Mais uma noite de Domingo, que começou na casa da D. A. com o M.. Estava tão bem disposto como sempre e contente por ter cá os pais. A D. A. não fala muito dela, só nos fala do M., das suas traquinices e de como está crescido e se nota a cada dia. Depois de dizer adeus ao M., fomos para casa da S., onde ela nos esperava com o Sr. Z.. A S. não estava tão preocupada e triste como na semana passada e esteve a falar-nos da “Festa da Primavera” no Arrasta o Pé e da consulta no médico, que a deixou mais animada. Desta vez ficou marcada a data da nossa saída para dançar, já daqui a duas semanas, estamos ansiosos… A caminho de casa do Sr. Z. tivemos tempo de saber como lhe tinha corrido a semana, onde vai passar a Páscoa, como estão as dores de estômago e despedimo-nos com o já habitual abraço de grupo que sabe sempre tão bem!
Ao chegar ao Conde Ferreira, já estavam à nossa espera e, desta vez, mesmo sem café com leite, conversámos durante algum tempo com o R., o V. e o L. Conversámos um bocadinho sobre o dia a dia deles, sobre o que precisam e sobre a gata do V.. Nada mau para uma primeira conversa mais longa. Esperamos poder continuar no próximo Domingo.
Seguimos então em direcção à I., que ainda não estava a dormir. Falou-nos da sua semana, do Sr. M e do J., enquanto comia um bolo de arroz. Ao acabar disse-nos: “Não é que vos queira mandar embora, mas… “ e despedimo-nos assim, até para a semana.
Acabámos a ronda muito contentes! A S. e o Sr. Z. estavam bem dispostos, conseguimos conversar mais com as pessoas no Conde Ferreira e a I. estava cheia de vontade de conversar. Podia ser sempre assim…
Boa semana para todos,
Maria
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
quarta-feira, março 28, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
Crónica da Ronda da Areosa (18/03/2007)
Ronda completa como não se via há muito (eu próprio, o Nuno, a Maria, a Ana, e a Andreia).
Primeira paragem em casa do pequeno M. Fomos recebidos pela D. G, e também pelos pais do M, que já voltaram de Inglaterra. Mais à frente, em casa da S já se encontrava o Sr Z. A S encontrava-se um pouco em baixo devido a um incidente desagradável no dia anterior. No entanto despedimo-nos já com o clima mais leve e com a promessa de para a semana marcarmos a já adiada noite de dança. Deixámos o sr Z em sua casa, sem deixarmos de proceder ao já essencial “abraço de grupo” :D.
Na casa amarela encontravam-se alguns convivas habituais e outros que nem por isso: o B e a sua gata, o algarvio (sempre com muita pressa), um senhor de barbas do qual não me lembro o nome, um senhor de cor muito educado, e um outro senhor de barbas. Conversámos um pouco com o B, mas não muito, pois este encontrava-se algo engripado.
Seguimos para a Areosa. Estivemos com a I, que ultimamente temos encontrado bem disposta, certamente por chegarmos junto dela a “horas decentes”. Tempo para um pouco de conversa, até mesmo para contar anedotas. Despedimo-nos, recebendo o indispensável “vão na paz de Deus”.
Terminámos a noite a reflectir sobre as horas anteriores e procurando perceber o que poderemos fazer para melhorar cada vez mais o nosso contributo.
Abraços sinceros
Tiago Cabeçadas
Primeira paragem em casa do pequeno M. Fomos recebidos pela D. G, e também pelos pais do M, que já voltaram de Inglaterra. Mais à frente, em casa da S já se encontrava o Sr Z. A S encontrava-se um pouco em baixo devido a um incidente desagradável no dia anterior. No entanto despedimo-nos já com o clima mais leve e com a promessa de para a semana marcarmos a já adiada noite de dança. Deixámos o sr Z em sua casa, sem deixarmos de proceder ao já essencial “abraço de grupo” :D.
Na casa amarela encontravam-se alguns convivas habituais e outros que nem por isso: o B e a sua gata, o algarvio (sempre com muita pressa), um senhor de barbas do qual não me lembro o nome, um senhor de cor muito educado, e um outro senhor de barbas. Conversámos um pouco com o B, mas não muito, pois este encontrava-se algo engripado.
Seguimos para a Areosa. Estivemos com a I, que ultimamente temos encontrado bem disposta, certamente por chegarmos junto dela a “horas decentes”. Tempo para um pouco de conversa, até mesmo para contar anedotas. Despedimo-nos, recebendo o indispensável “vão na paz de Deus”.
Terminámos a noite a reflectir sobre as horas anteriores e procurando perceber o que poderemos fazer para melhorar cada vez mais o nosso contributo.
Abraços sinceros
Tiago Cabeçadas
sexta-feira, março 23, 2007
Crónica da Ronda da Boavista (18/03/2007)
Partimos por volta das 22h30, depois da habitual oração, rumo à D.F. Já sabíamos que ela estaria ausente, mas tínhamos prometido que deixávamos lá o saquinho. Para nossa surpresa encontramos o Sr. V., estava na conversa com uns conhecidos que rapidamente abandonou para se juntar a nós. A conversa foi surreal! O Sr. V disse-nos que se tinha chateado com a D.F. porque estava interessado numa outra mulher, tentamos perceber um pouco melhor esta história mal contada, mas sem grande sucesso. Esperamos pelos desenvolvimentos dos próximos capítulos.
Fomos depois de encontro ao Sr. Z. Oferecemos-lhe o presente de anos, um rádio, que nos havíamos esquecido de dar na data. Entretanto entrou um casal no Multibanco, local de pernoita do Sr. Z, que escutou a nossa conversa e que resolveu também presenteá-lo com um pacote de “Marshmallows”. Foi muito engraçado ver aquela acção de solidariedade tão espontânea.
Chegados à Boavista dividimos as atenções entre o JP e o P. e a P. O JP estava extremamente animado, esteve em alta conversa com a Ana contando algumas aventuras e desventuras mais recentes, bem como outras da sua experiência passado como animador de uma instituição de solidariedade social em Espanha. A vida dá muitas voltas! Quanto ao P e à P, continua tudo na mesma, disseram-nos que se mantinham interessados em entrar para o CAT, infelizmente quando revemos as situações mais recentes com eles não confirmamos a sua vontade. Contudo a nossa fé é grande, acabamos por marcar com eles uma ida ao CAT para a manhã seguinte. O Jorge disponibilizou-se para a tarefa.
