Um abraço.
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
terça-feira, novembro 24, 2009
precisamos voluntários!
Um abraço.
segunda-feira, novembro 23, 2009
Crónica da Visita aos Imigrantes - 15.11.2009
Crónica da Visita aos Imigrantes - 8.11.2009
Como sempre, somos bem recebidos pelos seguranças, que já nos conhecem. Dirigimo-nos à sala onde guardamos o nosso material e já pelo corredor vemos caras familiares de indivíduos que, infelizmente, ainda aguardam a decisão do tribunal quanto à sua saída, quer da UHSA, quer de Portugal.
Dos cerca de 20 e poucos detidos presentes na sala de convívio, pelo menos 15 já nos são conhecidos, recebendo-nos ora com um sorriso, ora com um abraço. Alguns, até do nosso nome se lembram, o que nos deixa bastante orgulhosos do nosso trabalho: a nossa presença não lhes passa despercebida e é apreciada. Como já nos foi dito várias vezes…"obrigado por virem cá, ter connosco! é bom ver caras novas, faz com que o tempo passe mais rapidamente…". Sim, porque o tempo ali é como que se estivesse parado.
Conversamos com eles, partilhamos as suas preocupações, aborrecimentos, queixas, mas também rimos com eles: ouvimos as suas alegrias, coisas engraçadas que aconteceram nas suas histórias de vida tão turbulentas e, no final, apercebemo-nos de que, afinal, cada um de nós voluntário tem coisas em comum com cada um destes imigrantes ilegais detidos, o que nos relembra o quão iguais todos nós seres humanos somos.
Na despedida, estamos conscientes de que possivelmente algumas daquelas faces nunca mais veremos na vida (ou quem sabe, e por ironia do destino, os encontremos quer noutro contexto, quer, por exemplo, numa visita nossa aos seus países de origem). Contudo, sentimos que embora o nosso contacto tenha sido efémero, não foi sem dúvida supérfluo ou inútil, e ainda que nada possamos fazer para melhorar as suas situações cá fora, acreditamos que as nossas palavras de força, optimismo e coragem fazem diferença nas suas vidas.
Cláudia Henriques
Formação toxicodependência dia 3 de Dezembro 21h15 CREU
quinta-feira, novembro 19, 2009
Crónica das Aldeias 24.10.2009
Vamos lá falar um bocadinho das senhoras de Bustelo
Começando pela D. Maria, admiro a sua força de vontade. Estando "presa" a uma cadeira de rodas, surpreende-se a ela própria e aos outros quando faz as suas "caminhadas" agarrada ao varandim ou mesmo ao seu andarilho. Ela adora vestir-se com cores garridas e dos tons quentes - vermelho e laranja. Foi com estas cores que fez as suas primeiras pinturas com aguarelas. Sempre bem-disposta e alegre, gosta de recordar os tempos em que se dedicava ao trabalho no campo e da casa onde vivia, um grande quartel.
A D. Celeste gosta e precisa de se manter ocupada e foi com grande genica e entusiasmo que fez as vindimas deste ano, juntamente com a família. Tem a sorte de ter uma vizinha e amiga que mora em frente (D. Maria, também) que lhe faz muita companhia. Ela tem muita preguiça para comer, mas parece-me que faz uns bons petiscos quando quer!
A D. Fernanda adora os netos e preocupa-se muito com eles. Encontramo-la desta vez a dar de comer às galinhas e a uns lindos pintainhos, outra das suas paixões. Quando voltamos com ela para casa estava o jantar já ao lume, deviam ser umas 16:30 – que cedo! E era cá um cheirinho. Estivemos a conversar junto à lareira e passamos ali uns minutos agradáveis.
E chegamos a casa do nosso querido casal – D. Emília e Sr. Aurélio. Ele estava um pouco atrapalhado com a asma e também voltou a falar da leucemia que o obriga a ir periodicamente ao hospital. Estiveram a contar os tempos difíceis que passaram e os sacrifícios que ambos tiveram que fazer para sustentar a família, mas é com orgulho que o Sr. Aurélio percebe que conseguiu passo a passo fazer o melhor por eles.
