Diogo CostaNo mundo de Diogo Costa há tempo reservado para ajudar o próximo. Em Setembro de 2007, o estudante do 3º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP decidiu ingressar no grupo FASRondas - (Famílias, Aldeias e Sem-abrigo). O grupo de jovens voluntários do Porto desenvolve trabalhos de acção social junto dos mais carenciados. O FASRondas foi fundado em 2003 por um pequeno núcleo de voluntários, tendo vindo a crescer desde então, contando actualmente com cerca de 80 membros. Diogo Costa faz parte da vertente "Aldeias", que presta apoio a terras próximas da serra do Marão, como Candemil, Ansiães, Basseiros e Bustelo. Pelo menos uma vez por mês, está com pessoas que "só precisam de facto de alguma companhia, de nada mais".O aluno da FEUP partilhou um pouco da sua experiência no grupo FASRondas com o ADN FEUP (ver mais)
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
quarta-feira, fevereiro 02, 2011
De mãos dadas com o voluntariado
segunda-feira, janeiro 31, 2011
Crónica dos Séniores . Dezembro 2010
quarta-feira, janeiro 26, 2011
Crónica das Aldeias - 22.01.2011
quarta-feira, janeiro 19, 2011
Crónica dos Imigrantes Novembro 2010
Crónica Imigrantes Outubro 2010
Esta semana o FAS Imigrantes começou uma nova etapa da sua existência.
Agora no Centro Comunitário de S. Cirilo, o nosso grupo enfrenta novos desafios. Num espaço novo abrem-se (literalmente) portas a novas experiências, a diferentes perspectivas, a mais largos horizontes.
Com um campo de acção mais extenso, somos chamados a transformar em acções a nossa criatividade, em fazer brotar frutos do nosso entusiasmo… Mais do que ser "o necessário", somos agora incitados a criar "necessidade" daquilo que temos para oferecer. Agora sem grades a travar-nos o caminho, temos pela frente um longo caminho de compreensão, acompanhamento e desenvolvimento.
Chegados a um novo espaço, mais amplo e mais individualizado, o primeiro desafio não tardou a dar sinal de sua graça: como chegar até aos utentes de uma instituição onde já se sentem acolhidos? Como fazê-los sentir que podemos ser uma mais valia nas suas tardes de Domingo?
O primeiro passo é, precisamente, conhecê-los. Perceber o que os move, o que lhes interessa, no fundo, quem são e o que suscitará neles vontade de o partilhar connosco.
Assim, começamos por uma incursão – o mais silenciosa possível – ao mundo dos inquilinos mais "fresquinhos" da instituição. Foi um momento de ternura sem par aquele de que desfrutámos junto da recém-nascida mais doce, dos gémeos mais expressivos e do adormecido mais belo da história do FAS Imigrantes! E claro, as conversas entre as mamãs babadas e as "nossas" mães não tardaram…
No nosso caminho de exploração, descobrimos também um académico guineense com muito para ensinar, um jovem brasileiro que não sabe sambar mas que, pela sua experiência de vida, poderá ser um elo precioso no que à dinamização de actividades grupais diz respeito, e um simpático trio de ucranianos que tudo dizem saber sobre Portugal e muito nos têm a ensinar sobre a "sua" ex – União Soviética.
Um lanche conjunto e uma foto de grupo foram o culminar da nossa primeira incursão à "nossa nova casa", na qual temos que agradecer ao nosso "guia" e seu prestável filhote pela amabilidade e disposição.
O primeiro passo está dado. Agora que percebemos melhor aquilo que podemos esperar e aquilo que podem esperar de nós, é tempo de adaptar estratégias e passar à segunda fase da acção. Conhecidos os contextos e anotados os dados essenciais, é preciso começar a trilhar o caminho… Com passos nunca antes dados, por sendas ainda não calcorreadas… Por muito desfocado que pareça ainda o horizonte, é daqui que partimos… Valerá a pena?!... "Tudo vale a pena se alma não é pequena!"… Só é preciso que a ALMA esteja lá, disposta a tudo, sem medos…
Novos desenvolvimentos nos próximos episódios…=)
Sessão de Esclarecimento
O FASRondas realizará uma sessão de esclarecimento para novos voluntários no dia 27 de Janeiro, às 21h15 no CREU, localizado na Rua Oliveira Monteiro, 562, Porto.
