segunda-feira, julho 18, 2011

Crónica da Ronda da Areosa - 10.07.2011

Vivemos a era do relógio em que tempo é dinheiro. Mas será isso fundamentalmente importante para o nosso processo evolutivo? Quantas vezes no dia-a-dia, depois de um dia desgastante não olhamos em retrospectiva e constatamos um vazio absoluto naquilo que foi feito? Por isso é que todas as semanas, com mais ou menos assiduidade visitamos os nossos amigos e lançamos sementes na expectativa que o fruto resultante possa trazer esperança e a alegria duma vida melhor. É esse o desafio que nos faz mover e dessa forma também completa as nossas vidas.

Todos saímos a ganhar numa espécie de relação simbiótica. Os nossos amigos, que todas as semanas nos aguardam contam connosco. Individualmente procuramos contribuir para que naquele momento se possa transmitir uma mensagem de esperança, para ajudar a ultrapassar mais uma semana, que muitas vezes não passa disso mesmo, mais uma semana. Como cristãos, e ainda que também estejamos num processo evolutivo, cabe-nos a nós ouvir as suas histórias e dar-lhes ânimo, e, tal como foi referido na liturgia da semana passada, lançar a 'semente', para que essas pessoas façam o cultivo da vida utilizando o seu livre arbítrio.

Do nosso lado teremos igualmente a ganhar. Também nós aprendemos com os nossos amigos todas as semanas. Através das suas histórias percebemos muitas vezes que os nossos problemas, provavelmente não serão bem problemas à luz das dificuldades percebidas através daqueles que visitamos. Isso ajuda-nos a nivelar as nossas expectativas e permitirá uma melhor resolução de certos obstáculos que se nos deparam. Isso torna-nos mais fortes e mais atentos para ajudar aqueles que precisam de nós.

Seja em casas particulares ou nos vários locais em que paramos ao longo da nossa ronda, todos os nossos amigos representam já um bocadinho de nós, das nossas vivências, dos nossos pensamentos, das nossas orações. É com muita satisfação que encaramos esta missão, pois acredito ser essa a única forma de o fazer. É com muito prazer que faço esta crónica e apesar da humildade nas palavras empregues, revejo aqui todos os sorrisos colhidos em todos aqueles que visitamos.

José António

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