segunda-feira, dezembro 14, 2009

Crónica da Ronda dos Aliados - 6.11.09

A noite começou com a habitual distribuição de comida, das padarias e pastelarias, pelos sacos.
1-Lá fomos nós(eu, Joana e Nádia) para a nossa primeira paragem em C., já estavam à nossa espera o Sr. A. e o Sr. A.. Como não ia nenhum homem ficámos a pensar que falar de futebol nesse dia não daria certo e ainda por cima o porto tinha perdido, mas lá nos desenrascámos estivemos a falar sobre o aniversário do filho do Sr.A. Parece que o filho fez festa de aniversário e o convidou para ir almoçar lá a casa e o Sr. A. foi até lá. Posteriormente chegou o J. e o R. que como é habito vinham todos animados. O J. continua com aquela conversa das namoradas e todos nos rimos com ele. O R. não fala muito sobre ele só sabemos que trabalha numa fábrica. O Sr. A. esteve a dizer-nos que ia a duas consultas, uma no dia 25 e outra no dia 26, disse-nos ainda que já não bebe nada em casa, mas quando vai para casa da filha bebe um copito.
2- O Sr. Manuel já estava a dormir e não quis falar connosco. Pelo que parece da última vez que o resto da ronda foi lá (eu não estava) ele falou um bocadinho mais sobre ele. Falou do inchaço das pernas e ia começar a falar sobre a família mas depois fechou-se em copas.
3- Estávamos nós mesmo a chegar perto do Sr. F. quando nos apercebemos que estavam demasiadas pessoas para pedir saco, inclusive aquele rapaz que já foi várias vezes mal educado para connosco, como éramos só raparigas decidimos dar a volta e ir embora para não nos colocarmos em risco, até porque só tínhamos 3 sacos.
4- Parámos debaixo da ponte da rua do J.N. entregámos dois sacos a um casal que dorme por lá e um outro saco a um rapaz que dorme mesmo debaixo da ponte, esse último rapaz já estava a dormir. Entretanto umas pessoas que estavam lá na rua disseram-nos que o rapaz às vezes não aceita os sacos, que é um rapaz bom mas que de vez em quando lhe dão ataques de fúria...
Assim foi mais uma ronda, a Nádia, que veio substituir o Raul, ainda se está adaptar mas acho que está a correr mesmo muito bem a sua integração na equipa, tem muito jeito para falar com os nossos amigos e está cheia de vontade de dar, tentemos também nós aproveitar vontade que ela traz para também nós nos podermos dar mais.
Queria aproveitar ainda para em nome da equipa agradecer ao Raul pelos 2 anos e meio(acho eu!) de uma colaboração muito positiva e que o futuro lhe reserve muitas coisas boas com esta nova profissão.

Maria João Pato

terça-feira, dezembro 01, 2009

Crónica da Ronda da Boavista

Uma boa história é sempre uma boa história! Hoje não será protagonizada pelo Sr. A ou o Sr. G, nem terá lugar na noite do Porto.


Esta história que vos proponho ganhará vida numa sala de cinema, bem próxima das vossas casas, imagino, e conta-nos a amizade que se desenvolve entre um jornalista do L.A. Times, Steve Lopes, e um sem-abrigo, Nathanlel Ayers, envolto num misterioso passado musical.
À medida que a trama se vai adensando várias questões são colocadas ao espectador: Será possível a "amizade" entre duas pessoas tão distintas? Quais os limites da ajuda ao próximo? Será possível transformar o outro?
O filme chama-se "O Solista" e transpõe para o grande ecrã um retrato biográfico de Steve Lopes inspirado em factos reais.
Fica o convite!

