes seguimos para a Areosa, onde a I nos recebeu duas vezes com simpatia e bom-humor; na 2ª, no S. João, a caneca de caldo verde ajudou à boa disposição.
Das duas vezes terminámos, como agora é habitual, junto do nosso amigo Sr. M, que nos recebeu com o seu sorriso alegre, nos falou do seu S. João e nos gozou ao seu melhor nível.
Vejo agora quão parecidas foram as duas rondas, e sei que as outras que não relatei foram tão iguais a estas, mas semana após semana sabe melhor o bocado dos nossos anfitriões que trazemos connosco. Nós é que agradecemos!
Pedro Pardinhas
quinta-feira, julho 26, 2007
Última ida à aldeia!!
Oi malta!
Esta é a última convocatória do ano! Eu sei, uma sensação de dever
cumprido, mas ao mesmo tempo a tristeza de abandonar os nossos
queridos "velhinhos". Não há motivo para preocupações, vamos deixa-los
mas apenas por um mesito.
Por isso há que aproveitar este fim-de-semana! Levem fato de banho e
comes e bebes para o almoço à beira-rio.
A hora de partida fica agendada para as 10h30, no sítio do costume.
P.f. evitem chegar atrasados.
Peço a todos que confirmem a presença/ausência nesta próxima ida.
Beijinhos e abraços,
Rui
Esta é a última convocatória do ano! Eu sei, uma sensação de dever
cumprido, mas ao mesmo tempo a tristeza de abandonar os nossos
queridos "velhinhos". Não há motivo para preocupações, vamos deixa-los
mas apenas por um mesito.
Por isso há que aproveitar este fim-de-semana! Levem fato de banho e
comes e bebes para o almoço à beira-rio.
A hora de partida fica agendada para as 10h30, no sítio do costume.
P.f. evitem chegar atrasados.
Peço a todos que confirmem a presença/ausência nesta próxima ida.
Beijinhos e abraços,
Rui
quarta-feira, julho 25, 2007
Crónica da ronda de 22/7/2007 (Boavista)
Apesar de ser Verão a chuva parace que não quer ir embora, chovia torrencialmente e a ronda começou molhada, como diz o provérbio... Abençoada!!!
Começamos pelo Sr. R. que estava bem mais animado, mudou de ideias, cheio de exigências. Entre trocadilhos e diferentes linguas lá nos foi explicando o porquê de não querer ir para um lar. Tentamos convencê-lo a não desistir já, pois não sabe para onde vai e uma ajuda destas não pode ser recusada!
Despedimo-nos e partimos para a D. F. Não a vimos, segundo uma amiga tinha ido para Lisboa e o Sr. V. "lá para baixo"....
Seguimos à procura do Sr. Z. Mas com a chuva que teimava em não parar e o vento suspeitamos que não iria ser fácil de o encontrar! Dito e feito, não o vimos e seguimos para a boavista.
Estivemos com o Sr. G. que estava todo animado. Demos-lhe um chá quente para tentar aquece-lo da chuva e ele lá nos contou mais umas mezinhas caseiras e que já tinha ido à Caritas. Ficamos animadissimos por ele lá ter ido, vai ser uma ajuda e tanto para o Sr. G e a sua mulher. Despedimo-nos pedindo-lhe para ir para casa, com aquele tempo ainda ficava doente.
Encontramos mais à frente o R. Desanimado, com péssima cara, cada dia mais magro, todo molhado da chuva... Pediu-nos mais uma vez para o levarmos ao CAT. Lá combinamos pela quinta vez que o jorge estaria às oito da manhã no sitio do costume. Não quis mais conversas, combinou e seguiu na tentativa de mais uns trocos.
Partimos para a última paragem, não encontramos ninguem na rua e entaõ corremos para o nosso abrigo de última paragem com o sr A. Já estava de saída, já era tarde. Lá pusemos a conversa em dia e despedimo-nos.
Chegados ao CREU encharcados, agradecemos por mais uma noite de ronda.
