Começámos a ronda, mais uma vez, os 5! Eh, eh! Sempre animados, partimos rumo ao Sr. B., a ver se a barba já tinha crescido. Lá estava ele, acordado, a sorrir para nós, e muito conversador. Falou muito, inclusivamente da América e da ida para Espanha. Quanto ao banho, deu para entender que lhe falássemos disso daqui a um mês...!
Despedimo-nos com alegria, por o vermos assim e partimos para o Sr. JJ.
Para grande surpresa nossa não o encontrámos e, por isso, demos uma volta por ali a ver se o víamos. Talvez tivesse ido beber um copo para refrescar da noite e, por isso, deixámos só o saco.
À ida para o Foco lembrámo-nos que não tínhamos passado na pensão onde estava o Sr. M. e ligámos para sabe notícias. Elas eram as mesmas, ou seja, ele continua sem aparecer. Ouviu-se dizer que estava farto de viver no Porto, mas nada em concreto...!
Quando chegámos ao Foco, encontrámos o M. a dormir. A ansiedade por encontrá-lo era grande, uma vez que tinha entrado, há uns dias, para o projecto Meta. Acordámo-lo, mas ele não falou e virou-se para o outro lado...! A Benedita ficou de falar com a mãe dele, para ver como correm as coisas, porque não parece estarem a correr muito bem...
Desanimados, partimos para o convívio, onde nos cruzámos apenas com o Sr. A ., com quem falámos bastante e que nos disse que está em lista de espera para tirar o quisto que tem na cabeça.
Como era cedo, e sobravam-nos sacos, fomos para o Aleixo. Ali estavam mais rondas do nosso grupo, a ronda do Fernando e a da Cruz Vermelha. Confraternizámos um pouco, enquanto mais gente não chegava para recolher o saco, talvez por causa da polícia que apareceu e que intimidou ali um pouco o local, mas sem, pelo menos à vista, grandes resultados.
Acabámos a noite rezando, em conjunto com o grupo do Fernando, por toda aquela gente que ansiámos que venha a descobrir um caminho um pouco melhor.
Um Bj grd a todos e até 5ªf,
Ana Barbosa de Carvalho.
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
quarta-feira, maio 31, 2006
terça-feira, maio 30, 2006
Crónica da Ronda de 28. 5 . 2006 (Areosa)
"Tinha o coração aos pulos... Não sabia bem o que me esperava... sentia que o meu coração criava mais e mais ritos a cada minuto que passava... Vi a chegada das 21.30h com muita ansiedade! Tinha-me sido dada a oportunidade (única!) de poder fazer parte de uma equipa... uma equipa que luta pelos outros... que os trata pelo nome... que não permite que se percam e se sintam sem-abrigo-sem-amor...
Fomo-nos juntando... atarefados todos pareciam saber exactamente o que fazer... os kits foram distribuídos à velocidade da luz e às 22.10h a oração (percebi que era um ritual de longa data e hora marcada!), e, com as preces do Nuno, partimos em Teu nome, no dia da Tua Assunção...
Começamos por visitar a S., com a companhia do Sr. Z (que doçura que ele é, não é?). E ambos foram a minha primeira grande missão... Abriu-nos a porta de casa, como só se faz a quem se gosta, e mostrou-nos o que guardava no coração. Andava a sentir-se oprimida, as pessoas na rua traziam-lhe uma grande sensação de desconforto =(, tão grande que preferia passar os dias em casa que dar uns bons passeios pelos jardins =( Esperemos que esta semana tudo melhore, que a conversa com o Sr. Z lhe faça bem e que se sinta motivada a ver gente nova, e a juntar bocadinhos de esperança pelos caminhos... (era tão bonita quando era mais novinha!)
Já sem a companhia do Sr. Z, partimos para a Blockbuster das Antas, na esperança de encontrarmos o Sr. P (de quem já não tínhamos noticias há duas semanas)... e lá estava ele... sentado a ler as suas 1001 revistas, os seus 1001 tesouros encontrados no lixo... Ainda nos foi contando algumas histórias (estava comunicativo o Sr. P hoje!) e pareceu-nos mais optimista que o costume! Falou-nos de Lisboa e de Rollex's (a propósito, se alguém tiver alguma revista de relógios... era uma óptima surpresa para o Sr. P, depois das uvas...)
Sentia-me invadida por uma energia nova... aquela era uma realidade tão real e tão desconhecida a meus olhos... Sentia uma vontade descontrolada de mudar o mundo... daquelas vontades que só surgem mesmo por um Amor Maior...
Já no prédio abandonado da Fernão de Magalhães, fomos recebidos por muita gente! Tivemos a oportunidade de conhecer o Sr. Q, parecia meio perdido, não falou muito, mas agradeceu a ajuda com simpatia… Depois veio o Sr. Z, estava apressado e pareceu-me com muita fome… não conversou muito… assustaram-me aquelas marcas pelo corpo! A cadelinha dele anda a deixá-lo em muito mau estado =.( A D. D ainda passou um bocadinho connosco, agradeceu a nossa visita, sempre muito amável! E ficamos um bom pedaço a conversar com o Sr. J e o Sr. ZM =)) (e foi desta que conseguimos umas calças que lhe servissem! Obrigada Ju!) O Sr. J. continua triste, sente muito a falta da D.A… pareceu-me mesmo ter-lhe visto algumas lágrimas nos olhos =.( Enquanto isso o Sr. ZM contava-nos a vontade que tem sentido em deixar o prédio nos últimos tempos… Ontem tinha passado mesmo o dia sem consumir, mas depois… “A carne é tão fraca!” Prometeu-nos que iria ao CAT a próxima semana, e avisou-nos para termos como um bom sinal se ele já lá não estivesse no próximo domingo… Assim seja Sr. ZM! Tocou-me muito a sensatez dele… Tem uma noção perfeita da sua situação, sente que deixa a família muito triste por não se decidir a mudar de vida, e sente-se já masoquista… “Mas é tão difícil… é quase como um amor proibido… alguém que se quer muito, mas que não se pode ter!” Que Deus lhe dê forças sempre que faltarem!
Daí partimos para a Areosa, estivemos com o Sr. M, que não estava tão mal disposto como no último domingo, mas que, mesmo assim ainda não fez tréguas com a Ju (acho mesmo que ele tem ciumezito!); o Sr. R apareceu só durante um bocadinho e o Sr. J estava a descansar… acordamo-lo para tomar o café com leite (ainda quentinho) e ainda conversamos um bocadinho… Sempre tão asseadinho o Sr. J! Horas depois ia levantar-se, tomar o seu banhinho e ia trabalhar, como em tantos outros dias…
A D. I foi a nossa última visita, pensou que já teríamos passado e já estava a descansar! Lá a vimos, a dormir no seu cantinho apertado, e demos conta de um escaldão que tinha no nariz e nas bochechinhas… anda a apanhar muito sol! Fomos conversando, com a luz intermitente da entrada do prédio, ora a ligar, ora a desligar =) Ainda cumprimentamos uma última vez o Sr. J, que entretanto tinha ganho forças para dar o seu passeiozinho da noite!
Acabamos a nossa ronda a dar graças por tudo o que tínhamos dado e recebido naquela noite, e a pedir-Lhe que os guarde sempre na sua graça.
Obrigada a todos por terem tornado tudo isto possível… Ju, Tiago, Ana, Nuno… Muito, muito obrigada pela ronda! E obrigada a todos pelo calor e pelo acolhimento… Fica muito fácil ver Jesus em vós… Foi um sonho muito grande! (só mesmo as chatinhas das pulgas é que incomodaram!)
E pensar que começou tudo por um trabalho para a Faculdade…
Andreia
Fomo-nos juntando... atarefados todos pareciam saber exactamente o que fazer... os kits foram distribuídos à velocidade da luz e às 22.10h a oração (percebi que era um ritual de longa data e hora marcada!), e, com as preces do Nuno, partimos em Teu nome, no dia da Tua Assunção...
Começamos por visitar a S., com a companhia do Sr. Z (que doçura que ele é, não é?). E ambos foram a minha primeira grande missão... Abriu-nos a porta de casa, como só se faz a quem se gosta, e mostrou-nos o que guardava no coração. Andava a sentir-se oprimida, as pessoas na rua traziam-lhe uma grande sensação de desconforto =(, tão grande que preferia passar os dias em casa que dar uns bons passeios pelos jardins =( Esperemos que esta semana tudo melhore, que a conversa com o Sr. Z lhe faça bem e que se sinta motivada a ver gente nova, e a juntar bocadinhos de esperança pelos caminhos... (era tão bonita quando era mais novinha!)
Já sem a companhia do Sr. Z, partimos para a Blockbuster das Antas, na esperança de encontrarmos o Sr. P (de quem já não tínhamos noticias há duas semanas)... e lá estava ele... sentado a ler as suas 1001 revistas, os seus 1001 tesouros encontrados no lixo... Ainda nos foi contando algumas histórias (estava comunicativo o Sr. P hoje!) e pareceu-nos mais optimista que o costume! Falou-nos de Lisboa e de Rollex's (a propósito, se alguém tiver alguma revista de relógios... era uma óptima surpresa para o Sr. P, depois das uvas...)
Sentia-me invadida por uma energia nova... aquela era uma realidade tão real e tão desconhecida a meus olhos... Sentia uma vontade descontrolada de mudar o mundo... daquelas vontades que só surgem mesmo por um Amor Maior...
Já no prédio abandonado da Fernão de Magalhães, fomos recebidos por muita gente! Tivemos a oportunidade de conhecer o Sr. Q, parecia meio perdido, não falou muito, mas agradeceu a ajuda com simpatia… Depois veio o Sr. Z, estava apressado e pareceu-me com muita fome… não conversou muito… assustaram-me aquelas marcas pelo corpo! A cadelinha dele anda a deixá-lo em muito mau estado =.( A D. D ainda passou um bocadinho connosco, agradeceu a nossa visita, sempre muito amável! E ficamos um bom pedaço a conversar com o Sr. J e o Sr. ZM =)) (e foi desta que conseguimos umas calças que lhe servissem! Obrigada Ju!) O Sr. J. continua triste, sente muito a falta da D.A… pareceu-me mesmo ter-lhe visto algumas lágrimas nos olhos =.( Enquanto isso o Sr. ZM contava-nos a vontade que tem sentido em deixar o prédio nos últimos tempos… Ontem tinha passado mesmo o dia sem consumir, mas depois… “A carne é tão fraca!” Prometeu-nos que iria ao CAT a próxima semana, e avisou-nos para termos como um bom sinal se ele já lá não estivesse no próximo domingo… Assim seja Sr. ZM! Tocou-me muito a sensatez dele… Tem uma noção perfeita da sua situação, sente que deixa a família muito triste por não se decidir a mudar de vida, e sente-se já masoquista… “Mas é tão difícil… é quase como um amor proibido… alguém que se quer muito, mas que não se pode ter!” Que Deus lhe dê forças sempre que faltarem!
Daí partimos para a Areosa, estivemos com o Sr. M, que não estava tão mal disposto como no último domingo, mas que, mesmo assim ainda não fez tréguas com a Ju (acho mesmo que ele tem ciumezito!); o Sr. R apareceu só durante um bocadinho e o Sr. J estava a descansar… acordamo-lo para tomar o café com leite (ainda quentinho) e ainda conversamos um bocadinho… Sempre tão asseadinho o Sr. J! Horas depois ia levantar-se, tomar o seu banhinho e ia trabalhar, como em tantos outros dias…
A D. I foi a nossa última visita, pensou que já teríamos passado e já estava a descansar! Lá a vimos, a dormir no seu cantinho apertado, e demos conta de um escaldão que tinha no nariz e nas bochechinhas… anda a apanhar muito sol! Fomos conversando, com a luz intermitente da entrada do prédio, ora a ligar, ora a desligar =) Ainda cumprimentamos uma última vez o Sr. J, que entretanto tinha ganho forças para dar o seu passeiozinho da noite!
Acabamos a nossa ronda a dar graças por tudo o que tínhamos dado e recebido naquela noite, e a pedir-Lhe que os guarde sempre na sua graça.
Obrigada a todos por terem tornado tudo isto possível… Ju, Tiago, Ana, Nuno… Muito, muito obrigada pela ronda! E obrigada a todos pelo calor e pelo acolhimento… Fica muito fácil ver Jesus em vós… Foi um sonho muito grande! (só mesmo as chatinhas das pulgas é que incomodaram!)
E pensar que começou tudo por um trabalho para a Faculdade…
Andreia
quinta-feira, maio 25, 2006
Crónica da ronda 21.05.2006 (Batalha)
Partimos, depois da oração, para mais uma ronda, eu, o João, a Mónica e a Mª Antónia.
Fomos em direcção a Sta. Catarina, ao encontro do Sr. D. Chamámo-lo, algumas vezes, para o acordar. Voltamos a sugerir-lhe que seria bom para ele sair da rua e arranjar um quarto. Ao que, embora reticente e desconfiado, acabou por concordar. Assim, combinamos, o João e a Mónica, ir com ele à Segurança Social, na terça seguinte, para tentar resolver a situação. Demos-lhe o saco e uma camisola e um par de meias, pois estava frio e ele, de vez em quando, tossia. Quando partíamos, fomos abordados por um grupo de voluntários da Cruz Vermelha que tinha começado a fazer rondas à pouco tempo, com o objectivo, principalmente, de prestar primeiros socorros. O João trocou contactos.
Seguidamente, fomos visitar, na Trindade, Sr. F. Dormia profundamente. Decidimos deixar o saco e não acordá-lo. Aí cruzamo-nos com a ronda do Bonfim, com o Sr. P. e o Sr. R.
A próxima paragem foi na rua José Falcão, na entrada de um prédio, onde moram o Sr. P. e o Sr. E. O Sr. P estava a dormir e não deu pela nossa presença. O Sr. E., mal abriu os olhos, cumprimentou-nos muito bem disposto e satisfeito por nos ver. Lá nos pusemos à conversa, entre filosofias e brincadeiras: Falou-nos da sua experiência de vida na rua, à quase um ano; Recordou-se da sua irmã que vive em Lisboa e com quem vai morar depois de deixar a rua; Disse-nos que lia, todos os dias o Destak e o Metro e adorava ler a banda desenhada do Tio Patinhas. Achou o João muito calado e perguntou “pela outra menina” - Manela. Embora nos tenha pedido para ficar mais tempo, despedimo-nos.
