segunda-feira, junho 12, 2006

Crónica da Ronda de 11.6. 2006 (Boavista)

Eram 21:30h e nem vivalma! Nunca imaginei uma mobilização tão forte para o futebol. Às 22:10h já havia "cuorum" para a oração inicial. Assim começámos, no dia em que se celebrava a Santíssima Trindade na liturgia eucarística, "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Últimos retoques em termos de equipas para aquele dia, já que tínhamos cozinhado tudo de forma a obedecer à máxima de 5 elementos por ronda. Correu bem!

A ronda da Boavista lá partiu com "A Equipa": Rui, Joana Gomes, Benedita Salinas e eu. Eram 22:30h e subimos em direcção a Damião de Góis, via Ramada Alta. Procurávamos encontrar o sr. B.: Mais um Domingo e, nada. Seguimos em direcção à Faria Guimarães, procurando pelo sr. J. J. Também não estava em lado nenhum. Explorámos o jardim do Marquês e o resultado foi nulo. Ao descer a Constituição, avistámos o sr. J. na esquina com a Faria Guimarães. Eu já tinha estado com ele perto do Cat Oriental, no Inverno, no âmbito da Ronda da Areosa. Ele lembrava-se e comia batatas fritas que lhe tinham dado numa churrasqueira. Falámos um pouco e explicou-nos que dormia num quarto e recebia 200 e tal euros da Segurança Social. Agradeceu muitíssimo o nosso saco, porque estava cheio de fome e não é de "pedinchar muito". Partimos em direcção ao Foco. Encontrámos o M. numa azáfama atrás do dinheiro de quem estacionava. Demos-lhe o saco e desapareceu a correr. Ainda tentámos ir atrás dele mas, quando nos avistou, desapareceu novamente. Ele tem ido ao Cat de Matosinhos, e continua a consumir. Não sabemos, ainda, como é que as coisas estão a correr, a nível de tratamento.

Chegou a altura de ir até ao Bom Sucesso. Junto à J. F. de Massarelos lá estava o sr. P. Aí, por causa das cervejarias, os arrumadores toxicodependentes multiplicam-se. Com ele, tudo na mesma.

Como nos sobravam sacos, combinámos com a Ronda de Santa Catarina, encontrarmo-nos no Aleixo, com eles. Fomos andando e chegámos às 23:40h. Intersectámos o sr. F. no seu caminho para a torre 1 do Bairro do Aleixo. Estivemos com ele até chegar o grupo do sr. Fernando. O sr. F. tem 30 e tal anos, mas já tem 2 filhos e um neto a caminho. Tem muito bom ar e muito boa disposição. (Os elementos d'"A Equipa" também ajudam, claro.) Juntámo-nos aos do grupo do sr. Fernando, levando os kits que nos tinham sobrado. No Aleixo é sempre aquela azáfama. Ontem, na torre 1 estava uma confusão enorme e o trânsito era fantástico: Carros a subir a rua em marcha-atrás, de gás colado... Enfim! Estivemos muito tempo a falar com a D. A., habitante da torre 2 desde o 25 de Abril, altura em que a ocupou. Já é viúva pela segunda vez, tem 80 e tal anos e não parece, minimamente. Dizia o elemento do grupo do sr. Fernando quando lhe dissémos que não tínhamos encontrado dois dos nossos sem-abrigo, que eles acabavam por aparecer todos ali. Qual não foi o nosso espanto quando apareceu, mesmo, o sr. M. do Foco que achou por bem desentender-se connosco e fugir, novamente. Entretanto chegou a ronda de Santa Catarina. Preparávamo-nos para a oração final em conjunto com todos os grupos que lá estavam, quando apareceu o sr. P. Já não o víamos havia algum tempo, mas a história, com ar de novidade, foi a mesma que já me tinha contado em Março... Mais uma vez a Santíssima Trindade deu o mote. Regressámos ao Centro e ainda lá estavam os carros dos da Ronda da Areosa o que indicava que tinha possibilidade de me cruzar com eles à ida para casa. Assim foi: Qual não foi o meu espanto quando avisto a Ronda da Areosa, na rotunda homónima com o sr. J. e o sr. M. de pé. Repito, de pé!!! Nunca ninguém tinha conseguido isto, mas a necessidade urgia, porque a quantidade de pulgas que levávamos connosco depois de deixar o seu sítio, aumentou nesta altura do ano. Isto não podia continuar e aquela era a única solução: Afastá-lo de lá e falar com ele, em pé, algures. O sr. M. ainda nos acompanhou na visita à D. I. Eram 01:45h de Segunda-Feira e a D. I. dormia profundamente. O sr. M. adorou estar ali connosco. Não sabia que a sua amiga I. dormia naquelas condições. Foi, sem dúvida, uma faceta desconhecida do sr. M. que se nos revelou, muito mais salutar que todas as outras, mais bem disposta e altruista. Foi muito bom, mesmo!

A ronda acabou na entrada de Pedrouços, junto à loja dos candeeiros e com a partilha/oração final.

Foi uma ronda das mais diversas que tive. Nem de propósito, quando celebrávamos a Santíssima Trindade e a máxima diversidade, na maior unidade.

Obrigado a todos,

Nuno de Sacadura Botte

5 comentários:

Anónimo disse...

ALERTA: Trata-se da crónica da Ronda da Boavista, e não da Areosa!!!

Anónimo disse...

Ok! O João conseguiu corrigir: Obrigado e um abraço,

N

Anónimo disse...

...Obrigado pela partilha**

Anónimo disse...

sim senhor, estou a ver que, mesmo não sendo da equipa, te deste bem!

Só é pena que, em termos de rua, as coisas não tenham sido muito agradáveis... ausência do sr. B, + ausência do sr. JJ, + fugida do M....
Bem, outros dias melhores virão.
um bjo e obrigada pela partilha já que ajuda sempre quem n foi a ficar dentro do assunto!
bjs a todos!!!!
até domingo,
ana b carvalho

Anónimo disse...

Obrigado Nuno pela tua crónica, rezei por vocês nessa mesma altura em que estavam na rua e eu lá longe... Ontem também o fiz, mas já foi acabadinho de chegar a casa.
Um abraço