A nossa noite de Domingo começou, mais uma vez, com os elementos de todas as rondas juntos. Depois de uma breve oração sempre a anteceder as nossas partidas, e depois de separarmos os sacos e os bolos a levar (muitos deles vindos de donativos de pastelarias), lá partimos rumo ao nosso primeiro e habitual destino
A D. fátima já tem o cachorro novo, de nome Leão, surreal porque de "leão" para já o cão não tem nada!!
Tentamos falar com ela no sentido de percebermos até que ponto existem ou não papeis para uma casa. A D F. e o Sr V. viviam num barraco que ficou completamente inundado com as últimas chuvas, por isso tiveram de passar a dormir no parque do lima 5. Assim, ficamos a saber que as únicas pessoas que passaram por lá a recolher dados foi a polícia municipal, provavelmente porque está pensada uma nova construção no terreno do barraco, vindo este obrigatoriamente a baixo.
não trouxemos muitos mais dados do que aqueles que já conhecemos porque a D. F. não tinha consigo os documentos, mas ficou de os levar no próximo domingo.
Com toda a conversa da casa nova ficamos com a certeza de que a D. F. nunca fez nada para ter uma casa nova e que vive a achar que todos lhe devem uma casa e melhores condições de vida, esperando que o outros façam tudo por si!
Acabamos por não deixar saco para o sr M. que já não vemos à muito tempo e seguimos viagem.
Descemos pela constituição na esperança de encontrar o Sr Z, mas não o vimos, o que é estranho porque ainda nao deve ter recebido o subsidio e por isso anda a dormir nalgum cantinho da rua.
Fomos para o bom sucesso e encontramos logo o Sr A, com a boa disposição do costume apesar da debandda de um dos gémeos. Não sabe dele, mas acha que deve estar com a irmã.
Finalmente sabemos os nomes do gémeos, isto porque smpre qu falava-mos neles era o número um e dois!!!O número dois foi o que saiu de casa, F. este é o seu nome e o que ficou é o M.(espero não estar a confundir!).
Lá desabafou mais uma vez todos os problemas que tem dentro de casa. Da culpa da mãe por não fazer dos gémeos homens, das filhas que não lhe ligam, do neto que nasceu e que não conhece... da solidão que tem dentro de casa.
Não é fácil lidar com dois "adultos" de 30 anos, que nunca trabalharam, têm cama, comida e roupa lavada sempre e ainda por cima recebem um subsidio!!!
Mais uma vez demos força ao Sr A. para continuar em frente e despedimo-nos.
Fomos para o convivio mas não vimos ninguém, a policia andava por lá. Como ainda tinhamos muitos sacos fomos deixá-los ao aleixo.
Apesar de já não ser a primeira vez que passamos lá, não consigo ficar impressionada com a degradação das pessoas que lá estão, com a pobreza, a fom, o frio, o desespero.
Depois partimos para o sítio onde o P. e a P. teem o carro para ver se os viamos, mas nada deles.
Ainda ficamos um bocado por lá a pensarmos na "sorte" que eles tinham em terem um carro onde dormir, na vida que tinham antes de se meterem na droga, em tudo o que perderam e da vontade em recuperarem, mas a ressaca, matreira, não os deixa avançar até ao CAT.
Na esperança de ainda os vermos, ao voltarmos para o CREU passamos no convivio. Não os vimos e terminamos a noite com a partilha habitual, pedindo por todos os que vimos e os que não vimos e também por cada um de nós.
Benedita Salinas
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