Entretanto, veio ao nosso encontro, um Sr. Velhinho (o Sr. J.) com um problema de gaguez. Disse-nos que era sem abrigo, tinha vindo de Lisboa à duas semanas e ia dormir ali ao lado. Demos-lhe um saco e combinamos encontro no próximo domingo. O Sr. E. começou a ficar nervoso por ver nova vizinhança e comentou connosco que lhe ia roubar a carteira e expulsá-lo dali. Partimos na esperança que não passasse de uma ameaça. O Sr. J. ainda correu até ao nosso carro pedindo mais informações. Demos-lhe um panfleto Fas, foi embora agradecendo.
Terminamos, em N. S. Fátima, com a oração final, uma ronda intensa e com a alegria da decisão do Sr. D.
São
Infelizmente, o Sr. D. não apareceu, faltou ao combinado com o João e a Mónica. Ainda tentaram procurá-lo nas Doze Casas mas em vão…
Fomos em direcção a Sta. Catarina, ao encontro do Sr. D. Chamámo-lo, algumas vezes, para o acordar. Voltamos a sugerir-lhe que seria bom para ele sair da rua e arranjar um quarto. Ao que, embora reticente e desconfiado, acabou por concordar. Assim, combinamos, o João e a Mónica, ir com ele à Segurança Social, na terça seguinte, para tentar resolver a situação. Demos-lhe o saco e uma camisola e um par de meias, pois estava frio e ele, de vez em quando, tossia. Quando partíamos, fomos abordados por um grupo de voluntários da Cruz Vermelha que tinha começado a fazer rondas à pouco tempo, com o objectivo, principalmente, de prestar primeiros socorros. O João trocou contactos.
Seguidamente, fomos visitar, na Trindade, Sr. F. Dormia profundamente. Decidimos deixar o saco e não acordá-lo. Aí cruzamo-nos com a ronda do Bonfim, com o Sr. P. e o Sr. R.
A próxima paragem foi na rua José Falcão, na entrada de um prédio, onde moram o Sr. P. e o Sr. E. O Sr. P estava a dormir e não deu pela nossa presença. O Sr. E., mal abriu os olhos, cumprimentou-nos muito bem disposto e satisfeito por nos ver. Lá nos pusemos à conversa, entre filosofias e brincadeiras: Falou-nos da sua experiência de vida na rua, à quase um ano; Recordou-se da sua irmã que vive em Lisboa e com quem vai morar depois de deixar a rua; Disse-nos que lia, todos os dias o Destak e o Metro e adorava ler a banda desenhada do Tio Patinhas. Achou o João muito calado e perguntou “pela outra menina” - Manela. Embora nos tenha pedido para ficar mais tempo, despedimo-nos.
Entretanto, veio ao nosso encontro, um Sr. Velhinho (o Sr. J.) com um problema de gaguez. Disse-nos que era sem abrigo, tinha vindo de Lisboa à duas semanas e ia dormir ali ao lado. Demos-lhe um saco e combinamos encontro no próximo domingo. O Sr. E. começou a ficar nervoso por ver nova vizinhança e comentou connosco que lhe ia roubar a carteira e expulsá-lo dali. Partimos na esperança que não passasse de uma ameaça. O Sr. J. ainda correu até ao nosso carro pedindo mais informações. Demos-lhe um panfleto Fas, foi embora agradecendo.
Terminamos, em N. S. Fátima, com a oração final, uma ronda intensa e com a alegria da decisão do Sr. D.
São
Infelizmente, o Sr. D. não apareceu, faltou ao combinado com o João e a Mónica. Ainda tentaram procurá-lo nas Doze Casas mas em vão…
quarta-feira, maio 24, 2006
Crónica da ronda 21.05.2006 (Boavista)
A noite começou bastante animada e entusiasmada, não só por irmos os cinco da ronda, mas também por causa da mudança de visual do Sr B.
Assim depois da oração lá partimos na primeira paragem no Sr M.. Infelizment continua desaparecido, ninguém sabe de nada, na pensão já contactaram a polícia e o hospital mas também não conseguiram saber de mais nada. A última informação que tivemos é que o Sr M. tinha ido para Fátima para o 13 de Maio, mas já passou muito tempo e os medicamentos continuam intactos no quarto. Esperamos que onde quer que ele esteja, que esteja bem e que dê informações o mais rápidamente possível.
Lá partimos ao encontro do Sr J.J. munidos de mais um presente, oferecido generosamente pelo João Bateira e com umas palavaras especiais para ele.
Estava abatido e em baixo, tinha comido algo estragado durante a semana, estava ainda a recuperar mas isso não o impediu de uma amena cavaqueira como é costume. Falou-nos do caso de uns amigos que foram postos fora do Porto Feliz e que andam na rua. Indicamos-lhe alguns sitios onde eles poderiam ir e combinamos que no próximo fim-de-semana levaríamos sacos também para os amigos e roupa.
Terminámos a conversa com a entrega do presente que nos agradeceu e disse animadamente que se ia inspirar para umas quadras, aguardamos!
Saimos ansiosos com a próxima paragem, o Sr B.! Chegados lá, admirados, só o reconhecíamos pelos olhos, estava com todo um novo visual, irreconhecível!!! Parecia uma “criança” a quem tinhamos dado um chocolate, feliz com o corte de cabelo, não parava de passar a mão pelo cabelo e sentir a mudança. Mas infelizmente, recomeçou a sujar o novo sitio que com tanto custo lhe conseguimos arranjar, tentamos mais uma vez explicar-lhe que tinha de fazer um esforço por manter o sitio limpo. Excitadíssimo mostrou-nos o relógio que o Rui e a Joana lhe deram e contou-nos a experiência do barbeiro e de andar de autocarro!!
De almas cheias e confortados partimos para a paragem com o M. Chegados lá disse-nos surpreendentemente que se queria tratar, tinha recebido uma visita da família e talvez por isso tenha tomada esta decisão. Dissemos-lhe que iriamos tentar ajudá-lo e que durante a semana passariamos por lá a dar-lhe notícias.
Despedimo-nos e partimos para a nossa última paragem no Bom Sucesso. Quando lá chegamos andamos à procura no meio dos arbustos das coisas do J.P. para podermos por-lhe umas coisas que ele nos tinha pedido, mas foi uma procura inglória.
Encontramos uma nova cara o Z. que não nos sabia dizer onde andava o J.P., mas quando estavamos a vir embora vimos uma pessoa a tremelicar debaixo duns cobertores, era o J.P.
Infelizmente ainda não ganhou coragem para ir para o Porto Feliz, lá lhe entregamos as coisas e viemos embora desaminados pela pouca vontade em conversar connosco.
À vinda embora, encontramos o Sr A., encharcado da chuva, demos-lhe um café quente, e deixamos a conversa para outro domingo não fosse o Sr A. ficar doente por estar ao frio e todo molhado na conversa.
Animados com a noite regressamos ao CREU onde agradecemos pela noite e pedimos pelo Sr M, para nos dar noticias rapidamente e estar bem, pelo M, para ter força para combater o seu vicio e agradecer pelo banho e visual do Sr B.
Até domingo.
Benedita Salinas
(O M. foi hoje ao CAT de Matosinhos, já tomou hoje a metadona e começa hoje o seu tratamento, está animado, com força e com o apoio da família, esperemos que seja desta e agradecemos a ajuda da Drª Maria José.)
Assim depois da oração lá partimos na primeira paragem no Sr M.. Infelizment continua desaparecido, ninguém sabe de nada, na pensão já contactaram a polícia e o hospital mas também não conseguiram saber de mais nada. A última informação que tivemos é que o Sr M. tinha ido para Fátima para o 13 de Maio, mas já passou muito tempo e os medicamentos continuam intactos no quarto. Esperamos que onde quer que ele esteja, que esteja bem e que dê informações o mais rápidamente possível.
Lá partimos ao encontro do Sr J.J. munidos de mais um presente, oferecido generosamente pelo João Bateira e com umas palavaras especiais para ele.
Estava abatido e em baixo, tinha comido algo estragado durante a semana, estava ainda a recuperar mas isso não o impediu de uma amena cavaqueira como é costume. Falou-nos do caso de uns amigos que foram postos fora do Porto Feliz e que andam na rua. Indicamos-lhe alguns sitios onde eles poderiam ir e combinamos que no próximo fim-de-semana levaríamos sacos também para os amigos e roupa.
Terminámos a conversa com a entrega do presente que nos agradeceu e disse animadamente que se ia inspirar para umas quadras, aguardamos!
Saimos ansiosos com a próxima paragem, o Sr B.! Chegados lá, admirados, só o reconhecíamos pelos olhos, estava com todo um novo visual, irreconhecível!!! Parecia uma “criança” a quem tinhamos dado um chocolate, feliz com o corte de cabelo, não parava de passar a mão pelo cabelo e sentir a mudança. Mas infelizmente, recomeçou a sujar o novo sitio que com tanto custo lhe conseguimos arranjar, tentamos mais uma vez explicar-lhe que tinha de fazer um esforço por manter o sitio limpo. Excitadíssimo mostrou-nos o relógio que o Rui e a Joana lhe deram e contou-nos a experiência do barbeiro e de andar de autocarro!!
De almas cheias e confortados partimos para a paragem com o M. Chegados lá disse-nos surpreendentemente que se queria tratar, tinha recebido uma visita da família e talvez por isso tenha tomada esta decisão. Dissemos-lhe que iriamos tentar ajudá-lo e que durante a semana passariamos por lá a dar-lhe notícias.
Despedimo-nos e partimos para a nossa última paragem no Bom Sucesso. Quando lá chegamos andamos à procura no meio dos arbustos das coisas do J.P. para podermos por-lhe umas coisas que ele nos tinha pedido, mas foi uma procura inglória.
Encontramos uma nova cara o Z. que não nos sabia dizer onde andava o J.P., mas quando estavamos a vir embora vimos uma pessoa a tremelicar debaixo duns cobertores, era o J.P.
Infelizmente ainda não ganhou coragem para ir para o Porto Feliz, lá lhe entregamos as coisas e viemos embora desaminados pela pouca vontade em conversar connosco.
À vinda embora, encontramos o Sr A., encharcado da chuva, demos-lhe um café quente, e deixamos a conversa para outro domingo não fosse o Sr A. ficar doente por estar ao frio e todo molhado na conversa.
Animados com a noite regressamos ao CREU onde agradecemos pela noite e pedimos pelo Sr M, para nos dar noticias rapidamente e estar bem, pelo M, para ter força para combater o seu vicio e agradecer pelo banho e visual do Sr B.
Até domingo.
Benedita Salinas
(O M. foi hoje ao CAT de Matosinhos, já tomou hoje a metadona e começa hoje o seu tratamento, está animado, com força e com o apoio da família, esperemos que seja desta e agradecemos a ajuda da Drª Maria José.)
Tarde Fas (próximo Sábado) 27 Maio 16:00h CREU
Olá a todos,
após uma enorme pesquisa de locais, o encontro vai ser na residência do CREU, na sala Arrupe, às 16:00 horas, no próximo sábado (27 de Maio).
(O CREU estará ocupado até às 18h). Depois das 18h poderemos ir para lá e depois lá também fazer a nossa jantarada. Desde já informo que vai haver sangria (eu e o joão já combinamos). Pensou-se que o melhor era as pessoas trazerem comida para partilhar ao jantar, tipo quiches, tortas, saladas e outros que se lembrem (quem tem especialidades?), de forma a termos comida mesmo de jantar e não de lanche partilhado. Se a comida não for suficiente vamos ao Romaria buscar frangos.
De forma a que o nosso encontro de sábado possa ser mais frutuoso enviei por mail umas ideias para pensarmos e depois debatermos no sábado. Estes foram apenas alguns pensamentos que eu tive aos quais se deverão acrescentar todos os que vocês tiverem, se possível por mail antes da reunião.
Antes de olharem para as ideias a debater, peço-vos que pensem o que para vocês, neste ano e na acção do FAS, foi o mais positivo, o mais negativo, áreas de melhoria, o mais aliciante, as maiores dificuldades, o que podia ser diferente e ser construtivo. Tudo é sujeito a melhoria e pode ser discutido.
Um abraço a todos
Jorge
após uma enorme pesquisa de locais, o encontro vai ser na residência do CREU, na sala Arrupe, às 16:00 horas, no próximo sábado (27 de Maio).
(O CREU estará ocupado até às 18h). Depois das 18h poderemos ir para lá e depois lá também fazer a nossa jantarada. Desde já informo que vai haver sangria (eu e o joão já combinamos). Pensou-se que o melhor era as pessoas trazerem comida para partilhar ao jantar, tipo quiches, tortas, saladas e outros que se lembrem (quem tem especialidades?), de forma a termos comida mesmo de jantar e não de lanche partilhado. Se a comida não for suficiente vamos ao Romaria buscar frangos.
De forma a que o nosso encontro de sábado possa ser mais frutuoso enviei por mail umas ideias para pensarmos e depois debatermos no sábado. Estes foram apenas alguns pensamentos que eu tive aos quais se deverão acrescentar todos os que vocês tiverem, se possível por mail antes da reunião.
Antes de olharem para as ideias a debater, peço-vos que pensem o que para vocês, neste ano e na acção do FAS, foi o mais positivo, o mais negativo, áreas de melhoria, o mais aliciante, as maiores dificuldades, o que podia ser diferente e ser construtivo. Tudo é sujeito a melhoria e pode ser discutido.
