Caro Diário,
Hoje foi mais um dia de visitas, às nossas avozinhas emprestadas…
Como é costume saímos pelas 11h…todos bem dispostos e cheios de vontade de chegar a Candemil, para o famoso repasto atrás da Igreja…
Os quentes dias com que Março nos brindou deram lugar a um Abril mais frio e menos convidativo ao exterior…mas lá se almoçou com umas novidades …tortilha (é só pôr no micro) e um ananás cortado (que as senhoras do Pingo Doce preparam…) e uns saborosos bombons de Natal, Páscoa e quem sabe de Natal outra vez, e um bolinho caseiro para a sobremesa.
Pelas 14 horas fomos andando para as nossas aldeias, mas sem dispensar o cafezinho que sabe tão bem…pelo menos a alguns, e a casa de banho tão preciosa para outros.
Cada grupo seguiu para a sua aldeia…Ansiães já nos esperava assim como a Tia Rita, a Tia Olívia e a Tia Carminda.
Como de costume a primeira visita foi à Tia Rita que sempre animada…falou do seu festejo Pascal, do convite para o casamento da sua sobrinha (ao qual não quer ir nem arrastada!) entre muitas outras coisas. Durante a visita recebeu um telefonema do filho que despachou com rapidez, dando a desculpa que os seus amigos estavam com ela…As conversas iam surgindo até que nos tivemos de ir embora por causa do tempo que restava para visitar as nossas restantes Avozinhas.
A Tia Olívia estava cá fora na sua cadeira a apanhar os raios de Sol que iam aparecendo e desaparecendo. Tem andado com pouca força… o que faz parte dos seus 101 anos!
Mais tarde chegou a vizinha que lhe leva as refeições e que nos disse que a Tia Olivia se tem alimentado mal o que a leva a andar mais fraquinha…Pelo menos enquanto lá estivemos ainda comeu um iogurte.
Por vezes a conversa não é muito fácil pois os problemas auditivos da Tia Olívia já são grandes, o que dificulta uma conversa mais fluente. Deixamo-la na companhia da vizinha, que por lá ficou a arranjar a casa.
Ao chegar a casa da Tia Carminda ela parecia já estar à nossa espera…estava bem disposta e fartou-se de cantar. Vir passear cá para fora é que não, pois estava muito desagradável. O encontro foi quase todo a tirar a letra da música que com maior ou menor dificuldade, mais lógica ou menos lógica lá ficou registada no telemóvel do Jorge. As aventuras amorosas do carvoeiro era o tema da música…podia não dar um “Gremy” mas tinha ritmo!!! A hora estava adiantada e tínhamos de ir embora, não sem antes a Tia Carminda quase nos obrigar a comer qualquer coisa, lá se trouxe umas peças de fruta e fomos embora.
Siga para Basseiros...passámos primeiro em Candemil para dar boleia ao grupo que lá estava.
Mais um dia nas Aldeias…com amizade e serviço.
As nossas avozinhas emprestadas não dependem de nós, mas as nossas visitas quinzenais alegram um pouco mais as suas vidas de solidão. Diferente de outros serviços de voluntariado, o que levamos não se come…não se bebe ou se veste…apenas se sente e se vive!
Façamos então este serviço com alegria que não é mais que … “levar mais um pouco de vida a vidas já tão vividas…”
Frederico Faria | Ansiães
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
terça-feira, abril 21, 2009
sexta-feira, abril 17, 2009
Crónica Aldeias - 21.03.2009
Uma tarde em Bustelo
Mais um Sábado, mais uma visita à pacata aldeia de Bustelo. Conto desta vez com a companhia do Jorge e da Cláudia que “acudiram” de pronto, mal souberam do contratempo que deixou em terra a minha colega de equipa. O dia faz jus ao início da Primavera: céu azul e um sol quente e brilhante. Bom prenúncio!