Benedita
(Na segunda -feira, o Jorge voltou a tentar levar o R. ao CAT, mais uma vez ele não apareceu.)
Começamos pelo Sr. R. que estava bem mais animado, mudou de ideias, cheio de exigências. Entre trocadilhos e diferentes linguas lá nos foi explicando o porquê de não querer ir para um lar. Tentamos convencê-lo a não desistir já, pois não sabe para onde vai e uma ajuda destas não pode ser recusada!
Despedimo-nos e partimos para a D. F. Não a vimos, segundo uma amiga tinha ido para Lisboa e o Sr. V. "lá para baixo"....
Seguimos à procura do Sr. Z. Mas com a chuva que teimava em não parar e o vento suspeitamos que não iria ser fácil de o encontrar! Dito e feito, não o vimos e seguimos para a boavista.
Estivemos com o Sr. G. que estava todo animado. Demos-lhe um chá quente para tentar aquece-lo da chuva e ele lá nos contou mais umas mezinhas caseiras e que já tinha ido à Caritas. Ficamos animadissimos por ele lá ter ido, vai ser uma ajuda e tanto para o Sr. G e a sua mulher. Despedimo-nos pedindo-lhe para ir para casa, com aquele tempo ainda ficava doente.
Encontramos mais à frente o R. Desanimado, com péssima cara, cada dia mais magro, todo molhado da chuva... Pediu-nos mais uma vez para o levarmos ao CAT. Lá combinamos pela quinta vez que o jorge estaria às oito da manhã no sitio do costume. Não quis mais conversas, combinou e seguiu na tentativa de mais uns trocos.
Partimos para a última paragem, não encontramos ninguem na rua e entaõ corremos para o nosso abrigo de última paragem com o sr A. Já estava de saída, já era tarde. Lá pusemos a conversa em dia e despedimo-nos.
Chegados ao CREU encharcados, agradecemos por mais uma noite de ronda.
Benedita
(Na segunda -feira, o Jorge voltou a tentar levar o R. ao CAT, mais uma vez ele não apareceu.)
Crónica da ronda de 22/7/2007 (Batalha)
Boas caríssimos!
Espero que esteja tudo bem com vocês e as vossas rondas.
A ronda passada, chuvosa, friorenta, passou-se bem...A companhia era boa e o polano era levar um bocado de companhia a quem visitamos.
Começamos pelo Sr. D.. A visita não foi muito longa porque ainda estavamos um pouco chateados pela sua atitude na semana que passou. Apesar de ter combinado connosco ir ter à Rua das Doze Casas para tentarmos resolver a situação em que se encontra e ter mostrado interesse em, e passo a citar, "mudar de vida", não apareceu. O Sr D. que encontramos já estava com outra atitude, que não ia adiantar nada ir à segurança social... E pouco conversamos, ao contrário das semanas anteriores em que quase não conseguiamos falar porque era ele que monopolizava a conversa...
Seguiu-se o Sr. F. Encontramo-lo alegre e bem disposto, acompanhado pela sua pinguinha... a conversa foi dificil, ou melhor, a comunicação... Porque conversa não faltou! :) Continuamos a insistir com ele no sentido de ele cuidar melhor da sua higiene e pouco mais se falou.
Ontem a Manuela encontrou-se com ele e combinou que na próxima semana ele tomaria o seu banho e vestiria roupa lavada que lhe vamos levar. A ver vamos...
Depois andamos por novos locais onde esperavamos encontrar novas pessoas com quem falar e partilhar mas não encontramos ninguém.
Seguimos para Passos Manuel, onde conversamos com o Sr J. , que nos contou os seus planos de correr as romarias de Verão que se passam cá pelo Norte, ja que previa não ter trabalho em Agosto. Apesar de não se encontrar muitro bem da perna devido ao tempo, estava bem disposto e alegre.
Por fim dirigimo-nos ao Bairro do Aleixo, onde deixamos os sacos excedentários com o Sr. Fernando e seguimos para casa.
Boa semana para todos!
Paulo Silva
Espero que esteja tudo bem com vocês e as vossas rondas.