Um abraço a todos
Jorge
terça-feira, maio 23, 2006
Crónica da ronda de 21.5.2006 (Areosa)
Com a oração da Mafalda no coração, partimos para a nossa super ronda!!...Levamos o Sr. Z connosco, como é habitual e fomos com ele fazer uma visitinha à S. Foi a primeira vez que lá fui e fiquei particularmente feliz. Senti que estivemos mais próximos de alguém, de uma outra forma, na casa dela, com as coisas dela…sentados a conversar e em paz, apesar de cair chuva lá fora. Contou-nos imensas coisas de um passado pouco feliz que lhe deixou marcas no coração, na alma e no corpo…mostrou-nos os poucos euros que nunca gastava e que mantinha debaixo de um colchão, para pagar a despesa da renda. O resto era para os medicamentos (que são imeeensos!!) e para comer. Sente fominha, muitas vezes. Prometemos-lhe uma sopinha, todos os domingos, a partir de agora. O Sr.Z ouvia, atento, com o sorriso de amigo presente e as palavras que querem esquecer o que já foi: “ò S…n penses mais nisso, já passou…agora temos muitos amigos”. Um verdadeiro amigo para o resto da vida. O Sr. Z nunca deixa de agradecer a ajuda que lhe damos, a nossa presença e o nosso trabalho. A chuva ajudou-nos a convencê-lo a ir connosco no carro. Deixamo-lo em casa e partimos para as Antas. Na blockbuster não estava ninguém (pela segunda vez!). Será que o Sr. P foi tentar a sua sorte em Lisboa outra vez? Rumo ao prédio, encontramos quatro amigos=)…o Sr.J, cada vez mais triste e menos conversador (a D. A faz-lhe falta =_)), o Sr ZM, que mais uma vez n levou calças, o Sr. Z, sempre atarefado (ressaca?), pouco educado e c o pulso ligado (a D. disse que ele tinha andado a fazer asneiras) e a D, que é sempre uma doçura de pessoa…falou-me da Teresa. Fiquei tão triste: continua em Viseu, mas agora consome mais do que antes. “O aspecto dela é bem pior do que aquele que tinha quando saiu daqui”. Fizemos o que podíamos…=( fiz??.
Partimos para a rotunda. T não apareceu. O F e o Sr? Pediram saquito mas desapareceram tão rápido que a conversa tornou-se impossível…O Sr. M estava fulo comigo, para n dizer pior…Eu já estava a espera daquela situação, e apesar de saber que o álcool é em parte culpado, custa sempre ouvir algumas coisas que n merecemos. Enfim…para a semana espero que corra melhor. O Sr J, tadito, já dormia…não quisemos incomodá_lo muito, por isso só lhe demos um cafezinho, deixamos o saquinho e corremos para a I. Com medo que nos tivéssemos perdido, foi ela que veio ter connosco à rotunda=)…falou-nos do patrão, que agora não a quer mesmo por ali, deixou-nos um raminho de flores (tão querida não é?) e a nossa ronda terminou como sempre: “Não é que eu vos esteja a mandar embora…”…heheh…vou ter saudades desta frase, no dia em que a D.I já n esteja na rua…podemos sonhar ainda?
Uma semana muito feliz para todos e ate sábado!!! Mil beijinhos***Ju
Partimos para a rotunda. T não apareceu. O F e o Sr? Pediram saquito mas desapareceram tão rápido que a conversa tornou-se impossível…O Sr. M estava fulo comigo, para n dizer pior…Eu já estava a espera daquela situação, e apesar de saber que o álcool é em parte culpado, custa sempre ouvir algumas coisas que n merecemos. Enfim…para a semana espero que corra melhor. O Sr J, tadito, já dormia…não quisemos incomodá_lo muito, por isso só lhe demos um cafezinho, deixamos o saquinho e corremos para a I. Com medo que nos tivéssemos perdido, foi ela que veio ter connosco à rotunda=)…falou-nos do patrão, que agora não a quer mesmo por ali, deixou-nos um raminho de flores (tão querida não é?) e a nossa ronda terminou como sempre: “Não é que eu vos esteja a mandar embora…”…heheh…vou ter saudades desta frase, no dia em que a D.I já n esteja na rua…podemos sonhar ainda?
Uma semana muito feliz para todos e ate sábado!!! Mil beijinhos***Ju
segunda-feira, maio 22, 2006
Crónica da ronda de 21.5.2006 (Bonfim)
Com a intenção de ficar a conhecer todas as sub-rondas do nosso trabalho junto dos sem-abrigo do Porto no Domingo à noite, decidi acompanhar a equipa do Bonfim, apelidada na última reunião geral de "A Ronda", dado o empenho dos seus membros e a eficácia em termos de organização e horários: Na realidade é a ronda que se prepara mais depressa, parte imediatamente após a oração inicial e termina o percurso mais cedo.
Ontem, começámos a juntar-nos às 21:40h. A oração foi pouco depois das 10:10h e partimos a seguir. O primeiro destino da noite foi a igreja do Bonfim e o sr. A, que dorme no jardim em frente. Não queria acreditar quando, ao nos aproximarmos, avisto um guarda-sol colorido, aos gomos, iluminado pela luz amarela dos candeeiros da rua. Lá estava o sr. A., "aquele que nunca precisa de nada", ensanduichado em plásticos e tapetes, rodeado de poças de água da chuva e o tal guarda-sol a proteger-lhe a cabeceira da cama improvisada.
Seguimos para a Baixa. Na Rua de Camões avistámos o sr. R. e o sr. P. Já os conhecia de outras rondas em paragens diferentes. O sr. P. estava mais desanimado e continua sem se conseguir libertar do vício. O sr. R., sempre pacato, ouvia. Veio ter connosco um casal que descia a rua: O sr. A. e a D. M. Gerou-se um desentendimento inicial, por uma certa desconfiança da D. M: Não nos quis dizer o seu nome e o companheiro ficou muito perturbado. Acabaram por nos explicar que ocuparam uma casa onde têm condições mínimas de higiene e conforto, mas que ficaram sem uma filha de 11 meses cuja guarda lhes foi tirada. A D. M. emocionou-se muito e comoveu-me. Chorou copiosamente... Mesmo sem hipótese de tratar com dignidade um filho, deve ser um sofrimento enorme ver-se privada do contacto com ele, principalmente por ainda ser bebé. A D. M. disse-nos que a criança estava numa instituição em Matosinhos e que não tinha dinheiro para a ir ver... Muito complicado e comovente!
Entretanto intersectou-nos a ronda da Batalha que procuravam pelo sr. F. Ainda trocámos uns galhardetes, claro!
A próxima paragem foi a Praça D. João I e o edifício sede do Banco. Avistámos um casal numa das entradas desactivadas do prédio, que não é costume estar por ali. Dirigimo-nos primeiro à entrada da sucursal com um "apartamento" feito de cartão. Lá estava o sr. J., sózinho. O sr. T. não se encontrava: Até apareceram outras pessoas à procura dele. Entretanto caíu um forte aguaceiro. Depois fomos ter com o referido casal, que terá ficado bastante molhado. O sr. J. A. também é conhecido, mas de outros locais. Estava com uma amiga que protegia. Dormem naquela porta do Banco, sem serviço, há duas noites. Falámos com ele, enquanto ela continuava a dormir e deixámos-lhes um saco para cada um.
"A Ronda" acabou, pacificamente, às 23:40h. Foi um gosto! Ainda deu tempo para procurar pelos da ronda da Areosa, nas suas últimas paragens, mas ainda lá não tinham chegado...
Boa semana para todos e até Sábado no encontro geral.
Beijos e abraços,
Nuno Sacadura
Ontem, começámos a juntar-nos às 21:40h. A oração foi pouco depois das 10:10h e partimos a seguir. O primeiro destino da noite foi a igreja do Bonfim e o sr. A, que dorme no jardim em frente. Não queria acreditar quando, ao nos aproximarmos, avisto um guarda-sol colorido, aos gomos, iluminado pela luz amarela dos candeeiros da rua. Lá estava o sr. A., "aquele que nunca precisa de nada", ensanduichado em plásticos e tapetes, rodeado de poças de água da chuva e o tal guarda-sol a proteger-lhe a cabeceira da cama improvisada.
Seguimos para a Baixa. Na Rua de Camões avistámos o sr. R. e o sr. P. Já os conhecia de outras rondas em paragens diferentes. O sr. P. estava mais desanimado e continua sem se conseguir libertar do vício. O sr. R., sempre pacato, ouvia. Veio ter connosco um casal que descia a rua: O sr. A. e a D. M. Gerou-se um desentendimento inicial, por uma certa desconfiança da D. M: Não nos quis dizer o seu nome e o companheiro ficou muito perturbado. Acabaram por nos explicar que ocuparam uma casa onde têm condições mínimas de higiene e conforto, mas que ficaram sem uma filha de 11 meses cuja guarda lhes foi tirada. A D. M. emocionou-se muito e comoveu-me. Chorou copiosamente... Mesmo sem hipótese de tratar com dignidade um filho, deve ser um sofrimento enorme ver-se privada do contacto com ele, principalmente por ainda ser bebé. A D. M. disse-nos que a criança estava numa instituição em Matosinhos e que não tinha dinheiro para a ir ver... Muito complicado e comovente!
Entretanto intersectou-nos a ronda da Batalha que procuravam pelo sr. F. Ainda trocámos uns galhardetes, claro!
A próxima paragem foi a Praça D. João I e o edifício sede do Banco. Avistámos um casal numa das entradas desactivadas do prédio, que não é costume estar por ali. Dirigimo-nos primeiro à entrada da sucursal com um "apartamento" feito de cartão. Lá estava o sr. J., sózinho. O sr. T. não se encontrava: Até apareceram outras pessoas à procura dele. Entretanto caíu um forte aguaceiro. Depois fomos ter com o referido casal, que terá ficado bastante molhado. O sr. J. A. também é conhecido, mas de outros locais. Estava com uma amiga que protegia. Dormem naquela porta do Banco, sem serviço, há duas noites. Falámos com ele, enquanto ela continuava a dormir e deixámos-lhes um saco para cada um.
"A Ronda" acabou, pacificamente, às 23:40h. Foi um gosto! Ainda deu tempo para procurar pelos da ronda da Areosa, nas suas últimas paragens, mas ainda lá não tinham chegado...
Boa semana para todos e até Sábado no encontro geral.
Beijos e abraços,
Nuno Sacadura
Crónica da ronda 21.05.06 (Sta.Catarina)
Partimos todos contentes cheios de vontade de dar um bocadinho do amor que temos e somos a todos os que iam fazer parte da nossa noite e entrar assim no nosso coração!
A primeira paragem foi a praça da batalha em frente ao teatro s.joao. Como habitual, la esta a a dna.E o sr.F, o sr.Z e passado um bocado o E sem o seu inseparavel amigo(sr.L).
A dna.E mais uma vez mostrou.nos o seu lado triste.... parece que agora que ja esta muito mais avontade conosco e nos trata como familia, já nao se defende com a "carapaça" resmungona que escondia muita coisa por tras mas agora, mostra-nos que esta triste sem vergonha nenhuma! Tem sido dificil ver que em principio a segurança social vai deixar de lhes pagar o quartoe que possivelmente vao ter que vltar para a casa velha, agora ainda mais distruida e a cair aos bocados..... A dna.E ja esta cansada desta vida assim tao incert e da relação com o Sr.F, que ja dura à mais de 20 anos e que é uma continua discussão. Embora haja ali muito amor e muito carinho parece que nao sabem demonstrar afecto um plo outro, para alem de que os vicios do sr.F tambem nao ajudam nada!! Tivemos ali... com eles um bocado a dar alguns miminhos a dna.E, a falar com o Sr.F que tambem se queixa de toda a insegurança e instabilidade.
Entretanto chegou o E.... todo preocupado a perguntar lo seu inseparavel amigo sr.L. O E ja esta desgastado tambem com esta relação com o sr.L que esta a a fazer com que se preocupe mais com o sr.L do que com ele proprio... cada vez se anula mais perante esta situaçãoe vai perdendo a vontade de acabar o curso, etc... chegando mesmo a dizer que muitas vezes lhe apetece "acabar com tudo de uma vez"..... depois de uma longa conversa, parece que o coração dele acalmou um bocado e voltou a ficar cheio de vontade de voltar ao creu esta semana, porque na semana passada gostou muito de ir lanchar ao creu, conhecer o espaço e as pessoas que la estavam! Aos poucos vai ganhando gosto por ele proprio e pla sua vida porque vê que nos acreditamos nele, nas suas capacidads e força de mudar.
O sr.Z tem conseguido beber menos e isso nota-se a olhos vistos o que nos deixou muito contentes porque parece que aos poucos vai conhecendo uma realidade da vida mais "destilada" e transparente. Tambem ele procurou um bocadinho de atençao e dignidade... gosta de estar connosco e ver que nos preocupamos com o que anda a fazer, que ouvimos as suas historias com amor, e que o acolhemos exactamente omo ele é!
Entretanto passamos por sta catarina..... o P ja nao esta la... sopomos que tenha voltado para a alemanha! Estavam algumas pessoas na rua de sta catarina alguns dos habituais Punks e outros que se via que ja tinham ido buscar sacos ao carregal!
Seguimos entao para o aleixo com uma pequena paragem ainda no siloauto para dar um saquinho ao P.F. que esta um bocadomais magro e cheio de dores de costas..... mas que continua com os seus olhos internecedores e a sua calma e delicadeza... contou.nos logo imensa coisa e, numa troca de olhares e sorrisos, abraçamo-lo com o coração e seguimos...
No aleixo a habitual confusao... tudo ao mesmo tempo, mulheres aos berros... todos quase a entrarem para dentro da mala do carro e o sr.M sempre a berrar com todos e a tentar impor ordem da sua maneira completamente desorientada mas com autoridade. Tivemos com o P.... bastante mais desgastado e magro que disse que entrava hoje para o CAT.... ja esta farto desta vida de prisão.... em que so vive em funçao de conseguir dinheiro para ir ao aleixo.... fazendo o trajecto vezes sem fim.... esperamos que consiga mesmo desta vez agarrar esta oportunidade de tratamento... tatanos como filhos dele e esta sempre cheio de vontade de nos abraçar.... Entretanto chegou o fernando com todo o grupo... cheios de sacos, boa disposição e atençao.... tambem traziam aletria detro de caixinhas muito direitinho. Todos no aleixo se deliciaram com aquele presentinho... aquele docinho do ceu que lhes adoça aquela correria desinfriada para um estado de auxencia e de abismo...
