quarta-feira, novembro 23, 2005

Crónica da ronda 20.11.2005 (Batalha)

Começámos com um desencontro no mercado da Sé; o sr. E. ainda tem lá as suas coisas mas está desaparecido desde 4ª feira (assim nos foi dito por uma moradora do bairro).

Em Alexandre Herculano a paragem é sempre animada e o tempo sabe a pouco: saímos em toque de retirada para chegar a boas horas ao Aleixo. A Miriam levou café, impecável.

O J. apaixonado pelas guitarras e contente em estar na rua; o M. já livre do seu inchaço facial. O J. e a C. embora alojados na pensão ao lado continuam a aparecer; ela começaria na 2ª feira a trabalhar como telefonista, esperemos que corra bem. O A. foi expulso do Porto Feliz por estar a fumar haxixe dentro do quarto e neste momento está desanimado... O F. dorme na mesma pensão do J., quarto pago pela Segurança Social há dois anos, tem deficiência motora no braço esquerdo, provavelmente alguma deficiência mental ainda que ligeira, e está bicho-de-buraco, sai muito pouco do quarto, nada faz.

Apareceu um Sr. T. a oferecer fruta aos sem-abrigo; viúvo, mora sozinho na Corticeira, desempregado mas a receber o fundo, escreve esporadicamente para o JN e muito castiço, ajuda sempre que pode, prometeu aparecer para conversar mais.

No siloauto estão o P. e o R. que já conhecemos das paragens em Júlio Dinis. Também no silo, mas bem mais escondidos, o N., o Z. e a D.. Na próxima ronda será preciso mais tempo para perceber a situação.

No final estivémos com o M., grato pelo saco porque estava ‘cheiinho de fome’ – começa a ser visível o desgaste físico da droga… que não quer largar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não seria possível dar um pouco de mim, nestas rondas, sem a presença de cada um de vocês...Obrigada!

Anónimo disse...

Tenho pena de não ter ido... Ficou um vazio... Para a semana lá estarei. Com café! Para aquecer um pouco o corpo, além do que procuramos fazer com a mente... E nestas noites frias sabe-lhes muitissimo bem! Tal como a nós ver-lhes o sorriso genuíno de boas vindas cada vez que lá chegamos...
Mas a ideia não é minha Miriam! A Mafalda tem já este hábito há muito tempo e quando só ia um carro para a ronda (antes dos magnificos reforços)era suficiente. Quando nos dividimos e me separei da Mafalda, fez-se luz! É uma cadeia cheia de frutos!
Bj quentinho (como o café!)
Até domingo.