Convidamos todos os(as) interessados (as) a estarem presentes.
Mais informamos, que os(as) interessados(as) em integrar o grupo têm agora aos dispôr um Formulário Online, para preencherem os seus Dados de Inscrição no FASRondas, este Formulário está disponível no menu do lado direito do Blog, no separador Novo Voluntário.
O FASRondas precisa das tuas mãos!
O FASRondas precisa das tuas mãos!
A sessão de esclarecimento será no dia 27 de Janeiro no CREU, pelas 21h15.
Olá!
Queres dedicar dois minutos do teu tempo e ganhar algo com a visualização deste vídeo:
Experimenta:
from youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=wt75B6PsLgM
O FASRondas é um grupo de voluntariado social, que actua em cinco vertentes diferentes Famílias, Aldeias, Sem Abrigo, Imigrantes e Séniores.
Neste momento estamos a precisar de pessoas que tenham vontade de ajudar, dar um pouco de si e cuidar do outro. Todos juntos poderemos fazer mais e melhor e contribuir para uma cidade mais solidária e fraterna.
Se te identificas com esta missão junta-te ao nosso grupo!
Precisamos de:
Vertente Aldeias
6 Vagas
Nesta vertente efectuámos visitas a 4 aldeias de Amarante, com uma população idosa maioritariamente feminina, que nos recebe com um grande sorriso, e apenas precisamos de tempo para estar e ouvir. Estas visitas marcam a diferença na vida de todas as pessoas que acompanhámos. São criados laços de amizade, onde está presente a partilha e com o intuito de tornar a solidão menos notória.
Vertente Sem Abrigo
3 vagas (elementos sexo masculino)
Na vertente temos cinco trajectos diferentes, cada um deles composto por cinco elementos.
Aos nossos amigos da rua levamos carinho, amizade, vontade de estar e ouvir!
Vertente Séniores
4 Vagas
Nesta vertente dinamizam-se actividades de animação para as pessoas que frequentam o Centro de Dia do Bairro do Bom Pastor da Cruz Vermelha (CDBBPCV). O objectivo é a realização de diferentes actividades com as pessoas de forma a trazer um pouco de animação ao seu dia.
Aos nossos idosos levamos carinho, animação, companhia, ginástica e muita alegria para que os seus dias sejam mais solarengos!
Podes enviar um e-mail para fasrondas@gmail.com, no caso de estares interessado(a) especificamente nestas vertentes, ou em qualquer uma das outras, até ao dia 26 de Janeiro.
A sessão de esclarecimento será no dia 27 de Janeiro no CREU, pelas 21h15.
Esperamos por ti!
Um abraço.
FASRondas
terça-feira, janeiro 18, 2011
Crónica Aldeias - 08.01.2011
Janeiras 08/01/2011
As Janeiras no Marão….
Como já vem sendo costume, o primeiro fim-de-semana do ano é tempo de os voluntários do FAS Aldeias se juntarem, "afinarem" as suas gargantas e espalharem alegria pelos seus visitados, cantando as janeiras. Este ano, contando também com a companhia da nossa amiga chuva, (suponho que ela veio porque a Sara não estava, já que ela me dizia que nunca chove quando vamos às aldeias). Para realizar esta aventura contámos, além das vozes de todos, com a destreza poética e musical da Carminda (que fez a letra da música), com a sua guitarra e com a minha também, de companhia. Considero mesmo que foi uma aventura, pois cantar as janeiras sob a chuva, de casa a casa, é de ensopar. A parte boa é que ficámos ensopados em dois sentidos: de água e de amor. Ao darmos de nós o talento que cada um tem, e porque quem canta, como diz a Carminda, deve por na voz o seu sentimento, senti que recebemos das pessoas mais do dobro daquilo que lhes demos. Mais importante do que as pequenas lembranças que insistiam em nos dar, eram muito mais valiosos aqueles sorrisos puros, como a terra que trabalham. Lembro-me especialmente de uma pessoa da minha aldeia, a dona Aldina. A outra senhora, a dona Ondina, não estava em casa. A dona Aldina, que ficou com um sorriso de orelha a orelha, contente por lhe enchermos as casa, maravilhada com as nossas vozes e guitarras. Esta senhora é doce como o mel que nos serve com o chá, que geralmente nos oferece enquanto conversamos. Não houve tempo para fazermos a partilha no final, como habitualmente, mas aqui fica aquilo que para mim, se torna gratificante quando se canta as janeiras no Marão, à chuva, com alegria e com espírito FAS Rondas.