Acabamos na rua Nossa Senhora de Fatima (ao mesmo tempo que os outros grupos!!) com uma oração dentro do carro de partilha, de oferta e agradecimento ao Pai... este Pai de Amor que nos diz "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei"..... foi isso que fizemos esta noite e vimos que vale a pena!
um grande sorriso para todos e uma boa semana
A primeira paragem foi a praça da batalha em frente ao teatro s.joao. Como habitual, la esta a a dna.E o sr.F, o sr.Z e passado um bocado o E sem o seu inseparavel amigo(sr.L).
A dna.E mais uma vez mostrou.nos o seu lado triste.... parece que agora que ja esta muito mais avontade conosco e nos trata como familia, já nao se defende com a "carapaça" resmungona que escondia muita coisa por tras mas agora, mostra-nos que esta triste sem vergonha nenhuma! Tem sido dificil ver que em principio a segurança social vai deixar de lhes pagar o quartoe que possivelmente vao ter que vltar para a casa velha, agora ainda mais distruida e a cair aos bocados..... A dna.E ja esta cansada desta vida assim tao incert e da relação com o Sr.F, que ja dura à mais de 20 anos e que é uma continua discussão. Embora haja ali muito amor e muito carinho parece que nao sabem demonstrar afecto um plo outro, para alem de que os vicios do sr.F tambem nao ajudam nada!! Tivemos ali... com eles um bocado a dar alguns miminhos a dna.E, a falar com o Sr.F que tambem se queixa de toda a insegurança e instabilidade.
Entretanto chegou o E.... todo preocupado a perguntar lo seu inseparavel amigo sr.L. O E ja esta desgastado tambem com esta relação com o sr.L que esta a a fazer com que se preocupe mais com o sr.L do que com ele proprio... cada vez se anula mais perante esta situaçãoe vai perdendo a vontade de acabar o curso, etc... chegando mesmo a dizer que muitas vezes lhe apetece "acabar com tudo de uma vez"..... depois de uma longa conversa, parece que o coração dele acalmou um bocado e voltou a ficar cheio de vontade de voltar ao creu esta semana, porque na semana passada gostou muito de ir lanchar ao creu, conhecer o espaço e as pessoas que la estavam! Aos poucos vai ganhando gosto por ele proprio e pla sua vida porque vê que nos acreditamos nele, nas suas capacidads e força de mudar.
O sr.Z tem conseguido beber menos e isso nota-se a olhos vistos o que nos deixou muito contentes porque parece que aos poucos vai conhecendo uma realidade da vida mais "destilada" e transparente. Tambem ele procurou um bocadinho de atençao e dignidade... gosta de estar connosco e ver que nos preocupamos com o que anda a fazer, que ouvimos as suas historias com amor, e que o acolhemos exactamente omo ele é!
Entretanto passamos por sta catarina..... o P ja nao esta la... sopomos que tenha voltado para a alemanha! Estavam algumas pessoas na rua de sta catarina alguns dos habituais Punks e outros que se via que ja tinham ido buscar sacos ao carregal!
Seguimos entao para o aleixo com uma pequena paragem ainda no siloauto para dar um saquinho ao P.F. que esta um bocadomais magro e cheio de dores de costas..... mas que continua com os seus olhos internecedores e a sua calma e delicadeza... contou.nos logo imensa coisa e, numa troca de olhares e sorrisos, abraçamo-lo com o coração e seguimos...
No aleixo a habitual confusao... tudo ao mesmo tempo, mulheres aos berros... todos quase a entrarem para dentro da mala do carro e o sr.M sempre a berrar com todos e a tentar impor ordem da sua maneira completamente desorientada mas com autoridade. Tivemos com o P.... bastante mais desgastado e magro que disse que entrava hoje para o CAT.... ja esta farto desta vida de prisão.... em que so vive em funçao de conseguir dinheiro para ir ao aleixo.... fazendo o trajecto vezes sem fim.... esperamos que consiga mesmo desta vez agarrar esta oportunidade de tratamento... tatanos como filhos dele e esta sempre cheio de vontade de nos abraçar.... Entretanto chegou o fernando com todo o grupo... cheios de sacos, boa disposição e atençao.... tambem traziam aletria detro de caixinhas muito direitinho. Todos no aleixo se deliciaram com aquele presentinho... aquele docinho do ceu que lhes adoça aquela correria desinfriada para um estado de auxencia e de abismo...
Acabamos na rua Nossa Senhora de Fatima (ao mesmo tempo que os outros grupos!!) com uma oração dentro do carro de partilha, de oferta e agradecimento ao Pai... este Pai de Amor que nos diz "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei"..... foi isso que fizemos esta noite e vimos que vale a pena!
um grande sorriso para todos e uma boa semana
Crónica de 7.05.2006 (Sta. Catarina)
Mafalda + Sílvia + Ana + Pedro
2paragens 5sacos + aleixo 15sacos+bolos+água
faltou café
Batalha, D.E e Sr.F desta vez abatidos, nada de discussão, berros ou irritações. Deu para conhecer mais pormenores da sua história e ao mesmo tempo ficar mais sensibilizado com aquela tristeza e desorientação. A Sílvia acompanhou um senhor de quem nada sei. Apareceu tb o E., sozinho porém, e apelámos a que se libertasse emocionalmente do seu amigo para poder governar a sua vida. Uma carga de água precipitou o seguimento.
Rua de Sta. Catarina sem paragens. O P. terá voltado para a Alemanha? Vimos 3 pessoas a dormir na zara mas já com sacos do Fernando; vimos o grupo punk do D.
Cunha, conversamos um bocadinho com o P. Costas curvas, ar mesmo cansado, adoentado. Queixou-se mas sempre naquela doçura enternecedora.
Aleixo, chegámos antes do Fernando, o que significou uma distribuição muito animada àquela malta com ânsia. O Sr.M não sei se ajudou ou perturbou, mas fez questão de mostrar um relacionamento especial connosco e gerir o que havia na mala... Reapareceu o Sr.M com barba curta a revelar feições enfraquecidas mas a anunciar que hj entraria no CAT!
Foi a primeira ronda da Ana com o FAS. Obrigado por te teres juntado, a gente da rua precisa de pessoas com a tua sensibilidade e meiguice.
Tudo acabado ainda fomos dar um beijo à Maria João. Faz parte do núcleo que no ano passado fazia as rondas, quando eramos só meia dúzia. Está a trabalhar em Paris onde também faz rondas. Esquema de binómios (vão só dois a dois e sempre os mesmos); área limitada - p.e. ela faz a Gare du Nord; só conversa, não levam nada de comida ou roupa. Que bom sabermos que, por todo o lado, tanta gente se dá.
2paragens 5sacos + aleixo 15sacos+bolos+água
faltou café
Batalha, D.E e Sr.F desta vez abatidos, nada de discussão, berros ou irritações. Deu para conhecer mais pormenores da sua história e ao mesmo tempo ficar mais sensibilizado com aquela tristeza e desorientação. A Sílvia acompanhou um senhor de quem nada sei. Apareceu tb o E., sozinho porém, e apelámos a que se libertasse emocionalmente do seu amigo para poder governar a sua vida. Uma carga de água precipitou o seguimento.
Rua de Sta. Catarina sem paragens. O P. terá voltado para a Alemanha? Vimos 3 pessoas a dormir na zara mas já com sacos do Fernando; vimos o grupo punk do D.
Cunha, conversamos um bocadinho com o P. Costas curvas, ar mesmo cansado, adoentado. Queixou-se mas sempre naquela doçura enternecedora.
Aleixo, chegámos antes do Fernando, o que significou uma distribuição muito animada àquela malta com ânsia. O Sr.M não sei se ajudou ou perturbou, mas fez questão de mostrar um relacionamento especial connosco e gerir o que havia na mala... Reapareceu o Sr.M com barba curta a revelar feições enfraquecidas mas a anunciar que hj entraria no CAT!
Foi a primeira ronda da Ana com o FAS. Obrigado por te teres juntado, a gente da rua precisa de pessoas com a tua sensibilidade e meiguice.
Tudo acabado ainda fomos dar um beijo à Maria João. Faz parte do núcleo que no ano passado fazia as rondas, quando eramos só meia dúzia. Está a trabalhar em Paris onde também faz rondas. Esquema de binómios (vão só dois a dois e sempre os mesmos); área limitada - p.e. ela faz a Gare du Nord; só conversa, não levam nada de comida ou roupa. Que bom sabermos que, por todo o lado, tanta gente se dá.
Crónica da ronda de 14.5.2006 (Batalha)
Na nossa última ronda houve alguém que veio connosco pela 1ª vez: a Mª Antónia! “Obrigada!” (Nestas últimas semanas, temos tido dificuldade, por vezes, em ter gente suficiente para fazer as diferentes rondas, por isso, foi refrescante
acolher 2 caras novas!!”Bem-vinda, Ana!”).
A 1ª paragem que fizemos foi em frente ao viaduto do J.N. Por lá, encontrámos o L, arrumador de uma célebre casa que abre as suas portas quando o Sol dorme, e que, de uma forma emotiva e enérgica, diz ter sido a sua tábua de salvação em momentos difíceis que viveu!.
O L. dorme numa pensão, por isso, não leva o saco, mas ficou com um miminho: uns doces…Entretanto, lá começou a opinar sobre quem teria o direito de levar os nossos sacos: toxicodependentes, sim! Mas, não, os alcoólicos…
Enquanto o L. mantinha esse ponto de vista com pés de barro, ao lado, estava uma parte da equipa a tentar conversar com o sr X., (que é conhecido de L.)...Estava ali um quadro de difícil contemplação!
O sr X estava efusivo, quando lhe fazíamos uma pergunta directa desatava a rir-se como se lhe desse gozo que não entendêssemos quase nada do que nos respondia…No entanto, percebeu-se que queria saber como se chamava uma pessoa que vivia lá no alto e que era violinista…(E aquela sua mão tão gentil, que tantas vezes se passeia nas nossas em repetidos “Passou bem”, não deixava de estar pousada sobre um pequeno inchaço, camuflado sob o Kispo, numa forma que nos é familiar…Estaria a proteger o seu tesouro ou a esconder o seu segredo? (Só agora reparei que nunca o encontramos a beber ou o tenta fazer à nossa frente!!).
A seguir, dirigimo-nos para o Lusitano: o P. dormia profundamente e, pela 2ª vez, encontrámos o sr E. que revelou um espantoso sentido de humor e lucidez face à situação em que escolheu viver! Ele disse que o seu lugar é a “Pensão estrela” e que não valia a pena viver triste, todavia, aquele olhar transparente e profundamente afectuoso, por breves instantes, teimava em tingir-se de poços cinzentos, sem fundo, daqueles em que se cai a uma velocidade vertiginosa quando um vazio insustentável devora alguém por dentro ou quando a própria sombra o sufoca…
Revelou que o único momento da semana em que conversa, e no qual, tem as ideias ordenadas é o da nossa companhia…
Deixou no ar a ideia de querer voltar para a sua terra (não aguentaria + 1 Inverno na rua!).
Curiosamente não deixou de enfatizar que, para ele, estar na rua é tão normal como mudar de emprego…(Que motivos o levarão a punir-se desta forma?!).
Terminámos esta noite orando com a poesia de Cesariny e ouvindo alguém que Lhe pedia para perceber melhor qual era o seu papel neste trajecto… Orámos com a escuta e, através do silêncio, acolhemos todas essas palavras fazendo-as nossas também…
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
(crónica escrita pela Mónica Claro)
acolher 2 caras novas!!”Bem-vinda, Ana!”).
A 1ª paragem que fizemos foi em frente ao viaduto do J.N. Por lá, encontrámos o L, arrumador de uma célebre casa que abre as suas portas quando o Sol dorme, e que, de uma forma emotiva e enérgica, diz ter sido a sua tábua de salvação em momentos difíceis que viveu!.
O L. dorme numa pensão, por isso, não leva o saco, mas ficou com um miminho: uns doces…Entretanto, lá começou a opinar sobre quem teria o direito de levar os nossos sacos: toxicodependentes, sim! Mas, não, os alcoólicos…
Enquanto o L. mantinha esse ponto de vista com pés de barro, ao lado, estava uma parte da equipa a tentar conversar com o sr X., (que é conhecido de L.)...Estava ali um quadro de difícil contemplação!
O sr X estava efusivo, quando lhe fazíamos uma pergunta directa desatava a rir-se como se lhe desse gozo que não entendêssemos quase nada do que nos respondia…No entanto, percebeu-se que queria saber como se chamava uma pessoa que vivia lá no alto e que era violinista…(E aquela sua mão tão gentil, que tantas vezes se passeia nas nossas em repetidos “Passou bem”, não deixava de estar pousada sobre um pequeno inchaço, camuflado sob o Kispo, numa forma que nos é familiar…Estaria a proteger o seu tesouro ou a esconder o seu segredo? (Só agora reparei que nunca o encontramos a beber ou o tenta fazer à nossa frente!!).
A seguir, dirigimo-nos para o Lusitano: o P. dormia profundamente e, pela 2ª vez, encontrámos o sr E. que revelou um espantoso sentido de humor e lucidez face à situação em que escolheu viver! Ele disse que o seu lugar é a “Pensão estrela” e que não valia a pena viver triste, todavia, aquele olhar transparente e profundamente afectuoso, por breves instantes, teimava em tingir-se de poços cinzentos, sem fundo, daqueles em que se cai a uma velocidade vertiginosa quando um vazio insustentável devora alguém por dentro ou quando a própria sombra o sufoca…
Revelou que o único momento da semana em que conversa, e no qual, tem as ideias ordenadas é o da nossa companhia…
Deixou no ar a ideia de querer voltar para a sua terra (não aguentaria + 1 Inverno na rua!).
Curiosamente não deixou de enfatizar que, para ele, estar na rua é tão normal como mudar de emprego…(Que motivos o levarão a punir-se desta forma?!).
