quarta-feira, julho 09, 2008

Crónica da Ronda da Areosa - 06.07.2008

Este domingo começou de uma forma mais atribulada do que o costume. Encontramo-nos na casa da D.A, dada a impossibilidade de irmos todos ter ao arranque no creu. Desta vez a Maria Azevedo, que veio de Londres, esteve connosco. Fiquei muito feliz por tê-la connosco na ronda, as saudades eram muitas :-). Infelizmente e como já vem sido normal, a D.A não estava em casa. Deixámos, como combinado, um saquinho na porta e partimos ao encontro do Sr. M. A má disposição inicial que já o caracteriza deu rapidamente lugar a um enorme sorriso, quando lhe mostrámos a sopinha. E assim permaneceu. Gostamos tanto de o ver assim, de sorriso rasgado e brilho nos olhos. Quando isto acontece, é quase inevitável sair de lá com o coração quentinho. O Sr. M também lá estava a dormir ao lado, mas mais calmo desta vez. Ainda se levantou para mandar umas bocas ao irmão do Sr. J que passou a caminho do bairro (...), mas depressa se acalmou. O Sr. J também nos fez uma visita. Continua limpo e sereno, como sempre, poucos diriam que ainda dorme na rua.
A I. não estava, mais uma vez, por isso fomos ao encontro do super casal. Lá estavam eles, com o Sr. A. e o Sr. D. Estes dois falaram com o Pedro, levaram o saco e puseram-se a caminho. A R. e o B. lá estavam como sempre. Falaram connosco, discutiram entre eles e abraçaram-se no final, quase como sempre. Apesar de levarem a vida um pouco a brincar, sinto que escondem uma tristeza imensa, impossível de ser apagada, riscada ou esquecida. Nas discussões que têm, vamos decifrando as histórias que vivem, que viveram. A R. é uma menina triste que se agarra ao que tem. O B. é um rapaz acomodado, com muita vontade de esquecer a responsabilidade da vida.
A tristeza agarra-se ao que tem, e o que tem encosta-se à vida.

Espero que sejamos sempre capazes de os ir acompanhando, à velocidade deles, no tempo deles, sem forçar, mas deixando sempre um pedacinho de cada um de nós. Espero que sejamos capazes de os ir descolando da tristeza e desecostando da vida.

Joana Simões

1 comentário:

Anónimo disse...

Joana:

Que bom; parece um bom motivo para não abandonar aqueles miúdos!

As crónicas, de todas as rondas, andam animadíssimas. Este mês está a correr muito bem.

Beijo para ti,