Este dia foi a minha estreia como voluntária nas aldeias.
Encontramo-nos no local e hora habitual e partimos rumo ao nosso destino.
O bom tempo proporcionou um piquenique atrás da igreja, e foi uma boa oportunidade para conhecer "um pouco" de cada pessoa do grupo.
A seguir ao almoço fomos até ao café e de seguida cada um dirigiu-se para a sua respectiva aldeia.
A minha aldeia é Basseiros e estou com a Antonieta (minha madrinha) e a Gina.
A primeira visita seria à D. Glória mas, assim como receávamos, não se encontrava em casa. Viemos mais tarde a saber, pela vizinhança, que tinha ido a um baptizado dos gémeos.
Continuamos então rumo à próxima visita e encontramos a D. Aurora e D. Deolinda cá fora a apanhar um solzito.
D. Maria não tive oportunidade de conhecer pois ainda se encontra acamada.
D. Deolinda muito pouco falou. Ao contrário, a D. Aurora tinha conversa para a tarde inteira.
Falou-nos do susto que apanhou quando tentaram arrombar a porta; dos bons momentos que passou em França assim como das suas habilidades em fazer croché (em velhos tempos).
Mostrou-nos os "tarrucos" que está a fazer (são umas meias grossas de lã feitas à mão, muito quentinhas para o inverno). E não consegue conter as lágrimas quando fala no seu marido, que já morreu há uns largos anos.
O tempo estava a escassear e por isso partimos para uma outra visita, à D. Conceição que, por sua vez, não se encontrava em casa.
Fomos então a casa da D. Arminda que também estava cá fora ao sol, com a sua família, incluindo a filha que tinha sido operada há pouco tempo. Após algum tempo de conversa, fomos ter com o restante grupo.
À ida, encontramos a D. Conceição que regressava do cemitério e que falava do seu descontentamento em não saber onde se encontrava o seu animal de estimação.
Como 1º dia, acho que correu muito bem e correspondeu às minhas expectativas.
Penso que, tal como a minha avó, as senhoras que visitamos são pessoas que gostam de conversar com jovens (desde desabafos a histórias da vida) e ficam ansiosas pela nossa próxima visita.
Ana Vareta Machado | Basseiros
Famílias, Aldeias e Sem Abrigo estas são as nossas áreas de acção. Um grupo de jovens do Porto, que no CREU têm uma casa, lançam mãos aos desafios que lhes surgem.
quinta-feira, maio 28, 2009
terça-feira, maio 19, 2009
CRONICA RONDA DA BOAVISTA - 10.05.09
Domingo, 10 de Maio, partida da ronda da Boavista.
Carro lotado! Novas entradas!! Grandes mudanças na ronda da Boavista. Casamentos, emigrantes, temporadas no estrangeiro, faculdades tardias….
Saída de uns, entrada de outros!
Mas há algo que se mantém sempre, o amor gratuito aos outros. Aqueles a quem acompanhamos à três anos, que perguntam constantemente por cada um de nós. As saudades são muitas…
Partimos com este pensamento.
Primeira paragem D. G. Lá estava na paragem à nossa espera. Estava entusiasmada por se ter inscrito nas novas oportunidades. Continua sem emprego, às cabeçadas com a filha, com saudades dos netos. Chegada do autocarro, aviso de que o J.P. estava a ver um filme.
Lá fomos ter com o J.P. Continua sem ir ao centro de emprego. Em princípio vai viver para casa da amiga, uma senhora de sessenta e muitos anos que o tem ajudado desde o tempo em que andava pelas ruas caído, a recolher trocos para mais uma dose. Claro que reclamou por causa do saco, será sempre dos nossos sem-abrigo mais exigentes!! Não pode ser sumo de laranja nem de ananás, sugestão do João, levar qualquer coisa para o estômago da próxima visita! Estava relaxado, tinha ido à metadona.
Viramos a esquina e lá encontramos o Sr. A., feliz com o futebol. Mal chegamos avisou-nos logo dos anos que se estão a aproximar, 14 de Junho.
Seguimos para o lar, onde deixamos mais uma vez o pão.
Chegados ao Sr. G. lá nos contou a aventura de sexta. Um colega disse-lhe que lhe dava boleia, quando deu por ela já tinha rodado meia cidade e tinha ido parar a um pinhal. Não ganhou para o susto com a mulher a telefonar-lhe constantemente preocupada. Eram quatro da manhã quando chegou a casa. Solução, voltar a andar armado para qualquer eventualidade.
De partida lá lhe pedimos juízo.
Seguimos e paramos no Sr. Z. Já estava a dormir, não quis conversar, mas quis o saco. Tinha-nos dito à uns domingos a possibilidade de ir viver com um casal de senhores mais velhos, mas até agora não há novidades. Deixamo-lo.
