quinta-feira, outubro 25, 2007

Crónica da ronda de 21/10/2007 (6º trajecto)

A noite de domingo passado começou mais uma vez com a preparação dos sacos e com a oração. Partimos para a nossa ronda eu, o João e a Maria Antónia. Estava frio mas estávamos os três cheios de vontade de começar a nossa ronda...

Comecámos por visitar V.. Quando chegámos vimos que o V. estava a dormir, mas arrebitou mal chegámos à beira dele. Começámos a falar com ele, tendo-nos dito como lhe tentaram roubar o cobertor há uns dias atrás, mas como ele resistiu e não se deixou intimidar. Logo a seguir chegou um senhor que o estava a tentar ajudar a ser internado, tendo contactado os filhos, que por sua vez não lhe ligavam nenhuma... por achar que ele é um caso sem remédio. Felizmente nós não pensamos assim e estamos a tentar ajudá-lo! O senhor lá continuou a falar, e nós quase sem abrir a boca, já fartos da conversa, pois o homem era muiiiiiiiito chato. Ficámos a saber que o V. tinha tido um grande desgosto de amor... seguimos a viagem.

Seguimos para o local habitual do V.P., que era suposto ter sido internado mas que em vez disso tinha sido preso, isto porque no lugar dele encontrámos a semana passada outro sem abrigo, o L, que o conhecia. Como não estava lá, deixámos só o saco. Um dia destes a ver se vamos visitar o V.P. à prisão para que ele não se sinta tão sozinho e saiba que alguém se preocupa com ele.

Na nossa próxima paragem vimos o A., que estava entertido a posicionar os seus cartões para dormir, com o qual falámos uns minutos. Disse-nos que tinha ido à sua aldeia visitar familiares, por isso não o tínhamos encontrado a semana anterior. Ficou todo contente com a comida que lhe levámos! À beira dele estava a X., que vimos pela primeira vez, e que estava a dormir na rua pois tinha vindo ao Porto ver o irmão que estava no hospital, e tinha ficado na rua pois não tinha dinheiro para a pensão. Ficou muito agradecida pela comida que lhe levámos. Felizmente era apenas uma situação transitória, pois tem casa e família na sua terra!

Na última paragem da noite vimos a multidão do costume à nossa espera. O João trouxe umas sapatilhas quase novas ao M., que já as andava a pedir há muito tempo e ficou com os olhos a brilhar, pois lhe serviam perfeitamente e as adorou. O E. contou-nos umas histórias de quando praticava boxe, quando o M.C., que pratica boxe, nos disse que vai proximamente fazer um combate e que o cartaz até já está afixado na batalha! Assegurou-nos porém que aquilo é só a brincar, pois ele não faz mal a ninguém.

Terminámos assim a nossa ronda. Eu com muito custo lá tive de levar dois sacos que sobraram para casa...e como tal tive de comer os bolos todos para não se estragarem...

Uma boa semana para todos,

Raul

Crónica do IPO (20/10/2007)

No Sábado, dia 20 de Outubro, fui pela 1ª vez ao IPO. Inicialmente senti-me um pouco mal porque, de repente, vi na sala de espera alguns meninos pequenos com máquinas e com um visual diferente ao que estou habituada a ver no meu dia-a-dia. Assim, dirigi-me para a sala de brinquedos e fiz um exercício de reflexão e interiorização que me ajudou a dar a volta por cima e a observar todo aquele “mundo” com outros olhos.

Posto isto, começaram a chegar, um a um, à sala, os meninos e progressivamente começou a haver interacção entre todos os voluntários e os meninos.

A primeira actividade que realizámos foi um jogo de cartas (o peixinho). Neste jogo, apenas participaram dois meninos: o M. e a V. Inicialmente, a comunicação com a V. não foi muito fácil, tendo por isso sido necessário haver sempre uma iniciativa da parte dos voluntários para tentar ouvir uma palavra daquela menina.

Passado um bocadinho, chegou mais um menino, o G., que não quis jogar connosco e preferiu jogar computador. Quando o jogo acabou, pintámos e fomos também brincar aos restaurantes com o G. Este menino mexeu muito comigo pelo facto de, apesar de estar nas circunstâncias em que estava, ter uma alegria extraordinária e uma força única. É uma lição de vida ver meninos tão pequeninos com tanta força!

Mais tarde regressámos à pintura...Entretanto veio uma enfermeira à sala pedir um voluntário para ir tomar conta de um menino que estava em isolamento, o D., com 14 meses.