Terminámos esta noite orando com a poesia de Cesariny e ouvindo alguém que Lhe pedia para perceber melhor qual era o seu papel neste trajecto… Orámos com a escuta e, através do silêncio, acolhemos todas essas palavras fazendo-as nossas também…
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
(crónica escrita pela Mónica Claro)
sábado, maio 20, 2006
Substituição do fim de semana FAS por Tarde de Balanço Anual
Olá a todos,
depois de falar com as diversas pessoas da coordenação, como não conseguimos encontrar, nesta altura, uma casa em condições para realizarmos o nosso fim de semana FAS, e como só temos 16 inscritos, decidimos substituir o fim de semana por uma Tarde FAS, no próximo sábado (27 de Maio).
Começaremos às 16:00h, teremos reunião tripartida e depois reunião geral e no final teremos uma mega jantarada. Para já o local de trabalho é o CREU e depois poderemos ir jantar ao Romaria (perto do CREU, é barato).
Assim, nesta tarde, poderemos ter mais pessoas presentes e mais contributos para a análise deste ano e para o planear do próximo.
Se alguém souber de um outro espaço para nos reunirmos e trabalharmos por favor sugira-o.
Um abraço a todos, peço desculpa por esta alteração vir assim em cima da hora, mas pareceu-nos o melhor.
Enviarei durante a semana alguns tópicos para lançar a discussão do próximo sábado.
Jorge
depois de falar com as diversas pessoas da coordenação, como não conseguimos encontrar, nesta altura, uma casa em condições para realizarmos o nosso fim de semana FAS, e como só temos 16 inscritos, decidimos substituir o fim de semana por uma Tarde FAS, no próximo sábado (27 de Maio).
Começaremos às 16:00h, teremos reunião tripartida e depois reunião geral e no final teremos uma mega jantarada. Para já o local de trabalho é o CREU e depois poderemos ir jantar ao Romaria (perto do CREU, é barato).
Assim, nesta tarde, poderemos ter mais pessoas presentes e mais contributos para a análise deste ano e para o planear do próximo.
Se alguém souber de um outro espaço para nos reunirmos e trabalharmos por favor sugira-o.
Um abraço a todos, peço desculpa por esta alteração vir assim em cima da hora, mas pareceu-nos o melhor.
Enviarei durante a semana alguns tópicos para lançar a discussão do próximo sábado.
Jorge
quinta-feira, maio 18, 2006
Aldeia - Partida Domingo (21/05) - 10:30h
Vamos à Aldeia no próximo Domingo, dia 21, e devemos partir às 10:30, no sítio do costume (frente à Igreja NS Fatima). Vão realizar-se as habituais visitas e a acção de sensibilização em Bustelo.
Não se esqueçam do almoço.
Eu não vou poder ir. Bom trabalho, um abraço a todos.Jorge
Não se esqueçam do almoço.
Eu não vou poder ir. Bom trabalho, um abraço a todos.Jorge
quarta-feira, maio 17, 2006
Crónica da ronda de 14.5.2006 (Boavista)
O encontro mais cedo funcionou, e depois de uma corrida para levarmos os novos panfletos (obrigado Inês:) arrancamos o Rui, eu e a Joana.
Fomos ao encontro do Sr. M. Ele já não parece lá à uma semana! Estamos muito preocupados com ele, ninguém sabe por onde andará... Esperemos o melhor...
Fomos ao Sr. JJ que bem disposto nos contou que trabalhou num circo e ainda nos recitou uns poemas de cor!
O Sr. B lá tentou memorizar a nova data de mudança de look, desapareceram-lhe os cobertores que tinha, agora tem apenas uma manta fresca.
O M. foi muito gentil connosco, continua bastante magro, lá trocamos o habitual leite achocolatado por um sumo.
O ZF e C (novo) aceitaram o café com leite que nos foi cedido (obrigado Maria Manuel), e recebemos um grande sorriso do ZF que nos falou do seu genro. Encontramos outra ronda (que ia para os copos:) que nos deu mais um saco que demos ao C.
Terminamos com a nossa partilha a três, não sem antes termos encontrado o Sr. A, que não estando tão animado como habitual nos deu o abraço e o sorriso que tanto gosto. Foi uma noite com preocupações mas também com sorrisos...
Jorge
Fomos ao encontro do Sr. M. Ele já não parece lá à uma semana! Estamos muito preocupados com ele, ninguém sabe por onde andará... Esperemos o melhor...
Fomos ao Sr. JJ que bem disposto nos contou que trabalhou num circo e ainda nos recitou uns poemas de cor!
O Sr. B lá tentou memorizar a nova data de mudança de look, desapareceram-lhe os cobertores que tinha, agora tem apenas uma manta fresca.
O M. foi muito gentil connosco, continua bastante magro, lá trocamos o habitual leite achocolatado por um sumo.
O ZF e C (novo) aceitaram o café com leite que nos foi cedido (obrigado Maria Manuel), e recebemos um grande sorriso do ZF que nos falou do seu genro. Encontramos outra ronda (que ia para os copos:) que nos deu mais um saco que demos ao C.
Terminamos com a nossa partilha a três, não sem antes termos encontrado o Sr. A, que não estando tão animado como habitual nos deu o abraço e o sorriso que tanto gosto. Foi uma noite com preocupações mas também com sorrisos...
Jorge
terça-feira, maio 16, 2006
Crónica da ronda de 14.5.2006 (Areosa)
Tínhamos decidido antecipar o início da Ronda para as 21:30h. Escusado será dizer que as duas novas, Maria Antónia e Ana, foram das primeiras a chegar. Fomo-nos organizando e chegaram as famosas 10:10h! Oração inicial e grito de partida. Parece-me que deu algum resultado, começar mais cedo: Às 22:30h a nossa equipa partia. Era eu, a Maria M. Azevedo, o Tiago, a Teresa Almeida e a Ana (nova). Acompanhou-nos no carro o sr. J., até casa da S. Foi a 2ª vez que lá fomos. Desta, já sabíamos ao que íamos. A Maria preparou um "kit" diferente, rico em legumes. Levou, também, umas caixinhas dispensadoras de medicamentos organizadas por refeições. O sr. J. perguntava pela Maria e pela Benedita Rocha, enquanto a S. falava com as da nossa equipa que são da área da saúde.
Seguimos para a "Blockbuster" das Antas. O sr. P. não estava. O seu agasalho para a noite já se encontrava a marcar presença, mas dele nem sinais. Prédio abandonado da Fernão de Magalhães: Apareceu, unicamente, o novo inquilino, o sr. J. M. O diálogo andou à volta da possibilidade de ir ter com o irmão a França, para trabalhar e se auto-desintoxicar. Espero que ele não perca o entusiasmo. Nós não nos podemos esquecer é de lhe levar um par de calças na próxima ronda...
Na rotunda da Areosa, apareceu o sr. R., "habitué" que depressa debandou: Ia-se encontrar com um senhor que devia estar a passar. (Desta houve saco para ele e para mais alguns, se aparecessem.) Junto do sr. M. juntámo-nos com o sr. T. e o sr. J. Entretanto a conversa entre a Teresa e o sr. M. passou a diálogo e desentenderam-se. Foi pena, porque acabaram por ficar os dois magoados. Foi estranho porque, inicialmente, o sr. M. parecia estar mesmo a engraçar com ela. Assinale-se a referência normal e sem obsessões à Joana Simões: Um progresso. Desta vez impressionou-me o sr. J. e o facto de trabalhar de dia e dormir de noite ao relento, na rua. Não são, de facto, duas situações com consistência.
Dali fomos para a zona do Mercado da Areosa. Pela primeira vez, não vimos a D. Isaura. Estranhíssimo! O vigilante do prédio da rotunda que nos costuma acompanhar à distância, também não sabia dela. Esperemos que seja um bom sinal!
Ainda passámos, novamente, pela "Blockbuster", mas o sr. P. continuava sem estar. Deixámos-lhe um saco no meio dos edredões, combinámos com o Filipe encontrarmo-nos no Aleixo para deixar os sacos que sobraram e fizémos a oração final na Sr.ª de Fátima. Para o Aleixo prontificou-se o Tiago a ir, uma vez que ia passar muito perto.
Boa semana para todos; Beijos e abraços até Domingo às 22:10h,
Nuno Sacadura
Seguimos para a "Blockbuster" das Antas. O sr. P. não estava. O seu agasalho para a noite já se encontrava a marcar presença, mas dele nem sinais. Prédio abandonado da Fernão de Magalhães: Apareceu, unicamente, o novo inquilino, o sr. J. M. O diálogo andou à volta da possibilidade de ir ter com o irmão a França, para trabalhar e se auto-desintoxicar. Espero que ele não perca o entusiasmo. Nós não nos podemos esquecer é de lhe levar um par de calças na próxima ronda...
Na rotunda da Areosa, apareceu o sr. R., "habitué" que depressa debandou: Ia-se encontrar com um senhor que devia estar a passar. (Desta houve saco para ele e para mais alguns, se aparecessem.) Junto do sr. M. juntámo-nos com o sr. T. e o sr. J. Entretanto a conversa entre a Teresa e o sr. M. passou a diálogo e desentenderam-se. Foi pena, porque acabaram por ficar os dois magoados. Foi estranho porque, inicialmente, o sr. M. parecia estar mesmo a engraçar com ela. Assinale-se a referência normal e sem obsessões à Joana Simões: Um progresso. Desta vez impressionou-me o sr. J. e o facto de trabalhar de dia e dormir de noite ao relento, na rua. Não são, de facto, duas situações com consistência.
Dali fomos para a zona do Mercado da Areosa. Pela primeira vez, não vimos a D. Isaura. Estranhíssimo! O vigilante do prédio da rotunda que nos costuma acompanhar à distância, também não sabia dela. Esperemos que seja um bom sinal!
Ainda passámos, novamente, pela "Blockbuster", mas o sr. P. continuava sem estar. Deixámos-lhe um saco no meio dos edredões, combinámos com o Filipe encontrarmo-nos no Aleixo para deixar os sacos que sobraram e fizémos a oração final na Sr.ª de Fátima. Para o Aleixo prontificou-se o Tiago a ir, uma vez que ia passar muito perto.
Boa semana para todos; Beijos e abraços até Domingo às 22:10h,
Nuno Sacadura
quinta-feira, maio 11, 2006
quarta-feira, maio 10, 2006
Crónica da Aldeia (7 de Maio)
7 de Maio, mais uma ida a Candemil.
9h30 - partimos em dois carros.
( Jorge, João, Joana, Mónica, Nuno, Daniel, Pedro, Rui e Diogo)
Em Candemil, desta vez com algum frio mas a mesma serenidade de sempre.
Depois de terem chegado a Tânia, o Jorge e a Beta (a Beta é de Candemil e veio este domingo pela primeira vez), fomos almoçar. Juntou-se o que cada um tinha trazido; desde os salgados aos doces nada faltou e nada sobrou. Foi uma sincronização espantosa, e estava tudo óptimo.
Dividimo-nos: 6 fomos para Bustelo e o resto do grupo ficou em Candemil.
Os Jorges e eu fomos visitar a D.F. e o Sr.A. É sempre tão bom…
Como é que um casal tão simples e com tão pouco, consegue receber-nos tão bem e fazer-nos sentir tão bem naquela salinha, com a lareira em brasas.
Conversa e conversa e … mais um passeio. Os Jorges foram passear com o Sr.A.. Excluindo as sessões de fisioterapia esta é a única altura em que ele anda – e que ele tanto gosta. Por cada dois passos parava e contava mais histórias da sua juventude.
Eu estava a conversa com a D.F. quando chegou uma filha deles, com o marido, as 3 filhas e um sobrinho. Admirei e delicio-me com a maneira como a família, especialmente as netas, tratam os avós.
Naquela salinha, convivia-se mesmo em paz, em alegria e descomplicação.
Foi o que senti enquanto bebia a chávena de café com bolachas.
Já eram horas de irmos embora, e mais uma vez senti: “valeu a pena”.
Passámos ainda pela D.C., onde estava o resto do grupo que foi para Bustelo.
Dois dedos de conversa e depois de bastante insistência por parte do Sr.At para irmos ao café tomar qualquer coisa, acabámos por aceitar, mesmo com pouco tempo.
Depois do café em casa da D.F. não me apetecia, na verdade, tomar mais nada, e assim o disse.
“Peça menina, peça o que quiser. Aqui tem tudo.” Acabei por pedir um rebuçado e senti a alegria que foi para o Sr. At. oferecer-nos as bebidas e o rebuçado.
Voltámos os 6 para Candemil e aí fizemos a habitual oração de partilha.
Depois de 20 minutos de reflexão individual, partilhámos as partes mais importantes das nossas visitas. É bom perceber a maneira diferente e especial como estas visitas tocam a cada um.
Nesta oração, agradeci e agradeço a Deus pela “vozinha” que me faz voltar lá, mesmo nas semanas em que o trabalho parece infinito e mais importante. A voz que, depois de cada Domingo na aldeia, ecoa no meu ouvido e diz: “Ainda bem que vieste”.
Joana S.
9h30 - partimos em dois carros.
( Jorge, João, Joana, Mónica, Nuno, Daniel, Pedro, Rui e Diogo)
Em Candemil, desta vez com algum frio mas a mesma serenidade de sempre.
Depois de terem chegado a Tânia, o Jorge e a Beta (a Beta é de Candemil e veio este domingo pela primeira vez), fomos almoçar. Juntou-se o que cada um tinha trazido; desde os salgados aos doces nada faltou e nada sobrou. Foi uma sincronização espantosa, e estava tudo óptimo.
Dividimo-nos: 6 fomos para Bustelo e o resto do grupo ficou em Candemil.
Os Jorges e eu fomos visitar a D.F. e o Sr.A. É sempre tão bom…
Como é que um casal tão simples e com tão pouco, consegue receber-nos tão bem e fazer-nos sentir tão bem naquela salinha, com a lareira em brasas.
