Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
sexta-feira, junho 30, 2006
virus
Crónica da Ronda de 25.06.2006 (Batalha + "ronda experimental")
O Sr. F continua sempre a admirar a Mónica, perguntou a idade à São, mas não conseguimos entende-lo muito bem pois não estava muito sóbrio.
O P e o Sr. E não se encontravam no local habitual, não havia vestígios de roupa ou cobertoresl, será que mudaram de sítio? Será que o Sr. E já arranjou trabalho?
O M não se encontrava na casa do costume.
O Pet recebeu-nos muito bem, muito simpático. Ficou muito contente e agradecido pela roupa e sapatos que lhe arranjamos. Diz que precisa de cobertores e mais roupa pois tiraram-lhe tudo. Calça o nº 43 e veste calças com nº 38. Tem 57 anos e faz anos no dia 19 de Fevereiro.
Sr. F vende a revista Cais, passa os dias no Via Catarina. Tem um inchaço no pé mas não quer ir ao Hospital porque diz que só ajudam os mais novos e não os velhos.
Maria Antónia Read
quarta-feira, junho 28, 2006
Aldeia - Crónica de 25.Jun.06
Não podemos contar com "o pessoal de terra" pois houve uma festa da escola, só a Beta se juntou a nós.
A casa está em grandes obras, por isso aproveitando o novo kit da aldeia (conjunto de pequenas coisas que faziam falta especialemnte para os almoços) decidimos ir almoçar picnic na praia fluvial, onde poderia ser o local da festa da catequese de Várzea. O sítio é muito giro e foi aprovado, vamos fazer lá diversos jogos (no dia 6/07 vemos os detalhes).
Obviamente que mal olhamos para o lado o Daniel já ia de calças arregaçadas rio acima!
Almoçamos na nova toalha do "kit Aldeia", vimos ideias para a festa e rimos muito!
Partimos para as visitas. Já tinha saudades de ir visitar as pessoas. A DA está boa e a família continua nas, infelizmente habituais, peripécias, a boa novidade é que vai ser construída uma casa de banho já no verão! O ZF foi para o hospital, está a recuperar bem em casa.
O sorriso da DMC mostrou-nos que está bem apesar das dificuldades, vai passar o mês de Agosto com a família :)
Em Bustelo sei que fizeram umas surpresas para a DE e correu muito bem. Levaram o mar até a este canto da serra! E ainda andaram à pesca, que continuou muiuto depois de regressarmos a casa...
Regressamos a Candemil e combinamos o plano da festa com a Patricia, fizemos uma breve oração e partimos, com o coração cheio e vontade de fazer crescer e fortalecer este projecto.
terça-feira, junho 27, 2006
Crónica da Ronda de 25.06.2006 (Sta Catarina)
Invocámos o Pe António Júlio que partia para o Brasil, agradecemos a sua presença desde o início e formação do FAS - e ficámos fortalecidos pela sua última palavra: 'Não deixem morrer as rondas, o FAS foi a menina dos meus olhos este ano no CREU!'. É neste orgulho e esperança que caminharemos.
Invocámos pois também S.João, o Baptista. Último dos profetas, popular pelos baptismos - mas austero na vida de deserto (veste peles de camelo e come gafanhotos). Festejamos João no solstício de verão porque a partir de agora os dias decrescem até ao Natal; como ele disse: 'Cristo é que deve crescer, e eu diminuir.' (Jo 3,30) Que saibamos, como João, esvaziarmo-nos de nós mesmos para enchermos os outros!
Na Batalha debatemo-nos divertidamente com o Z que queria euros para o pacote! Suplicava com sorriso e carinho, mas demos apenas frize e kitkat - para uma pausa que avaliasse o retorno ao Porto Feliz.
Marcámos a Festa com os postais sjoaninos que a Sílvia preparou - mangerico em colagem e quadras personalizadas:
Ó meu lindo S.João
Santinho da sardinhada
Trazei o Carlos à Batalha
Pra ver a D.Emília animada!
Na noite do bailarico
O S.João vai ajudar
O Sr.Francisco com um mangerico
Pra D.Emília cheirar!
Nesta noite de folia
Um martelinho vou ter
É uma questão de filosofia
Pra na cabeça do Eduardo bater!
E o Sr.Zeferino tem
Um raminho de cidreira
Pra neste S.João
Oferecer à companheira!
..que estava presente e tb teve direito a quadra - embora não personalizada. O ambiente foi, na verdade, de festa - conseguimos porém cumprir horas e saímos às 23.40!
O que deu chegar antes do Fernando ao Aleixo e portanto fazer uma distribuição animada - começou desordeira mas o Filipe decretou fila indiana - e conseguiu! Técnica a adoptar. Tínhamos bastantes sacos mas mais conseguimos porque sincronizaram connosco os da Boavista.
Oração final partilhada por todos - e, assim, mesmo enriquecida, mesmo cheia para festejarmos uma outra semana!
domingo, junho 25, 2006
Crónica da Ronda de 18.6.2006 (Areosa)
sexta-feira, junho 23, 2006
Aldeia - Partida Domingo (25/06) - 10:15h
Bom trabalho, um abraço a todos. Jorge
quarta-feira, junho 21, 2006
Crónica da Ronda de 18.6.2006 ( Batalha)
No passado domingo, 18 de Junho, o grupo constituído pelo Pedro, a Manuela, a Inês e o Luís fizeram-se à estrada, mais concretamente à Batalha, visto ser o ponto do Porto no qual a nossa tarefa se incide. Tínhamos como primeiro objectivo visitar o Sr e o P, mas ao que parece era ainda muito cedo, cerca das dez e vinte, pois não se encontravam no seu lugar habitual (perto do bar Lusitano). Devido a este facto, procuramos visitar o Sr.F, que permanece perto do Jornal de Notícias e que é uma figura já característica destas rondas. A sua figura simpática e o seu sorriso sempre foram uma constante, muito devido ao seu problema com o álcool, o que dificultava em muito a comunicação. Contudo, esta noite, o grupo haveria de ter uma surpresa, visto o Sr.F se encontrar completamente sóbrio e ter sido possível manter uma pequena conversa. Foram esboçados sorrisos por entre o grupo, pela pequena luz no túnel se ter avistado. Encontrar este homem sóbrio significou que o trabalho que andavam a fazer estava a ser recompensado de alguma forma e que este havia tomado consciência de que todos os Domingos alguém estava disposto a ouvi-lo e que por isso era melhor recebe-los de maneira a estar apto a conversar.