Por fim o Sr. A., a noite já ia longa e estava cada vez mais gélida pelo que a conversa não foi longa. Não faltaram, no entanto, animação e boa disposição.
A ronda terminou com o habitual momento de partilha.
Um bom fim-de-semana!
Rui
Fomos depois de encontro ao Sr. Z. Oferecemos-lhe o presente de anos, um rádio, que nos havíamos esquecido de dar na data. Entretanto entrou um casal no Multibanco, local de pernoita do Sr. Z, que escutou a nossa conversa e que resolveu também presenteá-lo com um pacote de “Marshmallows”. Foi muito engraçado ver aquela acção de solidariedade tão espontânea.
Chegados à Boavista dividimos as atenções entre o JP e o P. e a P. O JP estava extremamente animado, esteve em alta conversa com a Ana contando algumas aventuras e desventuras mais recentes, bem como outras da sua experiência passado como animador de uma instituição de solidariedade social em Espanha. A vida dá muitas voltas! Quanto ao P e à P, continua tudo na mesma, disseram-nos que se mantinham interessados em entrar para o CAT, infelizmente quando revemos as situações mais recentes com eles não confirmamos a sua vontade. Contudo a nossa fé é grande, acabamos por marcar com eles uma ida ao CAT para a manhã seguinte. O Jorge disponibilizou-se para a tarefa.
Por fim o Sr. A., a noite já ia longa e estava cada vez mais gélida pelo que a conversa não foi longa. Não faltaram, no entanto, animação e boa disposição.
A ronda terminou com o habitual momento de partilha.
Um bom fim-de-semana!
Rui
quinta-feira, março 22, 2007
Ida à aldeia este sábado (24 Março)
Oi people,
Era só para lembrar que este fim de semana regressamos à aldeia.
Não temos nenhum evento especial marcado, vamos "apenas" fazer as habituais visitas em Candemil, Ansiães e Bustelo.
A partida fica agendada para as 10:30h em ponto (vá lá preguiçosos não custa muito!).
Não se esqueçam do almoço partilhado.
Peço a quem não confirmou ainda a presença/ausência que se manifeste e me envie um mail (Rui)!
(Jorge, Maria, Ana e Xavier e Nuno não precisam de responder...)
Beijinhos e abraços,
Rui
Era só para lembrar que este fim de semana regressamos à aldeia.
Não temos nenhum evento especial marcado, vamos "apenas" fazer as habituais visitas em Candemil, Ansiães e Bustelo.
A partida fica agendada para as 10:30h em ponto (vá lá preguiçosos não custa muito!).
Não se esqueçam do almoço partilhado.
Peço a quem não confirmou ainda a presença/ausência que se manifeste e me envie um mail (Rui)!
(Jorge, Maria, Ana e Xavier e Nuno não precisam de responder...)
Beijinhos e abraços,
Rui
segunda-feira, março 19, 2007
Crónica da Ronda de 11/3/2007 (Boavista)
Mais uma noite patrocinada pela Operação Sandwich e na qual a quantidade de pão e bolos oferecidos gentilmente por padarias do Grande Porto superou todas as expectativas. Aproveito para deixar aqui o meu agradecimento a todos os que participaram neste dia de jejum (Operação Sandwich) e que possibilitaram com o dinheiro poupado ajudar os sem abrigo que visitamos.
A nossa ronda começou pela família Q. que voltou novamente a ser representada apenas pela D.F. É sempre bom falar com ela. Nota-se que de semana para semana há uma aproximação do grupo ao seu caso, apesar de ser uma sem-abrigo apoiada e dependente de todas as carrinhas do Porto. O local onde vive não é nada digno, mesmo conhecendo e dando-se bem com algumas das “meninas” que param naquele parque de estacionamento. Diz ter pena delas e muitas vezes dá-lhes ajuda.
Descendo a Constituição não encontrámos o Sr.Z. Esperámos que tenha conseguido dinheiro através de uns biscates e que esteja a dormir quentinho numa pensão.
No Convívio encontrámos o P+P. Como já nos habituaram agora estão a pedir bem mais afastados para ver se conseguem arranjar mais uns trocos. Não tinham ido à consulta no CAT de 4ª feira mas disseram que iriam no dia seguinte. Será mesmo que vão? Espero que percebam como é importante este passo para as suas saúdes e para a recuperação das gémeas. Disseram-nos que foram expulsos da casa onde estavam clandestinamente a dormir e que agora dormiam ali mesmo pela rua num sítio abrigado. A situação deles está a tornar-se cada vez mais preocupante já que não querem entrar para a metadona (pelo menos o P) e só aceitam entrar numa desintoxicação, o que é difícil num curto período de tempo.
O JP estava deitado mas como dormia profundamente fomos incapazes de o acordar para um cházinho. Deixámos o habitual saco que tanta falta lhe faz.
O Sr.A esta noite estava no shopping onde passámos um bom bocado a falar enquanto ele bebia o chá quente. Parece que o chá de cidreira está a ter melhor aceitação do que o café.
A ronda terminou desta vez no Aleixo onde apesar de já ter passado por lá a ronda do Fernando e de St Catarina nos aventurámos a deixar dois sacos que tinham sobrado.
Terminar ali a ronda mostra-me como a vida pode ser tão cruel e enche-me de força para ultrapassar mais uma semana que a mim poderá trazer coisas boas ou más, mas nunca aquele vazio que eles vivem.
Até Domingo
Joana
A nossa ronda começou pela família Q. que voltou novamente a ser representada apenas pela D.F. É sempre bom falar com ela. Nota-se que de semana para semana há uma aproximação do grupo ao seu caso, apesar de ser uma sem-abrigo apoiada e dependente de todas as carrinhas do Porto. O local onde vive não é nada digno, mesmo conhecendo e dando-se bem com algumas das “meninas” que param naquele parque de estacionamento. Diz ter pena delas e muitas vezes dá-lhes ajuda.
Descendo a Constituição não encontrámos o Sr.Z. Esperámos que tenha conseguido dinheiro através de uns biscates e que esteja a dormir quentinho numa pensão.
No Convívio encontrámos o P+P. Como já nos habituaram agora estão a pedir bem mais afastados para ver se conseguem arranjar mais uns trocos. Não tinham ido à consulta no CAT de 4ª feira mas disseram que iriam no dia seguinte. Será mesmo que vão? Espero que percebam como é importante este passo para as suas saúdes e para a recuperação das gémeas. Disseram-nos que foram expulsos da casa onde estavam clandestinamente a dormir e que agora dormiam ali mesmo pela rua num sítio abrigado. A situação deles está a tornar-se cada vez mais preocupante já que não querem entrar para a metadona (pelo menos o P) e só aceitam entrar numa desintoxicação, o que é difícil num curto período de tempo.
