quarta-feira, março 01, 2006

Crónica da ronda 19.02.2006 (Bonfim)

Estava frio e muita chuva, mas nós estávamos lá, de coração quente (como se diz) e sempre com energia e boa disposição.
Lá fomos nós à Igreja do Bonfim a pensarmos como estaria o Sr.A. Este SA dorme mesmo em frente à Igreja, num local totalmente descampado. A única coisa que o protege da chuva é um plástico… Não muito eficaz!
Já estava a dormir. Mais uma vez não quis conversar connosco, nem aceitou um café quente. Deixamos lá ficar um saco.
De seguida fomos às Finanças, mas mais uma vez não encontramos ninguém. Perguntamos a um Sr. que passeava o seu cãozinho se sabia da existência de algum SA naquela zona. Disse-nos que, efectivamente, existe um SA a dormir numa das portas das Finanças mas que costuma voltar muito tarde… Por volta das 2 das manhã…
Seguimos para a Estação de Campanha. Apenas encontramos um arrumador de carros que não dorme na rua. Aceitou o nosso saco mas rapidamente voltou para o “trabalho”.
Ainda fomos espreitar à praça Vellasquez mas nada!
Seguimos então à procura do P. e do R., já que agora dormem numa casa na Praça da República mas como não nos dizem onde é, o ponto de encontro é perto da Avenida dos Aliados.
O P. e o R. foram ao Corte Inglês preencher um formulário de candidatura a um possível emprego… Vamos ver se conseguem alguma coisa! Estamos a torcer para que sim!!
Enquanto lá estávamos, o Sr. Z. (dorme numa paragem de autocarro) pediu-nos um café e um saco.
Encontramos ainda o Sr. V., romeno que anda à procura de emprego. Com algumas palavras e muitos gestos, lá nos conseguimos entender. Disse que para a semana já não devia passar lá. Era sinal que tinha arranjado emprego.
Rumamos à Praça D. João I na esperança de lá encontrarmos o nosso amigo Sr. M, mas nada, continua fugido. O P. e o R. confirmaram-nos a história da sua apressada fuga. Por onde é que andará o nosso amigo dos puzzles com quem tanto gostávamos de conversar??
Fomos “abastecer” ter com a ronda da Batalha, já que tinham ficado sem sacos. Acabamos por encontrar o L. que iria voltar à Praça D. João I, pois não gostou da atitude da filha da Sra G. (a que o albergou) e ainda o L. (ex-residente da Vivenda Silva, actual residente duma loja perto da Avenida dos Aliados).
Acabamos a ronda no Creu, onde o nosso amigo João nos leu um bonito poema de Sebastião Alba.
Obrigada por estes momentos mágicos!


Raquel Mota

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