Contudo, a substituir a alegria constante, encontramos a melancolia, própria de quem está ainda em fase de ressaca.
Depois deste bom momento, os constituintes da ronda foram visitar o Sr.D. Este encontrava-se muito ensonado já, tendo avisado que os cobertores haviam-lhe sido tirados. Este é um caso de um senhor que tem mais de 70 anos e que vive na rua e que de cada vez que alguém o tenta levar à segurança social, este esquiva-se sempre. A tosse é cada vez mais presente e é um caso a ter em conta e a dar especial relevância, devido à sua já avultada idade.
Ao procurar uma vez mais o Sr. E e o P, que ainda não tinham voltado para o seu local habitual, a ronda encontrou o Sr. J, que havia ido tentar a sua sorte em França, mas que havia desistido. Como muitos, espera ser chamado para ser inserido numa clínica de reabilitação de droga. O que doeu mais, foi o facto de ouvir dizer que sabia que não merecia a ajuda os pais, visto os ter desiludido tantas vezes.
O fim da noite acabou com o Sr. M, que está à semelhança do Sr, J à espera de ser chamado para ser tratado. Apesar disso, vive já num quarto concedido pela Segurança Social e confessou que está dependente da metadona há já 7 anos, outro tipo de drogas.
O percurso acabou com nova visita ao local do Sr. E que como ainda não se encontrava no seu local habitual, o grupo achou por bem deixar o saco com a comida que todas as semanas é entregue.
Finalizada mais uma ronda, por volta da meia-noite e apesar de todas as “estórias” ouvidas durante o percurso, o grupo voltou ao local de encontro, perto do CREU para finalizar o percurso com uma oração sentida e com um sentimento de confiança no futuro por terem visto um pequeno progresso nas pessoas visitas, o que significa por si só uma grande vitória.
Esperemos que todas as noites se tornem ainda mais enriquecedoras e que o objectivo destes jovens se torne numa constante.
Luis Silva
terça-feira, junho 20, 2006
Crónica da Ronda de 18.6.2006 ( Boavista + Sta Catarina)
Começámos a ronda, como sempre, com uma oração inicial (à qual não assisti), de forma a motivar a coesão entre o grupo e o sentido da nossa missão em cada domingo.
Desta vez a ronda era a dobrar pois iríamos fazer o percurso da Boavista e o de Sta Catarina, por uma questão de gestão das pessoas e dos carros.
Assim, em primeiro lugar partimos para o M., que nos recebeu até de + ou – vontade. Estávamos receosos pois, no domingo passado, as coisas não tinham corrido bem. Ele estava no projecto Meta e tínhamo-lo visto no Aleixo a fugir de nós… Desta vez disse-nos que não tinha ido à consulta marcada, que nunca mais tinha lá ido e que já não falava com a mãe, que ela não gostou que ele tivesse faltado. Disse-lhe “esquece que eu existo”… e ele não gostou. Parece-nos que está sem a mínima vontade de continuar com o tratamento…
Seguidamente passámos por Damião de Góis e, como prevíamos, não encontrámos o Sr. B. Esperamos que esteja bem. Também passámos por Faria Guimarães, a ver se encontrávamos a nossa última “aquisição”, o Sr. Z., mas ele não se encontrava por lá.
Então, continuámos rumo à praça da Batalha, e aí sim, tínhamos os amiguinhos todos da ronda de sta. Catarina: o Sr. Zef. e a companheira, o E., o Lx, a Sra. E. e o Sr. F.
Falámos bastante com cada um deles, estavam todos bastante conversadores, à excepção da Sra. E. que estava de mal com a vida. Segundo conseguimos apurar, está farta da vida que leva, a filha não lhe liga nada e o filho, também fez-lhe “alguma” que ela não gostou… O E. estava muito bem disposto, como sempre, (principalmente com o Rui ;)) e o Sr . Lx muito conversador. Falámos de futebol, do mundial e dos clubes e de muitas outras coisas. Com o Sr. Zef. E a companheira, foi mais sobre as suas “maleitas” e a sua relação. Foi bom de ver a relação que os dois têm: muito apaixonados!... Depois de lhe entregarmos os sacos que, como todos os domingos, aceitaram de bom grado, partimos para o Bom Sucesso, onde apenas nos cruzámos com o S., um toxicodependente que, ao me parece, já não era a primeira vez que o víamos. Como não aparecia mais ninguém, fomos em direcção ao Sr. A, e encontramo-lo à porta da Petúlia, à espera dos seus bolos que, pelos visto, dão-lhe alguns todo os domingos. Como no dia 14 tinha feito anos e nós não podemos lá ir, comprámos-lhe um bolo e cantámos-lhe os parabéns, com vela e tudo!!... Ficou muito contente, com o sorriso maior do que habitualmente tem. Como ninguém queria comer bolo, , o Sr. A . levou o bolo quase intacto (quase, porque eu roubei-lhe uma fatia ;)) e lá no despedimos.
A última paragem foi no Aleixo, já que nos tinham sobrado sacos. Lá, cruzámo-nos com a ronda do Fernando (ele, desta vez, estava) e distribuímos o que nos restava e quase logo viemos embora, estava pouco movimentado.
Fizemos a oração final no carro, por todos com quem nos cruzámos na rua e por nós, à porta de minha casa, antes de cada um seguir para suas casas.