O JP estava deitado mas como dormia profundamente fomos incapazes de o acordar para um cházinho. Deixámos o habitual saco que tanta falta lhe faz.
O Sr.A esta noite estava no shopping onde passámos um bom bocado a falar enquanto ele bebia o chá quente. Parece que o chá de cidreira está a ter melhor aceitação do que o café.
A ronda terminou desta vez no Aleixo onde apesar de já ter passado por lá a ronda do Fernando e de St Catarina nos aventurámos a deixar dois sacos que tinham sobrado.
Terminar ali a ronda mostra-me como a vida pode ser tão cruel e enche-me de força para ultrapassar mais uma semana que a mim poderá trazer coisas boas ou más, mas nunca aquele vazio que eles vivem.
Até Domingo
Joana
Crónica da Ronda de 4/3/2007 (Boavista)
Esta noite a ronda começou mais cedo com a preparação dos sacos com o que se comprou com o dinheiro proveniente da Operação Sandwich e também recheados com os donativos das confeitarias da costume.
Desta vez na nossa primeira paragem tínhamos à nossa espera não só a D.F mas também o Sr.V, o Sr.M e claro... o cãozinho Leão, era a verdadeira família Q. Com um chá quentinho e entre risos, conversas empolgantes de futebol e tentativas da Ana de falar com o Sr.M, lá passámos um bom bocado;)
Ao descer a Constituição não encontrámos o Sr.Z. A caminho do resto da ronda vimo-lo na Rotunda da Boavista. Dando uma volta apressada para não o perdermos parámos o carro e falando com ele percebemos que a visita dos Médicos do Mundo nesta semana lhe tinha feito muito bem. Estava com uma conversa diferente do que nos habituou o que nos deixou muito contente.
Já no Convívio encontrámos a P. que cada vez está mais triste. Não vê um futuro pela frente e a sua relação com o P. está a ser prejudicada pela ressaca dele. Falando também com o P. percebemos que aguardava a consulta de 4ªfeira no CAT de Gaia mas o principal problema é que agora não têm carro para se abrigarem e dormem numa casa abandonada entre o local de “trabalho” e o local do “vício”.
O JP mais uma vez estava a ressacar e pedindo sempre para não falarmos aceitou o chá quente e o saco.
O Sr. A como já é habitual recebeu-nos a sorrir e com a notícia de que tinha voltado a falar com o filho. Esta noite foi também importante na nossa relação com o Sr.A porque finalmente conseguimos que ele decorasse os nossos nomes. Foi uma batalha ganha que nos fez ir para casa mais cheios.
Joana Gomes
Desta vez na nossa primeira paragem tínhamos à nossa espera não só a D.F mas também o Sr.V, o Sr.M e claro... o cãozinho Leão, era a verdadeira família Q. Com um chá quentinho e entre risos, conversas empolgantes de futebol e tentativas da Ana de falar com o Sr.M, lá passámos um bom bocado;)
Ao descer a Constituição não encontrámos o Sr.Z. A caminho do resto da ronda vimo-lo na Rotunda da Boavista. Dando uma volta apressada para não o perdermos parámos o carro e falando com ele percebemos que a visita dos Médicos do Mundo nesta semana lhe tinha feito muito bem. Estava com uma conversa diferente do que nos habituou o que nos deixou muito contente.
Já no Convívio encontrámos a P. que cada vez está mais triste. Não vê um futuro pela frente e a sua relação com o P. está a ser prejudicada pela ressaca dele. Falando também com o P. percebemos que aguardava a consulta de 4ªfeira no CAT de Gaia mas o principal problema é que agora não têm carro para se abrigarem e dormem numa casa abandonada entre o local de “trabalho” e o local do “vício”.
O JP mais uma vez estava a ressacar e pedindo sempre para não falarmos aceitou o chá quente e o saco.
O Sr. A como já é habitual recebeu-nos a sorrir e com a notícia de que tinha voltado a falar com o filho. Esta noite foi também importante na nossa relação com o Sr.A porque finalmente conseguimos que ele decorasse os nossos nomes. Foi uma batalha ganha que nos fez ir para casa mais cheios.
Joana Gomes
quinta-feira, março 15, 2007
Crónica da ronda de 11/03/2007 (6º trajecto)
Havia muito não estávamos juntos, todos, arrancámos no carro da Gabriela (em estreia na pilotagem) cheio como um ovo. O J esperáva-nos como sempre a dormitar. Enquanto comia o que lhe levámos conversou um pouco e ouviu as nossas conversas quando lhe convinha o silêncio. Apareceram também o T e outros dois senhores que têm vindo buscar o saco, sempre atarefados na arrumação dos carros. Aos poucos vamos percebendo em que podemos ajudar apesar da conversa fugidia. No caso do T já era o nosso segundo contacto. Embora o último tivesse sido há algum tempo ainda se lembrava de nós. Mostrou algum interesse em avançar com um tratamento apoiado por conhecidos nossos, com algumas garantias de celeridade processual e assistência social competente. Uma semana para “dormir” sobre o assunto, confirmar certezas.
A paragem seguinte costuma ser rápida, e também o foi desta vez, mas houve tempo para o primeiro diálogo (?) com o senhor que debaixo dos cobertores disparava respostas às nossas tentativas de ajuda. Uma mistura de bom e mau humor com o último a prevalecer – e com isso a nossa desistência. Um pouco acima outro sem-abrigo dormia profundamente de barriga para cima, destapada, um pouco à mostra até, esticado e com ar de bebido. Não valia a pena acordar, o diálogo seria difícil de qualquer maneira…
Avançámos para visitar o senhor J que desta vez não quis a nossa companhia. Pediu-nos desculpa porque escutava na rádio José Paiva Netto (Presidente da Legião da Boa Vontade) por quem tem uma imensa admiração, e não podia, por isso, atender-nos. Respeitámos o seu momento e seguimos.