Hesitamos na 1ª visita. A D. Pedra não tem estado e até já tínhamos especulado se andava a fugir de nós (eu, pelo menos, nunca a tinha conhecido em quase em um ano de visitas). Decidimos tentar mais uma vez e… tivemos sorte! Estava na casa da sobrinha, mesmo em frente à dela, e recebeu-nos com simpatia, falando imenso da família (com quem tem sempre estado nos últimos Sábados das visitas). O Jorge, o único que já a tinha visitado, ficou pasmado! Nunca a tinha visto tão bem disposta e com tão boa relação com a família… Um pequeno milagre para início de tarde!!!
Seguimos e encontramos a D. Celeste que regressava a casa com água fresca da fonte. Foi bom falar com ela, sempre simpática e atenta. Pareceu-nos em forma!
Mais uns metros e somos chegados a casa da D. Fernanda. Não estava nem ali nem na sua horta. Soubemos mais tarde que estava num campo mais abaixo a plantar umas batatas. Com 70 e tal anos… Dá que pensar não é?
Continuamos rumo a casa do casal Aurélio e Emília. Ela sempre de sorriso aberto; ele, um vivaço nos seus 80 anos, sempre pronto a discutir a actualidade (menos futebol que o Benfica não ajuda…). E resume tudo num dos provérbios do seu longo reportório: “lá em cima manda Cristo; cá em baixo manda isto” (o dinheiro bem entendido)! Saímos bem dispostos e com pena de não poder prolongar a conversa.
Para terminar, a D. Maria. Domina a paisagem de Bustelo sentada à varanda na sua cadeira de rodas. Nada escapa aos seus olhos vivos e tem muitas histórias para contar. Como disse o Jorge, nem é preciso falar muito, a D. Maria faz as despesas da conversa, a uma velocidade que nos deixa a pensar o que seria se pudesse caminhar nas ruas da sua aldeia. Que reboliço!
E pronto, mais uma tarde cheia em Bustelo! Os colegas regressam das outras aldeias e juntamo-nos a eles de volta ao Porto… com um sorriso nos lábios.
Missão cumprida!
Nuno Afonso
Mais um Sábado, mais uma visita à pacata aldeia de Bustelo. Conto desta vez com a companhia do Jorge e da Cláudia que “acudiram” de pronto, mal souberam do contratempo que deixou em terra a minha colega de equipa. O dia faz jus ao início da Primavera: céu azul e um sol quente e brilhante. Bom prenúncio!
Hesitamos na 1ª visita. A D. Pedra não tem estado e até já tínhamos especulado se andava a fugir de nós (eu, pelo menos, nunca a tinha conhecido em quase em um ano de visitas). Decidimos tentar mais uma vez e… tivemos sorte! Estava na casa da sobrinha, mesmo em frente à dela, e recebeu-nos com simpatia, falando imenso da família (com quem tem sempre estado nos últimos Sábados das visitas). O Jorge, o único que já a tinha visitado, ficou pasmado! Nunca a tinha visto tão bem disposta e com tão boa relação com a família… Um pequeno milagre para início de tarde!!!
Seguimos e encontramos a D. Celeste que regressava a casa com água fresca da fonte. Foi bom falar com ela, sempre simpática e atenta. Pareceu-nos em forma!
Mais uns metros e somos chegados a casa da D. Fernanda. Não estava nem ali nem na sua horta. Soubemos mais tarde que estava num campo mais abaixo a plantar umas batatas. Com 70 e tal anos… Dá que pensar não é?
Continuamos rumo a casa do casal Aurélio e Emília. Ela sempre de sorriso aberto; ele, um vivaço nos seus 80 anos, sempre pronto a discutir a actualidade (menos futebol que o Benfica não ajuda…). E resume tudo num dos provérbios do seu longo reportório: “lá em cima manda Cristo; cá em baixo manda isto” (o dinheiro bem entendido)! Saímos bem dispostos e com pena de não poder prolongar a conversa.
Para terminar, a D. Maria. Domina a paisagem de Bustelo sentada à varanda na sua cadeira de rodas. Nada escapa aos seus olhos vivos e tem muitas histórias para contar. Como disse o Jorge, nem é preciso falar muito, a D. Maria faz as despesas da conversa, a uma velocidade que nos deixa a pensar o que seria se pudesse caminhar nas ruas da sua aldeia. Que reboliço!