Um beijo grande a todos e até 5ªf,
Ana Barbosa de Carvalho
segunda-feira, junho 19, 2006
Crónica da Ronda de 18.6.2006 ("ronda experimental")
Como fizemos várias passagens pelos mesmos locais é preferível fazer um resumo da ronda não respeitando a cronologia dos acontecimentos.
Assim passámos pelas arcadas do Hospital de Santo António onde apenas encontrámos vestígios da presença de algum sem-abrigo. Constatámos que existem pelo menos 3 carrinhas de distribuição de comida (de grupos diferentes) que lá efectuam paragem.
Voltámos a não encontrar o P, o alemão, quer nos Congregados quer em frente à Cunha, ou mesmo em toda Sá da Bandeira.
Em Alexandre Herculano dormia um rapaz, tão profundamente que, por não nos ouvir chamar, desistimos de o acordar. Passámos lá mais tarde e, sem sairmos do carro, reparámos que havia gente (que não era sem-abrigo nem nos pareceu que fosse de algum grupo de apoio) que conversava com a espanhola e o companheiro (dos tempos áureos da "vivenda silva"). Como nos pareceu que discutiam, decidimos não avançar e seguimos. O rapaz ainda dormia.
Em Passos Manuel encontrámos o átrio do Sr. J sem a sua presença. Esperámos e alguns minutos depois apareceu, subindo a rua em esforço com uma garrafa de água da fonte da Sé. Lúcido e simpático conversou um pouco connosco sobre os seus (e nossos) afazeres para conseguir a certidão de nascimento e os próximos passos a dar até conseguir um quarto, um emprego...motivação não falta - dele e nossa!
Voltámos ao sítio que a Mónica nos tinha falado. Não encontrámos ninguém, mas o sítio tinha ar de ser habitado por sem-abrigo, apesar da arrumação.(não resisto à private joke de mencionar esses fantásticos exemplares da arte milenar que é o grafiti, ilustrando a mais antiga profissão do mundo, que naquela rua se fazia visível em doses, como dizê-lo...industriais. tencionamos, portanto, voltar)
Ainda nos juntámos à nossa ronda-mãe, a da Batalha, a que faltava um saco - onde também se cruzou connosco o Fernando, na sua grande carrinha e igual boa disposição.
Regressámos ao CREU. Rezámos juntos. Houve ainda tempo de subir as escadas exteriores do edifício onde parámos e onde estavam dois sem-abrigo(!). Deixámos um saco, o último (como que guardado para aquele lugar) ao rapaz que não dormia, e prometemos voltar para uma conversa menos apressada.
[a questão das novas paragens está a revelar-se crítica, mas julgámos que há vários factores que nos impedem o sucesso: as carrinhas de distribuição de comida são um enorme chamariz que desloca os sem-abrigo (e não só) do sítio onde normalmente dormem; as duas últimas rondas foram feitas no período normal das rondas, ou seja, saímos tarde, tivemos pressa de acabar cedo - porque se trabalhava cedo no dia seguinte, o que fez com que nos sentíssemos menos à vontade para procurar paragens com calma. por isso vamos tentar fazer uma nova ronda de pesquisa à semana. por isso também, apelo a todos os membros do FAS e a todos os leitores do blog que nos avisem de sítios onde durmam pessoas sem-abrigo. precisamos deles :) escrevam-me: joaobateira@gmail.com]
João Bateira
quinta-feira, junho 15, 2006
Crónica da Ronda de 11.6. 2006 (Bonfim)
Depois da habitual oração, unidos pela corrente do amor, lá partimos à descoberta pela calada da noite…em busca de uma realidade por muitos desconhecida…
Fomos ao jardim do Bonfim… Já a algumas semanas que não encontramos o Sr. A… Quando lá chegamos não o vimos, outra vez! Perguntamos ali ao ladinho no café se sabiam onde se encontrava agora. Tinha sido visto pela rua das flores e pela corjeira… Lá fomos nós, ver em que paragem se encontrava… Na rua das flores, não o vimos. Estava lá um senhor acompanhado com o seu cão (muito brincalhão por sinal) que nos disse que por ali não tinha visto nenhum senhor na condição de sem-abrigo.
Tínhamos ainda a Corjeira para procurar… Lá fomos, e com grande espanto nosso, lá estava o Sr. A. deitado (se assim posso dizer) à porta de uns prédios em cima da pedra de mármore… Completamente desconfortável… Enfim lá nos disse que tinha mudado de sítio porque tinha sido assaltado… Como é possível? É mesmo inacreditável pensar que existe gente suficientemente maldosa para roubar aqueles que pouco ou nada têm…
O Sr. A foi à procura de um lugar mais seguro… Por isso estava ele mesmo em frente à PSP…
Falamos novamente da possibilidade de ir para um lar… Ali não tinha conforto, nem o mínimo de condições… O Sr. A. agradecia a preocupação mas insistia em dizer que estava bem assim… Falei-lhe da terra, e notei que ficou feliz por saber qual a sua terra natal…Por fim, lá nos despedimos do Sr. A com a promessa que iríamos tratar da sua situação. Aquele lugar, definitivamente não era apropriado para ninguém pernoitar…
Fomos depois ao encontro do Sr. R. e do Sr, P. na Avenida dos aliados…
Lá estava o Sr. P., com “ar de poucos amigos”… Não parecia muito feliz… O dia não lhe devia ter corrido muito bem… Numa primeira abordagem, depois de lhe oferecer um cigarro, falou normalmente da sua semana… Para o final, já estava um pouco agitado… Disse-nos que para a próxima semana não queria receber o kit com a comida… Não explicava o porquê, mas dizia insistentemente que não o queria… Depois, entretanto vinha do outro lado da avenida o Sr. R , sempre pacato… Falou-nos de um senhor que lá tinha ido para oferecer emprego, mas nunca mais tinha aparecido… Mostrava desesperança e indignação no olhar… O Sr. R. perguntou também pelo P., e disse que não foi tratar do BI com ele. Ficou a promessa de resolver isso com ele o mais rapidamente possível. Por fim ainda demos uma tshirt a cada um… O Sr. P dirigiu-se logo ao carro, e o Sr. R. em tom de brincadeira disse “Vai escolher a melhor!”. Lá nos despedimos, com alguma dificuldade pois o Sr. P. não nos queria deixar ir embora.