Conversa e conversa e … mais um passeio. Os Jorges foram passear com o Sr.A.. Excluindo as sessões de fisioterapia esta é a única altura em que ele anda – e que ele tanto gosta. Por cada dois passos parava e contava mais histórias da sua juventude.
Eu estava a conversa com a D.F. quando chegou uma filha deles, com o marido, as 3 filhas e um sobrinho. Admirei e delicio-me com a maneira como a família, especialmente as netas, tratam os avós.
Naquela salinha, convivia-se mesmo em paz, em alegria e descomplicação.
Foi o que senti enquanto bebia a chávena de café com bolachas.
Já eram horas de irmos embora, e mais uma vez senti: “valeu a pena”.
Passámos ainda pela D.C., onde estava o resto do grupo que foi para Bustelo.
Dois dedos de conversa e depois de bastante insistência por parte do Sr.At para irmos ao café tomar qualquer coisa, acabámos por aceitar, mesmo com pouco tempo.
Depois do café em casa da D.F. não me apetecia, na verdade, tomar mais nada, e assim o disse.
“Peça menina, peça o que quiser. Aqui tem tudo.” Acabei por pedir um rebuçado e senti a alegria que foi para o Sr. At. oferecer-nos as bebidas e o rebuçado.
Voltámos os 6 para Candemil e aí fizemos a habitual oração de partilha.
Depois de 20 minutos de reflexão individual, partilhámos as partes mais importantes das nossas visitas. É bom perceber a maneira diferente e especial como estas visitas tocam a cada um.
Nesta oração, agradeci e agradeço a Deus pela “vozinha” que me faz voltar lá, mesmo nas semanas em que o trabalho parece infinito e mais importante. A voz que, depois de cada Domingo na aldeia, ecoa no meu ouvido e diz: “Ainda bem que vieste”.
Joana S.
Crónica de 7.05.2006 (Batalha)
Eu, a Mónica e o João, partimos da Nª Sra Fátima rumo à Trindade. Lá encontramos o L que se mantém na mesma situação da semana passada. Queixou-se que o fim-de-semana não estava a ser nada rentável e que por isso se sentia um pouco mais atrapalhado que o normal. Nós já não lhe damos o saquinho mas desta vez abrimos uma excepção pois estava a fazer-lhe falta, mais uma vez mostrou-se muito simpático e sempre a aceitar de bom grado tudo o que possamos dar - nem que seja só a companhia.
Fomos de seguida ao encontro do Sr X que nos deixou um pouco desanimados, pois estava deitado no seu canto - cada vez menos agradável - a escrever numa folha. Aparentava estar mais sóbrio que o normal e, talvez por esse motivo, evitou o diálogo connosco. Mal recebeu o saco, acenou em forma de agradecimento e fez-nos sinal para irmos embora. Lá ficou na sua escrita – de riscos, bolas ou números, sabe-se lá! Ficamos preocupados por nos momentos em que não está sobre o efeito da sua companheira fiel (a bebida) se tornar tão distante e fechado. Falamos ainda da possibilidade de o tentar deslocar um pouco de sitio, mas talvez ainda não seja muito sensato, tendo em conta que é difícil estabelecer comunicação com ele. Vamos tentar trabalhar este ponto de forma a ver se ele nos compreende, e se se mostra receptivo à ideia.
Seguimos para o Sr D. Dormia profundamente e com espanto nosso acordou extremamente calmo e simpático. Quando lhe estendi a mão para o cumprimentar fê-lo com um sorriso ternurento e deu-me um beijo na mão. Ficamos todos admirados pelo sorriso e simpatia com que nos recebeu – pessoalmente também me marcou imenso o seu olhar sereno. Pela segunda vez consecutiva mostrou-se interessado em ir à Segurança Social, vamos tentar durante a semana ir com ele lá, a ver se aproveitamos esta maré de esperança. Enquanto conversávamos ele foi adormecendo, acabamos assim por vir embora mais contentes por vê-lo assim tranquilo e alegre pela nossa visita.
Por último fomos a José Falcão ao encontro do P e do H. Este último não se encontrava lá pois tinha ido visitar a mãe, mas estava um terceiro companheiro desde terça passada, o Sr. E.
O P encontrava-se muito em baixo – física (devido à droga) e psicologicamente (tinha estado durante a semana com a mulher, e tinha ido visitar a mãe que está muito doente. Dois motivos que, por razões diferentes, o abalaram muito). Em nenhum dos casos pudemos ajudar concretamente mas após a longa conversa estava já com um sorriso que o pode ter ajudado a dormir melhor. Na quinta feira desta semana irá ter uma consulta no CAT de Matosinhos - esperamos ter notícias agradáveis para a semana!
O Sr. E tem uma história extremamente surpreendente: tem 53 anos, é divorciado, tem filhos (e já tem netos) e trabalhava num Hospital onde está com Licença Sem Vencimento. Ainda lhe restam 3 anos até a licença caducar. Vive na rua há +/- 1 ano e até terminarem os anos da licença tenciona continuar a viver na rua por opção, e não diz aos filhos onde está para que eles não o venham buscar. Não aparenta sinais de droga nem álcool e tem uma conversa fluente, contudo a história deixou-nos a pensar.. Uma situação estranha, que caso ele se mantenha por lá tentaremos perceber um pouco melhor!
Manuela
Fomos de seguida ao encontro do Sr X que nos deixou um pouco desanimados, pois estava deitado no seu canto - cada vez menos agradável - a escrever numa folha. Aparentava estar mais sóbrio que o normal e, talvez por esse motivo, evitou o diálogo connosco. Mal recebeu o saco, acenou em forma de agradecimento e fez-nos sinal para irmos embora. Lá ficou na sua escrita – de riscos, bolas ou números, sabe-se lá! Ficamos preocupados por nos momentos em que não está sobre o efeito da sua companheira fiel (a bebida) se tornar tão distante e fechado. Falamos ainda da possibilidade de o tentar deslocar um pouco de sitio, mas talvez ainda não seja muito sensato, tendo em conta que é difícil estabelecer comunicação com ele. Vamos tentar trabalhar este ponto de forma a ver se ele nos compreende, e se se mostra receptivo à ideia.
Seguimos para o Sr D. Dormia profundamente e com espanto nosso acordou extremamente calmo e simpático. Quando lhe estendi a mão para o cumprimentar fê-lo com um sorriso ternurento e deu-me um beijo na mão. Ficamos todos admirados pelo sorriso e simpatia com que nos recebeu – pessoalmente também me marcou imenso o seu olhar sereno. Pela segunda vez consecutiva mostrou-se interessado em ir à Segurança Social, vamos tentar durante a semana ir com ele lá, a ver se aproveitamos esta maré de esperança. Enquanto conversávamos ele foi adormecendo, acabamos assim por vir embora mais contentes por vê-lo assim tranquilo e alegre pela nossa visita.
Por último fomos a José Falcão ao encontro do P e do H. Este último não se encontrava lá pois tinha ido visitar a mãe, mas estava um terceiro companheiro desde terça passada, o Sr. E.
O P encontrava-se muito em baixo – física (devido à droga) e psicologicamente (tinha estado durante a semana com a mulher, e tinha ido visitar a mãe que está muito doente. Dois motivos que, por razões diferentes, o abalaram muito). Em nenhum dos casos pudemos ajudar concretamente mas após a longa conversa estava já com um sorriso que o pode ter ajudado a dormir melhor. Na quinta feira desta semana irá ter uma consulta no CAT de Matosinhos - esperamos ter notícias agradáveis para a semana!
O Sr. E tem uma história extremamente surpreendente: tem 53 anos, é divorciado, tem filhos (e já tem netos) e trabalhava num Hospital onde está com Licença Sem Vencimento. Ainda lhe restam 3 anos até a licença caducar. Vive na rua há +/- 1 ano e até terminarem os anos da licença tenciona continuar a viver na rua por opção, e não diz aos filhos onde está para que eles não o venham buscar. Não aparenta sinais de droga nem álcool e tem uma conversa fluente, contudo a história deixou-nos a pensar.. Uma situação estranha, que caso ele se mantenha por lá tentaremos perceber um pouco melhor!
Manuela
segunda-feira, maio 08, 2006
Crónica de 7.05.2006 (Areosa)
Nuno + MariaManuel + Pedro
5paragens 12sacos
Os sacos foram desmultiplicados; ainda assim teríamos precisado no mínimo de mais 2; as duas termos de café chegaram bem.
Pela primeira vez visitámos a S, 'companheira' do sr J. Última casa com 2compartimentos numa ilha. Ela já era conhecida do Passo40 mas agora com calma pode explicar a sua situação. Muito cansaço físico e mental devido à evolução da doença de Alzheimer. Sujeita a dieta, pelo que o nosso saco deve ter legumes e pão simples. Faz tratamento regular no Hospital S.João, que passa por exercitar as capacidades intelectuais. O Sr. José está bem mas em adaptação ao retorno da Apúlia. Há 3semanas foram os dois passar sete dias na Apúlia, sob iniciativa da JuntaFreguesiaParanhos, entre uma centena de idosos. Estava satisfeitíssimo com estas férias. Hotel com pensão completa e muitas actividades recreativas trazidas por grupos de vários pontos do país. Nas refeições gordas bebeu vinho, coisa que tinha deixado de fazer. E agora de volta sente que isso lhe afectou o funcionamento digestivo. Esperam a visita da Maria e da Benedita, que sabem que interromperam só por causa das férias.
Blockbuster ninguém.
No edifício embargado conversei com o sr ZM, cumprimentei o sr J. e recolheram saco mais 4 pessoas. Sr J. muito magro, justifica-se com 'tristezas de saias'... Sr ZM. 45anos e bom aspecto que não revela que consome há 25anos. Não quer ajuda da SSocial porque acha injusto roubar o dinheiro dos contribuintes e teme acomodar-se a esses rendimentos. Portanto o plano é ir trabalhar em Espanha ou França, onde já esteve e sabe que aí não consome..
No Viaduto o sr M. continua imparável. Não deixa de nos apanhar nas suas alternâncias de estado de espírito e vontade. É mesmo difícil perceber quando está sério e quando teatraliza! Ora se zanga muito, ora consegue ser ternurento. Queixou-se sobretudo da ausência da Joaninha nas últimas duas rondas! Sr J. não estava e foi-nos dito que terá apanhado uma sova... Deixámos um saco rápido ao Sr R. que dorme numa casa abandonada em CostaCabral.
Terminámos junto à I. com o T. e um rapaz mudo. O T. está com óptimo aspecto, igual ânimo, a trabalhar nas obras do ISEP com o irmão como patrão. Banho e roupa lavada é a cunhada que trata. Dorme numa casa abandonada que ontem ardeu! O plano é alugar casa pagando uma renda até 20contos; tem uma debaixo d'olho mas se não resultar começará a dormir num quarto de pensão. Quando o conhecemos ele dormia alternadamente no jardim junto à rotunda e em quartos de pensão; sempre teve este sentido de poupar o dinheiro para, mal pudesse, dormir em condições. A I. já sem verruga e com casaco amarelinho pareceu com outro aspecto, disse estar 'por um fio' para deixar de consumir - embora sem grande convicção. O rapaz mudo pede esmola na Galp de Fernão Magalhães mas dorme em casa da família. Mesmo no fim apareceu um rapaz F, novito mas muito sujo e consumindo, que dormia também na casa que ardeu. Desapareceram para ver o que terá restado do fogo.
5paragens 12sacos
Os sacos foram desmultiplicados; ainda assim teríamos precisado no mínimo de mais 2; as duas termos de café chegaram bem.
Pela primeira vez visitámos a S, 'companheira' do sr J. Última casa com 2compartimentos numa ilha. Ela já era conhecida do Passo40 mas agora com calma pode explicar a sua situação. Muito cansaço físico e mental devido à evolução da doença de Alzheimer. Sujeita a dieta, pelo que o nosso saco deve ter legumes e pão simples. Faz tratamento regular no Hospital S.João, que passa por exercitar as capacidades intelectuais. O Sr. José está bem mas em adaptação ao retorno da Apúlia. Há 3semanas foram os dois passar sete dias na Apúlia, sob iniciativa da JuntaFreguesiaParanhos, entre uma centena de idosos. Estava satisfeitíssimo com estas férias. Hotel com pensão completa e muitas actividades recreativas trazidas por grupos de vários pontos do país. Nas refeições gordas bebeu vinho, coisa que tinha deixado de fazer. E agora de volta sente que isso lhe afectou o funcionamento digestivo. Esperam a visita da Maria e da Benedita, que sabem que interromperam só por causa das férias.
Blockbuster ninguém.
No edifício embargado conversei com o sr ZM, cumprimentei o sr J. e recolheram saco mais 4 pessoas. Sr J. muito magro, justifica-se com 'tristezas de saias'... Sr ZM. 45anos e bom aspecto que não revela que consome há 25anos. Não quer ajuda da SSocial porque acha injusto roubar o dinheiro dos contribuintes e teme acomodar-se a esses rendimentos. Portanto o plano é ir trabalhar em Espanha ou França, onde já esteve e sabe que aí não consome..
No Viaduto o sr M. continua imparável. Não deixa de nos apanhar nas suas alternâncias de estado de espírito e vontade. É mesmo difícil perceber quando está sério e quando teatraliza! Ora se zanga muito, ora consegue ser ternurento. Queixou-se sobretudo da ausência da Joaninha nas últimas duas rondas! Sr J. não estava e foi-nos dito que terá apanhado uma sova... Deixámos um saco rápido ao Sr R. que dorme numa casa abandonada em CostaCabral.