A ronda passada, chuvosa, friorenta, passou-se bem...A companhia era boa e o polano era levar um bocado de companhia a quem visitamos.
Começamos pelo Sr. D.. A visita não foi muito longa porque ainda estavamos um pouco chateados pela sua atitude na semana que passou. Apesar de ter combinado connosco ir ter à Rua das Doze Casas para tentarmos resolver a situação em que se encontra e ter mostrado interesse em, e passo a citar, "mudar de vida", não apareceu. O Sr D. que encontramos já estava com outra atitude, que não ia adiantar nada ir à segurança social... E pouco conversamos, ao contrário das semanas anteriores em que quase não conseguiamos falar porque era ele que monopolizava a conversa...
Seguiu-se o Sr. F. Encontramo-lo alegre e bem disposto, acompanhado pela sua pinguinha... a conversa foi dificil, ou melhor, a comunicação... Porque conversa não faltou! :) Continuamos a insistir com ele no sentido de ele cuidar melhor da sua higiene e pouco mais se falou.
Ontem a Manuela encontrou-se com ele e combinou que na próxima semana ele tomaria o seu banho e vestiria roupa lavada que lhe vamos levar. A ver vamos...
Depois andamos por novos locais onde esperavamos encontrar novas pessoas com quem falar e partilhar mas não encontramos ninguém.
Seguimos para Passos Manuel, onde conversamos com o Sr J. , que nos contou os seus planos de correr as romarias de Verão que se passam cá pelo Norte, ja que previa não ter trabalho em Agosto. Apesar de não se encontrar muitro bem da perna devido ao tempo, estava bem disposto e alegre.
Por fim dirigimo-nos ao Bairro do Aleixo, onde deixamos os sacos excedentários com o Sr. Fernando e seguimos para casa.
Boa semana para todos!
Paulo Silva
terça-feira, julho 24, 2007
Crónica da ronda de 22/07/2007 (6º trajecto)
A ronda começou com a habitual visita à Dona H. O ambiente em casa da Dona H. tem vindo a ficar cada vez mais tenso, mas nunca pensámos que pudesse chegar ao ponto de a própria se recusar a falar connosco. Estava deitada na cama, enviesada e pouco coberta, tinha os braços cruzados atrás da cabeça e a boca fechada. Para nossa aflição não disse uma única palavra. Ia respondendo com acenos da cabeça, mas pouco expressivos - e assim pouco comprometedores, talvez. A nossa presença é cada vez menos bem vinda ali, mas não por sua vontade. Tentaremos ajudar de outra maneira, a que lhe for menos prejudicial…
O Sr. V já dormia. Acordou sobressaltado, mas rapidamente compôs o sorriso e começou a conversa. Queixou-se de dores num pé bastante infectado, como fez questão de nos mostrar. Confirmei hoje que é um caso acompanhado pelos Médicos do Mundo, será, portanto, visitado ainda hoje. Continuámos para a ponte, mas não encontrámos o VP. Deixámos os sacos, para ele e para o amigo, e seguimos. Voltámos a encontrar o senhor que mais uma vez não acordou - deixamos sempre o saco, ignorando o que pensará daquele solitário gesto.
Voltámos a encontrar o Sr. JA e também o amigo que, apesar de já ter conseguido um quarto, ficou lá a fazer-lhe companhia, naquela noite. Disse-nos que continua a trabalhar e que no fim do mês terá dinheiro para ir para um quarto também.
A noite estava muito chuvosa e o vento também marcava presença. Talvez por isso o A já estivesse no seu lugar, abrigado. Agradeceu muito o cobertor que o Raul levou mas despachou-nos rapidamente. Percebemos depois que se preparava para consumir. Mais à frente, nos semáforos, estava o JA. Tinha a cara do desespero por um tratamento a metadona, com entrada o mais rapidamente possível. Demos-lhe os dados de quem sabemos poder ajudá-lo num CAT. Propus-me acompanhá-lo, mas como o encontro seria cedo, a vontade quase desapareceu, propondo o próprio ir sozinho. Muitas vezes o rosto contorcido e lacrimoso de mendigo convincente, transforma-se tão rapidamente que toda a astúcia se revela. Vamos levando uns truques no bolso, para perceberem que não precisam mentir para os ajudarmos – ainda que os ajudemos mesmo quando mentem.