Seguidamente estivemos com o Sr. Z.R., estava com um bom ar… Decidiu ir ao Porto Feliz… Logo nos disponibilizamos a acompanhá-lo. Quarta ficou marcado uma visita à instituição… Espero do fundo do coração que tenha a força suficiente para encarar e vencer o vício da droga…
Ao lado do Sr. Z.R. lá estava o P.. Abriu o kit e passou um senhores que habitualmente ali não se encontravam e pediu-nos algo para comer… Já não tínhamos nada… Então o P. muito amavelmente lá deu um pacote de bolachas ao senhor…
Ficamos ali a conversar um bocadinho àcerca da semana e depois fomos um pouco ao lado onde estava o Sr. Z. e o a Sr. C.. Perguntaram se trouxemos o cobertor que pediram na semana passada, e logo lhe explicamos que não o trazíamos porque o sítio onde costumam estar guardados estava fechado e não tínhamos a chave…
Estava ali a Sr. C completamente ressacada, quase que nem se mexia, os movimentos para abrir o kit eram lentos e descoordenados… O Sr. Z. demonstrava o seus problemas mentais, pelo seu discurso desorganizado e pouco fluído. Mostrava orgulho em ter como companheira uma menina de 25 anos enquanto ele era um quarentão. Dizia que estão juntos há 9 anos e são muito felizes… Havia um certo distanciamento entre as palavras e a realidade, tentando ser mais convincente começou a beijá-la… Enfim… Dizia que era “meiguinho para ela”, que ao contrário daqueles que aparecem na televisão não a obrigava a andar na vida para ter dinheiro…
Por fim, lá nos despedimos… Acabou esta ronda pelo mundo nocturno citadino…Até domingo…
Juliana
Crónica da Ronda de 11.6. 2006 (Areosa)
Partimos da R. Nossa Sra. de Fátima já com o Sr.Z. a contar-nos o passeio a que tinha ido no Sábado organizado pela Junta de Freguesia de Paranhos.
Chegados a casa da S. sentámo-nos como habitualmente para dois dedos de conversa e, por acaso, descobrimos que a S. gosta muito de dançar e o Sr. Z. para além de saber tocar concertina, ainda dança Fandango Saloio como ninguém. Para a próxima semana ficou prometida uma “aula” de Fandango Saloio, com o Sr. Z., uma de tango, com a S. e um concerto de concertina. Mal podemos esperar…
Junto da Blockbuster tornámos a não encontrar o Sr. P., que já não vemos há uns tempos.
Quando chegámos ao prédio já estavam o Sr. Z.M. e o M. à nossa espera. Oferecemos o café quente e a conversa começou. Ficámos a saber que o Sr. Z.M. já foi ao CAT e está cheio de vontade de começar o tratamento com metadona e aceitar toda a ajuda que lá lhe podem dar e o M. vai começar um tratamento fora do país, com o apoio dos pais que o vinham buscar segunda-feira. Enquanto conversávamos apareceram os outros. O Z., com a pressa do costume apenas para pedir o saco e alguma roupa; a D., que fica sempre para contar como foi a semana; o Sr. A., que depois do que tinha acontecido na semana anterior apareceu bem disposto e o Sr. J., que já está mais conformado com o facto da D. A. estar longe e começa a pensar no que pode fazer para seguir o exemplo dela.
Chegados à rotunda estávamos sem saber bem como resolver o problema das pulgas, acabámos por decidir convidar o Sr. M. para dar uma volta connosco e, ao contrário do que esperávamos, ele veio logo, bastou sugerir. Nunca o tínhamos visto de pé, foi uma grande e agradável surpresa! Entretanto apareceu o Sr. J. e estávamos todos na conversa quando parou um carro. Era o Nuno, que tinha ido com a ronda da Boavista e, ao ver-nos ali, juntou-se a nós. Seguimos então para a I., acompanhados pelo Sr. M. bem disposto como já o não víamos há muito. A I. já estava a dormir mas ainda conseguimos conversar um bocadinho antes de voltar com o Sr. M. para a rotunda.
Esta semana voltámos todos para nossas casas um bocadinho mais tarde que o habitual mas muito contentes por ver todos aqueles amigos mais alegres e confiantes.
Maria
quarta-feira, junho 14, 2006
Crónica da Ronda de 11.6. 2006 ("ronda experimental")
Estava eu , Teresa Almeida , a Mónica Claro , a Francisca Andrade e o nosso condutor todo terreno , Joao Bateira.
Eis que este novo percurso teve o primeiro stop na r. Alexandre Herculano onde não encontramos ninguém... Em seguida paramos junto à Zara e contactamos com o sr. J. O sr J recebeu-nos com algum assombro ,ou talvez desconfiança e com a ironia já sábia de quem tem 50 anos e está na rua há 35... Tivemos uma palestra sobre toxicodependencia e o contributo desta para aumentar a empregabilidade dos psicólogos... ( Desculpem a ironia, mas o Homem que tem 3 filhos, vê o mundo ao contrário... comentário da narradora). Ressalvo a surpresa do sr. J ao saber que eramos voluntários...para ele seríamos apenas um grupo que praticava a boa acçao do dia ! Ficamos na expectativa do próximo encontro com este sr...
Em seguida descemos a rua passos Manuel e fomos encontrar o sr. J. O sr J é trabalhador nas obras e em resultado de um acidente em que partiu uma perna ficou imobilizado! Está na rua à espera de ir a Ponte de Lima tratar das coisas para a segurança social... O nosso grupo disponibilizou-se a ir com ele na 2f comprar o bilhete! Espero um final feliz desta história... Fiquei a saber agora que estou a escrever que este sr. está a tratar da documentação para ir para ponte de Lima!