Desta vez juntámo-nos à ronda do Bonfim para lhes entregar roupa que fazia falta. Acabámos por nos encontrar com os sem-abrigo que eles visitam e, como não éramos mais voluntários que sem-abrigo, ficámos à conversa. São momentos incríveis onde mais uma vez (e infelizmente) confirmamos a fragilidade de qualquer vida, incluindo a de cada um de nós, e como a vida sem tecto está tão próxima da que temos. É constrangedora a missão de dizer algo reconfortante a alguém mais velho, mais culto, mais experiente depois de, no seu perfeito juízo, nos contar a mirabolante história da sua vinda para a rua. Só um gesto físico como um abraço ou um olhar nos pode servir. Algo simples mas sincero, com o silêncio que se impõe nos gestos profundos, quando todas as palavras são desajustadas.
A paragem seguinte costuma ser rápida, e também o foi desta vez, mas houve tempo para o primeiro diálogo (?) com o senhor que debaixo dos cobertores disparava respostas às nossas tentativas de ajuda. Uma mistura de bom e mau humor com o último a prevalecer – e com isso a nossa desistência. Um pouco acima outro sem-abrigo dormia profundamente de barriga para cima, destapada, um pouco à mostra até, esticado e com ar de bebido. Não valia a pena acordar, o diálogo seria difícil de qualquer maneira…
Avançámos para visitar o senhor J que desta vez não quis a nossa companhia. Pediu-nos desculpa porque escutava na rádio José Paiva Netto (Presidente da Legião da Boa Vontade) por quem tem uma imensa admiração, e não podia, por isso, atender-nos. Respeitámos o seu momento e seguimos.
Desta vez juntámo-nos à ronda do Bonfim para lhes entregar roupa que fazia falta. Acabámos por nos encontrar com os sem-abrigo que eles visitam e, como não éramos mais voluntários que sem-abrigo, ficámos à conversa. São momentos incríveis onde mais uma vez (e infelizmente) confirmamos a fragilidade de qualquer vida, incluindo a de cada um de nós, e como a vida sem tecto está tão próxima da que temos. É constrangedora a missão de dizer algo reconfortante a alguém mais velho, mais culto, mais experiente depois de, no seu perfeito juízo, nos contar a mirabolante história da sua vinda para a rua. Só um gesto físico como um abraço ou um olhar nos pode servir. Algo simples mas sincero, com o silêncio que se impõe nos gestos profundos, quando todas as palavras são desajustadas.
segunda-feira, março 12, 2007
Formação (última sessão)
5ª feira dia 15 de Março, o FAS Rondas promove uma sessão de formação em doenças infecto-contagiosas com o Dr. Mário Guimarães , médico do Hospital Pedro Hispano. Começa às 21:30 no CREU (na bilioteca) e, tal como as outras formações, é gratuita e aberta a todos os interessados.
Crónica da ronda de 04/03/07 (Sta Catarina)
Actualizámos as crónicas, suspensas desde Dezembro.
Até agora, a ronda começava em Alexandre Herculano, na pensão da D.E. e do Sr.F. Eles saíram agora da pensão, paga pela S.Social, por motivos próprios, de incompatibilidade com vizinhos, voltando para a 'casa velha' em Santa Catarina. Na 2ªfeira dia 5, pela primeira vez, entrámos nesta casa, cantámos os parabéns com bolão de chocolate e velas e flores. Era já noite e o escuro acentuava o sinistro da casa, velha a cair de podre. Estamos receosos que haja acidentes e a puxar pelas cabecinhas por alternativas. Com o casal na ‘casa velha’ está o Sr.M., rei das advinhas e da boa disposição, que faz anos 4ªfeira e que está a ser ajudado pelos Médicos do Mundo: a nível de dentista mas também a nível de S.Social, arranjando o rendimento mínimo e esperando assim vir a poder pagar um quarto.
Com o M. e o I. continua a falar-se de CATs. O I. já foi a Matosinhos, já se afastou, enfim, está na metadona mas sem convicção. Mas de algum modo foi um ganho: as idas ao CAT, os banhos, as comidas, as amizades do Fernando, minha, de um suposto primo que puxou por ele, fizeram-lhe bem e foram ao menos contacto com a 'normalidade'. Claro que a distância, se por um lado os afasta do sítio onde habitualmente estão (mal) metidos, não ajuda em termos de deslocações. O M. está para ir... Os encontros com ele são é sempre muito divertidos, gargalhadas em conjunto connosco - gosta especialmente das da Mafalda!
Com o R. e o M. não se fala de CATs! Fala-se pouco aliás porque estão sempre a correr. O M. está enterradíssimo mas aí quer continuar. O R. está porém a reduzir e diz-se capaz de deixar a droga a frio - parece que já o fez antes. Mas a relação é de sorrisos e forte amizade. Dois episódios: 1. num jantar de semana, à subida passei em Sta. Catarina - onde dormem - e deixei um arroz de polvo, interrompendo a injecção; à descida, passei de novo e estavam de pé a comer e disseram que estava bestial, que um casalinho lhes tinha deixado jantar - o casalinho era eu, repliquei! 2. numa ronda de domingo fui presenteado com o colar de peito do R., um Sol peruano!
Pontualmente aparecem ao domingo o E. e o Sr.L. com o Sr.J. O E. está num quarto em Santos Pousada e muito em breve entrará em tratamento psiquiátrico arranjado pela Mafalda. Os outros dois na pensão da Rua do Sol, num ambiente muito degradado, todos alcoólicos. O Sr.L está a caminho de tratamento, a cargo da Raquel. O Sr.J. porém não bebe e está a trabalhar como trolha. Os três bem, afinal, em termos de cama-comida-roupa pelo que estamos a trabalhar sobretudo a nivel emocional.
O J. e a T. estavam juntos até à semana passada, zangaram-se. Ele apareceu com outra senhora, não dando para perceber a relação entre eles. O J. dorme num quarto em Alexandre Herculano e tem uma história de vida gira: de drogado, preso mas, depois, de recuperado e cooperante na Legião da Boa Vontade. A T. não apareceu; é 'a filha do Z.' e isso foi engraçado porque facilitou a nossa aproximação, porque nós sabíamos tudo sobre o 'pai' que tínhamos ajudado - mas que agora é visitado pela ronda que faz a Trindade, onde dorme com a A.M.
O 'padeiro de Valongo' foi caso de sucesso, entrou numa clínica de desintoxicação e apoio psiquiátrico, por isso já náo aparece. Sentimos falta da diversão que trazia.