O grupo que habitualmente finaliza a ronda apareceu em peso ao nosso encontro. Umas caras novas, outras de regresso, como o D que continua com o seu projecto jornalístico, recolhendo ainda alguns apoios para que nada falhe. Conversámos mais com o ZM, queixava-se que lhe tinham aumentado a dose de metadona e como isso lhe dava sono! Prometemos no próximo Domingo conversar mais com o A, que dorme com eles, mas só naquela noite apareceu ali.
Fomos ainda tentar uma nova paragem, mas só encontrámos cobertores. Deixámos o último saco e voltámos ao CREU enquanto comíamos os últimos pedaços da nossa confessa dependência (em formato tablete) que a Joana tão amavelmente levou.
João
O Sr. V já dormia. Acordou sobressaltado, mas rapidamente compôs o sorriso e começou a conversa. Queixou-se de dores num pé bastante infectado, como fez questão de nos mostrar. Confirmei hoje que é um caso acompanhado pelos Médicos do Mundo, será, portanto, visitado ainda hoje. Continuámos para a ponte, mas não encontrámos o VP. Deixámos os sacos, para ele e para o amigo, e seguimos. Voltámos a encontrar o senhor que mais uma vez não acordou - deixamos sempre o saco, ignorando o que pensará daquele solitário gesto.
Voltámos a encontrar o Sr. JA e também o amigo que, apesar de já ter conseguido um quarto, ficou lá a fazer-lhe companhia, naquela noite. Disse-nos que continua a trabalhar e que no fim do mês terá dinheiro para ir para um quarto também.
A noite estava muito chuvosa e o vento também marcava presença. Talvez por isso o A já estivesse no seu lugar, abrigado. Agradeceu muito o cobertor que o Raul levou mas despachou-nos rapidamente. Percebemos depois que se preparava para consumir. Mais à frente, nos semáforos, estava o JA. Tinha a cara do desespero por um tratamento a metadona, com entrada o mais rapidamente possível. Demos-lhe os dados de quem sabemos poder ajudá-lo num CAT. Propus-me acompanhá-lo, mas como o encontro seria cedo, a vontade quase desapareceu, propondo o próprio ir sozinho. Muitas vezes o rosto contorcido e lacrimoso de mendigo convincente, transforma-se tão rapidamente que toda a astúcia se revela. Vamos levando uns truques no bolso, para perceberem que não precisam mentir para os ajudarmos – ainda que os ajudemos mesmo quando mentem.
O grupo que habitualmente finaliza a ronda apareceu em peso ao nosso encontro. Umas caras novas, outras de regresso, como o D que continua com o seu projecto jornalístico, recolhendo ainda alguns apoios para que nada falhe. Conversámos mais com o ZM, queixava-se que lhe tinham aumentado a dose de metadona e como isso lhe dava sono! Prometemos no próximo Domingo conversar mais com o A, que dorme com eles, mas só naquela noite apareceu ali.
Fomos ainda tentar uma nova paragem, mas só encontrámos cobertores. Deixámos o último saco e voltámos ao CREU enquanto comíamos os últimos pedaços da nossa confessa dependência (em formato tablete) que a Joana tão amavelmente levou.