Para a semana com mais noticias, novamente aqui no FAS!
BJiiiiiiiiiiiiiiiiiNS p Todos
Teresa A
[adenda:
de facto, graças à Manela e depois à Mónica e a uma amiga - que o levaram hoje à Loja do Cidadão, o Sr J já vai ter certidão de nascimento que lhe permitirá tirar o BI! se tudo correr bem, nas próximas semanas já poderá deixar a rua e voltar a Ponte de Lima! vamos acompanhar o caso com cuidado e atenção.
joão bateira]
terça-feira, junho 13, 2006
Roupas para Deficientes
Espero que estejam todos muiiiiiiiito bem!
:)
Arranjei boleia para enviar umas roupinhas para a tal Instituição de Deficientes, APPACDM, em Setúbal, que vos falei... É a própria directora que vem até cá pelo que vai direitinho para lá! Quem estiver intessado contacte-me por favor o mais depressa possivel! (telemóvel: 96 51 57 487) Os sacos poderão ficar aqui em casa até serem levados. Agradecia que trouxessem a roupa dividida por sexos e idades (criança, jovem, adulto), se tal fôr possivel, é claro! Vejam também o estado de cada peça, já que às vezes não é o mais desejável... Eu própria já fiz isso com as peças que tenho aqui em casa e compensou :)
Manuela já te liguei entretanto mas não consegui apanhar-te! No domingo fui ter directamente com a minha ronda ao local porque já cheguei atrasada, portanto nem deu para te apanhar por lá antes... Se quiseres liga-me e vem cá despejar os sacos! :) Moro na Urbanização das Condominhas, ao pé do Ipanema Park Hotel, na Alameda Manuel de Arriaga, nº66 2ºH5, Lordelo do Ouro. Aparece!
De resto desejo uma semana muito quente para todos!
Beijinhos grandes!
Raquel
segunda-feira, junho 12, 2006
Crónica da Ronda de 11.6. 2006 (Boavista)
A ronda da Boavista lá partiu com "A Equipa": Rui, Joana Gomes, Benedita Salinas e eu. Eram 22:30h e subimos em direcção a Damião de Góis, via Ramada Alta. Procurávamos encontrar o sr. B.: Mais um Domingo e, nada. Seguimos em direcção à Faria Guimarães, procurando pelo sr. J. J. Também não estava em lado nenhum. Explorámos o jardim do Marquês e o resultado foi nulo. Ao descer a Constituição, avistámos o sr. J. na esquina com a Faria Guimarães. Eu já tinha estado com ele perto do Cat Oriental, no Inverno, no âmbito da Ronda da Areosa. Ele lembrava-se e comia batatas fritas que lhe tinham dado numa churrasqueira. Falámos um pouco e explicou-nos que dormia num quarto e recebia 200 e tal euros da Segurança Social. Agradeceu muitíssimo o nosso saco, porque estava cheio de fome e não é de "pedinchar muito". Partimos em direcção ao Foco. Encontrámos o M. numa azáfama atrás do dinheiro de quem estacionava. Demos-lhe o saco e desapareceu a correr. Ainda tentámos ir atrás dele mas, quando nos avistou, desapareceu novamente. Ele tem ido ao Cat de Matosinhos, e continua a consumir. Não sabemos, ainda, como é que as coisas estão a correr, a nível de tratamento.
Chegou a altura de ir até ao Bom Sucesso. Junto à J. F. de Massarelos lá estava o sr. P. Aí, por causa das cervejarias, os arrumadores toxicodependentes multiplicam-se. Com ele, tudo na mesma.
Como nos sobravam sacos, combinámos com a Ronda de Santa Catarina, encontrarmo-nos no Aleixo, com eles. Fomos andando e chegámos às 23:40h. Intersectámos o sr. F. no seu caminho para a torre 1 do Bairro do Aleixo. Estivemos com ele até chegar o grupo do sr. Fernando. O sr. F. tem 30 e tal anos, mas já tem 2 filhos e um neto a caminho. Tem muito bom ar e muito boa disposição. (Os elementos d'"A Equipa" também ajudam, claro.) Juntámo-nos aos do grupo do sr. Fernando, levando os kits que nos tinham sobrado. No Aleixo é sempre aquela azáfama. Ontem, na torre 1 estava uma confusão enorme e o trânsito era fantástico: Carros a subir a rua em marcha-atrás, de gás colado... Enfim! Estivemos muito tempo a falar com a D. A., habitante da torre 2 desde o 25 de Abril, altura em que a ocupou. Já é viúva pela segunda vez, tem 80 e tal anos e não parece, minimamente. Dizia o elemento do grupo do sr. Fernando quando lhe dissémos que não tínhamos encontrado dois dos nossos sem-abrigo, que eles acabavam por aparecer todos ali. Qual não foi o nosso espanto quando apareceu, mesmo, o sr. M. do Foco que achou por bem desentender-se connosco e fugir, novamente. Entretanto chegou a ronda de Santa Catarina. Preparávamo-nos para a oração final em conjunto com todos os grupos que lá estavam, quando apareceu o sr. P. Já não o víamos havia algum tempo, mas a história, com ar de novidade, foi a mesma que já me tinha contado em Março... Mais uma vez a Santíssima Trindade deu o mote. Regressámos ao Centro e ainda lá estavam os carros dos da Ronda da Areosa o que indicava que tinha possibilidade de me cruzar com eles à ida para casa. Assim foi: Qual não foi o meu espanto quando avisto a Ronda da Areosa, na rotunda homónima com o sr. J. e o sr. M. de pé. Repito, de pé!!! Nunca ninguém tinha conseguido isto, mas a necessidade urgia, porque a quantidade de pulgas que levávamos connosco depois de deixar o seu sítio, aumentou nesta altura do ano. Isto não podia continuar e aquela era a única solução: Afastá-lo de lá e falar com ele, em pé, algures. O sr. M. ainda nos acompanhou na visita à D. I. Eram 01:45h de Segunda-Feira e a D. I. dormia profundamente. O sr. M. adorou estar ali connosco. Não sabia que a sua amiga I. dormia naquelas condições. Foi, sem dúvida, uma faceta desconhecida do sr. M. que se nos revelou, muito mais salutar que todas as outras, mais bem disposta e altruista. Foi muito bom, mesmo!