Depois de tudo isto chegaram as 17h00 e o nosso periodo mágico naquele mundo acabou. Sem dúvida um dia diferente e uma experiência de muito enriquecimento que nos prende e nos faz ansear pela próxima ida ao IPO.

Rita Padez

quarta-feira, outubro 24, 2007

Ida à Aldeia (27/10/2007)

Olá,

Venho lembrar a todos que este fim de semana vamos às Aldeias. Esta será uma ida especial, onde teremos o acolhimento aos novos voluntários: a Cristina Martins, o João Aires Pereira, o Diogo Costa,a Cristina Aires, a Marta Rego e a Cláudia Gonçalves, que desde ja convido a estarem presentes.

Mais uma vez apelo a todos para a importancia de respeitarem o horário de partida, como tem acontecido neste novo ano.

O local de encontro será em frente à igreja N.ª S.ª de Fátima. A horada partida é 10h30.

Confirmem, p.f., a presença/ausência no próximo sábado (contactarei osnovos voluntários para saber da sua disponibilidade para esta ida) e não se esqueçam de levar algo para partilhar ao almoço.

Beijos e abraços,

Rui

Crónica da ronda de 21/10/2007 (Batalha)

“Anda lá…! Vem fazer a ronda…!”

Foi assim que a noite começou.
Depois da oração meteram os sacos na mala do carro e foram todos nas suas diferentes direcções.
No nosso carro iam 3 rondistas e um infiltrado (eu). Pelo caminho decidiu-se mudar de planos e fomos visitar primeiro o Sr. E e a D. D.
Lá no fundo já se encontravam a dormir, mas rapidamente se levantaram para nos receber. Muito bem dispostos fomos conversando sobre vários assuntos, uns mais sérios outros menos. Novas possibilidades de sair novamente da rua estavam a surgir, o que traz uma enorme esperança a toda a gente.
Depois de uma longa conversa o tempo já apertava e demos continuação à ronda. A nossa próxima paragem foi ao encontro do Sr. Z. Mais um a dormir profundamente debaixo dos cobertores, chamamos por ele e acordou. Custou a meter conversa com tanto sono mas lá conseguimos ouvir algumas histórias e desabafos.
De seguida descemos um pouco a rua e lá nos encontramos com o Sr. X. sempre bem disposto e alegre por nos ver. Teve direito a uma nova manta, a outra já se encontrava bem estragada. Deixámos o Sr. X a comer sossegado e fomos procurar o F. No sítio dele encontrava-se a dormir com um companheiro de ‘quarto’. Muito cansado (pois já era bem tarde) conversámos um pouco com o F e notou-se alguma motivação para tentar melhorar a sua situação.
Próxima paragem: Sr D. muito sereno como sempre, embora com alguma tosse preocupante mas quem estava menos preocupado era ele. Estava pouco conversador mas ainda tinha forças para escolher uma roupa que lhe estava a fazer falta.
De volta ao carro e fomos ter com o Sr J. Recebeu-nos no seu canto, canto esse que ele tem estado a construir com muita dedicação. Ficámos muito orgulhosos do que vimos.
Já era hora de terminar a ronda e fomos ao Aleixo entregar os últimos sacos, mas como já se fazia tarde a coisa não correu lá muito bem. De volta ao Creu decidiu-se fazer uma ronda extra na segunda-feira para despachar o que faltava.
O infiltrado era eu, e para além de já ter ouvido muitas histórias sobre as rondas fiquei impressionado. É um mundo diferente com pessoas diferentes. Desejo a todos os rondistas um enorme força para ajudar estas pessoas, pessoas estas que no fundo não se trata apenas de não terem um abrigo, é mais do que isso, é falta de um amigo, uma família, um carinho, uma conversa e bem-estar.
No fim da noite agradeço imenso a oportunidade.

(e um obrigado ao João e São pela ronda extra de segunda-feira, onde foram distribuídos os imensos sacos que sobraram)


Luís Bateira

terça-feira, outubro 23, 2007

Crónica da ronda de 14/10/2007 (Boavista)

Mais uma noite, desta vez com a equipa reduzida a metade; estava eu, o Rui e a Benedita. Começámos a ronda pelo Sr.R que já estava deitado no meio de tanto verde mas fez questão de se levantar para falar connosco. Ficámos a saber um pouco mais sobre a sua família. Aos poucos estamos cada vez mais próximos.