João
quinta-feira, julho 19, 2007
Crónica da ronda de 15/7/2007 (Batalha)
Finalmente o domingo à noite voltou a ter um gosto especial! A oração em conjunto, o preparar os sacos, as conversas de chegada, a entrada sempre demorada para o carro.. tudo voltou a ter uma beleza especial! Da Ronda da Batalha apenas estávamos eu a São e o Paulo e com esta equipa formada lá partimos para junto do Sr D. Encontramo-lo em plena agitação enquanto montava a sua tenda. Deve ter sido o bom tempo que lhe deu inspiração para tanta conversa e teorias. Foi-nos mostrando a sua indignação com a polícia, a sua visão sobre os BI’s provando a sua falsidade por conterem mentiras, falou um pouco de que não tinha nem nunca teve pais.. uma série de desabafos que não passam de imaginação da sua parte. O Paulo ainda tentou explicar-lhe alguns factos incluindo a importância de um documento identificativo, mas a única coisa que conseguiu foi ver o Sr D bem exaltado e a fazer a sua voz valer.. Entretanto marcou-se para terça feira uma ida com ele à Segurança Social coisa que infelizmente apenas serviu para dar à São uma manhã de espera em vão!
Seguimos para o Sr F, que saudades! Estava a dormir e muito cansado. Acabamos por praticamente nem falar com ele pois pediu para ‘não levarmos a mal’ mas precisava repousar. Fiquei muito feliz por ele me ter reconhecido e saber exactamente onde tinha estado. A sua memória, pelo menos connosco, está cada vez melhor! É óptimo!
Visitamos o Sr J que nos contou das suas histórias do trabalho. Tem ido apenas 2 vezes por semana e ainda não lhe pagaram. Tendo em conta que já lá está quase há 1 mês e meio pelo menos, começa a ser preocupante.. Após um pouco de conversa lá nos despedimos até o próximo domingo.
Procuramos uns SA que nos falaram junto do viaduto na trindade. Pensamos ser um grupo que já conhecíamos mas que nunca paramos devido às carrinhas. Nessa procura encontramos um senhor onde apenas deixamos saco pois era tarde e já estava a dormir. Tentaremos abordá-lo numa próxima visita e mais cedo.
Fomos por fim ao Aleixo numa tentativa de encontrar o nosso querido P, infelizmente mais uma vez sem sucesso. Deixamos com o Sr Fernando os sacos que nos restavam e regressamos..
Boa semana para todos!
Manela Coelho
Seguimos para o Sr F, que saudades! Estava a dormir e muito cansado. Acabamos por praticamente nem falar com ele pois pediu para ‘não levarmos a mal’ mas precisava repousar. Fiquei muito feliz por ele me ter reconhecido e saber exactamente onde tinha estado. A sua memória, pelo menos connosco, está cada vez melhor! É óptimo!
Visitamos o Sr J que nos contou das suas histórias do trabalho. Tem ido apenas 2 vezes por semana e ainda não lhe pagaram. Tendo em conta que já lá está quase há 1 mês e meio pelo menos, começa a ser preocupante.. Após um pouco de conversa lá nos despedimos até o próximo domingo.
Procuramos uns SA que nos falaram junto do viaduto na trindade. Pensamos ser um grupo que já conhecíamos mas que nunca paramos devido às carrinhas. Nessa procura encontramos um senhor onde apenas deixamos saco pois era tarde e já estava a dormir. Tentaremos abordá-lo numa próxima visita e mais cedo.
Fomos por fim ao Aleixo numa tentativa de encontrar o nosso querido P, infelizmente mais uma vez sem sucesso. Deixamos com o Sr Fernando os sacos que nos restavam e regressamos..
Boa semana para todos!
Manela Coelho
quinta-feira, julho 12, 2007
Ida à aldeia
Olá pessoal,
Esta semana temos "Aldeias". A partida está marcada para as 10h30 em frente à Igreja de N.ª Sr.ª de Fátima. Realizaremos "apenas" as habituais visitas aos nossos queridos velhinhos, o atribulado mês de Junho ja lá vai...
Agradeço a rápida confirmação da vossa presença/ausência nesta próxima ida.
Tragam calções e toalha, pode ser que o rio esteja em grande :) e não se esqueçam de algo para partilhar ao almoço.
Desejo a todos um bom final de semana!
Rui
Esta semana temos "Aldeias". A partida está marcada para as 10h30 em frente à Igreja de N.ª Sr.ª de Fátima. Realizaremos "apenas" as habituais visitas aos nossos queridos velhinhos, o atribulado mês de Junho ja lá vai...
