Iniciamos a ronda com os manos M e S. Conhecemos melhor o famoso Sr. A: é reformado, faz parte de um grupo de rondas aos sem abrigo (saem para a rua às quartas à noite) e dedica-se especialmente a este grupo. O M continua na mesma pensão a recuperar mas agora com uma difícil missão, cuidar do irmão. Provisoriamente, o S está em casa do Sr. A. Em conjunto com os MM, todos estão empenhados em, ajudá-lo, brevemente arranjar-lhe um quarto próximo do M, para tentar que ganhe mais juízo.
Partimos para o Sr. D. Despertou, começamos por tentar saber como tinha corrido a semana mas pouca conversa e, como é habitual, principalmente na presença de meninas, começaram as “comichões”. Desta vez resolvemos não ignorar e a nossa líder perguntou-lhe o porquê destas? Teria algum problema? Ao que respondeu prontamente que tinha muita comichão nas mãos e mostrou-as.
No mesmo sítio cruzámo-nos com o bem disposto Sr. das anedotas. Falou-nos em como a sua vida é melhor fora da rua, dos petiscos que sabe cozinhar e dos assaltos à sua casa.
Mais a baixo, nem sinal do Sr. F. Deixamos o saco junto aos cobertores.
Seguimos para o Sr. J. Vinha a descer a sua rua, estacionamos. Começou um novo trabalho de recolha de óleos para reutilizar. Queixou-se das dificuldades físicas que tem em realizá-lo.
Passamos pelo Sr. M L, indicado pela Carla e já nosso conhecido. Estava a dormir no entanto recebeu-nos bem e combinamos mais conversa para próxima semana.
Seguimos para o Aleixo à procura do P. Dê-mos uma volta sem parar, dada a confusão de gente à espera das carrinhas da comida. Quase à saída encontrámo-lo, subimos até um jardim ali perto, mais sossegado. Está a viver um momento de grande solidão. Contou-nos que precisou de afastar-se de todos por estar a passar por uma circunstância muito dolorosa: o seu irmão está bastante doente e em sofrimento. Falou-nos da sua relação com ele e do que sente ao vê-lo nessa situação. Deixou a metadona, continua a consumir. Vive num quarto próximo dali e vem ao Aleixo ao domingo à noite para receber comida das carrinhas. Está confuso, contudo quer mudar de vida. Não sente o apoio dos pais mas o sogro está disposto a ajudá-lo, se ele lhe der provas que está a mudar. Quer, voltar a fazer o tratamento com metadona, regressar a um Cat. Reafirmamos que pode contar com a nossa ajuda e marcamos encontro no domingo seguinte.
Tomai, Senhor, e recebei
Toda a minha liberdade, a minha memória,
o meu entendimento
e toda a minha vontade.
Tudo o que tenho e tudo o que possuo
Vós mo destes.
A Vós, Senhor, o restituo.
Tudo é vosso,
disponde de tudo segundo a vossa inteira vontade.
Dai-me o vosso amor e a vossa graça,
que isso me basta.
São Moura
2 comentários:
São,
Afinal estavas a esconder um dom que não te conhecia! Exceleente testemunho.Fiquei contente por poder partilhar este bocadinho. O Pedro, que bom estar aberto ao tratamento, temos de tentar ajudar!
Acabei de ler a crónica e pensei no que fazemos não só com os SA, mas também no nosso dia a dia... Fica um pensamento que trnasmite o que me passou pela cabeça.
"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
(Madre Teresa de Calcuta)
Obg pela Partilha
Sabina
Ola ronda!!
Sim que bela cronista descobrimos.. eheh
Foi uma boa noite.. o espírito saudável ficou nos deles (esperamos!) e nossos corações!
Bjs
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