No Domingo a generosidade das contribuições assoberbou-nos: As pastelarias deram-nos imenso pão, fora os bolos habituais...; Os reclusos de St.ª Cruz do Bispo juntaram quilos de doses individuais de doces, que lhes dão ao pequeno almoço, e entregaram-nos para distribuirmos. Foi mesmo comovente!
A oração inicial foi pelo Pedro, baseada nas bonitas e cheias, leituras da eucaristia do dia. Estávamos cinco: Joana Simões, Eu, Maria Manuel, Daniel e o pai do Daniel e da Raquel Henriques. (Este nosso convidado tem uma experiência de acompanhamento de pobres em Faro, com 20 anos. A sua companhia valorizou muito a nossa ronda.) Começámos pela Blockbuster, mas não voltámos a encontrar o sr. P. (Deus queira que seja por sempre ter enveredado pela recuperação no Hospital do Conde de Ferreira.) Seguimos para o prédio da Fernão de Magalhães. Lá apareceu ao fundo da rua o sr. J. a correr. Sempre bem disposto levou um saco para ele, outro para a D. A., a companheira, e outro para o sr. Tn. Este estava na Feira de Espinho, montando as tendas, tendo que para lá voltar, de manhã, já com os feirantes, para trabalhar. Uma vida dura de trabalho que achámos por bem compensar com a entrega de um saco pelo sr. J. (Uma atitude a repensar, se calhar.) Transmiti ao sr. J. que o nosso amigo Carlos estava a desenvolver o trabalho para o qual tem contado com a sua ajuda. O sr. J. estava entusiasmado, pois a D. A. estava na eminência de começar uma formação como cozinheira (actividade de que ela muito gosta), tendo em vista um futuro emprego. O N. apareceu a seguir. Deu-nos notícias da T.: Fez a desintoxicação em casa dos pais em Viseu, com a ajuda de medicação, e está muito bem, junto das filhas. Ficámos contentes!
A paragem seguinte foi no viaduto da Areosa. Desta vez ao chamarmos o sr. M. apareceu-nos outro senhor, o sr. Mn., do meio dos cobertores: "Ó M.! Ó M.! Estão aqui uns senhores a chamar por ti." O sr. Mn. tinha vindo de Espanha onde trabalhou para uns indivíduos de etnia cigana que o maltratavam e conservavam o dinheiro. Fugiu e estava ali a dormir, por aquela noite, com o sr. M. O sr. M. lá acordou e congelou a olhar para a Joana. (Mais à frente repetiu algumas fitas por causa da Joana, nada salutares.) A Maria ficou muito tempo a falar com ele, enquanto, por outro lado o sr. Mn. contava as suas desventuras ao Daniel e ao sr. Henriques. Fomos ver o sr. J. no novo pouso, pois o seu loft continua ocupado pelo P. e ele tem algum nojo de lá voltar. A conversa bateu, como sempre, nas mesmas teclas... Já lá tinha um saco da Coração da Cidade que tinha ido buscar e algumas sobremesas lácteas que lhes distribuem outra instituição, que também faz uma ronda ao Domingo. Entretanto apareceu o habitual sr. R., a quem tínhamos prometido um saco para aquele Domingo. Passou o B., a quem também tínhamos prometido umas calças e uns sapatos mas que, incompetentemente, não fomos capazes de reunir antes, para lhe levar. Ainda apareceu o sr. To. que já nos tinha visto no Domingo anterior. Esteve-nos a guardar o carro, mas não foi capaz de se nos dirigir e nós também não o reconhecemos. Neste Domingo lembrei-me que tinha estado com ele na primeira ronda que fiz em Setembro, no jardim, perto da rotunda, onde ele dormia no Verão. Ele gosta muito do Pedro e fartou-se de perguntar por ele. Agora dorme numa casa abandonada, ali perto, dentro de um roupeiro... Esteve em Espanha a trabalhar e voltou antes do Natal. Preparava-se para lá voltar esta semana. Deve ser o sem-abrigo mais bem vestido e higienizado que nós acompanhamos. Não admira não o termos abordado na vez anterior.
Seguimos para a D. I. que já estava aninhada no seu caixote. Por causa da sua vida e da necessidade de tomar medidas enquanto é tempo, cantámos, em conjunto com o sr. Henriques, músicas alusivas do António Variações. Foi muito giro!
Acabámos na Sr.ª de Fátima com a excelente oração final pelo nosso convidado a quem agradeço a honra da sua presença.
FAS para todos,
Nuno de Sacadura Botte.
1 comentário:
=)...
Enviar um comentário