Deixando a Batalha, com o P. e a F. temo-nos encontrado à porta da pensão da Rua Formosa. Ela claramente com mais problemas, de saúde (estômago), físicos (perna curta) e de limitação mental - mas surpreendentemente mais activa e animada do que ele! Deu-nos a novidade de que vai fazer curso de Ajudante de Cozinha no restaurante onde vão, pagos pela S.Social. Ele não só não arranja trabalho como pareceu relutante em que ela o fizesse... Depois de procurar em obras - porque restauração não quer - e de esperar eternamente pelo Centro de Emprego, começou agora a inscrever-se nas Juntas de Freguesia para trabalhos tipo varredor ou jardineiro.
Paragem em Sta. Catarina, no sítio da T. que nunca mais apareceu, estão dois personagens com o mesmo nome, E.. Um preto, quarentão e um miúdo de 19anos. Aquele faz justiça à sua antecessora porque, senão esquizofrénico, é muito surreal, grandes divagações mas com sensibilidade e diversão. O miúdo vem revelando as verdades mas ainda não sabemos tudo. Tem casa do pai onde não vai há um ano, casa de um irmão comando, enfim apoios que não agarra. Droga-se.
Ao Aleixo nem sempre temos ido, apesar de levarmos ultimamente mais comida do que há uns meses atrás. É que na Batalha, para além dos falados, aparecem uns muitos, 'rápidos', que esgotam os sacos. Indo ao Aleixo: não temos cruzado o grupo do Fernando; são poucos os sacos que deixamos; caras conhecidas só o L.
Pedro Cruz
Até agora, a ronda começava em Alexandre Herculano, na pensão da D.E. e do Sr.F. Eles saíram agora da pensão, paga pela S.Social, por motivos próprios, de incompatibilidade com vizinhos, voltando para a 'casa velha' em Santa Catarina. Na 2ªfeira dia 5, pela primeira vez, entrámos nesta casa, cantámos os parabéns com bolão de chocolate e velas e flores. Era já noite e o escuro acentuava o sinistro da casa, velha a cair de podre. Estamos receosos que haja acidentes e a puxar pelas cabecinhas por alternativas. Com o casal na ‘casa velha’ está o Sr.M., rei das advinhas e da boa disposição, que faz anos 4ªfeira e que está a ser ajudado pelos Médicos do Mundo: a nível de dentista mas também a nível de S.Social, arranjando o rendimento mínimo e esperando assim vir a poder pagar um quarto.
Com o M. e o I. continua a falar-se de CATs. O I. já foi a Matosinhos, já se afastou, enfim, está na metadona mas sem convicção. Mas de algum modo foi um ganho: as idas ao CAT, os banhos, as comidas, as amizades do Fernando, minha, de um suposto primo que puxou por ele, fizeram-lhe bem e foram ao menos contacto com a 'normalidade'. Claro que a distância, se por um lado os afasta do sítio onde habitualmente estão (mal) metidos, não ajuda em termos de deslocações. O M. está para ir... Os encontros com ele são é sempre muito divertidos, gargalhadas em conjunto connosco - gosta especialmente das da Mafalda!
Com o R. e o M. não se fala de CATs! Fala-se pouco aliás porque estão sempre a correr. O M. está enterradíssimo mas aí quer continuar. O R. está porém a reduzir e diz-se capaz de deixar a droga a frio - parece que já o fez antes. Mas a relação é de sorrisos e forte amizade. Dois episódios: 1. num jantar de semana, à subida passei em Sta. Catarina - onde dormem - e deixei um arroz de polvo, interrompendo a injecção; à descida, passei de novo e estavam de pé a comer e disseram que estava bestial, que um casalinho lhes tinha deixado jantar - o casalinho era eu, repliquei! 2. numa ronda de domingo fui presenteado com o colar de peito do R., um Sol peruano!
Pontualmente aparecem ao domingo o E. e o Sr.L. com o Sr.J. O E. está num quarto em Santos Pousada e muito em breve entrará em tratamento psiquiátrico arranjado pela Mafalda. Os outros dois na pensão da Rua do Sol, num ambiente muito degradado, todos alcoólicos. O Sr.L está a caminho de tratamento, a cargo da Raquel. O Sr.J. porém não bebe e está a trabalhar como trolha. Os três bem, afinal, em termos de cama-comida-roupa pelo que estamos a trabalhar sobretudo a nivel emocional.
O J. e a T. estavam juntos até à semana passada, zangaram-se. Ele apareceu com outra senhora, não dando para perceber a relação entre eles. O J. dorme num quarto em Alexandre Herculano e tem uma história de vida gira: de drogado, preso mas, depois, de recuperado e cooperante na Legião da Boa Vontade. A T. não apareceu; é 'a filha do Z.' e isso foi engraçado porque facilitou a nossa aproximação, porque nós sabíamos tudo sobre o 'pai' que tínhamos ajudado - mas que agora é visitado pela ronda que faz a Trindade, onde dorme com a A.M.
O 'padeiro de Valongo' foi caso de sucesso, entrou numa clínica de desintoxicação e apoio psiquiátrico, por isso já náo aparece. Sentimos falta da diversão que trazia.
Deixando a Batalha, com o P. e a F. temo-nos encontrado à porta da pensão da Rua Formosa. Ela claramente com mais problemas, de saúde (estômago), físicos (perna curta) e de limitação mental - mas surpreendentemente mais activa e animada do que ele! Deu-nos a novidade de que vai fazer curso de Ajudante de Cozinha no restaurante onde vão, pagos pela S.Social. Ele não só não arranja trabalho como pareceu relutante em que ela o fizesse... Depois de procurar em obras - porque restauração não quer - e de esperar eternamente pelo Centro de Emprego, começou agora a inscrever-se nas Juntas de Freguesia para trabalhos tipo varredor ou jardineiro.
Paragem em Sta. Catarina, no sítio da T. que nunca mais apareceu, estão dois personagens com o mesmo nome, E.. Um preto, quarentão e um miúdo de 19anos. Aquele faz justiça à sua antecessora porque, senão esquizofrénico, é muito surreal, grandes divagações mas com sensibilidade e diversão. O miúdo vem revelando as verdades mas ainda não sabemos tudo. Tem casa do pai onde não vai há um ano, casa de um irmão comando, enfim apoios que não agarra. Droga-se.
Ao Aleixo nem sempre temos ido, apesar de levarmos ultimamente mais comida do que há uns meses atrás. É que na Batalha, para além dos falados, aparecem uns muitos, 'rápidos', que esgotam os sacos. Indo ao Aleixo: não temos cruzado o grupo do Fernando; são poucos os sacos que deixamos; caras conhecidas só o L.
