sexta-feira, agosto 04, 2006

Crónica da Ronda de 30/07/2006 (Boavista + Bonfim + Stª Catarina)

O facto de só estarem presentes dez pessoas para realizar a ronda no passado domingo, dificultou e muito a nossa acção, tivemos que nos mostrar bravos e destemidos perante a árdua tarefa de fazer três rondas numa único trajecto. A noite prometia ser longa e assim resolvemos abdicar de algum tempo de qualidade com os sem-abrigo e tentar estar com o máximo de pessoas possível. Após a oração inicial partimos em direcção ao Sr. B, mantém a lucidez dos últimos tempos, tendo-nos presenteado com um belo sorriso aquando da chegada e aceite com pacatez a nossa partida passado uns breves minutos, não sem antes se negar a tomar uma banho. Segui-se a família Quaresma, só estava lá a bem disposta e faladora D. F., os restantes elementos do clã tinham-se ausentado para ir ver o jogo de futebol, mas ficamos desde logo a saber que esta faz anos no próximo dia 5 e que espera uma prendinha da nossa parte. Próxima paragem: Batalha. Lá encontramos a D.E. e o Sr.F., preocupadíssimos com o facto de não terem notícias do filho há cerca de uma semana, o jovem está internado numa instituição para menores e de vez em quando faz das suas. Também lá estava o Sr. Z e D. AM, uma paixão que só visto, é um gosto ver o que o amor não escolhe nem idade nem condição. A gestão do tempo estava a correr muito bem, e sem qualquer tipo de cedência partimos para os Aliados onde encontramos a D.C., com um belo tapete de Arraiolos em que figurava estampado o símbolo do FC Porto (compradores procuram-se!), estava apressada tendo a troca de impressões sido curta; ainda no mesmo espaço encontramos o Sr. P e o Sr. R que estavam a arrumar carros para ganhar uns trocos.
Uns minutos mais tarde já estávamos a dar um saquinho ao Sr. J que dorme na reentrância de um prédio na Praça Humberto Delgado, apesar de ser toxicodependente estava com um óptimo aspecto, havia cortado o cabelo à pouco, conversamos alguns minutos e depois partimos já com o Aleixo em mente. Ultima paragem: Aleixo! É impossível ficar indiferente a esta realidade de degradação e vício, um verdadeiro soco no estômago, talvez o mais flagrante exemplo da "Selva Urbana". Depois de entregarmos os sacos que haviam sobrado e mais alguns coisas regressamos ao Creu onde fizemos a oração final a quatro: a Ana, o Nuno, o Pedro e eu.

Rui Mota