De seguida fomos à D.F. Já sabíamos que ela estava em Lisboa mas queríamos deixar o saco para que ela soubesse que tínhamos passado por lá e… ainda bem que fomos porque conhecemos o seu filho Z que estava ali de passagem durante aquela semana. Era o único membro da família Q que nos faltava conhecerJ

Não encontramos o Sr.Z e resolvemos ir levar o pão ao lar para que os velhinhos pudessem ter pão logo para o pequeno-almoço e não apenas no lanche. Infelizmente ninguém nos atendeu (para a semana voltamos mas com aviso prévio) e fomos então ter com o homem das mesinhas, o Sr.G. Estava bem disposto e como sempre…mais uma receita! Estivemos também com o A cuja situação ainda não está regularizada. Vimos também o R e um amigo que disse que já tinha ouvido falar muitas vezes de nós e que ficava contente por nos conhecer. Disseram que iam ao CAT na próxima semana…esperamos que sim!

No último ponto da cidade encontrámos a M que ficou eufórica ao ver a Benedita que a tinha levado ao CAT há uns meses. Ela está bem num quarto em Matosinhos e marcou logo um encontro connosco para irmos conhecer o quarto dela (já lá fomos). Vimos o P+P que infelizmente voltaram definitivamente para o vício, apesar de nos dizerem que querem voltar para a metadona para conseguirem as filhas (voltou tudo ao início e eles sabem bem isso). Estava lá também a P+V que chateados nos disseram que por alguma razão tínhamos deixado de lhes dar 2sacos (birra). Tentámos explicar-lhes que às vezes não temos sacos suficientes e que por isso pedimos aos casais que os partilhem. Além disso damos aquilo que temos e podemos porque os sacos são feitos por nós. Quando se junta muita gente já sabemos…há sempre chatice.

Esta noite o nosso “amigo” Sr.A não estava lá. Fizemos a partilha final e fomos para casa com o coração cheio com tantas vidas e histórias que se cruzaram connosco.

Joana Gomes

quinta-feira, outubro 11, 2007

Ida à Aldeia (13/10/2007)

Olá,

Só para lembrar que este fim de semana vamos às Aldeias. Teremos as visitas como principal tarefa, sendo desejavel a comparência de todos.

Mais uma vez se pede que respeitam os horários de partida, como aconteceu há duas semanas atrás.

O local de encontro será em frente à igreja N.ª S.ª de Fátima. A horada partida é 11h00.

Confirmem a presença/ausência no próximo sábado e não se esqueçam de levar algo para partilhar ao almoço.

Beijos e abraços,

Rui

terça-feira, outubro 09, 2007

Crónica da ronda de 7/10/2007 (Boavista)

Na partida estavamos muitos reunidos, com convidados e em amizade. Foi um retrato que me marcou ao fim destes mais de 3 anos a fazer rondas, sempre a partir do mesmo local, sempre o mesmo espírito.
Partimos a Benedita, o Rui, a Ana e eu ao encontro do Sr. R, lá estava no relvado a dormir sobre a terra, estava bom e a pensar num futuro, de um quarto a 18 contos/mês (a este preço longe do Porto) e um passe da CP para lá chegar e no seu rendimento mínimo que poderia ser posto numa transformação de vida. Num quarto com porta em vez do jardim, numa cama quente, em vez da terra fria e húmida e numa persiana, em vez do candeiro sempre amarelo, sem medos, sem sobressaltos e noites sem dormir. Deixamos-lhe esperança e tentamos com o coração e a razão levá-lo a para lá ir, pois lá também o visitaremos.
Em seguida a D. F, com a sua habitual rabugice, consegui adicionar mais uma frase inesquecível ao rol de guardamos:
"Eles que me chateiem, eu vou a Lisboa, apresento queixa e tiro-os do poder!" à qual se juntou o já conhecida "eles têm a informação toda, eu dei-lhes os nomes do cães e os nossos, por isso é só esperar pela casa!". Mais uma vez tentamos que ela melhore o estado de arrumação do estaminé pois qualquer dia vai ser motivo de problemas... O dragão aguardava a sua festinha da noite dada pela sua princesa... O Sr. V não estava por lá.
Encontramos no multibanco o Sr. Z, já não o víamos há muito, estava bom, os MDM passaram por lá a dar-lhe uma ajuda com as unhas, falou-nos da dificuldade de comer sem dentadura, que outros têm. "Se houvessse um quarto a esse preço [90€] eu ia!"
Em seguida recebemos mais uma mesinha no "nosso curandeiro": "3 banhos de água do mar e um de jasmim, mas sem tomar quaklquer outro banho! e isso passa tudo". Falou-nos da horas abertas, aquelas em que os vivos e os mortos se juntam para atazanar uma pessoa, são entre as 3h e as 4h e das 14 às 15h... Estava bom, apesar desta semana não ter recebido comida na instituição que todas as semanas o ajuda. A mulher duvidou dele por chegar a casa sem nada. O sorriso dele e as conversas cada vez mais soltas e prolongadas mostram uma relação que existe.
Vimos a correr o R, que ia em trânsito e que pela 6ª ou 7ª vez marcou uma ida ao CAT, tem estado a dormir numa casa, numa cama!! a servir de guarda.
Subimos e fomos saber da P, mas ela não estava lá (agora arranjou um quarto, será que ainda o tem?). Encontramos um rapaz novo, que recaiu há pouco e não sabe como voltar a endireitar a vida, demos-lhe o folheto, pode ser que nele esteja a resposta. Desejou que já não o encontrassemos na próxima semana. Aqui está um desejo genuíno e ao mesmo tempo paradoxal, não queremos ver as pessoas na rua e quando não as vemos ficamos preocupados com elas, onde andarão? Às vezes não acontece assim, sabemos onde estão e ficamos felizes por não as vermos.
A polícia estava por lá, como tem acontecido nos últimos tempos, e por isso não encontramos mais ninguém, excepto o nosso sr. A, que estava contente, os filhos parecem cada vez mais "encarreirar" na faculdade e em formação/trabalho.
Terminamos tarde, com a partilha de mais uma noite ao encontro das pessoas que a rua prende.