Pedro Cruz
sexta-feira, março 09, 2007
Crónica da ronda de 25/02/2007 (6º trajecto)
Começamos a ronda como habitual pelo J que está no T.S.J. deste que ele está neste sítio que está mais aberto para conversar, desta vez ficamos uma hora. Sentimos que ele tem algum prazer na nossa companhia domingueira.
Depois passamos pela rua 31 de J, mas não conseguimos contactar o sem abrigo que parece estar sempre a dormir profundamente. Deixamos lá o saco.
Em seguida fomos à R. de Cedofeita visitar os sem abrigo da ronda do Manuel. Receberam-nos bem e ainda conversamos um bocado. A Sra. X referiu precisar de roupas para os seus filhos. Os outros Srs. Precisam de cobertores.
Antes de terminar a ronda ainda passamos pelo jardim do Carregal, para ver se estava o Sr. V , mas já não se encontra lá.
Vou tentar saber se sempre foi para Cascais ter com o primo.
Maria Antónia
Depois passamos pela rua 31 de J, mas não conseguimos contactar o sem abrigo que parece estar sempre a dormir profundamente. Deixamos lá o saco.
Em seguida fomos à R. de Cedofeita visitar os sem abrigo da ronda do Manuel. Receberam-nos bem e ainda conversamos um bocado. A Sra. X referiu precisar de roupas para os seus filhos. Os outros Srs. Precisam de cobertores.
Antes de terminar a ronda ainda passamos pelo jardim do Carregal, para ver se estava o Sr. V , mas já não se encontra lá.
Vou tentar saber se sempre foi para Cascais ter com o primo.
Maria Antónia
quinta-feira, março 08, 2007
Crónica da ronda de 04/03/2007 (Areosa)
Eu estava de volta depois de um mês e meio de ausência e, ao chegar, não vi ninguém. Desta vez a ronda começava no salão do CREU, para preparar os sacos, e, depois da oração e da distribuição dos sacos, partimos em direcção à Areosa.
Em casa da D. A. encontrámos a alegria a que já nos habituámos e as brincadeiras do M. Está cada vez mais crescido e quer sempre mostrar-nos tudo o que tem aprendido. Já dança, canta e faz palhaçadas... Custa sempre vir embora, a vontade é de ficar lá a brincar e dançar com ele. Soubemos que os pais dele estão a preparar o regresso, para estar ao lado dele todos os dias. Ficámos contentes.
A S. estava deitada a descansar, mas levantou-se mal chegámos. Tinha ido dançar, no entanto, desta vez não fui suficiente para esquecer a falta que sente do filho e da neta. Estava triste e com vontade de conversar. A conversa foi longa mas ao sairmos já estava mais animada e ficou combinada uma noite de dança no “Arrasta o pé”. Estamos ansiosos... A caminho de casa do Sr. Z. ficámos a saber que as dores de estômago continuam a acordá-lo todas as manhãs e que às vezes a solidão aperta, mas as noites de Domingo ajudam a alegrar a semana.
Na casa em frente ao Conde Ferreira, estavam cinco à nossa espera, entre eles dois senhores novos. Nenhum deles quis conversar muito, pediram o café e o saco e foram deitar-se ou abrigar-se do frio. Sem o J. e o Z. M. não é a mesma coisa, é tudo tão “a correr”. Não sabemos bem o que fazer...
O Sr. M. não estava no sítio do costume (e já lá não está há mais de um mês), segundo a I., foi internado por causa dos problemas que tem nas pernas e, embora já tenha saído do hospital, não voltou a dormir naquele sítio. Estamos com saudades!
A I. não estava muito bem disposta e continua sem muita vontade de “mudar de vida”, ou sequer ouvir falar nisso. Ficamos tristes, mas não desanimámos.
Levámos as meninas (a Ana e a Andreia) a casa e, no carro, conversámos sobre o Sr. M., o J. e as pessoas que vistamos na casa em frente ao Conde Ferreira. Estamos preocupados.
Durante esta semana, queria apenas que todos nos lembrássemos do Sr. M., que faz anos a 7 de Março, e desta vez não podemos ir cantar-lhe os parabéns.
Boa semana para todos,
Maria Manuel
Em casa da D. A. encontrámos a alegria a que já nos habituámos e as brincadeiras do M. Está cada vez mais crescido e quer sempre mostrar-nos tudo o que tem aprendido. Já dança, canta e faz palhaçadas... Custa sempre vir embora, a vontade é de ficar lá a brincar e dançar com ele. Soubemos que os pais dele estão a preparar o regresso, para estar ao lado dele todos os dias. Ficámos contentes.
A S. estava deitada a descansar, mas levantou-se mal chegámos. Tinha ido dançar, no entanto, desta vez não fui suficiente para esquecer a falta que sente do filho e da neta. Estava triste e com vontade de conversar. A conversa foi longa mas ao sairmos já estava mais animada e ficou combinada uma noite de dança no “Arrasta o pé”. Estamos ansiosos... A caminho de casa do Sr. Z. ficámos a saber que as dores de estômago continuam a acordá-lo todas as manhãs e que às vezes a solidão aperta, mas as noites de Domingo ajudam a alegrar a semana.
Na casa em frente ao Conde Ferreira, estavam cinco à nossa espera, entre eles dois senhores novos. Nenhum deles quis conversar muito, pediram o café e o saco e foram deitar-se ou abrigar-se do frio. Sem o J. e o Z. M. não é a mesma coisa, é tudo tão “a correr”. Não sabemos bem o que fazer...
O Sr. M. não estava no sítio do costume (e já lá não está há mais de um mês), segundo a I., foi internado por causa dos problemas que tem nas pernas e, embora já tenha saído do hospital, não voltou a dormir naquele sítio. Estamos com saudades!
A I. não estava muito bem disposta e continua sem muita vontade de “mudar de vida”, ou sequer ouvir falar nisso. Ficamos tristes, mas não desanimámos.
Levámos as meninas (a Ana e a Andreia) a casa e, no carro, conversámos sobre o Sr. M., o J. e as pessoas que vistamos na casa em frente ao Conde Ferreira. Estamos preocupados.
Durante esta semana, queria apenas que todos nos lembrássemos do Sr. M., que faz anos a 7 de Março, e desta vez não podemos ir cantar-lhe os parabéns.