"Neste mês de Janeiro felizes estamos aqui no nosso Marão,
Pra vós a cantar!
E, para o mundo inteiro nós desejamos de todo o coração:
PS.: A partir desta visita para além da Cláudia e da Sara, deixa-nos também temporariamente o Adriano. Boa sorte para a sua jornada!
segunda-feira, janeiro 17, 2011
Crónica da ronda da Areosa - 16.01.2011
http://porto24.pt/porto/14122010/mario-o-principe-sem-abrigo-foi-espancado/
terça-feira, janeiro 11, 2011
Crónica da Ronda de Santa Catarina - 09.01.2011
Natal é todos os dias
A quadra é farta em iniciativas de solidariedade e o FAS Rondas não foi excepção com uma ronda aberta de Natal, na qual não faltaram muitos voluntários com vontade de ajudar e saber qual é afinal o trabalho dos voluntários que visitam os sem-abrigo.
Depois da ronda alegre e farta, o novo ano trouxe o habitué das rondas, que durante o ano regista picos de participação e enfrenta, muitas vezes, o problema da escassez de voluntários. Nada que desmotive os que enfrentam o frio, a chuva e, naturalmente, algum desânimo, porque numa soleira da porta, debaixo de um viaduto, na entrada de uma loja está alguém à espera de muito mais do que um saco de comida. À espera uma palavra amiga que chega todos os domingos à noite.
Este mês vão entrar novos voluntários que, esperemos, venham com a mesma vontade de ajudar, que tragam dinamismo e alegria às rondas e, acima de tudo, estejam dispostos a assumir um compromisso que é semanal.
No Ano Europeu do Voluntariado, que se celebra este ano, com uma série de iniciativas, esperemos que a mensagem de ajudar os outros, através da doação do seu tempo, sensibilize a população que, numa altura de crise, deve mais do que nunca olhar para o vizinho do lado, colega de escola, pessoa que dorme na rua. Porque pobreza e miséria não se espelham só nos sem-abrigo.
A nossa ronda, a de Santa Catarina, é bem exemplo disso. Actualmente, nenhuma das pessoas que visitamos dorme na rua, o que não significa que não precisem do mesmo saco de comida e da palavra amiga dos domingos à noite. São histórias de pessoas cuja vida lhes virou as costas ou eles próprios viraram as costas à vida, com problemas de dependência, que precisam de ajuda para voltarem a encontrar um sentido para a vida. Se calhar nem todos o vão conseguir. Mas nós tentamos. E ouvimos. Essa será talvez o papel mais importante do voluntário. Por muito que queiramos mudar o mundo, não é essa a missão. Mas podemos ajudar a mudar o pequeno mundo do Senhor F., da Dona F., do L. ou da A. Também não estamos aqui para julgar ninguém e esse será talvez um dos maiores desafios de um voluntário: ouvir sem julgar à luz daqueles que são os seus padrões de vida, os seus valores, os seus ideais.
Importa a vontade de ajudar e de assumir o compromisso semanal. Afinal, Natal é, ou pode ser, todos os dias.
Ana Oliveira
segunda-feira, janeiro 10, 2011
Crónica das Aldeias 08.01.2011
quinta-feira, dezembro 09, 2010
Crónica da Ronda dos Aliados - 28.11.2010
Mas que frio!!!
No último domingo estava de facto muito frio...havia até quem pensasse que deveria ser proibido fazer rondas ou trabalho voluntário com tamanho frio.
Para tentar fintar o frio, em Cedofeita, houve uma sessão do jogo da macaca para aquecer um pouco, que contou com a participação especial do Sr A..
Com o Sr. M., tivémos a ideia de conversar um pouco num café próximo para despistar um pouco o frio. Ele, sempre no seu ritmo frenético, lá esteve a narrar mais uma das suas já habituais histórias, quase não respirando entre as palavras, como que com receio que algum de nós incorresse na imprudência de dizer que tinhamos de ir indo...
Houve bolo!!! para um menino especial, o Sr. M.
Os cobertores não foram precisos, mas continuam no carro à espera da pessoa certa.
Chegando a casa, estava um banho bem quente à minha espera, enquanto na rua o frio fustigava...