Atravessamos e deparamo-nos com uma verdadeira pocilga. O sitio onde o Sr. A. Dorme está cada vez pior. Depois do último domingo o termos apanhado completamente bebido, este nem rasto.
Passamos na zona do convívio para deixarmos um saco que nos sobrava, quando vemos a ronda da Batalha a falar com um rapaz. Para nossa surpresa era o P. Já deve ter saído da prisão, vamos falar com a Batalha e saber o que ele lhes contou.
Partida para a ultima paragem. A nossa sem-abriga mais exigente de todos!! D. F. lá estava à nossa espera. Da casa não tem novidades. A assistente social que estava com o processo mudou-se e não passou a pasta. A nora tinha ido a Guimarães, já só faltam dois meses para o bebé nascer. No último domingo contou-nos que nunca tinha ido ao médico, desde que estava grávida, que não quer, nem precisa de ajuda. Não sabemos como é possível pensar em ter uma criança naquelas condições, mas estaremos cá para o que for preciso.
O Sr V lá acabou por se levantar e beber também um chá enquanto conversávamos um pouco.
A D.F. durante a semana apanhou mais um susto com os diabetes. Nada de novo.
Acabou mais um domingo, mais uma ronda, com todos juntos dentro do carro em mais uma partilha.
Benedita Salinas
Carro lotado! Novas entradas!! Grandes mudanças na ronda da Boavista. Casamentos, emigrantes, temporadas no estrangeiro, faculdades tardias….
Saída de uns, entrada de outros!
Mas há algo que se mantém sempre, o amor gratuito aos outros. Aqueles a quem acompanhamos à três anos, que perguntam constantemente por cada um de nós. As saudades são muitas…
Partimos com este pensamento.
Primeira paragem D. G. Lá estava na paragem à nossa espera. Estava entusiasmada por se ter inscrito nas novas oportunidades. Continua sem emprego, às cabeçadas com a filha, com saudades dos netos. Chegada do autocarro, aviso de que o J.P. estava a ver um filme.
Lá fomos ter com o J.P. Continua sem ir ao centro de emprego. Em princípio vai viver para casa da amiga, uma senhora de sessenta e muitos anos que o tem ajudado desde o tempo em que andava pelas ruas caído, a recolher trocos para mais uma dose. Claro que reclamou por causa do saco, será sempre dos nossos sem-abrigo mais exigentes!! Não pode ser sumo de laranja nem de ananás, sugestão do João, levar qualquer coisa para o estômago da próxima visita! Estava relaxado, tinha ido à metadona.
Viramos a esquina e lá encontramos o Sr. A., feliz com o futebol. Mal chegamos avisou-nos logo dos anos que se estão a aproximar, 14 de Junho.
Seguimos para o lar, onde deixamos mais uma vez o pão.
Chegados ao Sr. G. lá nos contou a aventura de sexta. Um colega disse-lhe que lhe dava boleia, quando deu por ela já tinha rodado meia cidade e tinha ido parar a um pinhal. Não ganhou para o susto com a mulher a telefonar-lhe constantemente preocupada. Eram quatro da manhã quando chegou a casa. Solução, voltar a andar armado para qualquer eventualidade.
De partida lá lhe pedimos juízo.
Seguimos e paramos no Sr. Z. Já estava a dormir, não quis conversar, mas quis o saco. Tinha-nos dito à uns domingos a possibilidade de ir viver com um casal de senhores mais velhos, mas até agora não há novidades. Deixamo-lo.
Atravessamos e deparamo-nos com uma verdadeira pocilga. O sitio onde o Sr. A. Dorme está cada vez pior. Depois do último domingo o termos apanhado completamente bebido, este nem rasto.
Passamos na zona do convívio para deixarmos um saco que nos sobrava, quando vemos a ronda da Batalha a falar com um rapaz. Para nossa surpresa era o P. Já deve ter saído da prisão, vamos falar com a Batalha e saber o que ele lhes contou.
Partida para a ultima paragem. A nossa sem-abriga mais exigente de todos!! D. F. lá estava à nossa espera. Da casa não tem novidades. A assistente social que estava com o processo mudou-se e não passou a pasta. A nora tinha ido a Guimarães, já só faltam dois meses para o bebé nascer. No último domingo contou-nos que nunca tinha ido ao médico, desde que estava grávida, que não quer, nem precisa de ajuda. Não sabemos como é possível pensar em ter uma criança naquelas condições, mas estaremos cá para o que for preciso.
O Sr V lá acabou por se levantar e beber também um chá enquanto conversávamos um pouco.
A D.F. durante a semana apanhou mais um susto com os diabetes. Nada de novo.
Acabou mais um domingo, mais uma ronda, com todos juntos dentro do carro em mais uma partilha.
Benedita Salinas
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