Jorge

Vídeo de apresentação



Feito para a noite de arranque do CREU, Outubro de 2007.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Crónica da ronda de 30/09/2007 (Areosa)

Contagiados pelo ambiente de festa do aniversário do Pedro Rui,( a propósito o Pedro fez anos, para quem não deu os parabéns =)) lá partimos mais uma ronda, com o Senhor Z. sempre fiel na sua companhia e sem a nossa Maria que tanta saudade nos deixa. Mas sabes Maria como o Principezinho diz “é como a côr do trigo” , em cada ronda nos havemos de lembrar de ti, porque foi contigo que fomos construindo o que somos para eles e entre nós.

Chegamos a casa da S. onde a encontramos a terminar o jantar com o Senhor A.
A conversa durou, com direito a cafezinho, “manicura” e tudo. Tem andado em baixo com esta zanga entre ela e a I. mas esta semana já foi ao Tai Chi e quando a deixamos entre beijinhos e abraços já estava toda sorridente.
É difícil explicar esta intimidade que se cria com as pessoas, tanto com as que vamos encontrando na rua como com as que partem connosco todos os domingos. Este domingo dei por mim a agradecer muito a Jesus este dom que temos de nos relacionarmos de nos darmos a conhecer, de acolhermos o outro, enfim o Amor.

Já de saída ainda tivemos tempo de bater na porta da A. que nos falou da sua semana, da correria que é a sua vida e das suas preocupações. É uma mulher de muita energia, com uma história muito sofrida. Sem dar conta é para mim um grande exemplo de como o sofrimento não é o oposto da alegria, a tristeza sim, e ter noção disto liberta-nos imenso porque nos permite, mesmo nos momentos mais difíceis não perder a alegria profunda.

Deixámos o Sr.Z à porta de casa com o abraço da praxe e com desejos de uma noite bem passada e longa, que o Sr.Z acorda por norma muito cedo com umas dores de estômago que tem.

Já no prédio distribuímos o leite quentinho que ajuda a uns minutinhos de conversa com os mais fugidios. O Sr.A, esse não precisa de leite para puxar a conversa, acho que por ele ficávamos ali a noite toda na “amena cavaqueira”, entre viagens, livros e religião vai-nos falando de si, da sua descoberta de Deus. Está quase a festejar o seu aniversário também, combinamos uma ida à Missa , vamos lá ver se aparece =)

Partimos para mais um “spot” , a I. que encontramos a passear toda animada. A conversa foi mesmo boa, a tocar pontos importantes da vida dela, mas com uma suavidade muito grande de quem se preocupa e gosta muito. Ultimamente tenho-a sentido mais doce e terna e sabe bem. Acho que estamos a chegar cada noite mais perto.

Terminamos com um passeio mesmo agradável, desde o colchão do Sr.M ao jardim do Sr.D e do J. O Sr.M já está melhor da perna, mas não foi as urgências. A nossa missão actual com ele é mesmo essa, a de o convencer a ir ao médico tratar o joelho.