Para a semana teremos a visita do nosso querido Sr. JC. Que saudades... vou ligar-lhe ainda esta semana.
A semana passou e continua frio...penso agora, no Sr. M, no Sr. M, na D. H., na D. M, no M. toxicodependente e seropositivo...talvez para a semana o tempo melhore.
Maria João Pato
domingo, dezembro 05, 2010
Crónica das Aldeias - 27.11.2010


sexta-feira, dezembro 03, 2010
Crónica da Ronda da Boavista - 14.11.2010
quarta-feira, novembro 24, 2010
Crónica das Aldeias - 13.11.2010
Por entre raios de Sol, interrompidos por pingos de chuva, rumámos até às nossas aldeias perdidas no Marão. Com novos voluntários que escolheram acompanhar-nos neste projecto e contribuir, quinzenalmente, para aumentar os sorrisos nesta região.
Em Ansiães, fazemos, desde há cerca de um mês, menos uma visita: a nossa amorosa Dona Rita (“Ando em 90, já!”) foi viver para casa de um filho e, como tal, visitamos agora apenas a Dona Ondina e a Dona Aldina.
“Estou à vossa espera!” diz-me a Dona Ondina quando me aproximo do seu portão e a vejo sentada num banco à porta de casa. O seu largo sorriso deixa espreitar o único dente que ainda tem – uma imagem que não se esquece. “Eu corri o mundo, meninas – de Bragança ao Algarve e até fui a França!” esclarece-nos a Dona Ondina, não fossem as novas voluntárias, Paula e Clarisse, ficar com alguma dúvida.
“Estou à vossa espera!” Curiosamente, a Dona Aldina disse exactamente o mesmo que a Dona Ondina, assim que nos viu a chegar a sua casa. “Eu gostava era que viessem mais vezes!” É um doce, esta senhora, com quem partilhámos um delicioso cházinho e a quem a Paula prometeu iniciar nas lides do crochet.
Esperam por nós, que bom!
Ana Barros - Ansiães
quinta-feira, novembro 11, 2010
Crónica da Ronda da Areosa - 07-11-2010
O clássico e a maratona
O Verão do São Martinho - que ainda não foi - é já uma memória vaga. O frio voltou e saiu à rua para compassar mais uma ronda de domingo à noite. Afina-se a conversa pelo diapasão do clássico Porto x Benfica da noite. Alinham-se o pão, os doces, os salgados. Abrem-se os sacos. Metem-se abraços lá dentro. Os nossos são feitos de géneros.
A caravana parte pelas ruas de sempre. Na primeira paragem a conversa faz-se à mesa. O bolo deitado na mesa não chega para adoçar o desabafo. Cheira a caldo verde. As novidades desfiadas têm rugas cada vez mais carregadas. Ouvimos. O lamento convoca a nossa opinião. Dada. Debatida. Por hora vencida pelo rame-rame dos dias. Tão avessos são à mudança.
Seguimos atrasados para a Loja do Cidadão. Esperam-nos duas visitas. Tolhidas pelo frio. O clássico terminou por ali. Não há bandeiras, nem adeptos. Só os protagonistas de dois campeonatos mais pautados por derrotas e empates. São dos que ainda vão a jogo. Mesmo sem táctica nem técnica, uma mostra-se disposta a jogar para a goleada. O outro mostra-se disposto. Nem que seja para cumprir calendário. Gira a bola…
Já na Areosa, cumprimos a penúltima paragem. Num caixote, onde à vista desarmada não caberia mais do que uma criança de 10 anos, mora mais uma visita. Dorme. Acorda. Bebe uma sopa quente. Fala do RSI que ainda não tratou. Do almoço de domingo que alguém ofereceu. E do casaco. Limpa o líquido que lhe sai dos olhos com os restos de um toalhete de gasolineira. Estendemos um lenço de papel. Gesto macio. Dá conta da falta de um elemento no grupo. Dá conta das horas, como se o tempo se tivesse esgotado. Diz que é o nosso. Será o dela também. Por esta noite. Só por esta noite. Até para a semana.
A ronda chega à última paragem. Dos três, um fica sem dar sinal de vida. O do lado insulta-o. Explica, para quem quiser ouvir e entender, que é um gesto amigo. Como todos os que tem. É honesto, frontal e duro. Como a guerra. E isso basta. Para ele basta. Para os outros devia bastar também. Pede leite e pão. O tom grosso empareda aquele espaço. De repente estamos na sua casa, a ouvir as suas histórias, as suas sentenças, as certezas que tem do mundo onde nada nem ninguém lhe escapa. E ali, naquela casa improvisada, manda quem fala mais alto.