Um grande abraço,

Rui

Crónica da Visita às Aldeias - 21.11.2009

Onze horas, o ponto de encontro ainda não conta com muita gente…
Hoje somos apenas 8 voluntários, que apesar do dia invernoso mantemos o ânimo. A viagem corre bem e chegamos a Candemil. Cá o tempo parece querer dissuadir-nos, mas o almoço retempera-nos as forças e a boa disposição aumenta. "Fio dentário ou fio dental?" Eis o início de divergências… Nada que não tenha servido para soltar umas gargalhadas e partirmos mais sorridentes para as nossas aldeias.
Nem sempre as disponibilidades são o que queremos, e desta vez Candemil e Basseiros estão apenas com uma pessoa. E como é melhor irmos acompanhados para sermos também melhor companhia, lá nos dividimos e vamos aos pares.
Eu tenho a companhia da Marta, cá em Candemil.
Começamos como sempre, pela casa da D. Aurélia. Hoje ainda está a acabar de limpar a cozinha e diz-nos para nos sentarmos. Puxamos conversa, as histórias surgem, ficamos a saber mais da semana que passou, do frio, de si. Folheamos um álbum de fotografias antigas, e com gosto diz-nos como eram as colegas de trabalho, as saídas pelo Marão, falou dos filhos, do irmão, da família do Brasil. Ganha brilho, vida, e nós com ela.
Hoje é dia de missa e, por isso, esperamos que se arranje para a cerimónia. Ao contrário das outras vezes, demorámo-nos mais nesta casa. Mas ainda há tempo para irmos a casa da D. Alda, vamos as três. Recebe-nos apressada, a missa que é daqui a 45 minutos, mas que é preciso sair com antecedência, pois os paralelos não ajudam à caminhada.
Enquanto troca a roupa, ouvimos "as meninas vieram com esta chuva?!". Fica contente por nos ver, mas a pressa não deixa sermos companhia muito tempo. Ficam os cumprimentos e a certeza de outras vindas.
Ficamos as duas novamente, e ainda temos de passar pela casa da D. Maria do Carmo. Desta vez está no quarto, no sofá. Está bem, satisfeita com a nossa companhia. Vai contando como passa os dias, de como os filhos insistem para que vá para o pé deles, fala do Natal com alegria, a possibilidade de estar com quem ama, de se sentir bem acompanhada. Apesar da conversa fluir bem, na hora de se levantar para comer, fica, mais uma vez, a sensação de impossibilidade… Andar é mais do que um grande esforço, é um desafio que nem sempre corre bem. Despedimo-nos com um "até breve!".
A chuva continua a cair quase até ao Porto, o corpo cede ao cansaço e ao escuro que se pôs. Vêm aí mais dias para recebermos o sol, ou, pelo menos, para levarmos o brilho às nossas aldeias.

Isabel | Candemil

Crónica das Aldeias - 07.11.2009

O frio chegou e um piquenique no jardim atrás da Igreja já se torna inviável. Fomos então para uma casa onde normalmente se dá a catequese. Depois de uma sopinha quentinha, entre outras coisas, partimos para as nossas visitas.

Desta vez começamos por visitar a D. Conceição, que se encontrava em casa e sentia-se engripada. A lareira já estava acesa e foi junto a ela que durante algum tempo conversamos sobre os mais diversos assuntos. Desde o marido que faleceu há alguns anos, dos problemas que teve com um dos filhos, da forma como vivia antigamente,… e de quanto lhe faz bem receber as visitas dos vários voluntários, … Vimos também algumas fotos e fez questão de mostrar o seu enxoval. Muito contente está por saber que brevemente irá receber o que pede já algum tempo – um cão.
Perguntou-nos como fazíamos para almoçar e assim que soube do nosso piquenique fez questão de nos oferecer presunto para podermos fazer umas boas "sandocas".
 A seguir fomos ter com a D. Deolinda e a D. Maria (a D.Aurora encontra-se em França).
Ambas se encontravam na cozinha junto à lareira que não estava acesa (pois a chaminé tinha de ser limpa).
Mais uma vez fomos surpreendidas ao ver a D. Maria "fora da sua cama" e vestida!! Durante algum tempo esteve acamada mas parece que agora deu um rumo diferente à sua vida. Ambas estavam bem-dispostas se bem que com algum frio.
Próxima e última visita foi às irmãs D. Dulce e D. Arminda. Em casa apenas estava a D. Dulce e a D. Arminda que lhe estava a fazer companhia enquanto restante família tinha ido à missa. Como estava frio e estava a descansar acabamos por conversar durante algum tempo no seu quarto.
Assim que terminamos as visitas e a nossa oração, partimos rumo ao Porto.


Ana Machado | Basseiros