Terminámos junto à I. com o T. e um rapaz mudo. O T. está com óptimo aspecto, igual ânimo, a trabalhar nas obras do ISEP com o irmão como patrão. Banho e roupa lavada é a cunhada que trata. Dorme numa casa abandonada que ontem ardeu! O plano é alugar casa pagando uma renda até 20contos; tem uma debaixo d'olho mas se não resultar começará a dormir num quarto de pensão. Quando o conhecemos ele dormia alternadamente no jardim junto à rotunda e em quartos de pensão; sempre teve este sentido de poupar o dinheiro para, mal pudesse, dormir em condições. A I. já sem verruga e com casaco amarelinho pareceu com outro aspecto, disse estar 'por um fio' para deixar de consumir - embora sem grande convicção. O rapaz mudo pede esmola na Galp de Fernão Magalhães mas dorme em casa da família. Mesmo no fim apareceu um rapaz F, novito mas muito sujo e consumindo, que dormia também na casa que ardeu. Desapareceram para ver o que terá restado do fogo.
sexta-feira, maio 05, 2006
Aldeia - Ida este domingo
Olá a todos, escrevo apenas para informar que não vamos começar com novas visitas porque temos já confirmadas 6 ausências, e seguramente iremos menos pessoas do que o habitual.
Um abraço a todos e que amanhã seja um dia muito FIX!
Jorge
Um abraço a todos e que amanhã seja um dia muito FIX!
Jorge
Crónica de 30.04.2006 (St. Catarina)
Acredito que vale sempre a pena investir nas pessoas… e que por vezes, enquanto investimos, somos surpreendidos por um intenso brilho interior de grande valor… Não me considero ninguém para julgar mas sei apreciar, na minha singeleza, o que considero ser essencial, raro, especial… E há sem abrigos assim: que em momentos, no que dizem e fazem, vão além do valor comum…
Nunca deixa de ser uma constante redescoberta ouvi-los dizer o que sentem com um amor tão imenso que comove e que vai além daquilo que sou capaz de ser…
No domingo a nossa ronda foi simples mas cheia destas descobertas. Nós éramos só três: eu, Mafalda e Filipe; os com quem estivemos foram só quatro: a D. E., o Sr. F, o E. e o Sr. L, que fazia 46 anos. Um trio para duas duplas: nós os três para eles os quatro, em conjuntos de dois.
A primeira dupla foi o casal D.E e Sr.F., no cenário da agradável Praça da Batalha: uma noite já quentinha sabendo levemente a verão, entre apitos e buzinadelas de um Porto Campeão, e com as luzes da presença carismática do Cine Batalha, recentemente reavivado, enquadrando esta confortável “sala de estar” ao ar livre…
Momentos intensos de um riso carinhoso difícil de conter quando se está cerca de uma hora a ouvir a D.E (entre outras histórias…) a exasperar com o telemóvel “a luz verde que, passado um bocado, se apaga e tenho sempre que estar a carregar neste botão para acende-la de novo!” - o botão é o de desligar e a “luz verde” nada mais que a luz de ecrã activo! Enquanto resmunga vai retirando o telemóvel de dentro de uma bolsinha fechada com um alfinete-de-ama, por sua vez dentro de um saco plástico de nó bem apertado, bem escondidinho e enfiadinho na mala… as loucas fobias de uma ingenuidade e cuidado rural impossível de não ser, por nós, carinhosamente saboreado! Um boné verde fluorescente com flores laranjas e vermelhas, o cabelo felpudo que sobressai porque já está demasiado grande (a nossa Mafalda disponibilizou-se para colocar os seus melhores serviços de “designer de cabelos” à prova segundo os critérios da exigente D. E!), um frasco de perfume oferecido pelo Filipe que se parte e deixa um cheiro futuro nos bancos fixos da praça - acredito que durante mais uma ou duas semanas lá estará! -, um rapaz que passa e faz perguntas e conta uns trocos, um espaço e tempo nosso pela agradável “conversa de café”… O Sr. F amoroso que, bem disposto, sorria com os desabafos das zangas da mulher com a dona da pensão ou com o malcriadão do andar de cima, mais para o calado mas nem por isso menos atento, coloca uma expressão vitoriosa quando se diz que é muito bom cozinheiro, ou marotamente afirma que “agora é quase rico porque até tem três casas!”. E… o Carlos! Claro, o Carlos! O eterno amor do coração da D.E sempre presente...!
Algum tempo depois de termos chegado E. aparece e aproxima-se de nós. É uma personagem muito curiosa este rapaz… de uma amizade e amor gratuito muito bondoso e descomprometido, nunca à espera…! Sr.L tinha ficado no quarto, o dia era de anos mas o seu humor estava pesado… E. vem avisar que o amigo não virá e desabafa as suas angústias, os seus desânimos, as novidades - “consegui um trabalhinho a distribuir o Destake!”- e a sua tristeza por se sentir algo impotente perante a situação do amigo… Tínhamos um “semi - bolo” de aniversário (“semi” porque a cozedura e consistência deixavam muito a desejar! - note-se que fui eu que o fiz portanto a liberdade para o avaliar pela negativa é total! ) com luzinhas e 1 sumo (sem copos!) para brindar! Entrar no quarto requereu os seus jeitinhos mas com algum tempinho Sr.L lá foi desanuviando, entregando-se na conversa, ficando mais leve, mais alegre, mais satisfeito…! Rimos muito porque é incrivelmente engraçado o contraste entre os dois amigos, as expressões que usam, as realidades diferentes que os estruturam e o intenso laço que os une… Rimos muito porque para beber o sumo tivemos que recorrer a algumas acrobacias, porque o E. saia-se, muito naturalmente, com autênticos sketches à escala de um eventual episódio de “Gato Fedorento” e porque o bolo era uma pastilha difícil de mastigar e de cortar que eles até repetiram! Rimos muito e saboreámos muito porque essa noite foi uma noite literalmente entre amigos! Uma noite daquelas que enchem porque se deixa tudo só fluir entre agradáveis e cómicas conversas de amigos, no café…
Nessa noite o Sr.L, o aniversariante, deve ter dormido muito feliz ou, de certeza, mais aliviado …
O E. mais tranquilo porque amigo estava mais “compensado”, por hora…
D.E mais descansada porque lidar com telemóvel até não é assim tão complicado …
E Sr.F esclarecido quanto à quarta-feira em que se iriam encontrar com Filipe…
Eram já 2 da manhã quando chegámos ao Aleixo, que estava deserto: ronda do Sr. Fernando já tinha passado e carros de polícia judiciária mantinham escondidos quem não se quer deixar ver… Pouco conseguimos distribuir na altura devido a tais factos pelo que demos a ronda por finalizada tendo, no dia seguinte, eu e Tiago ido ao Aleixo distribuir as águas e bolachas Maria e bolos que tinham ficado à espera, na noite anterior…
Havia uma só garrafa de Guaraná! Haviam de ver a alegria daquele a quem calhou….
Bom resto de semana para todos!
Muito sol!
Raquel Henriques
Nunca deixa de ser uma constante redescoberta ouvi-los dizer o que sentem com um amor tão imenso que comove e que vai além daquilo que sou capaz de ser…
No domingo a nossa ronda foi simples mas cheia destas descobertas. Nós éramos só três: eu, Mafalda e Filipe; os com quem estivemos foram só quatro: a D. E., o Sr. F, o E. e o Sr. L, que fazia 46 anos. Um trio para duas duplas: nós os três para eles os quatro, em conjuntos de dois.
A primeira dupla foi o casal D.E e Sr.F., no cenário da agradável Praça da Batalha: uma noite já quentinha sabendo levemente a verão, entre apitos e buzinadelas de um Porto Campeão, e com as luzes da presença carismática do Cine Batalha, recentemente reavivado, enquadrando esta confortável “sala de estar” ao ar livre…
Momentos intensos de um riso carinhoso difícil de conter quando se está cerca de uma hora a ouvir a D.E (entre outras histórias…) a exasperar com o telemóvel “a luz verde que, passado um bocado, se apaga e tenho sempre que estar a carregar neste botão para acende-la de novo!” - o botão é o de desligar e a “luz verde” nada mais que a luz de ecrã activo! Enquanto resmunga vai retirando o telemóvel de dentro de uma bolsinha fechada com um alfinete-de-ama, por sua vez dentro de um saco plástico de nó bem apertado, bem escondidinho e enfiadinho na mala… as loucas fobias de uma ingenuidade e cuidado rural impossível de não ser, por nós, carinhosamente saboreado! Um boné verde fluorescente com flores laranjas e vermelhas, o cabelo felpudo que sobressai porque já está demasiado grande (a nossa Mafalda disponibilizou-se para colocar os seus melhores serviços de “designer de cabelos” à prova segundo os critérios da exigente D. E!), um frasco de perfume oferecido pelo Filipe que se parte e deixa um cheiro futuro nos bancos fixos da praça - acredito que durante mais uma ou duas semanas lá estará! -, um rapaz que passa e faz perguntas e conta uns trocos, um espaço e tempo nosso pela agradável “conversa de café”… O Sr. F amoroso que, bem disposto, sorria com os desabafos das zangas da mulher com a dona da pensão ou com o malcriadão do andar de cima, mais para o calado mas nem por isso menos atento, coloca uma expressão vitoriosa quando se diz que é muito bom cozinheiro, ou marotamente afirma que “agora é quase rico porque até tem três casas!”. E… o Carlos! Claro, o Carlos! O eterno amor do coração da D.E sempre presente...!
Algum tempo depois de termos chegado E. aparece e aproxima-se de nós. É uma personagem muito curiosa este rapaz… de uma amizade e amor gratuito muito bondoso e descomprometido, nunca à espera…! Sr.L tinha ficado no quarto, o dia era de anos mas o seu humor estava pesado… E. vem avisar que o amigo não virá e desabafa as suas angústias, os seus desânimos, as novidades - “consegui um trabalhinho a distribuir o Destake!”- e a sua tristeza por se sentir algo impotente perante a situação do amigo… Tínhamos um “semi - bolo” de aniversário (“semi” porque a cozedura e consistência deixavam muito a desejar! - note-se que fui eu que o fiz portanto a liberdade para o avaliar pela negativa é total! ) com luzinhas e 1 sumo (sem copos!) para brindar! Entrar no quarto requereu os seus jeitinhos mas com algum tempinho Sr.L lá foi desanuviando, entregando-se na conversa, ficando mais leve, mais alegre, mais satisfeito…! Rimos muito porque é incrivelmente engraçado o contraste entre os dois amigos, as expressões que usam, as realidades diferentes que os estruturam e o intenso laço que os une… Rimos muito porque para beber o sumo tivemos que recorrer a algumas acrobacias, porque o E. saia-se, muito naturalmente, com autênticos sketches à escala de um eventual episódio de “Gato Fedorento” e porque o bolo era uma pastilha difícil de mastigar e de cortar que eles até repetiram! Rimos muito e saboreámos muito porque essa noite foi uma noite literalmente entre amigos! Uma noite daquelas que enchem porque se deixa tudo só fluir entre agradáveis e cómicas conversas de amigos, no café…
Nessa noite o Sr.L, o aniversariante, deve ter dormido muito feliz ou, de certeza, mais aliviado …
O E. mais tranquilo porque amigo estava mais “compensado”, por hora…
D.E mais descansada porque lidar com telemóvel até não é assim tão complicado …
E Sr.F esclarecido quanto à quarta-feira em que se iriam encontrar com Filipe…
Eram já 2 da manhã quando chegámos ao Aleixo, que estava deserto: ronda do Sr. Fernando já tinha passado e carros de polícia judiciária mantinham escondidos quem não se quer deixar ver… Pouco conseguimos distribuir na altura devido a tais factos pelo que demos a ronda por finalizada tendo, no dia seguinte, eu e Tiago ido ao Aleixo distribuir as águas e bolachas Maria e bolos que tinham ficado à espera, na noite anterior…
Havia uma só garrafa de Guaraná! Haviam de ver a alegria daquele a quem calhou….
Bom resto de semana para todos!
Muito sol!
Raquel Henriques
quinta-feira, maio 04, 2006
Aldeia - Partida Domingo (7/05) - 9:30h
Vamos à Aldeia no próximo Domingo, dia 7, e devemos partir às 9:30, no sítio do costume (frente à Igreja NS Fatima). Não se esqueçam do almoço. Quem não for, avise pois se podermos, arrancaremos com novas familias.
Já avisei a malta nova local de que vamos e efectuei uma série de contactos telefónicos.
Bom trabalho, um abraço a todos.
Jorge
Já avisei a malta nova local de que vamos e efectuei uma série de contactos telefónicos.
Bom trabalho, um abraço a todos.
Jorge
quarta-feira, maio 03, 2006
Crónica de 30.04.2006 (Batalha + Boavista)
“Poucos mas bons”, os resistentes ao fim-de-semana prolongado deram para os gastos, revezamo-nos bem. Saímos juntos (já perceberam pelo título) as rondas da Batalha e da Boavista.
Primeira paragem no Sr X que, apesar do álcool misturado à esquizofrenia, consegue ter já um discurso que a Mónica ajuda a tornar perceptível ou pelo menos mais fácil de descodificar. Progressos assinaláveis, estamos no bom caminho! Também encontrámos o L que dorme num quarto e continua a arrumar carros por ali – a cocaína não o deixa em paz, psicologicamente muito forte, pelo que diz; avança aos poucos na desintoxicação; promete regresso à antiga vida de técnico superior de contas, mais aprazível, por certo.
Em José Falcão – pelo caminho alguns efusivos adeptos do campeão FCP – encontrámos, como previsto, o P e o H. Por um lado bem dispostos, apesar de ambos benfiquistas, por outro ainda descrentes no apoio social – expectativas de ajuda frustradas, entrevistas adiadas – devemos andar mais atentos para perceber o que falha, se a realidade do funcionamento das instituições, se a versão dos factos.
Em St Catarina tínhamos um Sr D conversador, que é o mesmo que dizer muito carente, e com vontade de uma ida à Segurança Social (!). Estamos a delinear a estratégia, esperamos ter mais sorte que das outras vezes – se entretanto o Sr D não mudar de intenções…
Partimos depois rumo a Damião de Góis ao encontro do Sr. B. Este mostrou-se como sempre muito afável, aceitou de bom grado um café quente e conversou com uma clarividência fora do normal. Antes das despedidas mostrou interessado em tomar um banho, dado o seu já velho interesse em se fazer ao caminho rumo a Espanha “onde se está melhor”, pelo que é necessário encontrar-se asseado. Com um sorriso nos lábios percorremos mais algumas centenas de metros até Faria Guimarães para fazer a última visita da noite, no caso o Sr. JJ. O Sr. JJ encontra-se num período particularmente feliz, diz-nos que espera abandonar a rua em breve, sua “casa” nos últimos dez anos, e arranjar um emprego. Contou que fora visitado pelas assistentes sociais que lhe prometeram desbloquear o rendimento mínimo e arranjar um quarto numa pensão. A “rua” não é pródiga em “happy endings”, mas no fundo todos acreditamos neles.