E foi assim que passou a correr mais uma noite de festa cheia de saudade.

Dedico esta crónica e mesmo a noite de domingo à Maria, pelo exemplo de responsabilidade e delicadeza com que nos tocou, mesmo como uma bailarina…

Ana Sampaio

terça-feira, outubro 02, 2007

Noite de arranque do CREU

[noite de apresentação de todas actividades do CREU para o próximo ano]

{Inclui novidades do FAS rondas}

5ª feira
4/Outubro
21:15

Crónica da ronda de 23/09/2007 (Areosa)

Como sempre, juntamo-nos em frente à Igreja para preparar os sacos. Estava frio, mas logo aquecemos todos juntos. No final da oração rezou-se pela Maria, pela sua ida para Londres. Depois, partimos com o Sr. Z. em direcção às casas da D. A. e da S. Como a D. A. não estava em casa estivemos mais tempo em casa da S. Para não quebrar a regra, pintaram-se-lhe as unhas e conversou-se sobre a semana que passou. Estava previsto termos jantado na 4.ª feira com a S. mas não foi possível. Fica para outra altura. Também parece que a S. não tem passado muito bem de saúde, pois tem uma faringite há já algum tempo. Por outro lado, parece que a mágoa em relação à D. A. se mantém. Queríamos tanto que as duas se entendessem…


Deixámos o Sr. Z. à porta de casa com o já habitual abraço de grupo e partimos para o prédio. Demos café, conversámos um bocadinho, entregámos os sacos e ficámos sozinhos com o Sr. A como sempre. Felizmente, parece que já tem casa e está a organizar-se para recomeçar a sua vida, particularmente a afectiva pois sonha em ter um filho… É difícil deixá-lo, gosta muito de conversar …


Seguimos em direcção à I., que mais uma vez não cortou o cabelo mas, com toda a convicção, prometeu ser esta semana… Vamos ver… Quando a Maria lhe disse que ía para Londres, a I. chorou como uma criança. Foi um abraço inesquecível!


O Sr. M. continua com dores na perna e prometeu que iria ao Hospital logo de manhã. É preocupante! De resto, estava bem disposto como é habitual. Embora não tenha chorado, ficou tão emocionado com a ida da Capitã Maria para Londres que lhe bateu continência!

Entretanto, era hora de descansar…

Um beijinho e boa semana,
Marta

Crónica da ronda de 30/09/2007 (6º trajecto)

Na noite deste Domingo já conseguimos encontrar o Sr. V. Dormia profundamente, mas, no seu habitual bom acordar, conversou e até riu connosco. Mais sério recordou a família, a morte do pai, os irmãos que ainda tem e de quem gosta muito. Demos-lhe cigarros para que não apanhasse do chão beatas mal aproveitadas. Deixámos-lhe um saco com roupa e calçado para que se trocasse no banho prometido para o dia seguinte.
Julgamos ter visto o VP sentado perto do seu sítio. Quando voltámos atrás já não estava ninguém, mas havia cobertores no sítio dele...
Naquela rua inclinada estava ainda o Sr A. Voltou a dizer-nos que esperava uma notificação para a consulta no hospital. Como deixara a morada de uma loja de ali perto, não podia ir para St. Tirso, pois a qualquer momento o podiam chamar...
Ao lado estava um senhor que eu conhecera em tempos. Queixou-se de não ter nada para pôr no chão, debaixo do corpo. Não pudemos ajudá-lo com mais que umas camisolas que traziamos.
Não encontrámos o Sr E nem o Sr F. Deixámos os sacos e a roupa e seguimos.
Em Cedofeita estavam o Sr. E, o Sr M, o M, e Sr. A e a AM. Há excepção do Sr M, que não se deu por satisfeito com apenas um cobertor da Caritas, todos adoraram a roupa que trouxemos (obrigado, Joana, pelo teu saco, foi muito útil). A AM elogiou os lanches da semana passada - quem não se lembra de como fumegavam ainda quando os pusémos nos sacos? No fim ainda arrancámos uns sorrisos ao Sr M, uma vitória já "nos descontos".
Voltámos a não encontrar o A. Vamos ver se com a chuva ele aparece por ali mais cedo, ou se foi mesmo para outro sítio.
E assim terminava a última noite de Setembro. Os encontros, os desencontros, a inquietação, as dúvidas, as dádivas, tudo isso continua.