A ronda acabou na entrada de Pedrouços, junto à loja dos candeeiros e com a partilha/oração final.
Foi uma ronda das mais diversas que tive. Nem de propósito, quando celebrávamos a Santíssima Trindade e a máxima diversidade, na maior unidade.
Obrigado a todos,
Nuno de Sacadura Botte
sábado, junho 10, 2006
Crónica da Ronda de 28. 5 . 2006 (Sta. Catarina)
Chegamos ao ponto de encontro e já algumas pessoas estão lá reunidas. Surpreende-me mas ao mesmo tempo alegra-me o facto da maioria do pessoal ser jovem. Sou apresentada pela minha irmã e toda a gente me recebe com um "bem vinda". Sinto que há vontade por parte do grupo em receber caras novas. Separáramos os sacos, compomos alguns que estão mais incompletos, facilitamos desde de logo o trabalho (cortando bolas em fatias, por exemplo) fazemos uma oração (em circulo e de mãos dadas) desejar-se uma "boa ronda", empacotam-se os carros com o saco e inicia-se a ronda.
A primeira paragem é na Batalha. A ideia do que estava à espera é diferente. Os sem abrigo com quem contactei, embora saiba do percurso pelo qual tiveram de passar para chegar à situação onde estão, são pessoas cujo estado é mais saudável em comparação à ideia de que eu tenho de "sem - abrigos". Embora ao princípio sejam um pouco desconfiados, passado algum tempo começam a ganhar mais empatia para connosco e a abertura é maior. Falam-nos de si próprios, família, vida, desejos, medos, etc. A sua maneira de comunicar transmite o gosto de que sentem por alguém ali estar para falar com eles. A atenção que lhe damos só por estarmos a comunicar com eles parece-me a mim ser uma das coisas que eles mais gostam no que respeita às visitas do grupo ao domingo à noite. Visto que tinha sido o aniversário de um deles há pouco tempo o grupo organizou-lhe os parabéns, enquanto ele agradecia com um sorriso.
Antes de deixarmos a Batalha distribui-se alguns sacos de comida aos que ali estiveram a falar connosco, mas também a outros que, embora desconhecidos, se aperceberam que ali estavam a dar comida e nos vieram pedir sacos.
Antes de chegarmos à próxima paragem, o Aleixo, parámos ainda na casa de um sem abrigo que não estava em condições de ir à rua falar connosco e receber o seu saco. Então fomos nós ter com ele, entregar-lhe a sua parte.
O Aleixo foi a última paragem e o ambiente do convívio foi completamente diferente. A maioria das pessoas que se aproximavam vinha pela comida e nada mais. O contacto e relação a que assisti com os sem abrigo anteriores já não são a mesma que existe no Aleixo. Todo o tipo de pessoas vem buscar o seu saco e descem outra vez em direcção às Torres, sem muitas vezes dizerem "obrigado". Com alguns penso e acredito que poderia ser possível criar-se mais alguma coisa entre eles/ nós, contudo é triste ver que muitos apenas querem a comida e rejeitam qualquer outro tipo de ajuda.
Foi uma experiência chocante mas necessária de se assistir, para se ter consciência de como muitas vidas são e como tanta gente (de todos os tipos, classes, idades, sexos) se encontra associado/ envolvido neste tipo de realidades.
Terminamos a sessão quando todos os sacos são entregues e depois, de mãos dadas e em círculo para a oração final (não só nos próprios mas também em conjunto com os outros grupos de jovens que lá se encontravam).
Embora tenha sido uma experiência que me possa ter chocado em alguns aspectos, penso que foi muito gratificante e benéfica no sentido de poder "olhar" e contactar a vida destas pessoas.
E é de se aplaudir a iniciativa de tantas pessoas envolvidas com o objectivo de se ajudar quem mais precisa…
Seria uma actividade que gostaria de aderir, sem dúvida, se tivesse a oportunidade de passar mais tempo no Porto.
Obrigado!
Claúdia Henriques
Crónica da Aldeia 3.6.2006
Chegados, fomos buscar a chave ao sr. padre Manuel Vilar, que nos informou sobre as obras a decorrer na casa da paróquia que nos tem servido de casa de apoio para as nossas visitas. As obras não são para nós, claro, mas para que a casa também sirva de apoio ao Serviço de Apoio Domiciliário na freguesia, que conseguimos "desbloquear"!
Reunimo-nos no alpendre da Associação Águia do Marão, ao lado da dita casa, ao sol e sombra, discutindo o futuro do nosso trabalho. Quer para as próximas visitas deste ano de actividade, quer para o ano que vem. Como se pode concluir pelas reuniões que têm profundido nestas últimas semanas no seio do FASRondas, é fundamental o planeamento, a discussão, a troca de perspectivas e o maior profissionalismo na nossa atitude e no nosso trabalho.
Agarrámos, por volta do meio-dia e meia, nas comidas levadas e "pique-nicámos" na relva que rodeia a igreja da aldeia. Estava um tempo fantástico e a ideia do café já pronto, em térmos, foi providencial. Além de saboroso, poupa-nos tempo que costumamos gastar em ir ao café mais próximo, tomá-lo. Ao pique-nique reuniu-se-nos o pe. Vilar. Já estava almoçado, pelo que estivémos a falar.