São duas da manhã. Quase a chegar a casa. Muitas horas antes, na manhã desse domingo em que o Verão do São Martinho - que ainda não foi - se tornou uma memória vaga, participei numa corrida. Quando acabou, pensei na próxima, não nos que ficaram para trás. E quantos ficaram? Quem deve marcar o ritmo? Como se faz de lebre no mundo real? Perigosa a distância que nasce para os que se atrasam. Tentador continuar a correr sempre. Até nos perdermos de vista. E coração que não vê…
Filipa Silva
segunda-feira, novembro 08, 2010
Crónica da ronda de Santa Catarina - 31.10.2010
"Quando dar é receber"
"Muito pior do que passar fome é dormir na rua", afirmou a D. W. Esta frase despertou em mim uma tempestade de questões e múltiplas tentativas frustradas de resposta. Pode haver algo pior do que passar fome?? Não parece, pelo menos à primeira vista, haver nada mais limitante física e psicologicamente..!Mas à medida que cada domingo vai passando, cada um mais escuro e frio que o anterior, vou-me apercebendo melhor do quotidiano cruel de quem dorme tendo o céu como tecto..a exposição, a vergonha, a indiferença ou maus tratos de quem passa, o frio, o barulho, o medo constante do minuto que se segue. Será que as pessoas conseguem realmente descansar? Ou estarão com "um olho aberto e outro fechado", assustados a noite toda? E como serão passados os dias, depois de noites destas? Será que fazem algum sentido? Existirá alguma noção de tempo? Ou tudo não passa de um enorme vazio? Continuo sem respostas para muitas destas perguntas..e não sei se algum dia as vou encontrar. Tenho, no entanto, uma certeza: aquilo que sinto! É indescritível a sensação de preencher e partilhar algum do tempo destas pessoas, levando um ombro amigo, alento e principalmente esperança de que um dia o mundo lhes abra uma porta para um futuro melhor...
Maria Natália Costa
domingo, novembro 07, 2010
Crónica da Ronda da Batalha - Outubro
O Sr. F estava bem disposto, perguntou por todos e pela nossa menina mais nova que não nos acompanhou por estar doentita… de resto pareceu-nos bem e falamos sobre um casal que o costuma ajudar a guardar as coisas… Não pareceu muito contente com eles, enfim as desilusões de quem pouco tem, e pouco espera!
E claro… partimos em direcção ao N. e C. mas nada… ultimamente tem sido sempre assim – desanimo instaurada!
Seguimos para junto do M., J. e L. e qual a nossa surpresa? N. apareceu para vir buscar o saco e para nos dizer que depois poderíamos passar lá para conversar um pouco. Continuamos a nossa conversa com os 2 irmãos e claro duas de gargalhada com o L. que tem um lado tão real de vida… bem diferente do seu irmão que está sempre tudo bem e que a sociedade tem sempre uma divida para com ele porque ele não tem de fazer nada pela vida. O L. tem consciência de que as pessoas não têm qualquer tipo de obrigação e que eles devem ter consciência disso. Boas conversas que temos com os 2 J
Já o M. estava "cabisbaixo" (como já é habitual), como sempre mas falou-nos dos seus doces preferidos por exemplo a broa de mel. Falamos da sua semana e da rotina em que se está a tornar a sua vida.
Seguimos novamente para junto do N. e C., mas apenas encontramos o N. … Ele é sempre muito atento, tentamos perceber o porquê de não o vermos há quase 2 meses, porque se pelo menos fosse por boas noticias… Não acrescentou muito para além do já habitual. Mostrou saudades e perguntou por todos. Bem seguimos viagem um pouco tristes por perceber que uma pessoa tão nova estar tão perdida… Custa muito ter esta percepção. Deus os acompanhe no seu dia-a-dia.
Seguimos com um coração um pouco mais cheio, mas pensativo!
Sabina Martins
terça-feira, novembro 02, 2010
Crónica das Famílias Julho de 2010
As visitas continuam, os meninos estão à nossa espera, à 4ª feira à tarde, mas, nesta altura, as visitas têm outro formato. Com mais descontracção e disponibilidade para as brincadeiras. A D. F. recebe-nos com agrado, pois os meninos gostam muito da nossa companhia.