Boa semana para todos,
Maria Manuel
Ida à aldeia
Oi pessoal,
Era só para recordar aos mais distraídos que este fim-de-semana temos Aldeias. O programa de actividades desta vez não se resume às visitas, temos tambem almoço partilhado com o Núcleo Dinamizador, agendado para as 12h00, e ainda uma acção de formação presidida pela Dr.ª Graça Fonseca, agendada para as 14h30.
Como devem ter reparado o almoço começa precisamente ao meio-dia, pelo que é melhor partir bem cedinho para evitar atrasos e outros contratempos, no caso, às 10h ( vá la preguiçosos...voluntariado sim!, mas com responsabilidade...eheh)
Aguardo a confirmação da vossa presença/ausência no próximo sábado e já agora queria saber se alguem vai sair do Porto mais tarde, a Dr. Graça precisa de boleia para Bustelo e assim juntava-se o utíl ao agradavel!
Grande abraço,
Rui
Era só para recordar aos mais distraídos que este fim-de-semana temos Aldeias. O programa de actividades desta vez não se resume às visitas, temos tambem almoço partilhado com o Núcleo Dinamizador, agendado para as 12h00, e ainda uma acção de formação presidida pela Dr.ª Graça Fonseca, agendada para as 14h30.
Como devem ter reparado o almoço começa precisamente ao meio-dia, pelo que é melhor partir bem cedinho para evitar atrasos e outros contratempos, no caso, às 10h ( vá la preguiçosos...voluntariado sim!, mas com responsabilidade...eheh)
Aguardo a confirmação da vossa presença/ausência no próximo sábado e já agora queria saber se alguem vai sair do Porto mais tarde, a Dr. Graça precisa de boleia para Bustelo e assim juntava-se o utíl ao agradavel!
Grande abraço,
Rui
segunda-feira, março 05, 2007
Mafalda no Sol
Vejam a nossa Mafalda no Sol (o jornal)! :)
Está na página 37! Aproveito para emendar a legenda da imagem: a Mafalda foi mesmo fundadora do FAS Rondas!
Está na página 37! Aproveito para emendar a legenda da imagem: a Mafalda foi mesmo fundadora do FAS Rondas!
Crónica da ronda de 4/3/2007 (Batalha)
Sabem aquelas noites mesmo boas? Mas mesmo, mesmo, mesmo boas? Então...calem-se! :p
Agora falando a sério...ontem foi daquelas noites recheadinhas de coisas boas, cheias de sorrisos, de felicidade, de ternura...enfim, daquelas noites em que só me apetece agradecer a Deus por me ter chamado para entrar no FAS e que me fazem acordar super bem disposta no dia seguinte. =)
Depois de uma oração diferente partimos, eu, a Sabina e o Luis, de encontro ao Sr. D. Estava no sítio de sempre, muito encolhido debaixo do seu cobertor, queixando-se do frio que se fazia sentir...mas eis que lhe mostrámos o presente que arranjámos para ele e tudo passou: cobertores para o lado, olhos brilhantes e bem abertos e um grande sorriso, parecia uma criança a receber um presente há muito tempo desejado – um rádio, para lhe fazer companhia nas horas em que se sente mais sozinho. Não nos ligou mais durante a noite; só tinha olhos para o seu novo brinquedo, mas fez questão de dizer que todos nós, o grupo que o visita, somos os amigos dele! =) E foi óptimo também poder mostrar a uma pessoa que vê a vida de um modo muito negativo, que também há muitos motivos para sorrir...basta-nos saber receber aquilo que os outros nos têm para dar! E ficou a promessa que, sempre que se sentir sozinho ou triste, este nosso amigo vai olhar para o rádio e sorrir ao lembrar-se destas pessoas que tanto gostam dele! =) Desde já aproveito para agradecer ao amigo da Sabina este momento que nos proporcionou com o Sr. D.
Deixámo-lo, por fim, disfrutar da companhia da música e partimos ao encontro dos nossos quatro bem dispostos amigos: A. M, Z, M. e S. Estavam todos a dormir, mas o Z. abriu o olhito com o nosso ruído e logo fez questão de acordar os seus companheiros para nos darem as boas noites...é incrível ver como todo o grupo faz questão de estar acordado para nos receber e falar um bocadinho connosco e só mostra que conseguimos fazer bem o nosso trabalho, pois somos de alguma forma importantes na vida destas pessoas. A A. M. melhora a olhos vistos: agora que segue direitinho o tratamento que a ajuda a deixar o álcool, está com uma óptima cara e mostra-nos, toda contente, que já emagreceu uns quilinhos. Como forma de recompensa pelo seu bom comportamento, levámos-lhe alguma roupa, que também lhe preencheu a cara com um enorme sorriso, mostrando tudo ao Z. para obter aprovação! ;) O Sr. M. e o Sr. S. são sempre mais caladitos, mas também contaram uma excelente novidade: dia 8 vão seguir os passos da A. M. iniciando, também eles, a desintoxicação.
Como a A. M. não tinha ainda tomado os comprimidos, “Só os vou tomar depois para poder falar convosco à vontade”, ficámos imenso tempo a ouvir as peripécias da semana deste divertido grupo mas as horas avançavam e tinhamos mais gente para visitar, e foi com muita pena que tivemos que os deixar.
Mais acima, encontrava-se o Sr. F. todo encolhido, mais uma vez, debaixo do seu colchão (talvez para não lhe voltarem a tirar as coisas), mas esta semana consegui não me assustar! :p
Chamámos por ele e acordou notoriamente embriegado, pondo-se em pé com muita dificuldade e “limpando” as mãos para nos cumprimentar com toda a sua boa educação. É engraçado como, apesar de nos chamar a todos Gisbertinhas (?!) e de se encontrar alcoolizado, sabia ainda os nomes de todos nós. E é extremamente gratificante ver como, de um gesto tão simples, que foi visitá-lo no seu dia de anos, a nossa relação com este senhor tão querido e meigo evoluiu notavelmente; tanto que agora temos a certeza absoluta que ele gosta mesmo destes bocadinhos de tempo que passamos com ele ao Domingo à noite...e o nosso carinho por ele também aumenta todas as semanas.
Depois de recebermos uma mensagem da Manela a avisar-nos que o Sr. E. Estaria novamente na rua de Ceuta fomos, algo alarmados, à sua procura, mas não estava lá ninguém...esperemos que seja um bom sinal!