Agradeço a rápida confirmação da vossa presença/ausência nesta próxima ida.
Tragam calções e toalha, pode ser que o rio esteja em grande :) e não se esqueçam de algo para partilhar ao almoço.
Desejo a todos um bom final de semana!
Rui
terça-feira, julho 10, 2007
Crónica da ronda de 8/7/2007 (Boavista)
Noite com muito vento e algum frio, fazendo esquecer que já estamos no mês de Julho e que Portugal é um país do sul da Europa... Deve ser o aquecimento global à moda do Porto!
Começámos a nossa ronda pelo restaurante onde a P trabalha, mas infelizmente chegámos tarde e ela já tinha saído. O objectivo da visita era tentar perceber como correm as coisas com o P e com as filhas, uma vez que o tempo se está a esgotar e eles não mostram a estabilidade necessária para garantir a custódia das meninas.
A visita acabou por ser proveitosa, porque deu para falar com os patrões da P e saber as novidades. Eles, tal como nós, estão carregados de sentimentos contraditórios em relação ao caso. Se é verdade que querem ajudar a P a entrar nos eixos, assegurando dessa forma que as meninas ficam com os pais, também é verdade que lá no íntimo têm sérias dúvidas acerca das reais possibilidades de se conseguir criar um núcleo familiar saudável e harmonioso, que proporcione bem-estar às duas gémeas.
Da Boavista partimos para o Marquês, onde encontrámos o Sr. Z à porta de uma agência bancária. O esquema é sempre o mesmo, as caixas multibanco fechadas são bons refúgios e há sempre alguém que empresta a "chave da residência". Já deu para perceber que no meio de tantos bancos, a preferência do nosso Z vai para o Millennium... O Jorge Gabriel anda a fazer um bom trabalho de Marketing.
O próximo passo é tentar arranjar os contactos dos familiares do Sr. Z e da assistente social que o acompanha, para tentar dar um novo impulso a este caso complicado.
A caminho da Avenida da Boavista, parámos na D. F, que nos contou algumas novidades... O filho já está na prisão e na próxima semana vai a Elvas visitar os familiares. Contou-nos também que há um grupo de rapazes que anda a atemorizar a zona, dedicando-se a diversas "actividades", tais como queimar roupa a prostitutas, despejar extintores em cima de pessoas e atirar ovos à D. F.
Deu para ver que ela está com bastante medo...
Já na Boavista, visitámos o bem-disposto Sr. G, sempre cheio de vontade de nos ensinar mezinhas caseiras para combater maleitas diversas. Seguem-se as receitas do fim-se-semana:
- Em caso de doença, despejem pela cabeça abaixo 3 baldes de água do mar aquecida e com alecrim;
- Para combater um desgosto, coloquem-se de joelhos na areia virados para o mar, e mandem 3 ou 4 berros a plenos pulmões, de preferência recheados de palavrões... Vão ver que se vão sentir logo aliviados e prontos para outra.
Para o fim da ronda deixámos o Sr. A, que está com problemas com a EDP devido a uma eventual alteração do contador. Tal como das outras vezes em que os azares lhe bateram à porta, a boa disposição abandonou-o, dando lugar a alguma amargura e revolta. Acabámos a noite a orar por ele, para que a situação se resolva rapidamente...
Boa semana
Sérgio Costa
Começámos a nossa ronda pelo restaurante onde a P trabalha, mas infelizmente chegámos tarde e ela já tinha saído. O objectivo da visita era tentar perceber como correm as coisas com o P e com as filhas, uma vez que o tempo se está a esgotar e eles não mostram a estabilidade necessária para garantir a custódia das meninas.
A visita acabou por ser proveitosa, porque deu para falar com os patrões da P e saber as novidades. Eles, tal como nós, estão carregados de sentimentos contraditórios em relação ao caso. Se é verdade que querem ajudar a P a entrar nos eixos, assegurando dessa forma que as meninas ficam com os pais, também é verdade que lá no íntimo têm sérias dúvidas acerca das reais possibilidades de se conseguir criar um núcleo familiar saudável e harmonioso, que proporcione bem-estar às duas gémeas.