Rui Mota e João Bateira
Primeira paragem no Sr X que, apesar do álcool misturado à esquizofrenia, consegue ter já um discurso que a Mónica ajuda a tornar perceptível ou pelo menos mais fácil de descodificar. Progressos assinaláveis, estamos no bom caminho! Também encontrámos o L que dorme num quarto e continua a arrumar carros por ali – a cocaína não o deixa em paz, psicologicamente muito forte, pelo que diz; avança aos poucos na desintoxicação; promete regresso à antiga vida de técnico superior de contas, mais aprazível, por certo.
Em José Falcão – pelo caminho alguns efusivos adeptos do campeão FCP – encontrámos, como previsto, o P e o H. Por um lado bem dispostos, apesar de ambos benfiquistas, por outro ainda descrentes no apoio social – expectativas de ajuda frustradas, entrevistas adiadas – devemos andar mais atentos para perceber o que falha, se a realidade do funcionamento das instituições, se a versão dos factos.
Em St Catarina tínhamos um Sr D conversador, que é o mesmo que dizer muito carente, e com vontade de uma ida à Segurança Social (!). Estamos a delinear a estratégia, esperamos ter mais sorte que das outras vezes – se entretanto o Sr D não mudar de intenções…
Partimos depois rumo a Damião de Góis ao encontro do Sr. B. Este mostrou-se como sempre muito afável, aceitou de bom grado um café quente e conversou com uma clarividência fora do normal. Antes das despedidas mostrou interessado em tomar um banho, dado o seu já velho interesse em se fazer ao caminho rumo a Espanha “onde se está melhor”, pelo que é necessário encontrar-se asseado. Com um sorriso nos lábios percorremos mais algumas centenas de metros até Faria Guimarães para fazer a última visita da noite, no caso o Sr. JJ. O Sr. JJ encontra-se num período particularmente feliz, diz-nos que espera abandonar a rua em breve, sua “casa” nos últimos dez anos, e arranjar um emprego. Contou que fora visitado pelas assistentes sociais que lhe prometeram desbloquear o rendimento mínimo e arranjar um quarto numa pensão. A “rua” não é pródiga em “happy endings”, mas no fundo todos acreditamos neles.
Rui Mota e João Bateira
terça-feira, maio 02, 2006
Crónica de 23.4.06 (Boavista)
O grupo começou em N.Sra. de Fátima, um pouco desfalcado, tanto que o Jorge teve que passar para outra ronda.
Como outro grupo já iam visitar o Sr. M., nós partimos logo para Damião de Gois em direcção ao Sr.B. Ali estava ele deitadinho como sempre, no seu sítio novo. Demos-lhe um tapete para pôr debaixo dele para não ter tanto frio e, depois de instalados, lá partimos, com o firme propósito de o levarmos a tomar um banho.
Seguimos para o Sr. J.J. que se encontrava conversador como sempre, e que nos contou mais um pouco da sua vida pessoal. Incentivamo-o a aproximar-se mais da mulher... vamos ver como vai correr!...
De seguida marchámos para o Foco, mas não encontrámos o M.. Vimos vestígios do seu vício no chão, e foi aí que lhe deixámos o saco.
À ida para a Boavista cruzámo-nos com o Z. F., sempre bem amável, que nos contou logo que ia ser avô! Também nos explicou um pouco a sua situação relativamente ao consumo de droga que, ficámos a saber, não era o pior de todos, o que nos esperançou, talvez, um pouco...!
Partimos então rumo ao Convívio, onde voltámos a encontrar-nos com o Sr. J., que continuava com a postura revolta da que tem vindo a ter ao longo dos tempos, o que nos custou a ouvir, mas despedimo-nos dizendo-lhe que podia contar connosco pois passaríamos sempre por ali.
Por fim, cruzámo-nos com o J.P. que nos contou que tinha sido assaltado e que, por isso, nos pediu roupa e sapatos pois andava quase com os pés no chão.
Acabámos a ronda no sítio onde partimos, sem a oração final, por esquecimento de todos...;( Para a próxima faremos e até partilhada!
Um beijo a todos e até domingo,
Ana Barbosa de Carvalho.
Como outro grupo já iam visitar o Sr. M., nós partimos logo para Damião de Gois em direcção ao Sr.B. Ali estava ele deitadinho como sempre, no seu sítio novo. Demos-lhe um tapete para pôr debaixo dele para não ter tanto frio e, depois de instalados, lá partimos, com o firme propósito de o levarmos a tomar um banho.
Seguimos para o Sr. J.J. que se encontrava conversador como sempre, e que nos contou mais um pouco da sua vida pessoal. Incentivamo-o a aproximar-se mais da mulher... vamos ver como vai correr!...
De seguida marchámos para o Foco, mas não encontrámos o M.. Vimos vestígios do seu vício no chão, e foi aí que lhe deixámos o saco.
À ida para a Boavista cruzámo-nos com o Z. F., sempre bem amável, que nos contou logo que ia ser avô! Também nos explicou um pouco a sua situação relativamente ao consumo de droga que, ficámos a saber, não era o pior de todos, o que nos esperançou, talvez, um pouco...!
Partimos então rumo ao Convívio, onde voltámos a encontrar-nos com o Sr. J., que continuava com a postura revolta da que tem vindo a ter ao longo dos tempos, o que nos custou a ouvir, mas despedimo-nos dizendo-lhe que podia contar connosco pois passaríamos sempre por ali.
Por fim, cruzámo-nos com o J.P. que nos contou que tinha sido assaltado e que, por isso, nos pediu roupa e sapatos pois andava quase com os pés no chão.
Acabámos a ronda no sítio onde partimos, sem a oração final, por esquecimento de todos...;( Para a próxima faremos e até partilhada!
Um beijo a todos e até domingo,
Ana Barbosa de Carvalho.
segunda-feira, maio 01, 2006
Crónica de 23.4.06 (Batalha)
A noite estava morna, a Primavera tinha-se esmerado nesse dia…
Quando cheguei ao ponto de partida já quase todas as rondas estavam a partir atarefadas para os seus pontos de chegada…
A Francisca, a Inês, o Jorge M., a Manela, (que mais tarde se nos juntou), e eu formámos um grupo…e lá fomos à busca dos nossos rostos da noite!
A nossa 1ª paragem foi no sr D. (r. de Sta. Catarina). Dormia profundamente: de lado-como uma criança...Apenas o rosto o denunciava: aquela pele de linhas ondulantes como as ondas do mar ou como quem já percorreu muitas ruas concentrando-se ali para alertar: “Vejam as viagens que eu já fiz ainda que nunca fale disso!”
O sr D., como era compreensível, mal conseguiu abrir os olhos para aceitar as meias e o saco que lhe deram!
A nossa 2ª visita foi ao sr X. (Trindade). Encontrámo-lo efusivo e falador (estaria abençoado pelos seus deuses ou demónios?). Recebe-nos sempre com um “Passou bem”. É estranho, (ou não), como do seu mundo ilusório ele consegue sair e construir estes pequenos elos de ligação com o mundo “real”.
Perguntou-nos, repetidamente, por entre um matagal de palavras e frases incompreensíveis, se conhecíamos o Mick Jagger ou visto um homem que costumava usar óculos…
Num determinado momento da visita, travou-se uma conversa paralela entre duas pessoas da equipa. Ele desviou o olhar do meu, levantou o rosto e fixou-o, longamente, no delas, como se dissesse: “Que assunto será assim tão importante?” (Afinal, a coisa mais antiga do mundo é…a curiosidade!!
Houve, ainda, uma altura em que lhe disse: “A minha mãe também é angolana, é da sua terra!” O Sol (emprestado) que tinha na cara desapareceu, de repente, debaixo de um tapete qualquer…Cravou os seus olhos, amendoados, nos meus, num segundo que concentrou uma eternidade, não chorada, de muita tensão…Seria o olhar da saudade?
Talvez a lucidez seja um demónio para o sr X….
A seguir, dirigimo-nos para a zona do Lusitano. Pela 3ª vez, encontrámos o P. que quer sair da droga e espera contar com a ajuda de amigos particulares porque, no seu ponto de vista, algumas instituições do Estado não funcionam… “ Mas não vale a pena se não tiver uma mulher à minha espera!”; e lá nos contou, contente, por ter tanta gente a ouvi-lo que tinha afastado, à paulada, um grupo de rapazes que estava a assaltar e a bater numa jovem , que, numa dessa noites, havia passado aí perto. “Agora, vêm dar-me de comer e isto está quase a dar em casamento!”. O Colega (H.), que estava ao lado, não era o mesmo da semana anterior (contou que o irmão o iniciou nestas lides, era quem o drogava…).
Depois, divertiram-se a ver o que tinham dentro dos sacos e a trocar entre si o aí havia (pareciam crianças traquinas a tentar brincar connosco como sabiam e podiam pelo simples facto de estarmos todos juntos…).
A nossa última paragem foi em Lordelo, juntámo-nos à ronda do Fernando para fazermos em conjunto a oração final. Eu sentia a falta de dar as mãos às pessoas nesse momento (é como se as abraçasse com muita força e elas a mim…). Embaraçada, avisei a pessoa do lado que tinha as minhas mãos besuntadas com leite e café…Ela respondeu com cumplicidade: “As minhas também estão sujas!”
E ali ficámos numa longa roda, de mãos apertadas com muita intensidade, (que delícia), num abraço gigante…Aqui, e acolá, ouvia-se uma voz: “Quem faz a oração?”. Resposta: ouvidos de mercador…Eh eh! Durante alguns minutos: vimos sorrisos rasgados, pessoas com luzes nos olhares a conversarem, a alto e bom som, com a pessoa do lado, havia frescura a pairar no ar…
Descansem…A oração acabou por fazer-se: a Primavera da Vida cantou dentro de nós!
Mónica Claro
Quando cheguei ao ponto de partida já quase todas as rondas estavam a partir atarefadas para os seus pontos de chegada…
A Francisca, a Inês, o Jorge M., a Manela, (que mais tarde se nos juntou), e eu formámos um grupo…e lá fomos à busca dos nossos rostos da noite!
A nossa 1ª paragem foi no sr D. (r. de Sta. Catarina). Dormia profundamente: de lado-como uma criança...Apenas o rosto o denunciava: aquela pele de linhas ondulantes como as ondas do mar ou como quem já percorreu muitas ruas concentrando-se ali para alertar: “Vejam as viagens que eu já fiz ainda que nunca fale disso!”
O sr D., como era compreensível, mal conseguiu abrir os olhos para aceitar as meias e o saco que lhe deram!
A nossa 2ª visita foi ao sr X. (Trindade). Encontrámo-lo efusivo e falador (estaria abençoado pelos seus deuses ou demónios?). Recebe-nos sempre com um “Passou bem”. É estranho, (ou não), como do seu mundo ilusório ele consegue sair e construir estes pequenos elos de ligação com o mundo “real”.
Perguntou-nos, repetidamente, por entre um matagal de palavras e frases incompreensíveis, se conhecíamos o Mick Jagger ou visto um homem que costumava usar óculos…
Num determinado momento da visita, travou-se uma conversa paralela entre duas pessoas da equipa. Ele desviou o olhar do meu, levantou o rosto e fixou-o, longamente, no delas, como se dissesse: “Que assunto será assim tão importante?” (Afinal, a coisa mais antiga do mundo é…a curiosidade!!
Houve, ainda, uma altura em que lhe disse: “A minha mãe também é angolana, é da sua terra!” O Sol (emprestado) que tinha na cara desapareceu, de repente, debaixo de um tapete qualquer…Cravou os seus olhos, amendoados, nos meus, num segundo que concentrou uma eternidade, não chorada, de muita tensão…Seria o olhar da saudade?
Talvez a lucidez seja um demónio para o sr X….
A seguir, dirigimo-nos para a zona do Lusitano. Pela 3ª vez, encontrámos o P. que quer sair da droga e espera contar com a ajuda de amigos particulares porque, no seu ponto de vista, algumas instituições do Estado não funcionam… “ Mas não vale a pena se não tiver uma mulher à minha espera!”; e lá nos contou, contente, por ter tanta gente a ouvi-lo que tinha afastado, à paulada, um grupo de rapazes que estava a assaltar e a bater numa jovem , que, numa dessa noites, havia passado aí perto. “Agora, vêm dar-me de comer e isto está quase a dar em casamento!”. O Colega (H.), que estava ao lado, não era o mesmo da semana anterior (contou que o irmão o iniciou nestas lides, era quem o drogava…).
Depois, divertiram-se a ver o que tinham dentro dos sacos e a trocar entre si o aí havia (pareciam crianças traquinas a tentar brincar connosco como sabiam e podiam pelo simples facto de estarmos todos juntos…).
A nossa última paragem foi em Lordelo, juntámo-nos à ronda do Fernando para fazermos em conjunto a oração final. Eu sentia a falta de dar as mãos às pessoas nesse momento (é como se as abraçasse com muita força e elas a mim…). Embaraçada, avisei a pessoa do lado que tinha as minhas mãos besuntadas com leite e café…Ela respondeu com cumplicidade: “As minhas também estão sujas!”
E ali ficámos numa longa roda, de mãos apertadas com muita intensidade, (que delícia), num abraço gigante…Aqui, e acolá, ouvia-se uma voz: “Quem faz a oração?”. Resposta: ouvidos de mercador…Eh eh! Durante alguns minutos: vimos sorrisos rasgados, pessoas com luzes nos olhares a conversarem, a alto e bom som, com a pessoa do lado, havia frescura a pairar no ar…
Descansem…A oração acabou por fazer-se: a Primavera da Vida cantou dentro de nós!
Mónica Claro
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