E pronto, mais uma tarde cheia em Bustelo! Os colegas regressam das outras aldeias e juntamo-nos a eles de volta ao Porto… com um sorriso nos lábios.
Missão cumprida!
Nuno Afonso
segunda-feira, abril 13, 2009
Crónica da visita aos imigrantes - 08.03.2009
No dia 8 de Março decorreu mais uma visita à UHSA . Fomos quatro: eu, a Sónia, a Ana e a Katy. À chegada pareceu complicado estabelecer interacção. Estavámos poucas e o grupo era grande e constituído quase só por homens. Começámos a cantar músicas tradicionais portuguesas e todos prestaram atenção e até cantarolaram o refrão. Depois alguns deles cantaram músicas dos seus países, o que foi um momento muito especial de partilha. De seguida jogámos quase todos Uno. À medida que cada um ia terminando o jogo, conversámos com alguns dos imigrantes que contaram histórias de vida. Como se celebrava o dia da Mulher oferecemos uma flor a todas que lá estavam.
Perde-se a noção do tempo e acabámos por sair já tarde com as despedidas de reconhecido agradecimento e sorrisos que fazem valer a pena o esforço de continuar apesar da tristeza de se saber do encerramento.
Amélia
Perde-se a noção do tempo e acabámos por sair já tarde com as despedidas de reconhecido agradecimento e sorrisos que fazem valer a pena o esforço de continuar apesar da tristeza de se saber do encerramento.
Amélia
quarta-feira, abril 08, 2009
Crónica da visita aos imigrantes - 05.04.2009
“Vocês vêm e trazem alegria mas depois vão e a gente fica mais triste ainda”… Foi com estas palavras, emolduradas por um sorriso e adocicadas por um sotaque brasileiro, que deixamos a UHSA no último Domingo… Palavras que traduzem na perfeição aquilo que nós próprias sentimos durante as 3 horas que ali passamos e, depois, nos tempos indeterminados que levamos a ‘digerir’ tudo aquilo que ali vivemos…Foram só 180 minutos, mas durante esses (sempre tão curtos quanto irrepetíveis) momentos passamos o horror de uma guerra sem aviso, atravessamos um mar debaixo de um camião, sentimos na pele o arrepio de um sonho de uma vida que acaba num instante só… Como em alguns segundos vidas podem mudar… Como o tempo é uma coisa tão misteriosa quanto a vida, capaz de nos unir em apenas algumas palavras… Foi uma tarde de conversas profundas, de palavras sentidas, de histórias de medo e esperança, de rostos marcados com cicatrizes e sorrisos, olhares tocados pela revolta mas sem qualquer sombra de ressentimento… O talento do ‘Jr’, as aventuras dos marroquinos, as palavras de sentido agradecimento do ‘gangsta’ angolano, a alegria estampada na cara das croatas na sua ‘table dance’, os olhares apaixonados dos meninos indianos, a simpatia constante do senhor palestiniano… Quem dera que os pudéssemos levar a todos connosco para um lugar onde as fronteiras não existam…De cada vez que passamos aquelas portas rumo à ‘nossa vida’ deixamos sempre um bocadinhos da nossa alma desfeita pela maldade de uma civilização onde um papel vale mais que um nome, o cumprimento da lei mais que uma vida…Este foi um daqueles dias…em que tudo vale a pena mas a única coisa que queremos se afirma como algo que ‘não é possível’: mudar o mundo…
Ana Pinho
Ana Pinho
sexta-feira, abril 03, 2009
sessão de acolhimento / esclarecimento a novos voluntários
No próximo dia 07 de Abril pelas 21h30, no CREU, haverá uma sessão de acolhimento / esclarecimento a novos voluntários que pretendam conhecer melhor o FASRondas, e quem sabe integrar o grupo!
Se estiveres interessado em comparecer envia-nos um e-mail para:
fasrondas@gmail.com
Aparece!
Se estiveres interessado em comparecer envia-nos um e-mail para:
fasrondas@gmail.com
Aparece!
Subscrever:
Mensagens (Atom)