Da Boavista partimos para o Marquês, onde encontrámos o Sr. Z à porta de uma agência bancária. O esquema é sempre o mesmo, as caixas multibanco fechadas são bons refúgios e há sempre alguém que empresta a "chave da residência". Já deu para perceber que no meio de tantos bancos, a preferência do nosso Z vai para o Millennium... O Jorge Gabriel anda a fazer um bom trabalho de Marketing.
O próximo passo é tentar arranjar os contactos dos familiares do Sr. Z e da assistente social que o acompanha, para tentar dar um novo impulso a este caso complicado.
A caminho da Avenida da Boavista, parámos na D. F, que nos contou algumas novidades... O filho já está na prisão e na próxima semana vai a Elvas visitar os familiares. Contou-nos também que há um grupo de rapazes que anda a atemorizar a zona, dedicando-se a diversas "actividades", tais como queimar roupa a prostitutas, despejar extintores em cima de pessoas e atirar ovos à D. F.
Deu para ver que ela está com bastante medo...
Já na Boavista, visitámos o bem-disposto Sr. G, sempre cheio de vontade de nos ensinar mezinhas caseiras para combater maleitas diversas. Seguem-se as receitas do fim-se-semana:
- Em caso de doença, despejem pela cabeça abaixo 3 baldes de água do mar aquecida e com alecrim;
- Para combater um desgosto, coloquem-se de joelhos na areia virados para o mar, e mandem 3 ou 4 berros a plenos pulmões, de preferência recheados de palavrões... Vão ver que se vão sentir logo aliviados e prontos para outra.
Para o fim da ronda deixámos o Sr. A, que está com problemas com a EDP devido a uma eventual alteração do contador. Tal como das outras vezes em que os azares lhe bateram à porta, a boa disposição abandonou-o, dando lugar a alguma amargura e revolta. Acabámos a noite a orar por ele, para que a situação se resolva rapidamente...
Boa semana
Sérgio Costa
quinta-feira, julho 05, 2007
Crónica da ronda de 1/7/2007 (Boavista)
Como já se torna habitual a primeira paragem ocorreu antes das 22h. Fui visitar a P. ao restaurante. Ela continua bem e parece que mais entusiasmada com o trabalho que este Domingo era mais do que o normal. Gostei de ver o sorriso dela e a alegria com que se despediu de mim. Deu-me força para o resto da noite.
Já na oração estávamos poucos e os sacos pareciam estar à justa. No início estava apenas eu, o Rui e a Benedita.
Fomos até à D.F que nos contou ter estado uma semana internada no Hospital por causa dos diabetes e da falta dos medicamentos que por escassez de dinheiro juntada à sua casmurrice, acaba por não comprar nem tomar.
Este Domingo voltámos a encontrar o Sr.Z mas desta vez a conversa foi mesmo muito curta. Ele estava demasiado “alegre”, diga-se impróprio para conversas!
Ainda fomos ver se o Sr.R estava no mesmo sítio da semana passada mas apenas vimos os cobertores. Deixamos um saquinho para ele se lembrar que aos Domingos pode ter alguém com quem falar.
Já na outra ponta do nosso trajecto, com o Jorge que se juntou à equipa, encontramos o Sr.G que já está habituado à nossa presença ao Domingo. Desta vez a conversa não chegou a entrar pelas áureas e os seus conselhos para fazer desaparecer as doenças porque fomos abordados pela primeira vez pelo SP e o JP2 que por vezes também ficam (de passagem) por ali a tirar o lugar ao Sr. G mas tudo de uma forma pacífica. Pareceram-me que percebiam bem que o Sr.G apenas está ali porque precisa mesmo de sustentar a família.