Acabámos a noite com uma visita muito divertida ao Sr. J., sempre a contar-nos as suas histórias que, apesar de não sabermos se são verdade ou não, fazem-nos rir imenso. Recebeu-nos com o seu já habitual “Hei!” ao fundo da rua e contou-nos logo a grande novidade: “O meu patrão veio até cá à minha procura e vou voltar para Espanha, para trabalhar. Não pudemos deixar de achar estranho, mas lá lhe demos a maior força para seguir o seu caminho, deixando-lhe os contactos na esperança que nos telefone quando vier ao Porto de visita.
Ficámos depois a ouvir as suas aventuras com as ratazanas, que pelos vistos também são habitantes da sua “casa” e a tentar convencê-lo a mudar de “look”, já que o actual não é o melhor.
Já de regresso a Nossa Senhora de Fátima, agradecemos tudo o que esta noite nos trouxe, esta alegria de que a Mafalda fala, de que é bom termos para podermos dar, e pedimos pelo Sr. Em e pelo Sr. J., para que encontrem o seu rumo e a verdadeira felicidade.
Fui para casa com o coração cheio e na esperança de ter muitas mais noites como esta. Obrigada companheiros por partilharem comigo todas estas alegrias! =)
Inês Bessa
Agora falando a sério...ontem foi daquelas noites recheadinhas de coisas boas, cheias de sorrisos, de felicidade, de ternura...enfim, daquelas noites em que só me apetece agradecer a Deus por me ter chamado para entrar no FAS e que me fazem acordar super bem disposta no dia seguinte. =)
Depois de uma oração diferente partimos, eu, a Sabina e o Luis, de encontro ao Sr. D. Estava no sítio de sempre, muito encolhido debaixo do seu cobertor, queixando-se do frio que se fazia sentir...mas eis que lhe mostrámos o presente que arranjámos para ele e tudo passou: cobertores para o lado, olhos brilhantes e bem abertos e um grande sorriso, parecia uma criança a receber um presente há muito tempo desejado – um rádio, para lhe fazer companhia nas horas em que se sente mais sozinho. Não nos ligou mais durante a noite; só tinha olhos para o seu novo brinquedo, mas fez questão de dizer que todos nós, o grupo que o visita, somos os amigos dele! =) E foi óptimo também poder mostrar a uma pessoa que vê a vida de um modo muito negativo, que também há muitos motivos para sorrir...basta-nos saber receber aquilo que os outros nos têm para dar! E ficou a promessa que, sempre que se sentir sozinho ou triste, este nosso amigo vai olhar para o rádio e sorrir ao lembrar-se destas pessoas que tanto gostam dele! =) Desde já aproveito para agradecer ao amigo da Sabina este momento que nos proporcionou com o Sr. D.
Deixámo-lo, por fim, disfrutar da companhia da música e partimos ao encontro dos nossos quatro bem dispostos amigos: A. M, Z, M. e S. Estavam todos a dormir, mas o Z. abriu o olhito com o nosso ruído e logo fez questão de acordar os seus companheiros para nos darem as boas noites...é incrível ver como todo o grupo faz questão de estar acordado para nos receber e falar um bocadinho connosco e só mostra que conseguimos fazer bem o nosso trabalho, pois somos de alguma forma importantes na vida destas pessoas. A A. M. melhora a olhos vistos: agora que segue direitinho o tratamento que a ajuda a deixar o álcool, está com uma óptima cara e mostra-nos, toda contente, que já emagreceu uns quilinhos. Como forma de recompensa pelo seu bom comportamento, levámos-lhe alguma roupa, que também lhe preencheu a cara com um enorme sorriso, mostrando tudo ao Z. para obter aprovação! ;) O Sr. M. e o Sr. S. são sempre mais caladitos, mas também contaram uma excelente novidade: dia 8 vão seguir os passos da A. M. iniciando, também eles, a desintoxicação.
Como a A. M. não tinha ainda tomado os comprimidos, “Só os vou tomar depois para poder falar convosco à vontade”, ficámos imenso tempo a ouvir as peripécias da semana deste divertido grupo mas as horas avançavam e tinhamos mais gente para visitar, e foi com muita pena que tivemos que os deixar.
Mais acima, encontrava-se o Sr. F. todo encolhido, mais uma vez, debaixo do seu colchão (talvez para não lhe voltarem a tirar as coisas), mas esta semana consegui não me assustar! :p
Chamámos por ele e acordou notoriamente embriegado, pondo-se em pé com muita dificuldade e “limpando” as mãos para nos cumprimentar com toda a sua boa educação. É engraçado como, apesar de nos chamar a todos Gisbertinhas (?!) e de se encontrar alcoolizado, sabia ainda os nomes de todos nós. E é extremamente gratificante ver como, de um gesto tão simples, que foi visitá-lo no seu dia de anos, a nossa relação com este senhor tão querido e meigo evoluiu notavelmente; tanto que agora temos a certeza absoluta que ele gosta mesmo destes bocadinhos de tempo que passamos com ele ao Domingo à noite...e o nosso carinho por ele também aumenta todas as semanas.
Depois de recebermos uma mensagem da Manela a avisar-nos que o Sr. E. Estaria novamente na rua de Ceuta fomos, algo alarmados, à sua procura, mas não estava lá ninguém...esperemos que seja um bom sinal!
Acabámos a noite com uma visita muito divertida ao Sr. J., sempre a contar-nos as suas histórias que, apesar de não sabermos se são verdade ou não, fazem-nos rir imenso. Recebeu-nos com o seu já habitual “Hei!” ao fundo da rua e contou-nos logo a grande novidade: “O meu patrão veio até cá à minha procura e vou voltar para Espanha, para trabalhar. Não pudemos deixar de achar estranho, mas lá lhe demos a maior força para seguir o seu caminho, deixando-lhe os contactos na esperança que nos telefone quando vier ao Porto de visita.
Ficámos depois a ouvir as suas aventuras com as ratazanas, que pelos vistos também são habitantes da sua “casa” e a tentar convencê-lo a mudar de “look”, já que o actual não é o melhor.
Já de regresso a Nossa Senhora de Fátima, agradecemos tudo o que esta noite nos trouxe, esta alegria de que a Mafalda fala, de que é bom termos para podermos dar, e pedimos pelo Sr. Em e pelo Sr. J., para que encontrem o seu rumo e a verdadeira felicidade.
Fui para casa com o coração cheio e na esperança de ter muitas mais noites como esta. Obrigada companheiros por partilharem comigo todas estas alegrias! =)
Inês Bessa
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