Partimos, depois da oração, para mais uma ronda, eu, o João, a Mónica e a Mª Antónia.
Fomos em direcção a Sta. Catarina, ao encontro do Sr. D. Chamámo-lo, algumas vezes, para o acordar. Voltamos a sugerir-lhe que seria bom para ele sair da rua e arranjar um quarto. Ao que, embora reticente e desconfiado, acabou por concordar. Assim, combinamos, o João e a Mónica, ir com ele à Segurança Social, na terça seguinte, para tentar resolver a situação. Demos-lhe o saco e uma camisola e um par de meias, pois estava frio e ele, de vez em quando, tossia. Quando partíamos, fomos abordados por um grupo de voluntários da Cruz Vermelha que tinha começado a fazer rondas à pouco tempo, com o objectivo, principalmente, de prestar primeiros socorros. O João trocou contactos.
Seguidamente, fomos visitar, na Trindade, Sr. F. Dormia profundamente. Decidimos deixar o saco e não acordá-lo. Aí cruzamo-nos com a ronda do Bonfim, com o Sr. P. e o Sr. R.
A próxima paragem foi na rua José Falcão, na entrada de um prédio, onde moram o Sr. P. e o Sr. E. O Sr. P estava a dormir e não deu pela nossa presença. O Sr. E., mal abriu os olhos, cumprimentou-nos muito bem disposto e satisfeito por nos ver. Lá nos pusemos à conversa, entre filosofias e brincadeiras: Falou-nos da sua experiência de vida na rua, à quase um ano; Recordou-se da sua irmã que vive em Lisboa e com quem vai morar depois de deixar a rua; Disse-nos que lia, todos os dias o Destak e o Metro e adorava ler a banda desenhada do Tio Patinhas. Achou o João muito calado e perguntou “pela outra menina” - Manela. Embora nos tenha pedido para ficar mais tempo, despedimo-nos.
Entretanto, veio ao nosso encontro, um Sr. Velhinho (o Sr. J.) com um problema de gaguez. Disse-nos que era sem abrigo, tinha vindo de Lisboa à duas semanas e ia dormir ali ao lado. Demos-lhe um saco e combinamos encontro no próximo domingo. O Sr. E. começou a ficar nervoso por ver nova vizinhança e comentou connosco que lhe ia roubar a carteira e expulsá-lo dali. Partimos na esperança que não passasse de uma ameaça. O Sr. J. ainda correu até ao nosso carro pedindo mais informações. Demos-lhe um panfleto Fas, foi embora agradecendo.
Terminamos, em N. S. Fátima, com a oração final, uma ronda intensa e com a alegria da decisão do Sr. D.
São
Infelizmente, o Sr. D. não apareceu, faltou ao combinado com o João e a Mónica. Ainda tentaram procurá-lo nas Doze Casas mas em vão…
4 comentários:
Foi bom ler a tua crónica, São!!
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Olá!
Obrigada pela crónica. Para mim - que infelizmente não pude estar presente - é óptimo acompanhar desta forma a nossa ronda.
Até domingo,
:)
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