Desta vez no ponto onde mais gente encontrámos só vimos o ZC e a I. Esta última fez-nos uma abordagem para comprarmos uns cinzeiros de lata, mas o ZC prontamente pediu para lhe darmos um saquinho porque ela precisava bastante. A conversa do CAT de Matosinhos surgiu quase que por instinto e as lágrimas de (possível) desespero nos olhos dela também. O Jorge combinou levá-los no dia seguinte ao CAT. Ela estava cheia de vontade e o ZC disse que ía se ela fosse. Ela combinou ficar ali a dormir, mas... (no dia seguinte quando o Jorge chegou... “Meninos, ela não apareceu, procurei nos dois edificios, e como vi, o que me pareceu ser, o "estaminé" do ZC , e não havia sinais deles, tal como combinado vim embora às 8:20. Fica para a próxima. Jorge”.
A última paragem foi no shopping com o Sr.A. Como já estava a fechar o chá prolongou-se até cá fora sempre com as piadas do Sr.A a tornar o fim de noite mais alegre.
Chegamos ao CREU e fizemos uma reflexão da noite em conjunto com a 6ª ronda. É sempre bom partilhar a alegria de uma noite.
Boa semana
Joana Gomes
Já na oração estávamos poucos e os sacos pareciam estar à justa. No início estava apenas eu, o Rui e a Benedita.
Fomos até à D.F que nos contou ter estado uma semana internada no Hospital por causa dos diabetes e da falta dos medicamentos que por escassez de dinheiro juntada à sua casmurrice, acaba por não comprar nem tomar.
Este Domingo voltámos a encontrar o Sr.Z mas desta vez a conversa foi mesmo muito curta. Ele estava demasiado “alegre”, diga-se impróprio para conversas!
Ainda fomos ver se o Sr.R estava no mesmo sítio da semana passada mas apenas vimos os cobertores. Deixamos um saquinho para ele se lembrar que aos Domingos pode ter alguém com quem falar.
Já na outra ponta do nosso trajecto, com o Jorge que se juntou à equipa, encontramos o Sr.G que já está habituado à nossa presença ao Domingo. Desta vez a conversa não chegou a entrar pelas áureas e os seus conselhos para fazer desaparecer as doenças porque fomos abordados pela primeira vez pelo SP e o JP2 que por vezes também ficam (de passagem) por ali a tirar o lugar ao Sr. G mas tudo de uma forma pacífica. Pareceram-me que percebiam bem que o Sr.G apenas está ali porque precisa mesmo de sustentar a família.
Desta vez no ponto onde mais gente encontrámos só vimos o ZC e a I. Esta última fez-nos uma abordagem para comprarmos uns cinzeiros de lata, mas o ZC prontamente pediu para lhe darmos um saquinho porque ela precisava bastante. A conversa do CAT de Matosinhos surgiu quase que por instinto e as lágrimas de (possível) desespero nos olhos dela também. O Jorge combinou levá-los no dia seguinte ao CAT. Ela estava cheia de vontade e o ZC disse que ía se ela fosse. Ela combinou ficar ali a dormir, mas... (no dia seguinte quando o Jorge chegou... “Meninos, ela não apareceu, procurei nos dois edificios, e como vi, o que me pareceu ser, o "estaminé" do ZC , e não havia sinais deles, tal como combinado vim embora às 8:20. Fica para a próxima. Jorge”.
A última paragem foi no shopping com o Sr.A. Como já estava a fechar o chá prolongou-se até cá fora sempre com as piadas do Sr.A a tornar o fim de noite mais alegre.
Chegamos ao CREU e fizemos uma reflexão da noite em conjunto com a 6ª ronda. É sempre bom partilhar a alegria de uma noite.
Boa semana
Joana Gomes
segunda-feira, julho 02, 2007
Colaborações
- Reportagem audio da Patrícia Posse para o Jornalismo Porto Net, "O perfil do sem-abrigo portuense"
- Website da Ana: http://www.os100abrigo.no.sapo.pt/
- Blog de Nelson d'Aires, com referência ao FAS:
http://www.nelsondaires.net/index/2006/10/todos_ns_conhec.html - Vídeos Reportagens ao FAS, pelo canalUP:
http://fasrondas.blogspot.com/2007/12/fas-no-canalup_18.html
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