Sofia Meister | Bustelo
terça-feira, novembro 10, 2009
Crónica da Ronda da Areosa - 1.11.2009
Joana Sampaio
segunda-feira, novembro 09, 2009
Crónica das Famílias - 10.09
Comecemos pelos rostos novos. No momento presente inicia-se mais um ano no FASrondas, estamos na "estação dos novos voluntários". Nas Famílias temos seis pessoas recém chegadas. Sejam todos muito bem-vindos!
Ao longo deste tempo os casos acompanhados também adquiriam novos estados e novos corpos.
A F., por exemplo, é uma família "fresca" já que o acompanhamento e as visitas regulares começaram em Agosto deste ano. A F. tem demonstrado grande apatia com as voluntárias e sincero gosto em poder contar com elas na sua vida. Além disso parece-nos que já foram importantes os esclarecimentos dados em matérias de Novas Oportunidades.
A B., por outro lado, optou por prescindir da presença dos "seus" voluntários na sua vida. Fê-lo com toda a liberdade e legitimidade a que tem pleno direito. Este foi um dos casos que regrediu bastante. Como em qualquer outra história do nosso quotidiano e das nossas relações uns com os outros, também nas Famílias as vidas, e seus trajectos, não são lineares. E nós devemos (temos que) respeitar e aceitar.
O E. mantém-se como um caso especial, onde o papel dos voluntários não passa tanto por uma ajuda sistemática, mas sim por uma espécie de "provocação" que nutra reacções do mesmo perante a vida. Os encontros não têm sido ocorrentes, mas há um contacto relativamente regular que permite saber como está. Actualmente mantém-se no trabalho que tinha conseguido arranjar e… o contrato foi renovado por mais uma temporada! Está de parabéns!
No caso D.E. e Sr. F. nada de novo há a apontar. Mantém-se como uma família essencialmente acompanhada pelas rondas de domingo.
A família F. tem tido alguns precalços na continuidade dos voluntários, o que tem deixado a Filomena um pouco sobrecarregada, dado tratar-se de um caso com muito elementos na família. Tenta-se iniciar novos voluntários neste acompanhamento.
A L. mantém os seus problemas de sáude, o que infelizmente é habitual desde a nascença.
A L. esteve uma temporada prolongada no Alentejo. Já regressada ao Porto, veremos como tudo corre daqui em diante…
O M. acabou o tratamento de desintoxicação alcoólica e das drogas (10 dias), com sucesso. No entanto acabou por surpreender toda a gente ao renunciar a sua ida para a comunidade terapêutica, e a querer arriscar-se sozinho no caminho muito difícil que é "manter limpo" sem um trabalho direccionada e especializado nesse sentido... Aguardando e vendo como tudo evolui.
A M. conseguiu, finalmente, adquirir os desejados dentes novos! O regressai à família em Vila Real poderá ser um teste complexo, mas ela parece indicar o desejo de abraçar esse desafio. Assim, poderá este ser o passo final para o início da integração familiar de alguém que há dois anos visitávamos nas rondas e que andava pelo Aleixo….
O Sr. O. aguarda a vinda de novos voluntários.
A D. R. tem tido menos visitas, já que a Inês aguarda pela ajuda de mais voluntários. Actualmente parece também viver uma fase de maior necessidade económica.
O ZM1 está há um mês sem medicação, o que é muito preocupante. Já conseguiu pagar as dívidas e a sua casa tem vindo a ganhar recheio. O Miguel aguarda a entrada de um novo voluntário para o ajudar neste caso.
O ZM2 aparenta estar mais estável… É hora de velar com calma.
O voluntariado é um permanente estado de respeito, apoio, atenção e consideração. Não são só eles quem "pede". Também nós sentimos a permanente condição de aprendizes. Creio que é bom que assim seja. No fundo é sinal de que lidamos com os próprios desafios da individualidade de cada um, o que poderá igualmente significar que o fazemos então de modo realmente vivo.
Bem hajam a todos.
Raquel H.