A falta de gente obrigou a transferências entre rondas, e assim me achei, com a Mónica, junto da Sílvia e da Teresa, em estreia, na ronda de Stª Catarina.
Primeira paragem no Sr. F, cabisbaixo de caderno no colo sarrabiscava a sua criptografia, descodificando, como de costume, o painel do JN. Não quis conversa. Subimos e encontrámos, debaixo do viaduto de Gonçalo Cristóvão, a nova paragem de que nos tinha falado a Raquel. O Sr. J. estava deitado e fumar, a seu lado uma garrafa de vinho e um maço quase vazio, como que a resumirem os seus dramas. Não quisera integrar um grupo de desintoxicação do álcool porque o não deixavam fumar. Que sem cigarros não sobrevivia, mas que o álcool até conseguia deixar sozinho. Depois de alguns desabafos convencêmo-lo então a deixar o álcool para que a SS lhe desse um quarto. Agradeceu-nos as dicas, pareceu-nos ficar mais motivado.
Seguimos para a Srª E que nos esperava com a sua, pelos vistos habitual, birra. Apareceram entretanto o R e o N (o R é do Algarve, veio para o Porto atrás do irmão - toxicodependente - que lhe prometeu uma vida nova, mas que entretanto fugiu para Espanha e o deixou abandonado; está neste momento a morar com N - um simpático punk - e deve conseguir apoio da SS para voltar ao Algarve, onde tem emprego e casa; se ele voltar a aparecer tentem saber se ainda precisa de ajuda). Apareceu também o Sr. F (?) que está a viver na Praça da República, sozinho e muito pouco convencido de que possa vir a ser ajudado. Insistimos para que voltasse a passar na SS - não percebemos porque ainda não lhe arranjaram um quarto (estaria a esconder-nos algo?).
Descemos ao Sr. P e, numa breve conversa em inglês, enchêmo-nos de inquietação ao tentarmos perceber como é que um piloto de aviões alemão está a dormir há 3 anos na entrada de uma loja em Stª Catarina...
Ainda tivemos tempo para subir a rua e visitar o Sr. D que, pouco paciente, inventava bocejos forçados, uma forma de dizer-nos que era tarde. Aceitou provar o café com leite: gostou. Quis descansar, por isso deixámo-lo - e a ronda chegava ao fim.
1 comentário:
Gostei muito da crónica, não sabia que o P era piloto de aviões. Obrigado pela crónica, conseguiste pôr um noite em poucas palavras...
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