Todos os meninos passaram de ano, embora tenham que trabalhar um pouco durante as férias para não esquecerem as matérias (recomendações das Sras. Professoras). Como tal, pensamos proporcionar uma tarde diferente a quem dedicamos, com muito gosto, algumas horas das nossas vidas.
Sem sabermos muito bem como iriam reagir as responsáveis pelas crianças, pedimos autorização à matriarca da família para levarmos os meninos a passar uma tarde à piscina. A ideia foi muito bem aceite e a criançada ficou eufórica e a querer combinar tudo logo para o dia seguinte.
Reunidas as condições necessárias, bom tempo, transporte para todos e vigilância suficiente para as quatro crianças, lá se combinou o evento. Então, no dia combinado, à hora marcada, estavam lá cinco meninos (os quatro da casa e uma amiga que convidaram), completamente em estado de euforia, com grande ansiedade pela tarde que finalmente chegava. Seguimos de carro rumo à Maia.
Foi surpreendente observar a alegria de todos. Olhavam para cada sítio onde se passava e iam comentando tudo o que viam. Tudo lhes parecia novo e diferente. Estavam mesmo felizes. A maior admiração surgiu quando chegaram ao local: ficaram completamente em "transe" ao observar todo o espaço: a piscina, o jardim, as espreguiçadeiras, as bóias… enfim, tudo para eles mereceu a sua atenção.
Ansiosos por saltarem para dentro de água, foi necessário "reunir" e definir as regras para que tudo corresse bem e, quem sabe, um outro dia se pudesse repetir. Alguns eram mais corajosos e completamente destemidos com a água, outros, mais medrosos, mas, a pouco e pouco todos se deslocavam da parte mais baixa para a mais funda sem qualquer problema. Foi necessária muita vigilância, mas estiveram todos muito bem, muito felizes, completamente radiantes.
Depois de bastante tempo a nadar, saltar, chapinar, etc, veio a hora do lanche que serviu para retemperar energias e forças.
Foi um dia em cheio. Temos a certeza que estas crianças jamais vão esquecer aquela tarde de férias. Nós pensávamos que eles iriam gostar desta oportunidade, mas nenhuma de nós imaginava o quanto é que elas apreciaram na realidade. Foi de tal forma além das nossas expectativas que ficamos sem palavras a ouvir todos os seus comentários: "isto foi um sonho"; "temos que vir outra vez"; " as pessoas que têm esta piscina têm muita sorte"; …
É por este sonho, fazermos um pouco mais felizes aqueles com quem lidamos, que nos unimos num denominador comum. É assim o FasFamílias.
Um abraço,
Rosinha
Crónica das Aldeias - 16.10.10
Que há gente a precisar de ajuda é do senso comum. Que há ainda mais pessoas com vontade de ajudar, penso que também não será novidade. Que há gente que efectivamente sai do sofá para levar uma palavra amiga, uma sopa quente ou um afecto, ai já estaremos a falar, seguramente, de muito menos casos.
Ainda assim e porque todas as mãos são bem-vindas, a crónica das Aldeias desta semana é dedicada às duas novas voluntárias, de seu nome Patrícia e Anisabel (sim escreve-se tudo junto, perguntámos várias vezes e confirmámos).
Num misto de entusiasmo, curiosidade e, naturalmente, algum receio, as duas novas voluntárias trouxeram sangue novo , alegria, dinamismo, novas ideias ao grupo e, o fundamental, uma palavra amiga aos idosos.
Porque um obrigado e um bem-haja caem sempre bem. Porque voluntários precisam-se. Porque gostamos de vos receber. Porque estamos certos que os idosos das aldeias de Amarante gostam ainda mais, ficamos à espera de mais "Anisabéis "e "Patrícias" (atenção que a vertente das aldeias não é fechada a elementos do sexo masculino que, por sinal, até são vistos com bons olhos. Veja-se o caso do Engenheiro Adriano, um sucesso entre esta faixa etária da população).
Em suma, sejam bem-vindas e esperamos contar convosco por muito e muito tempo.
P.S. Desculpem, não poderia deixar de fazer um reparo: na próxima ida às aldeias não se atrevam a aparecer lá com comidinha que não seja caseira!
Ana Oliveira - Basseiros