Desta vez constituímos equipas de forma a cada um só fazer uma visita. A hora já ía adiantada, queríamos acabar mais cedo, pois aguardáva-nos uma surpresa, e tínhamos feito novas equipas, tendo em vista a dedicação que o trabalho que pretendemos desenvolver em cada família, nos vai exigir proximamente. Assim partimos! Fui visitar a D. M. C. com a Carla, novo elemento que se nos juntou pela primeira vez. Tivémos lá mais tempo do que o costume e quase sempre sózinhos. (É que temos ido ao Domingo, quando mais gente aparece para a visitar, e mais tarde.) A D. M. C. está melhor do pé e disse-nos, assim como a amiga que chegou mais tarde, que as visitas domiciliárias dos profissionais de saúde do Centro de Saúde são só a quem não se pode deslocar. Elas, se quiserem fazer tratamentos ou ser vistas, têm que lá se deslocar. O injusto nisto é que estamos a falar de graves problemas nos pés de pessoas idosas que não têm transporte próprio e não vivem com ninguém mais jovem, em casa. (A amiga tem um pé que, devido a uma ferida permanentemente aberta, tem dedos que despareceram. Há que meter uma cunha na Antena do Centro de Saúde na Várzea!) Qual não foi a nossa surpresa quando, de repente, nos aparecem à porta, juntos, todos os que ficaram em Candemil: Tinham-se cruzado. A Benedita e a Teresa não encontraram a D. I. Pena, pois a intenção era mudar radicalmente a abordagem daquela família. Juntaram-se ao Jorge e foram-se reunir com o sr. Presidente da Junta de Freguesia de Candemil. A reunião foi proveitosíssima!
Voltámos ao alpendre, onde tínhamos estado de manhã, e preenchemos os "relatórios de visita". Entretanto chegaram os de Bustelo com a surpresa: Duas bôlas de carne e um pequeno garrafão de vinho verde tinto, para acompanhar. Foi um lanche vigoroso: A bôla ainda estava quente. Convidámos o sr. M., marido da D. I., para nos acompanhar. O homem adorou!
Terminámos com a oração, em que partilhámos as conclusões e experiências que cada um tirou, daquele dia tão cheio e "produtivo". Parece-me que, afinal, estamos no bom caminho, ao contrário daquilo que me ocorria na época de maior desânimo, que atravessámos no fim de Abril e em Maio. Foi, sem dúvida, das melhores visitas às aldeias, que tivémos.
Um abraço grande,
Nuno de Sacadura Botte
quinta-feira, junho 08, 2006
Crónica da Ronda de 4.6.2006 (Areosa)
que já tinha saudades)...Saímos os 4, eu, Joana, Maria e Nuno, o novo
coordenador das rondas (só para deixar claro quem é que manda…), e começámos
por ir levar o Sr. Z até à casa da sua amiga. Ficámos por lá algum tempo,
acompanhados pela modéstia e simpatia de ambos, até que partimos em direcção
à “blockbuster” das Antas para ir ao encontro do Sr. P, que infelizmente não
se encontrava lá. Seguimos então para o prédio na Fernão Magalhães, onde
encontrámos o Sr. ZM a ler umas revistas enquanto esperava por nós…Tivemos
também com a D, o M, um estudante de arquitectura que infelizmente
encontra-se apanhado por este “cancro” do séc. XXI, o nosso tão querido
amigo Sr.J, que um pouco “tocado” pela bebida desabafou-nos o afogo amoroso
pelo qual está a passar, o Sr. ucraniano e o Sr. A que se encontrava um
pouco “intempestivo”…Sem demora, pois a noite já ia longa, fomos ter com
Sr.J e Sr.M, e para nossa surpresa encontrámos o local onde o Sr.J costuma –
agora, costumava!!! - habitar, estava queimado, o que significava que se
tinha mudado para um quarto! Ficámos contentes por constatarmos esse facto,
e ficámos muito contentes quando o próprio nos confirmou!!!! O Sr. M começou
por ser “agressivo”em relação à nossa Joaninha mas depois trocámos um café
pela sua simpatia!...Esta foi a nossa última visita da ronda devido ao facto
de não termos encontrado a D.I. Até à próxima…
Daniel Henriques
quarta-feira, junho 07, 2006
Crónica da Ronda de 4.6.2006 (Boavista)
Boa Semana!
Rui Mota
Crónica da Ronda de 4.6.2006 (Bonfim)
O Sr. A estava mais uma vez desaparecido há alguns dias, mas parece que vai aparecendo de vez em quando. Versão positiva: pode ser que uma família que o costuma ajudar nas refeições, e que normalmente lhe proporciona um almoço de domingo “em família”, o esteja a ajudar mais do que um dia por semana. Esperemos que esteja tudo bem.
Depois de algumas semanas de euforia alcoólica, o P estava positivamente sóbrio, conversador, bem-disposto e pouco agressivo. Já do Sr. R não se pode dizer o mesmo, mas o pouco que falou connosco, fê-lo bem. O P disse-nos que tenciona ir passar uns tempos a Lisboa, agora que recebe o rendimento mínimo garantido, mas, não só nos avisa antes de ir, como promete comprar bilhete de ida e volta.
Na Praça D. João I encontramos outra vez o ZR sozinho. Prometeu-me que ia pensar numa ida connosco ao Porto Feliz, e tenciono cobrar a promessa no próximo Domingo. Quanto ao T continua desaparecido. Pensamos que pode ter sido apanhado numa das suas investidas aos grandes espaços comerciais, até porque já há duas semanas que ninguém o vê. Os “vizinhos” do ZR, o Sr. Z e a sua muito jovem companheira também pareciam estar bem.
Seguimos para a Batalha, à procura de um novo amigo que fizemos no último Domingo, mas a busca revelou-se infrutífera, e o Sr. J já lá não estava.
Terminamos cedo, com tempo para uma receitix, à volta da qual, como muitas vezes acontece, conseguimos debater a essência do FAS e o que representa para cada um de nós cada noite de Domingo.
