O nosso grupo estava um pouco reduzido. Fomos só eu e o Vasco, mas a ronda foi muito positiva. Apesar de não estarmos há muito tempo nas rondas, sentimos que os "nossos" sem-abrigo também já confiam em nós e ficam contentes com a nossa presença.
Na Batalha estivémos com a D. E. e o marido. Este, há quinze dias que se queixa com muitas dores numa perna, mas não há maneira de ir ao médico. Ele, diz que é ela que não quer ir, ela diz que é ele.
A D. E. continua rabugenta com as assistentes sociais e a vida, dizendo que elas não tratam de nada e sempre a queixar-se dos seus vizinhos da pensão, pois fazem muito barulho e são mal educados com ela. Também se queixou do filho, que não lhe atende o telemovel e que não a foi visitar no "dia da mãe"... Por fim lá se acalmou quando lhe perguntei se queria que ligasse para o filho. Falou com ele toda contente e já se conseguiu despedir com um sorriso.
Apareceram também o M. e o amigo. Este, ao contrário do M. parece bastante motivado para voltar a combinar com o Pedro p irem ao CAT.
Estivémos bastante tempo a falar com um jovem que já tem aparecido algumas vezes. É toxicodependente e mora num quarto. Não me parece que vá deixar a droga tão cedo, pois apesar de dizer que o quer fazer, diz que mesmo que não tenha dinheiro lhe arranjam de graça... Mostrou-se muito triste pois mais uma vez vai passar o Natal sem a Família.
Finalmente fomos ter com a D. F. e o marido, o sr. P. Já era um pouco tarde, mas mesmo assim eles apareceram. Ela estava contente pois ele vai passar a almoçar no sítio onde ela almoça, apenas por 50 cêntimos. Disse-nos também que tinham tido conhecimento de uma casa para alugar, por cerca de 150 euros, com cozinha, um quarto e casa de banho, mas que não sabiam se era possível mudarem-se para lá pois o senhorio não está interessado em ir receber a renda à Segurança Social e não sabem
se a assistente social lhes dará o dinheiro para serem eles a pagar.
Também se queixaram um pouco da pensão, falaram dos filhos, assunto inevitável nesta época, e o sr. P. disse que a assistência social quer entregar o filho dele para adopção. Ele, furioso e triste, diz que isso não vai acontecer, pois ele recusa-se a assinar os papéis.
No Sábado irão ver os respectivos filhos e à noite lá estarão à nossa espera.
Não fomos ao Aleixo porque éramos só dois e além disso não tinhamos mais comida. Terminámos com uma pequena oração na rua de N. S. de Fátima.
Carla
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