Beijinhos e boa semana
Ana Lima
segunda-feira, junho 05, 2006
Crónica da Ronda de 4.6.2006 (Batalha)
Estranhamente o Sr. F não estava no seu sítio. Procurámo-lo por ali, mas foi em vão. Acabámos por oferecer o saco dele a uma (julgamos nós) prostituta e toxicodependente, visivelmente em ressaca e com muito fome – acompanhada pelo devido chulo, mais asseado e arrogante que chegue, como manda a lei.
Infelizmente ainda encontramos o Sr. E. O emprego por Bragança atrasou, não aceitou logo o de Leça porque ainda tem esperança de ir para Trás-os-Montes onde as condições são melhores. Lá também estava o P, mas desta vez com um amigo, o L de 20 anos apenas, toxicodependente, experimentou já “um pouco de tudo” – inclusive a perda da mãe, talvez o início de tudo…
Procurámos o Sr J junto ao teatro e depois na praça (Carlos Alberto). Não o vimos.
Passámos pelos Congregados e seguimos para a Sá da Bandeira à procura do P. Também o procurámos nas redondezas, igualmente sem sucesso. Tentaremos novamente até acertarmos com os seus desconhecidos horários.
Enquanto a blogger resolve pôr-se a funcionar vou escrevendo qualquer coisa sobre a ronda, qualquer coisa que valha a pena relatar como o que de essencial captamos das noites de Domingo, como aquela conversa com o chulo, visivelmente mentiroso, Cheiinhos de fome, dizia, e à nossa sugestão de passarem pelo Carregal onde talvez parasse o Fernando acrescentava, Fartos de andar estamos nós, de ingratidão estampada no rosto. Ou sermos educadamente convidados a abandonar o local onde conversávamos para que o “caneco duplo” (é assim, Fernando?) começasse a trabalhar a branca – é o espaço deles, foram educados, também não queremos assistir, saímos, pois.
São as voltas e mais voltas à “caça” deles – que isto de querer ajudar também gera dependência, é o frio e o calor, é, às vezes, o mundo todo contra (onde anda Deus?), e as nossas pernas à procura, e as nossas cabeças à cata de mais assuntos, Ora está bom o tempo, está, e essa semana foi boa? às vezes sem percebermos que eles se apercebem de tudo, Você hoje está muito calado, anda triste?, porque a perspicácia talvez seja construída na dureza de uma vida que obriga a abrir os olhos, e que se percebermos isto podemos ser muito mais cúmplices com eles, rir com eles, fazer a diferença naquela noite, naquela semana, que é como quem diz, retribuir a diferença que já fizeram nas nossas vidas, Você já viu aquele poema que está ali escrito? Então vá lá espreitar e depois diga-me alguma coisa…, a diferença naquele pedaço de mármore que eu desconhecia, por cima da Leitura, com o início da Tabacaria do Álvaro de Campos,
“Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”
ironicamente situado ao lado do sítio onde dormia, Não posso querer ser nada, repetia, enquanto eu fazia as contas ao quanto ganhara naquela noite.
João Bateira
Crónica da Ronda de 28. 5 . 2006 (Batalha)
Pareceu-me que estava com alguns problemas respiratórios.
Quanto ao Sr. E, parece que vai arranjar trabalho e finalmente sair da rua.
O P irá ter consulta no CAT, foi visitado pela 1ª mulher mais o seu filho. Também falou com a 2ª mulher.
Diz que quer sair da toxicodependência pelas suas forças, quer sair “desta vida”.
Espero que na próxima ronda já haja mais novidades.
Maria Antónia Read
sexta-feira, junho 02, 2006
Aldeia - Partida Amanhã Sábado (3/06) - 9:45h
Já falei com o Padre (que tem pouca disponibilidade amanhã) e estou a tentar avisar a malta nova local de que vamos.
Telefonei para a Segurança Social e vamos ver se marcamos reunião, a agenda para já não está fácil.
Bom trabalho, um abraço a todos. Jorge
Ps - Vamos seguir a nova regra, acordada por todos, de que só existem 15 minutos de tolerância, por isso quem chegar depois das 10:00, arrisca-se a ficar em terra :)
quinta-feira, junho 01, 2006
Crónica da Ronda de 28. 5 . 2006 (Bonfim)
Câmara Municipal: sr. P. não apareceu e sr. R., mais conversador, falou-nos da sua vontade de deixar “aquela” vida. Ficou combinada ajuda em relação à renovação do BI e outros documentos que sejam necessários. O objectivo imediato é candidatar-se ao Rendimento Mínimo Garantido, coisa que o sr. P. fez e acabou por obter.
Pr. D. João I: ZR cada vez mais resignado com a sua situação. Apesar disso, com melhor cara que na semana anterior; o T. também anda desaparecido…
Mais ao lado, o sr. AJ. A sua demência marca a conversa que acaba por se transformar num monólogo. A sua “companheira” não estava. È um caso recente, temos que pensar na melhor forma de tentar ajudá-los.
Encontrámos ainda uma cara nova, o sr. J. Segundo ele, depois de anos a trabalhar em França e Espanha, regressou agora a Portugal, mas não tendo onde ficar está a dormir na rua. À partida, dado que aparentemente não é um caso nem de toxicodependência nem de alcoolismo, a nossa ajuda pode ter resultados bem concretos. No entanto, e como quase sempre, algo não bate muito certo na história… Ficou encontro marcado para a próxima semana.
Estivemos ainda com a Ronda da Batalha que ficou com um saco que nos sobrou.
Foi uma ronda mais rápida que o costume. Não faltaram sacos, mas não houve café. Tirando eu, a ronda do Bonfim acabou por se juntar depois à da Batalha no bairro do Aleixo.
Nota: continuamos a perguntar pelo M. (costumava estar na Pr. D. João I). Depois de ter entrado para o programa Porto Feliz ainda foi visto (uma ou duas vezes) e parecia mais ou menos bem. Desde então (2 meses talvez…) não conseguimos saber mais nada dele. Esperemos que o nosso filósofo leitor de patinhas esteja fixe.
Até Domingo!
Manel